1) O documento discute a perda da realidade na neurose e na psicose segundo Freud. Na neurose, a realidade indesejada é evitada através da fantasia. Na psicose, há uma recusa inicial da realidade, seguida de uma reestruturação dela com base na fantasia.
2) Na neurose, a fantasia se apoia parcialmente na realidade, enquanto na psicose a fantasia substitui completamente a realidade externa.
3) Tanto na neurose quanto na psicose, a fantasia fornece o
1) O documento discute a perda da realidade na neurose e na psicose segundo Freud. Na neurose, a realidade indesejada é evitada através da fantasia. Na psicose, há uma recusa inicial da realidade, seguida de uma reestruturação dela com base na fantasia.
2) Na neurose, a fantasia se apoia parcialmente na realidade, enquanto na psicose a fantasia substitui completamente a realidade externa.
3) Tanto na neurose quanto na psicose, a fantasia fornece o
1) O documento discute a perda da realidade na neurose e na psicose segundo Freud. Na neurose, a realidade indesejada é evitada através da fantasia. Na psicose, há uma recusa inicial da realidade, seguida de uma reestruturação dela com base na fantasia.
2) Na neurose, a fantasia se apoia parcialmente na realidade, enquanto na psicose a fantasia substitui completamente a realidade externa.
3) Tanto na neurose quanto na psicose, a fantasia fornece o
A perda da realidade na neurose e na psicose Contexto teórico: Não esquecer que esse texto decorre de “Neurose e Psicose” (1924). Não esquecer que Freud ainda está preocupado com a viabilidade teórica de sua nova tópica psíquica: id, ego e superego. Em ambas as nosografias, o sujeito perde o contato com a realidade. Na neurose, a fantasia é o mecanismo mais característico; na psicose, é o delírio. A perda da realidade na neurose e na psicose Neurose: o ego, dependente da realidade, reprime uma parte do id (vida pulsional). Há um predomínio da influência da realidade. Psicose: o ego, a serviço do id, afasta-se de uma parte da realidade. Predomínio do id. A perda da realidade está necessariamente presente na psicose. Na neurose, essa perda é evitada. “toda neurose perturba de algum modo a relação do paciente com a realidade servindo-lhe de um meio de se afastar da realidade” → apenas no segundo momento da formação da neurose. Na neurose, a realidade perdida é a que foi recalcada. A perda da realidade na neurose e na psicose 2 momentos: o sujeito se afasta de uma experiência traumática e a relega à amnésia. Caso Elisabeth von R. → moça apaixonada pelo cunhado fica abalada com a ideia de que o rapaz estava livre para ela, já que sua irmã acabava de falecer. Freud alerta que a neurose desvaloriza a alteração real, pois o amor pelo cunhado (exigência da pulsão) é recalcado. Na psicose, a recusa seria o fato de a irmã ter morrido. Há 2 momentos na psicose e na neurose: na psicose, o ego é retirado da realidade para depois ela ser substituída a partir da sua relação com o id; na neurose, o segundo momento também acontece por influência do id. A perda da realidade na neurose e na psicose A distinção entre neurose e psicose se dá na reação inicial: Neurose → obediência inicial e tentativa de fuga logo em seguida. Não há recusa da realidade, o ego só não quer lidar com ela. Psicose → fuga inicial seguida de reestruturação da realidade. Há recusa da realidade e posterior substituição. Para Freud, o normal seria a reunião entre uma leve recusa da realidade, mas com o esforço de modificá-la, como entende que acontece na psicose. A diferença entre a condição normal e a psicose é que o esforço exigido à modificação do mundo externo se refere a uma alteração externa, não interna. Autoplástica: referente ao mundo interior do sujeito; aloplástica: referente ao mundo externo. A perda da realidade na neurose e na psicose Analogias entre neurose e psicose: Psicose: realidade reelaborada a partir de dados antigos de memória que nunca se completaram, o que indica enriquecimento e alteração realizados por novas percepções. A alucinação, alimentada por relevante angústia, contribui para que novas percepções sejam agregadas ao material psíquico previamente estabelecido. Neurose: o avanço de uma pulsão recalcada provoca angústia. Psicose: parte da realidade rechaçada se impõe à vida psíquica, assim como o material recalcado na neurose. Na neurose e na psicose, o segundo passo fracassa parcialmente: a pulsão recalcada não consegue encontrar um substituto satisfatório, a representação da realidade não pode ser remodelada satisfatoriamente. Psicose: recusa da realidade é patológica; neurose: o fracasso do recalque é o que adoece. A perda da realidade na neurose e na psicose A neurose evita a parte desagradável da realidade e evita encontrá-la. É característica da neurose também substituir a realidade indesejada de diversas maneiras, mas sua especificidade se refere ao mundo da fantasia. “[...] um domínio que ficou separado do mundo externo real na época da introdução do princípio de realidade. Esse domínio, desde então, foi mantido livre das pretensões das exigências da vida, como uma espécie de ‘reserva’; ele não é inacessível ao ego, mas só frouxamente ligado a ele. É deste mundo de fantasia que a neurose haure o material para suas novas construções de desejo e geralmente encontra esse material pelo caminho da regressão a um passado real satisfatório”. A perda da realidade na neurose e na psicose Segundo Freud, a fantasia teria o mesmo efeito para a psicose, pois o protótipo de uma nova realidade vem dela. Na neurose, o fantástico se apoia em uma parte da realidade, e, na psicose, o fantástico se coloca no lugar da realidade externa. O fantástico, na neurose, ganha importância especial e um sentido oculto, a que Freud chama de simbólico. Final: há de se considerar entre as duas nosografias não apenas a perda da realidade, mas a substituição dela.
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A perda da realidade na neurose e na psicose “Dificilmente se pode duvidar que o mundo da fantasia desempenhe o mesmo papel na psicose, e de que aí também ele seja o depósito do qual derivam os materiais ou o padrão para construir a nova realidade. Ao passo que o novo e imaginário mundo externo de uma psicose tenta colocar-se no lugar da realidade [o da neurose, por sua vez, gosta de se apoiar, como a brincadeira da criança, em uma parte da realidade] - um fragmento diferente daquele contra o qual tem de defender-se -, e emprestar a esse fragmento uma importância especial e um significado secreto que nós (nem sempre de modo inteiramente apropriado) chamamos de simbólico. Vemos, assim, que tanto na neurose quanto na psicose interessa a questão não apenas relativa a uma perda da realidade, mas também a um substituto para a realidade”.