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M9 Parte 1
M9 Parte 1
Infantil M9
Disciplina de Saúde
1. Os direitos e deveres da criança
5. Sintomas comuns na infância ( Febre, Vómitos, Diarreia, Dor
1.1. Conhecimento dos direitos e deveres do adulto e da criança
abdominal / Cólicas abdominais, Tosse, Rinorreia, Lesões cutâneas)
1.2. Conhecimento da carta de direitos da criança hospitalizada
6. Criança doente e causas fisiológicas de maior suscetibilidade na 1ª
1.3. Respeito pelas crenças e valores
infância
2. Marcos de crescimento esturo-ponderal e psicomotor dos 0 aos 3
anos com especial incidência para o primeiro ano de vida 6.1. Noções sobre doenças exantemáticas
7. Conceito de morbilidade e mortalidade infantil
2.1. Percentis de peso
8. A prestação de cuidados de saúde infantil
2.2. Percentis de comprimento
8.1. O apoio nos cuidados na maternidade/berçário, cuidados especiais
2.3. Percentis de perímetro cefálico
para recém-nascidos, cuidados na unidade de internamento de pediatria,
2.4. A obesidade Infantil
cuidados na consulta de pediatria
3. A alimentação no primeiro ano de vida
9. Acompanhamento da criança nas atividades diárias
3.1. Aleitamento materno
9.1. Alimentação,Eliminação, Higiene e hidratação, Sono e repouso
3.2. Leites adaptados
9.2. A relação com a criança e família: a ansiedade, o medo e as crenças
3.3. Biberões associados à hospitalização
3.4. Limpeza e esterilização dos equipamentos usados na alimentação 9.3. Noções de segurança e prevenção de acidentes no universo infantil
3.5. Diversificação alimentar enquanto intervenientes passivos / ativos nas atividades diárias
4. Necessidades nutricionais específicas 9.4. A importância da ocupação dos tempos livres
10. Âmbito de intervenção do/a Auxiliar de Saúde
10.1. Tarefas a executar sob supervisão direta de um Enfermeiro
10.2. Tarefas a executar sozinho/a, sob orientação de um Enfermeiro
Carta dos direitos da criança hospitalizada
1.A admissão de uma criança no Hospital só deve ter lugar quando os cuidados necessários à sua doença não
possam ser prestados em casa, em consulta externa ou em hospital de dia.
2.Uma criança hospitalizada tem direito a ter os pais ou seus substitutos, junto dela, dia e noite, qualquer que
seja a sua idade ou o seu estado.
3.Os pais devem ser encorajados a ficar junto do seu filho devendo ser-lhes facultadas facilidades materiais sem
que isso implique qualquer encargo financeiro ou perda de salário. Os pais devem ser informados sobre as regras
e as rotinas próprias do serviço para que participem ativamente nos cuidados ao seu filho.
4. As crianças e os pais têm o direito a receber uma informação adaptada à sua idade e compreensão. As
agressões físicas ou emocionais e a dor devem ser reduzidas ao mínimo
5. As crianças e os pais têm o direito a serem informados para que possam participar em todas as decisões
relativas aos cuidados de saúde. Deve evitar-se qualquer exame ou tratamento que não seja indispensável.
6. As crianças não devem ser admitidas em serviços de adultos. Devem ficar reunidas por grupos etários
para beneficiarem de jogos, recreios e atividades educativas adaptadas à idade, com toda a segurança.
As pessoas que as visitam devem ser aceites sem limites de idade.
7. O Hospital deve oferecer às crianças um ambiente que corresponda às suas necessidades físicas,
afetivas e educativas, quer no aspeto do equipamento, quer no do pessoal e da segurança.
8.A equipa de saúde deve ter formação adequada para responder às necessidades psicológicas e
emocionais das crianças e da família.
9. A equipa de saúde deve estar organizada de modo a assegurar a continuidade dos cuidados que são
prestados a cada criança.
10. A intimidade de cada criança deve ser respeitada. A criança deve ser tratada com cuidado e
compreensão em todas as circunstâncias.
1.3. Respeito pelas crenças e valores
As convicções culturais, filosóficas e religiosas do doente internado, bem como a sua orientação sexual deverão
ser respeitadas pelo estabelecimento de saúde e pelos respetivos profissionais.
Cada pessoa é um todo único e singular, protagonista de uma história e de uma entidade Cultural e espiritual,
que para muitos se define religiosamente. Considerar estes aspetos é fundamental na prática dos cuidados de
saúde. A experiência do sofrimento torna estas dimensões particularmente importantes para o doente internado.
Nos estabelecimentos de saúde, existem serviços religiosos, aos quais compete explicitamente garantir o
respeito pela identidade espiritual e religiosa dos doentes e procurar ir ao encontro de todos sem exceção,
diretamente ou facilitando o acesso aos ministros de outras religiões de modo a encontrar a resposta pessoal
pretendida por cada um.
Marcos de crescimento estaturo-ponderal e psicomotor dos 0 aos
3 anos com especial incidência para o primeiro ano de vida
Percentis de peso
O peso é a medida antropométrica mais comum. Na realidade, esta medida é de massa corporal e não de peso,
mas este último termo é universalmente aceite e de difícil substituição.
O peso é uma medida elementar para a avaliação nutricional, particularmente no que respeita a situações de
insuficiência ponderal de excesso de peso ou obesidade.
Trata-se da medida antropométrica mais usada nos serviços de saúde em todo o mundo, sendo facilmente obtida
e é importante no cálculo da dosagem de medicamentos e planos alimentares, na definição do risco nutricional e
na definição do perfil nutricional da criança, com o objetivo de planear, implementar e avaliar programas de
saúde infantil.
Como qualquer medida antropométrica, o valor obtido para o peso não deve ser interpretado isoladamente mas
sim posicionado numa tabela de percentis que consta do boletim de saúde infantil e juvenil.
A evolução ponderal na trajetória do crescimento não é linear, podendo sofrer alterações e depender de fatores
exógenos pontuais, bem como apresentar características
Percentis de comprimento
O comprimento/ estatura são medidas que expressam o processo de crescimento linear do corpo humano e são
de extrema importância na definição do perfil nutricional da criança.
Dependendo da idade da criança e da capacidade para se manter de pé, mede-se o comprimento ou a estatura.
O comprimento é medido com a criança em decúbito dorsal, e deve ser utilizado até aos 24 meses. A estatura é
medida com a criança de pé.
O valor obtido para o comprimento ou estatura deve ser posicionado na tabela de percentis que consta no
boletim de saúde infantil e juvenil.
Tendo em consideração que a evolução da trajetória do crescimento não é linear e que o padrão de crescimento
estatural tem características particulares e individuais, com forte influência genética, apenas reduções ou
aumentos marcados entre duas ou mais avaliações deverão ser alvo de sinalização.
Percentis de perímetro cefálico
Para acompanhar a avaliação do crescimento de uma criança, as medidas antropométricas incluem também o
perímetro cefálico (PC). O PC é um parâmetro altamente correlacionado com o tamanho cerebral, refletindo o
seu crescimento.
A cabeça no feto aos 2 meses de vida intra-uterina representa, proporcionalmente, 50% do corpo; no recém-
nascido representa 25% e na idade adulta, 10%. Os dois primeiros anos de vida constituem o período em que o
crescimento cerebral se completa quase totalmente, sendo no primeiro ano particularmente acelerado.
Este crescimento do cérebro explica o aumento do PC e a importância da sua medição periódica nos primeiros
três anos de vida.
Quando o PC aumenta de uma forma proporcional, traduz um crescimento adequado e um bom prognóstico
neurológico, enquanto um crescimento demasiado rápido ou um ritmo lento podem ser indicativos de patologia.
O PC tem também a sua importância nos dois primeiros anos de vida como indicador nutricional.
A interpretação do valor obtido na medição do perímetro cefálico tem por base o valor do respetivo percentil,
observado nas tabelas de referência, para a idade e sexo. Não devem ser interpretados de forma isolada.
A obesidade Infantil
As crianças alimentadas com leite materno não sofrem de excesso de peso, o mesmo não acontecendo com o
aleitamento artificial se não se seguirem as indicações dos técnicos de saúde.
Os problemas podem ter início aquando da introdução de novos alimentos, nomeadamente as farinhas, não
enquanto refeição, mas como acréscimo ao leite no biberão – “ para engrossar “
Salvo raras exceções, o excesso de peso dos bebés e das crianças resultam sempre de um excedente de
alimentos, quase sempre da responsabilidade de quem cuida.
Os maus hábitos alimentares começam ao longo da infância e da adolescência, prolongando-se até à vida adulta.
Para muitos adultos, consciente ou inconscientemente, dar de comer é uma forma de exprimir afeto, e por tal
quanto mais e do gosto da criança, melhor.
Um bebé ou criança gordos são de certeza mal alimentados quer em quantidade quer em qualidade.
Erros mais comuns:
Bebés com excesso de peso:
• Fazer doces de leite artificial muito açucarados
• Introduzir farinhas na dieta do bebé demasiado cedo
• Acrescentar desnecessariamente farinha ao biberão de leite para o tornar “ mais agradável “ e ajudar a
crescer
• Dar alimentos doces muito cedo, não permitindo o hábito por alimentos menos ou não doces
Crianças com excesso de peso
• Recusar comer determinados alimentos que são substituídos por outros francamente do seu agrado
• Recusar comer às refeições
• Preferência por alimentos doces.
O excesso de peso na criança agrava-se muitas vezes por falta de atividade física, podendo tornar-se
problemático e um círculo vicioso. Ou seja, uma dificuldade em participar nos desportos, poderá levar a um mau
estar compensável por uma ingestão de mais doces e assim sucessivamente, até a adolescência ou vida adulta,
podendo vir a desencadear problemas físicos e psíquicos de gravidade.
Como ajudar?
• Seguir o Esquema de Vigilância de Saúde ou recorrer a um técnico de saúde cumprindo as suas orientações.
• Corrigir os erros identificados.
• Planear a correção de erros alimentares da família, servindo assim de modelo e traduzindo-se em benefício
para todos a curto e longo prazo.
• Evitar guloseimas
• Em casa substituir os doces por fruta
• Observar se a criança come por andar tensa, nervosa ou com medos, tentando resolver o motivo
• Conquistar, quando a idade permitir, a cooperação da criança para que não coma fora de casa e das
refeições.
Uma vigilância de saúde correta pode evitar este problema bem como as suas consequências.
A alimentação no primeiro ano de vida
Aleitamento materno
Doença grave da mãe - toma de medicamentos prejudiciais ao bebé, e que passam pelo leite
Mãe com pouco ou sem leite
Incapacidade do Bebé chupar, por várias razões
Perda de peso sem o peso desejado à nascença
Grande cansaço ou ansiedade da mãe provocadas pelas necessidades do bebé
Lesões do mamilo
Outros
Leites adaptados
O aleitamento artificial pode ocorrer desde o início da vida do bebé, o que é raro, ou mais tarde por
diversas razões.
Tal como já foi referido alimentar uma criança é mais que dar-lhe de comida. A relação afetiva que
acompanha este ato é importantíssima e não há razão para que não esteja garantida no aleitamento
artificial.
O aleitamento misto pode surgir quando:
Em cada mamada se oferece um suplemento de leite artificial
Se substitui uma mamada por uma refeição de leite artificial.
Devem ter-se os cuidados e preocupações inerentes ao aleitamento materno e artificial, devendo no
primeiro caso o aleitamento artificial ser oferecido após o materno.
Diversificação Alimentar
Depois dos quatro meses o bebé está preparado para ingerir novos alimentos e digeri-los. Mas, se o
bebé é amamentado, fica satisfeito e está a crescer bem, pode assim continuar até aos seis meses.
Se está ser alimentado com leite artificial e não fica satisfeito, deve participá-lo aos técnicos de saúde.
Geralmente há uma grande pressão do exterior para o desmame, quando começar, o que dar, como
dar.
Desmame é uma forma acompanhar as exigências do crescimento e desenvolvimento da criança e um
modo de incentivar a sua autonomia.
A introdução de novos alimentos não é um problema do ponto de vista do bebé, mas alguns demoram
mais tempo que outros a habituar-se a comer alimentos sólidas, bem como as suas mamadas de leite.
Sugestão de desmame a partir dos:
4 Meses se estiver a ser alimentado com leite artificial
6 Meses se estiver a ser amamentado.
Tradicionalmente a primeira refeição sólida é constituída por papa de cereais, que não à base de
trigo. Geralmente bem aceite pelo bebé, dado a consistência e paladar, pode no entanto em vez
desta, dar-se o puré de legumes.
Fruta, carne, peixe e ovos é a sequência aconselhada para introduzir alimentos, devendo ser feito à
colher.
É importante continuar a dar leite, seja materno ou artificial, devendo este último ser readaptado
pelo médico.
O leite é um importante fornecedor de proteínas (fundamentais ao crescimento muscular e dos
órgãos) e é quase a única fonte de cálcio (necessário para os ossos e dentes). Nunca se deve dar
menos que meio litro de leite por dia.
Idade e introdução de alimentos
4 MESES - 3 a 4 refeições por dia, sendo uma de papa de farinha
ou puré de legumes ENTRE OS 8 E OS 9 MESES
2 ou 3 refeições lácteas ( leite, papa láctea de farinha ou iogurte )
4 E MEIO A 5 MESES 2 Refeições de puré de legumes com carne, peixe ou gema de ovo e
2 a 3 refeições de leite fruta
1 Refeição de puré de legumes e fruta esmagada
1 Refeição de farinha DEPOIS DOS 9 MESES
2 Refeições lácteas
ENTRE OS 5 E OS 6 MESES 2 Refeições de:
2 ou 3 refeições de leite o Sopa
1 Refeição de puré de legumes com carne picada e fruta o Carne, peixe ou ovo, com puré de batata ou hortaliça cozida, arroz ou
esmagada massa
1 Refeição de papa de farinha o Fruta em sumo ou esmagada
o Aos poucos o puré de legumes deve passar a ser mais espesso
ENTRE OS 6 E OS 7 MESES
2 a 3 refeições de leite ( 1 pode ser de iogurte simples )
1 Refeição de puré de legumes com carne ou peixe, e fruta
1 Refeição de papa de farinha
Alimentos permitidos com reserva:
BOIÕES MEL
Utilizar só como recurso Alimento natural que a ser dado deve sê-lo em muito pequenas
quantidades e nunca como meio de calar ou adormecer
SOBREMESAS DOCES
AÇORDA
Podem ser um modo de fornecer leite a uma criança que
Só deverá ser utilizada como modo de dar carne, peixe ou ovo
bebe pouco, mas há outros modos de o fazer sem o
quando a criança os não quer no puré de legumes. Não deverá
inconveniente do açúcar
ser dado mais do que uma vez por semana. A acontecer deve ser
feito com pão de mistura.
BOLACHAS, BOLOS E GULOSEIMAS
Nos intervalos das refeições tiram o apetite
Com iogurte devem escolher-se as mais simples
AÇÚCAR
Incentivar maus hábitos estraga os dentes, engorda e pode estar
na origem de doenças em adulto. Os alimentos têm açúcar, não
adicione mais
Alimentos a evitar
Cereais ricos em fibra, O bebé não está preparado uma vez que a sua digestão é difícil.
Queijo feito com leite não pasteurizado até o bebé ter 2 anos.
Não dar queijo fresco
Alimentos salgados, gordos ou doces
Não dê amendoins a um bebé (pode sufocar ao comê-los)
Alimentos proibidos
Fígado e mioleira – Estes alimentos estão intimamente ligados à transmissão de doenças de origem
animal, pelo que não devem ser ingeridos por crianças e adultos.
Espinafres, nabos e beterrabas antes dos 6 meses.
Sintomas comuns na infância
Febre
A febre é uma manifestação comum a muitas doenças. O corpo saudável mantém uma temperatura
constante situada entre os 36-37ºC, estabelecendo um equilíbrio entre o calor que produz e o que
liberta.
Dizemos que uma criança tem febre quando a temperatura está acima dos 37ºC, significando isto que
o equilíbrio está perturbado. A febre é um sinal de doença. A gravidade da doença depende da
existência de outros sintomas, do período de duração da febre se esta cede (baixa) com a medicação.
A febre muito alta pode ser perigosa em bebés e crianças pequenas pelo risco de convulsões.
Avaliação da temperatura
Existem termómetros com depósito de mercúrio e digitais. Com os termómetros digitais a
temperatura é avaliada no ouvido externo.
Para isso:
1- Deite o bebé ou sente-o ao colo com a cabeça encostada ao seu peito.
2- Puxe com cuidado a orelha para trás de modo a endireitar o canal auditivo.
3- Ligue o termómetro.
4- Introduza cuidadosamente a ponta do termómetro no canal auditivo.
5- Carregue no botão durante um segundo e leia a temperatura após o termómetro ter apitado.
6- Desligue o termómetro.
Vómitos
Os vómitos na criança podem ser um sintoma de diferentes doenças ou problemas, como por exemplo:
Constipação, traumatismo craniano, febre, intoxicação alimentar, ingestão de substância tóxica, apendicite,
amigdalite, otite, obstrução intestinal ou infeção urinária entre outras causas.
Os vómitos são muito perigosos pois podem levar à desidratação, que é tanto maior quanto menor for a idade da
criança.
Avaliação da situação
Quando uma criança tem vómitos é necessário registar e avaliar as características dos mesmos:
Número de vómitos e horário
Quantidade: em pouca ou muita quantidade
Aspeto: tem alimentos mal digeridos ou é líquido
Cor
Forma como a criança vomita: após tossir, em jato, com ou sem náuseas.
Grau de tolerância: vomita só os alimentos sólidos, também os líquidos, tudo que engole ou mais do que ingeriu
Outros sintomas: diarreia, cólicas, febre, dor de cabeça, dor no abdómen, erupção na pele.
É importante distinguir os vómitos da regurgitação do leite ou outros alimentos, pelo recém-nascido ou lactente.
Neste caso trata-se da expulsão de leite acompanhada de uma eructação (arroto) ou de mudança de posição. A
quantidade é pouca e não afeta o peso.
A causa da regurgitação é uma certa imaturidade do aparelho digestivo que se resolve espontaneamente ao fim
de alguns meses.
Deve ter os seguintes cuidados:
Levante a cabeceira cerca de 30º, colocando uma almofada pequena ou toalha na cabeceira da cama, debaixo
do colchão.
Nunca force a comer uma criança que vomita.
Um vómito isolado de outros problemas não tem qualquer
Perante um bebé que vomita várias vezes, e não apresenta outros problemas, deve fazer pausa alimentar
habitual e dar líquidos frios e açucarados em pouca quantidade e por várias vezes, como água e chá preto fraco.
Quando estiver melhor, e as náuseas tiverem passado, introduza aos poucos a dieta habitual. Na criança mais
velha comece por alimentos sólidos, não gordurosos em pequena quantidade, como: caldo de frango, cozidos e
grelhados sem gordura
Numa situação de vómitos é mais importante hidratar (dar líquidos) do que alimentar.
Diarreia
A diarreia é um problema frequente nas crianças de diferentes idades, é um sinal de irritação do
intestino. Pode ter causas muito diferentes como:
Intoxicação alimentar
Parasitas intestinais
Otites
Infeções urinárias
Alimentação inadequada
Outras causas
A diarreia caracteriza-se pela eliminação muito frequente e abundante de fezes líquidas ou semilíquidas,
podendo ter um cheiro característico.
É muito perigosa, pois leva a uma grande perda de água e de sais minerais necessários ao bom
funcionamento do organismo, podendo haver desidratação, com consequências tão mais graves, quanto
menor for a idade do bebé, porque esta ocorre muito rapidamente.
A diarreia é uma situação que de um modo geral se trata com uma dieta correta e raramente com
medicamentos, a menos que haja complicações.
Avaliação da situação
Se uma criança tem diarreia é necessário avaliar e registar as características da mesma:
Número de dejeções
Quantidade: muita ou pouca
O cheiro
A consistência: pastosa, com grumos, líquida, semilíquida,
Presença de: muco sangue ou pus
Outros sintomas: febre, vómitos, diminuição da atividade, apatia, sonolência, boca seca, olhos encovados, fontanela
deprimida (moleirinha afundada), dor, constipação.
Cuidados a ter se não há outro sinal:
Criança menor de 1 ano:
Se a alimentação é apenas com leite materno, deve continuar.
Se o aleitamento é apenas artificial, prepare os biberões com água de arroz e com menor quantidade de leite em pó
(metade da quantidade de leite para igual quantidade de água).
No caso de o bebé já beber leite inteiro, dilua em água de arroz
Dê puré de banana ou maçã muito maduras, se já introduziu estes alimentos.
Faça sopa de batata e cenoura.
Faça papa de farinha de arroz, com água.
Dê água de arroz à colher ou no biberão sempre que o bebé tenha sede, e nos intervalos das refeições.
À medida que o bebé fica melhor, acrescente progressivamente mais leite até chegar à diluição habitual.
Criança maior de 1 ano
Aumente a ingestão de líquidos (água de arroz, água ou chá preto fraco).
Suspenda o leite temporariamente e substituir por iogurtes simples.
Faça sopa de cenoura
Dê batata e cenoura cozida
Faça carne, peixe ou frango cozido
Dê maçã cozida ou banana madura.
Ofereça coca-cola sem gás (para retirar o gás mexer bem com uma colher).
Quando a criança estiver melhor, introduza pouco a pouco os outros alimentos
começando por cozidos e grelhados, sem gordura.
Dor abdominal / Cólicas abdominais
As crianças pequenas queixam-se com alguma frequência de dores de barriga. Isto significa a maior parte
das vezes que não se sentem bem.
A dor de barriga pode ter causas físicas ou psicológicas:
Problemas abdominais relacionados com náuseas e vómitos, diarreia, “gases”, cólica do recém nascido,
obstipação, apendicite ( pouco frequente em crianças menores de cinco anos e ainda mais rara no 1º ano
de vida ), infeção intestinal, parasitas intestinais, entre outros
Problemas respiratórios como constipação, gripe, otite, amigdalite e outras infeções respiratórias
Problemas emocionais como tensão nervosa, medo e preocupações ( ex. entrada para a escola, agressão
de um colega, ausência do pai ou da mãe )
Outros problemas
Possíveis sinais e sintomas:
Acesso de choro repentino, leva as mãos à barriga, dobra s coxas sobre a barriga ou aponta onde lhe dói
Abdómen distendido e doloroso ao toque
Recusa alimentar-se
Náuseas
Vómitos
Palidez
Febre
Cuidados a ter:
1. Verifique se a criança tem febre
2. Vigie a criança para detetar outros sinais ou sintomas ( ex. náuseas, vómito, diarreia )
3. Saiba à quanto tempo a criança não evacua
4. Verifique se a criança tomou algum medicamento ou alguma substância tóxica
5. Valorize o tipo de choro e queixas
6. Não lhe dê medicamentos
7. Observe e registe as características da dor
8. Observe e registe as características última micção e dejeção
9. Registe os alimentos ingeridos na última refeição.