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Cuidados na Saúde

Infantil M9
Disciplina de Saúde
1. Os direitos e deveres da criança
5. Sintomas comuns na infância ( Febre, Vómitos, Diarreia, Dor
1.1. Conhecimento dos direitos e deveres do adulto e da criança
abdominal / Cólicas abdominais, Tosse, Rinorreia, Lesões cutâneas)
1.2. Conhecimento da carta de direitos da criança hospitalizada
6. Criança doente e causas fisiológicas de maior suscetibilidade na 1ª
1.3. Respeito pelas crenças e valores
infância
2. Marcos de crescimento esturo-ponderal e psicomotor dos 0 aos 3
anos com especial incidência para o primeiro ano de vida 6.1. Noções sobre doenças exantemáticas
7. Conceito de morbilidade e mortalidade infantil
2.1. Percentis de peso
8. A prestação de cuidados de saúde infantil
2.2. Percentis de comprimento
8.1. O apoio nos cuidados na maternidade/berçário, cuidados especiais
2.3. Percentis de perímetro cefálico
para recém-nascidos, cuidados na unidade de internamento de pediatria,
2.4. A obesidade Infantil
cuidados na consulta de pediatria
3. A alimentação no primeiro ano de vida
9. Acompanhamento da criança nas atividades diárias
3.1. Aleitamento materno
9.1. Alimentação,Eliminação, Higiene e hidratação, Sono e repouso
3.2. Leites adaptados
9.2. A relação com a criança e família: a ansiedade, o medo e as crenças
3.3. Biberões associados à hospitalização
3.4. Limpeza e esterilização dos equipamentos usados na alimentação 9.3. Noções de segurança e prevenção de acidentes no universo infantil
3.5. Diversificação alimentar enquanto intervenientes passivos / ativos nas atividades diárias
4. Necessidades nutricionais específicas 9.4. A importância da ocupação dos tempos livres
10. Âmbito de intervenção do/a Auxiliar de Saúde
10.1. Tarefas a executar sob supervisão direta de um Enfermeiro
10.2. Tarefas a executar sozinho/a, sob orientação de um Enfermeiro
Carta dos direitos da criança hospitalizada
 1.A admissão de uma criança no Hospital só deve ter lugar quando os cuidados necessários à sua doença não
possam ser prestados em casa, em consulta externa ou em hospital de dia.
 2.Uma criança hospitalizada tem direito a ter os pais ou seus substitutos, junto dela, dia e noite, qualquer que
seja a sua idade ou o seu estado.
 3.Os pais devem ser encorajados a ficar junto do seu filho devendo ser-lhes facultadas facilidades materiais sem
que isso implique qualquer encargo financeiro ou perda de salário. Os pais devem ser informados sobre as regras
e as rotinas próprias do serviço para que participem ativamente nos cuidados ao seu filho.
 4. As crianças e os pais têm o direito a receber uma informação adaptada à sua idade e compreensão. As
agressões físicas ou emocionais e a dor devem ser reduzidas ao mínimo
 5. As crianças e os pais têm o direito a serem informados para que possam participar em todas as decisões
relativas aos cuidados de saúde. Deve evitar-se qualquer exame ou tratamento que não seja indispensável.
 6. As crianças não devem ser admitidas em serviços de adultos. Devem ficar reunidas por grupos etários
para beneficiarem de jogos, recreios e atividades educativas adaptadas à idade, com toda a segurança.
As pessoas que as visitam devem ser aceites sem limites de idade.
 7. O Hospital deve oferecer às crianças um ambiente que corresponda às suas necessidades físicas,
afetivas e educativas, quer no aspeto do equipamento, quer no do pessoal e da segurança.
 8.A equipa de saúde deve ter formação adequada para responder às necessidades psicológicas e
emocionais das crianças e da família.
 9. A equipa de saúde deve estar organizada de modo a assegurar a continuidade dos cuidados que são
prestados a cada criança.
 10. A intimidade de cada criança deve ser respeitada. A criança deve ser tratada com cuidado e
compreensão em todas as circunstâncias.
1.3. Respeito pelas crenças e valores
 As convicções culturais, filosóficas e religiosas do doente internado, bem como a sua orientação sexual deverão
ser respeitadas pelo estabelecimento de saúde e pelos respetivos profissionais.

 Cada pessoa é um todo único e singular, protagonista de uma história e de uma entidade Cultural e espiritual,
que para muitos se define religiosamente. Considerar estes aspetos é fundamental na prática dos cuidados de
saúde. A experiência do sofrimento torna estas dimensões particularmente importantes para o doente internado.

 Nos estabelecimentos de saúde, existem serviços religiosos, aos quais compete explicitamente garantir o
respeito pela identidade espiritual e religiosa dos doentes e procurar ir ao encontro de todos sem exceção,
diretamente ou facilitando o acesso aos ministros de outras religiões de modo a encontrar a resposta pessoal
pretendida por cada um.
Marcos de crescimento estaturo-ponderal e psicomotor dos 0 aos
3 anos com especial incidência para o primeiro ano de vida

Percentis de peso
 O peso é a medida antropométrica mais comum. Na realidade, esta medida é de massa corporal e não de peso,
mas este último termo é universalmente aceite e de difícil substituição.
 O peso é uma medida elementar para a avaliação nutricional, particularmente no que respeita a situações de
insuficiência ponderal de excesso de peso ou obesidade.
 Trata-se da medida antropométrica mais usada nos serviços de saúde em todo o mundo, sendo facilmente obtida
e é importante no cálculo da dosagem de medicamentos e planos alimentares, na definição do risco nutricional e
na definição do perfil nutricional da criança, com o objetivo de planear, implementar e avaliar programas de
saúde infantil.
 Como qualquer medida antropométrica, o valor obtido para o peso não deve ser interpretado isoladamente mas
sim posicionado numa tabela de percentis que consta do boletim de saúde infantil e juvenil.
 A evolução ponderal na trajetória do crescimento não é linear, podendo sofrer alterações e depender de fatores
exógenos pontuais, bem como apresentar características
Percentis de comprimento
 O comprimento/ estatura são medidas que expressam o processo de crescimento linear do corpo humano e são
de extrema importância na definição do perfil nutricional da criança.

 Dependendo da idade da criança e da capacidade para se manter de pé, mede-se o comprimento ou a estatura.
O comprimento é medido com a criança em decúbito dorsal, e deve ser utilizado até aos 24 meses. A estatura é
medida com a criança de pé.

 O valor obtido para o comprimento ou estatura deve ser posicionado na tabela de percentis que consta no
boletim de saúde infantil e juvenil.

 Tendo em consideração que a evolução da trajetória do crescimento não é linear e que o padrão de crescimento
estatural tem características particulares e individuais, com forte influência genética, apenas reduções ou
aumentos marcados entre duas ou mais avaliações deverão ser alvo de sinalização.
Percentis de perímetro cefálico
 Para acompanhar a avaliação do crescimento de uma criança, as medidas antropométricas incluem também o
perímetro cefálico (PC). O PC é um parâmetro altamente correlacionado com o tamanho cerebral, refletindo o
seu crescimento.
 A cabeça no feto aos 2 meses de vida intra-uterina representa, proporcionalmente, 50% do corpo; no recém-
nascido representa 25% e na idade adulta, 10%. Os dois primeiros anos de vida constituem o período em que o
crescimento cerebral se completa quase totalmente, sendo no primeiro ano particularmente acelerado.
 Este crescimento do cérebro explica o aumento do PC e a importância da sua medição periódica nos primeiros
três anos de vida.
 Quando o PC aumenta de uma forma proporcional, traduz um crescimento adequado e um bom prognóstico
neurológico, enquanto um crescimento demasiado rápido ou um ritmo lento podem ser indicativos de patologia.
 O PC tem também a sua importância nos dois primeiros anos de vida como indicador nutricional.
 A interpretação do valor obtido na medição do perímetro cefálico tem por base o valor do respetivo percentil,
observado nas tabelas de referência, para a idade e sexo. Não devem ser interpretados de forma isolada.
A obesidade Infantil

 As crianças alimentadas com leite materno não sofrem de excesso de peso, o mesmo não acontecendo com o
aleitamento artificial se não se seguirem as indicações dos técnicos de saúde.
 Os problemas podem ter início aquando da introdução de novos alimentos, nomeadamente as farinhas, não
enquanto refeição, mas como acréscimo ao leite no biberão – “ para engrossar “
 Salvo raras exceções, o excesso de peso dos bebés e das crianças resultam sempre de um excedente de
alimentos, quase sempre da responsabilidade de quem cuida.
 Os maus hábitos alimentares começam ao longo da infância e da adolescência, prolongando-se até à vida adulta.
 Para muitos adultos, consciente ou inconscientemente, dar de comer é uma forma de exprimir afeto, e por tal
quanto mais e do gosto da criança, melhor.
 Um bebé ou criança gordos são de certeza mal alimentados quer em quantidade quer em qualidade.
Erros mais comuns:
Bebés com excesso de peso:
 • Fazer doces de leite artificial muito açucarados
 • Introduzir farinhas na dieta do bebé demasiado cedo
 • Acrescentar desnecessariamente farinha ao biberão de leite para o tornar “ mais agradável “ e ajudar a
crescer
 • Dar alimentos doces muito cedo, não permitindo o hábito por alimentos menos ou não doces
Crianças com excesso de peso
 • Recusar comer determinados alimentos que são substituídos por outros francamente do seu agrado
 • Recusar comer às refeições
 • Preferência por alimentos doces.

 O excesso de peso na criança agrava-se muitas vezes por falta de atividade física, podendo tornar-se
problemático e um círculo vicioso. Ou seja, uma dificuldade em participar nos desportos, poderá levar a um mau
estar compensável por uma ingestão de mais doces e assim sucessivamente, até a adolescência ou vida adulta,
podendo vir a desencadear problemas físicos e psíquicos de gravidade.
Como ajudar?
 • Seguir o Esquema de Vigilância de Saúde ou recorrer a um técnico de saúde cumprindo as suas orientações.
 • Corrigir os erros identificados.
 • Planear a correção de erros alimentares da família, servindo assim de modelo e traduzindo-se em benefício
para todos a curto e longo prazo.
 • Evitar guloseimas
 • Em casa substituir os doces por fruta
 • Observar se a criança come por andar tensa, nervosa ou com medos, tentando resolver o motivo
 • Conquistar, quando a idade permitir, a cooperação da criança para que não coma fora de casa e das
refeições.
 Uma vigilância de saúde correta pode evitar este problema bem como as suas consequências.
A alimentação no primeiro ano de vida

 Aleitamento materno

 O Aleitamento Materno é um bom princípio para o bebé.


 Este líquido, cuja composição química varia de dia para dia, tem um valor nutriente superior ao do leite,
e contém proteínas especiais, que protegem o bebé das infeções (a primeira vacina do bebé).
 Trata-se de anticorpos, produzidos pelo organismo materno, que transmite as primeiras defesas ao
bebé. Esta razão é por si só motivo mais que válido para a obrigatoriedade da amamentação.
 Por outro lado, a ligação que existe entre a mãe e o filho, e a importância que isso tem para a saúde
física e psíquica da criança, constitui outra razão importante para os que defendem o aleitamento.
 Em relação à mãe, a sucção precoce provoca a produção de uma substância que ajuda a recuperação
do útero e que além disso, estimula a subida do leite.
Vantagens:
 Proporciona uma vivência muito íntima entre Mãe e filho
 Está disponível, esterilizado e à temperatura correta
 É de fácil digestão
 Fornece de modo equilibrado todos os nutrientes necessários ao bebé nos seus primeiros meses
 Protege o bebé contra infeções - Fator imunitário
 Diminui o risco do bebé ter alergias
 Ajuda à eliminação de gorduras no corpo da mãe e ajuda a que o útero volte ao tamanho anterior
 Impede a desidratação e desnutrição grave
 Está num recipiente “fácil de utilizar, sempre à mão”, e que nas primeiras semanas permite ao bebé
saber regular a quantidade que quer
O aleitamento pode, no entanto, ser desaconselhado por razões ligadas à mãe ou à criança:

 Doença grave da mãe - toma de medicamentos prejudiciais ao bebé, e que passam pelo leite
 Mãe com pouco ou sem leite
 Incapacidade do Bebé chupar, por várias razões
 Perda de peso sem o peso desejado à nascença
 Grande cansaço ou ansiedade da mãe provocadas pelas necessidades do bebé
 Lesões do mamilo
 Outros
Leites adaptados
 O aleitamento artificial pode ocorrer desde o início da vida do bebé, o que é raro, ou mais tarde por
diversas razões.
 Tal como já foi referido alimentar uma criança é mais que dar-lhe de comida. A relação afetiva que
acompanha este ato é importantíssima e não há razão para que não esteja garantida no aleitamento
artificial.
 O aleitamento misto pode surgir quando:
 Em cada mamada se oferece um suplemento de leite artificial
 Se substitui uma mamada por uma refeição de leite artificial.
 Devem ter-se os cuidados e preocupações inerentes ao aleitamento materno e artificial, devendo no
primeiro caso o aleitamento artificial ser oferecido após o materno.
Diversificação Alimentar
 Depois dos quatro meses o bebé está preparado para ingerir novos alimentos e digeri-los. Mas, se o
bebé é amamentado, fica satisfeito e está a crescer bem, pode assim continuar até aos seis meses.
 Se está ser alimentado com leite artificial e não fica satisfeito, deve participá-lo aos técnicos de saúde.
Geralmente há uma grande pressão do exterior para o desmame, quando começar, o que dar, como
dar.
 Desmame é uma forma acompanhar as exigências do crescimento e desenvolvimento da criança e um
modo de incentivar a sua autonomia.
 A introdução de novos alimentos não é um problema do ponto de vista do bebé, mas alguns demoram
mais tempo que outros a habituar-se a comer alimentos sólidas, bem como as suas mamadas de leite.
 Sugestão de desmame a partir dos:
 4 Meses se estiver a ser alimentado com leite artificial
 6 Meses se estiver a ser amamentado.
 Tradicionalmente a primeira refeição sólida é constituída por papa de cereais, que não à base de
trigo. Geralmente bem aceite pelo bebé, dado a consistência e paladar, pode no entanto em vez
desta, dar-se o puré de legumes.
 Fruta, carne, peixe e ovos é a sequência aconselhada para introduzir alimentos, devendo ser feito à
colher.
 É importante continuar a dar leite, seja materno ou artificial, devendo este último ser readaptado
pelo médico.
 O leite é um importante fornecedor de proteínas (fundamentais ao crescimento muscular e dos
órgãos) e é quase a única fonte de cálcio (necessário para os ossos e dentes). Nunca se deve dar
menos que meio litro de leite por dia.
Idade e introdução de alimentos
 4 MESES - 3 a 4 refeições por dia, sendo uma de papa de farinha
ou puré de legumes  ENTRE OS 8 E OS 9 MESES
 2 ou 3 refeições lácteas ( leite, papa láctea de farinha ou iogurte )
 4 E MEIO A 5 MESES  2 Refeições de puré de legumes com carne, peixe ou gema de ovo e
 2 a 3 refeições de leite fruta
 1 Refeição de puré de legumes e fruta esmagada
 1 Refeição de farinha  DEPOIS DOS 9 MESES
 2 Refeições lácteas
 ENTRE OS 5 E OS 6 MESES  2 Refeições de:
 2 ou 3 refeições de leite o Sopa
 1 Refeição de puré de legumes com carne picada e fruta o Carne, peixe ou ovo, com puré de batata ou hortaliça cozida, arroz ou
 esmagada massa
 1 Refeição de papa de farinha o Fruta em sumo ou esmagada
o Aos poucos o puré de legumes deve passar a ser mais espesso
 ENTRE OS 6 E OS 7 MESES
 2 a 3 refeições de leite ( 1 pode ser de iogurte simples )
 1 Refeição de puré de legumes com carne ou peixe, e fruta
 1 Refeição de papa de farinha
Alimentos permitidos com reserva:
 BOIÕES  MEL
 Utilizar só como recurso  Alimento natural que a ser dado deve sê-lo em muito pequenas
quantidades e nunca como meio de calar ou adormecer

 SOBREMESAS DOCES
 AÇORDA
 Podem ser um modo de fornecer leite a uma criança que
 Só deverá ser utilizada como modo de dar carne, peixe ou ovo
 bebe pouco, mas há outros modos de o fazer sem o
quando a criança os não quer no puré de legumes. Não deverá
inconveniente do açúcar
ser dado mais do que uma vez por semana. A acontecer deve ser
feito com pão de mistura.
 BOLACHAS, BOLOS E GULOSEIMAS
 Nos intervalos das refeições tiram o apetite
 Com iogurte devem escolher-se as mais simples

 AÇÚCAR
 Incentivar maus hábitos estraga os dentes, engorda e pode estar
na origem de doenças em adulto. Os alimentos têm açúcar, não
adicione mais
 Alimentos a evitar
 Cereais ricos em fibra, O bebé não está preparado uma vez que a sua digestão é difícil.
 Queijo feito com leite não pasteurizado até o bebé ter 2 anos.
 Não dar queijo fresco
 Alimentos salgados, gordos ou doces
 Não dê amendoins a um bebé (pode sufocar ao comê-los)

 Alimentos proibidos
 Fígado e mioleira – Estes alimentos estão intimamente ligados à transmissão de doenças de origem
animal, pelo que não devem ser ingeridos por crianças e adultos.
 Espinafres, nabos e beterrabas antes dos 6 meses.
Sintomas comuns na infância
 Febre
 A febre é uma manifestação comum a muitas doenças. O corpo saudável mantém uma temperatura
constante situada entre os 36-37ºC, estabelecendo um equilíbrio entre o calor que produz e o que
liberta.
 Dizemos que uma criança tem febre quando a temperatura está acima dos 37ºC, significando isto que
o equilíbrio está perturbado. A febre é um sinal de doença. A gravidade da doença depende da
existência de outros sintomas, do período de duração da febre se esta cede (baixa) com a medicação.
 A febre muito alta pode ser perigosa em bebés e crianças pequenas pelo risco de convulsões.
 Avaliação da temperatura
 Existem termómetros com depósito de mercúrio e digitais. Com os termómetros digitais a
temperatura é avaliada no ouvido externo.
 Para isso:
 1- Deite o bebé ou sente-o ao colo com a cabeça encostada ao seu peito.
 2- Puxe com cuidado a orelha para trás de modo a endireitar o canal auditivo.
 3- Ligue o termómetro.
 4- Introduza cuidadosamente a ponta do termómetro no canal auditivo.
 5- Carregue no botão durante um segundo e leia a temperatura após o termómetro ter apitado.
 6- Desligue o termómetro.
Vómitos
 Os vómitos na criança podem ser um sintoma de diferentes doenças ou problemas, como por exemplo:
Constipação, traumatismo craniano, febre, intoxicação alimentar, ingestão de substância tóxica, apendicite,
amigdalite, otite, obstrução intestinal ou infeção urinária entre outras causas.
 Os vómitos são muito perigosos pois podem levar à desidratação, que é tanto maior quanto menor for a idade da
criança.
 Avaliação da situação
 Quando uma criança tem vómitos é necessário registar e avaliar as características dos mesmos:
 Número de vómitos e horário
 Quantidade: em pouca ou muita quantidade
 Aspeto: tem alimentos mal digeridos ou é líquido
 Cor
 Forma como a criança vomita: após tossir, em jato, com ou sem náuseas.
 Grau de tolerância: vomita só os alimentos sólidos, também os líquidos, tudo que engole ou mais do que ingeriu
 Outros sintomas: diarreia, cólicas, febre, dor de cabeça, dor no abdómen, erupção na pele.
 É importante distinguir os vómitos da regurgitação do leite ou outros alimentos, pelo recém-nascido ou lactente.
Neste caso trata-se da expulsão de leite acompanhada de uma eructação (arroto) ou de mudança de posição. A
quantidade é pouca e não afeta o peso.
 A causa da regurgitação é uma certa imaturidade do aparelho digestivo que se resolve espontaneamente ao fim
de alguns meses.
 Deve ter os seguintes cuidados:
 Levante a cabeceira cerca de 30º, colocando uma almofada pequena ou toalha na cabeceira da cama, debaixo
do colchão.
 Nunca force a comer uma criança que vomita.
 Um vómito isolado de outros problemas não tem qualquer
 Perante um bebé que vomita várias vezes, e não apresenta outros problemas, deve fazer pausa alimentar
habitual e dar líquidos frios e açucarados em pouca quantidade e por várias vezes, como água e chá preto fraco.
 Quando estiver melhor, e as náuseas tiverem passado, introduza aos poucos a dieta habitual. Na criança mais
velha comece por alimentos sólidos, não gordurosos em pequena quantidade, como: caldo de frango, cozidos e
grelhados sem gordura
 Numa situação de vómitos é mais importante hidratar (dar líquidos) do que alimentar.
Diarreia
 A diarreia é um problema frequente nas crianças de diferentes idades, é um sinal de irritação do
intestino. Pode ter causas muito diferentes como:
 Intoxicação alimentar
 Parasitas intestinais
 Otites
 Infeções urinárias
 Alimentação inadequada
 Outras causas
 A diarreia caracteriza-se pela eliminação muito frequente e abundante de fezes líquidas ou semilíquidas,
podendo ter um cheiro característico.
 É muito perigosa, pois leva a uma grande perda de água e de sais minerais necessários ao bom
funcionamento do organismo, podendo haver desidratação, com consequências tão mais graves, quanto
menor for a idade do bebé, porque esta ocorre muito rapidamente.
 A diarreia é uma situação que de um modo geral se trata com uma dieta correta e raramente com
medicamentos, a menos que haja complicações.
 Avaliação da situação
 Se uma criança tem diarreia é necessário avaliar e registar as características da mesma:
 Número de dejeções
 Quantidade: muita ou pouca
 O cheiro
 A consistência: pastosa, com grumos, líquida, semilíquida,
 Presença de: muco sangue ou pus
 Outros sintomas: febre, vómitos, diminuição da atividade, apatia, sonolência, boca seca, olhos encovados, fontanela
deprimida (moleirinha afundada), dor, constipação.
 Cuidados a ter se não há outro sinal:
 Criança menor de 1 ano:
 Se a alimentação é apenas com leite materno, deve continuar.
 Se o aleitamento é apenas artificial, prepare os biberões com água de arroz e com menor quantidade de leite em pó
(metade da quantidade de leite para igual quantidade de água).
 No caso de o bebé já beber leite inteiro, dilua em água de arroz
 Dê puré de banana ou maçã muito maduras, se já introduziu estes alimentos.
 Faça sopa de batata e cenoura.
 Faça papa de farinha de arroz, com água.
 Dê água de arroz à colher ou no biberão sempre que o bebé tenha sede, e nos intervalos das refeições.
 À medida que o bebé fica melhor, acrescente progressivamente mais leite até chegar à diluição habitual.
 Criança maior de 1 ano
 Aumente a ingestão de líquidos (água de arroz, água ou chá preto fraco).
 Suspenda o leite temporariamente e substituir por iogurtes simples.
 Faça sopa de cenoura
 Dê batata e cenoura cozida
 Faça carne, peixe ou frango cozido
 Dê maçã cozida ou banana madura.
 Ofereça coca-cola sem gás (para retirar o gás mexer bem com uma colher).
 Quando a criança estiver melhor, introduza pouco a pouco os outros alimentos
começando por cozidos e grelhados, sem gordura.
Dor abdominal / Cólicas abdominais
 As crianças pequenas queixam-se com alguma frequência de dores de barriga. Isto significa a maior parte
das vezes que não se sentem bem.
 A dor de barriga pode ter causas físicas ou psicológicas:
 Problemas abdominais relacionados com náuseas e vómitos, diarreia, “gases”, cólica do recém nascido,
obstipação, apendicite ( pouco frequente em crianças menores de cinco anos e ainda mais rara no 1º ano
de vida ), infeção intestinal, parasitas intestinais, entre outros
 Problemas respiratórios como constipação, gripe, otite, amigdalite e outras infeções respiratórias
 Problemas emocionais como tensão nervosa, medo e preocupações ( ex. entrada para a escola, agressão
de um colega, ausência do pai ou da mãe )
 Outros problemas
 Possíveis sinais e sintomas:
 Acesso de choro repentino, leva as mãos à barriga, dobra s coxas sobre a barriga ou aponta onde lhe dói
 Abdómen distendido e doloroso ao toque
 Recusa alimentar-se
 Náuseas
 Vómitos
 Palidez
 Febre
 Cuidados a ter:
 1. Verifique se a criança tem febre
 2. Vigie a criança para detetar outros sinais ou sintomas ( ex. náuseas, vómito, diarreia )
 3. Saiba à quanto tempo a criança não evacua
 4. Verifique se a criança tomou algum medicamento ou alguma substância tóxica
 5. Valorize o tipo de choro e queixas
 6. Não lhe dê medicamentos
 7. Observe e registe as características da dor
 8. Observe e registe as características última micção e dejeção
 9. Registe os alimentos ingeridos na última refeição.

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