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Criada pelo Decreto N.

º 44-A/01 do Conselho de Ministros, em 06 de Julho de 2001

COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENFERMAGEM E OBSTETRÍCIA

GESTÃO E ECONOMIA DA SAÚDE

Tema : GESTÃO DE RECURSOS


MATERIAIS E MEDICAMENTOS
DOCENTE: Prof. Mestre Paulo Luvualo
LOGÍSTICA HOSPITALAR

Prof. Fernando Lopes de Souza da Cunha


CONCEITO DE HOSPITALSEGUNDO A
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE

O hospital é parte integrante de um sistema


coordenado de saúde, cuja função é dispensar à
comunidade assistência à saúde, tanto curativa
quanto preventiva, incluindo serviços à família,
em seu domicílio e ainda é um centro de formação
para os que trabalham no campo da saúde e para
pesquisas bio-sociais.
CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO DA SAÚDE
“Administração de saúde é planejar,
organizar, dirigir, controlar, coordenar e
avaliar os recursos e procedimentos pelos
quais a demanda por cuidados médicos e de
saúde, e as necessidades de um ambiente
saudável são atendidos, mediante a provisão
de serviços a clientes individuais,
organizações e comunidades” (Charles J.
Austrin)
ORIGEM DA PALAVRA LOGÍSTICA

A palavra LOGÍSTICA é de origem francesa,


do verbo ”loger”, que significa “alojar”.
O termo é de origem militar e significa a arte de
transportar, abastecer e alojar tropas, com
um só objetivo: VENCER BATALHAS.
Acrescentam que se pode definir logística
como sendo a junção de quatro atividades
básicas: aquisição, movimentação,
armazenagem e entrega de produtos.
CONCEITO DE LOGÍSTICA SEGUNDO CLM -
Councial of Logisties Management, Na Visão
de Bowersox e Closs

“É o processo de planeamento,
implementação e controlo eficiente e eficaz do
fluxo e armazenagem de mercadorias,
serviços e informações relacionadas desde o
ponto de origem até o ponto de consumo, com
o objectivo de atender às necessidades do
cliente.”
OUTRO CONCEITO DE LOGÍSTICA
Logística é o ato de gerir estrategicamente e
racionalmente, com o máximo de eficiência e
eficácia, recursos possuidores de valor econômico,
sejam eles bens ou serviços, pertencentes a
organizações públicas ou privadas, a partir de sua
origem, passando pelo suprimento, armazenagem,
administração de estoques e transporte, e os fluxos
correlatos, com o fim de oferecer ao cliente
produtos e serviços, no tempo certo, no lugar
desejado, na qualidade exigida, e ao menor custo
possível.

(Fernando Cunha)
LOGÍSTICA HOSPITALAR
A LOGÍSTICA HOSPITALAR É O
PROCESSO DE GERENCIAR
ESTRATEGICAMENTE E RACIONALMENTE A
AQUISIÇÃO, MOVIMENTAÇÃO E
ARMAZENAGEM DE MATERIAIS MÉDICO -
HOSPITALARES, MEDICAMENTOS E OUTROS
MATERIAIS NECESSERÁRIOS AO PERFEITO
FUNCIONAMENTO DA UNIDADE HOSPITALAR
(E OS FLUXOS DE INFORMAÇÕES
CORRELATAS) DE MODO A PODER
PRESERVAR A VIDA E / OU RESTUARAR A
SAÚDE DOS CLIENTES (PACIENTES) COM
ÓTIMA QUALIDADE, CUSTO BAIXO E
RETORNO SATISFATÓRIO PARA A
INSTITUIÇÃO.
(FERNANDO CUNHA)
LOGÍSTICA HOSPITALAR
LOGÍSTICA HOSPITALAR É UMA OPERAÇÃO
INTEGRADA PARA CUIDAR DE SUPRIMENTOS E
DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS DESTINADOS AOS
HOSPITAIS DE FORMA RACIONALIZADA, O QUE
SIGNIFICA PLANEAR, ORGANIZAR, COORDENAR
E EXECUTAR TODO O PROCESSO, VISANDO À
REDUÇÃO DE CUSTOS, A EFICIÊNCIA E RAPIDEZ
NA ENTREGA, A PRESERVAÇÃO DA VIDA E O
AUMENTO DA QUALIDADE E DA
COMPETITIVIDADE HOSPITALAR.

(F. CUNHA)
MISSÃO DA LOGÍSTICA NO ÂMBITO DA
GESTÃO DOS RECURSOS MATERIAIS NOS
HOSPITAIS

Fornecer quantidade desejada de


serviços aos clientes, objetivando
alcançar níveis de custos aceitáveis e
competitivos.

Proporcionar subsídios e condições


para que os produtos hospitalares se
movimentem da maneira mais rápida e
eficaz possível.
MISSÃO DA LOGÍSTICA NO ÂMBITO DA
GESTÃO DOS RECURSOS MATERIAIS
NOS HOSPITAIS

 Dispor o produto ou o serviço


hospitalar certo, no lugar certo,
no tempo certo, e nas condições
desejadas, ao mesmo tempo em
que se fornece a maior
contribuição ao Hospital.
OBJETIVOS DA LOGÍSTICA NOS HOSPITAIS

 AUMENTAR O GRAU DE SATISFAÇÃO DOS


CLIENTES

 TORNAR DISPONÍVEIS PRODUTOS E


SERVIÇOS NO LOCAL ONDE SÃO
NECESSÁRIOS, NO MOMENTO EM QUE
SÃO DESEJADOS.

 ATINGIR UM NÍVEL DESEJADO DE SERVIÇO AO


CLIENTE PELO MENOR CUSTO TOTAL POSSÍVEL.
FUNÇÃO BÁSICA DA LOGÍSTICA
HOSPITALAR
Disponibilizar nas áreas solicitantes em
tempo hábil os materiais e
medicamentos necessários ao
atendimento dos pacientes (clientes) dos
hospitais.
ASPECTOS A CONSIDERAR NA
GESTÃO LOGÍSTICA NOS HOSPITAIS

- Os hospitais lidam com a vida do ser


humano.
- Como empresas os hospitais possuem
recursos materiais, humanos, financeiros
e informacionais que devem ser
canalizados para os seus clientes.

- A terminologia cliente deve ser usada


no lugar de paciente.
O QUE É GERIR EM LOGÍSTICA
HOSPITALAR?

AO DIZER GERIR EM LOGÍSTICA HOSPITALAR


QUEREMOS DIZER PLANEAR, ORGANIZAR,
CONTROLAR, COMANDAR E OTIMIZAR A UTILIZAÇÃO
DE RECURSOS MATERIAIS COM VISTA A ATENDER
AO CLIENTE HOSPITALAR NO TEMPO E NO LUGAR
CERTO AO MENOR CUSTO TOTAL POSSÍVEL E
OTIMIZAR OS RECURSOS HUMANOS ENVOLVIDOS
NESTE PROCESSO.
Fonte - Adaptado da Internet
Um Hospital entendeu que estava no momento
de mudar o estilo de gestão e contratou um
novo gerente de logística.
Este veio determinado a agitar nas bases e
tornar a seu estilo, a Logística Hospitalar mais
produtiva.
No primeiro dia, acompanhado dos dois principais
assessores, fez uma inspeção em todos os setores de
logística do hospital (almoxarifados, compras, farmácia,
transportes...)
Na CAF (Central de Abastecimento Farmacêutico) todos
estavam trabalhando, mas um rapaz novo estava
Vendo uma boa oportunidade de demonstrar sua
filosofia de trabalho, o gerente perguntou ao
rapaz:
Quanto que você ganha por mês ?
Quatrocentos e setenta reais, porque ?
Respondeu o rapaz sem saber do que se tratava.
O administrador tirou R$ 500,00 do bolso e deu ao rapaz,
dizendo :
- Aqui está o seu salário do mês, com sobra.
- Agora desapareça e não volte nunca mais !!! Só quero
aqui quem tiver disposto a trabalhar muito!!!
O rapaz guardou o dinheiro e saiu conforme as ordens
recebidas.
O gerente então, enchendo o peito, pergunta a
um grupo de funcionários :
Algum de vocês sabe o que este tipo fazia
aqui ?
-Sim senhor
-Responderam atônitos os funcionários.
Ele veio entregar Pizzas.
Entregado
r
de Pizzas

gerente

“Existem pessoas nas organizações de saúde


e em outros tipos de organizações, que
desejam tanto mandar, que se esquecem de
pensar”
ATIVIDADES DA GESTÃO DE MATERIAIS NO
CONTEXTO HOSPITALAR EM UM ENFOQUE
LOGÍSTICO

1. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES.
2. ARMAZENAGEM:
3. TRANSPORTES
4. FLUXO DE INFORMAÇÃO E PROCESSAMENTO DE
PEDIDOS
5. COMPRAS
ATIVIDADES DA GESTÃO DE MATERIAIS NO
CONTEXTO HOSPITALAR EM UM ENFOQUE
LOGÍSTICO
6. SERVIÇOS

a) Ouvidoria de Materiais.

b) Serviços de Farmácia.

c) Proteção contra perdas e danos.


d) Serviço de Nutrição.
e) Eliminação de desperdícios.
f) Serviço de Lavanderia Hospitalar,...
DESPERDÍCIO HOSPITALAR
EM UM CONTEXTO LOGÍSTICO

•QUE É DESPERDÍCIO?

•Desperdício é gastar sem proveito.


•Esbanjamento. Extravio. Perda.
È a utilização incorreta dos recursos
humanos e materiais que causam perdas de
qualquer tipo a organização de saúde.
É no linguajar popular, jogar dinheiro fora.
EXEMPLOS DE DESPERDÍCIOS
NOS HOSPITAIS

Ausência de padronização adequada


de medicamentos e material médico
hospitalar;
Guarda desnecessária de material
médico hospitalar e medicamentos nos
postos de enfermagem e outros locais não
apropriados do hospital ;
Acender luzes sem necessidade;
Uso excessivo do telefone;
Deixar torneiras pingando água;
Deixar ventiladores ligados sem necessidade;
Desperdício com ar condicionado;
Tempo e material gasto sem necessidade;

Utilização inadequada dos espaços físicos
os hospitais;
Baixa racionalidade no uso de equipamentos;
Contratos de serviços mal feitos com prejuízos
para o hospital;
O QUE É ESTOQUE?
São certas quantidades de itens mantidos em
disponibilidade constante e renovados
permanentemente, para produzir lucros e/ou
serviços.
O QUE É GERENCIAMENTO DE ESTOQUE?
É o ato de gerir recursos possuidores de valor
econômico e destinados as necessidades futuras de
material de uma empresa.
QUANDO NÃO EXISTE NECESSIDADE DE ESTOCAGEM DE
MATERIAIS?
Quando a demanda para produtos de um hospital é
totalmente conhecida e quando os produtos podem
ser fornecidos imediatamente para satisfazê-la.
OBJECTIVOS DOS ESTOQUES NOS HOSPITAIS

 Melhorar o nível do serviço oferecido.

 Permitir economias de escala nas compras e no


transporte.

 Proteção contra alterações de preço.

 Proteção contra oscilações na demanda ou no


tempo de ressuprimento.

 Proteção contra contingências.


RAZÕES PARA ESTOCAGEM DE MATERIAIS

1. Reduzir custos de transporte.

2. Coordenar a oferta e a demanda.

3. Em um hospital se lida com a vida


humana.

4. Incerteza da demanda futura e da sua


variação ao longo do período do planejamento.
RAZÕES PARA ESTOCAGEM DE MATERIAIS

5. Disponibilidade imediata de material.

6. Cumprimento dos prazos de entrega.

7. Necessidade de continuidade operacional.

8. Necessidade de remuneração do capital investido.


EM QUE CONSISTE A ANÁLISE DE
ESTOQUE:

Na avaliação contínua das variações


sofridas pelo mesmo ao longo de um
período de tempo considerado, bem
como suas causas e efeitos.
PREVISÃO DE ESTOQUES
CONCEITO
Projeção para o futuro em que determinada
probabilidade é esperada.

NOTE BEM:

A previsão é o ponto de partida de


todo planejamento de estoque.
A previsão deve ser sempre
considerada como a hipótese mais
provável dos resultados.
ELEMENTOS DE CONTROLO DE ESTOQUE

1. Consumo Médio - (CM ou CMM)

É a média de consumo de um artigo verificado em


um determinado período de tempo, podendo ser
diário, semanal, mensal, semestral, anual, etc.

2. Tempo de Ressuprimento - (TR)

É o período compreendido desde a emissão da


ordem de compra até a chegada de material no
almoxarifado, pronto para uso.
ELEMENTOS DE CONTROLO DE ESTOQUE

3. Estoque Mínimo- (E.MÍN)

É a quantidade mínima de material destinada a


evitar possíveis paralisações nos trabalhos da
empresa. Também denominado estoque de
segurança ou de proteção. Calculando
proporcionalmente ao tempo de ressuprimento.
TR
Fórmula: E.Mín. = X CMM
2
ELEMENTOS DE CONTROLO DE ESTOQUE

4. Ponto de Ressuprimento - (PR)

É o momento que se deve proceder a uma


nova aquisição. Também denominado Ponto
de Reposição ou ponto de ressuprimento.

Fórmula: PR = CMM X TR + E.MÍN


ELEMENTOS DE CONTROLO DE ESTOQUE

5. Intervalo de Ressuprimento - (I)


É o período compreendido entre duas aquisições.

6. Quantidade de Ressuprimento - (Q)

É o correspondente ao que deve ser adquirido


para que o estoque seja recomposto e atinja o
nível de estoque desejado.
Fórmula: Q = CMM X I
ELEMENTOS DE CONTROLO DE ESTOQUE

7. Estoque Máximo - (EMáx)


É a maior quantidade de material que deve ser
estocada, para que a empresa dê continuidade
às suas atividades.
Fórmula: EMax = Q + EMín

8. Estoque Médio - (EM)


É a quantidade intermediária entre os estoques
mínimos e máximos.
Q
Fórmula: EM = + Emín.
2
ELEMENTOS DE CONTROLO DE ESTOQUE

9. Ruptura de Estoque
Dá-se quando o consumo faz com que o
estoque chegue a nível zero, e ainda continua
a haver demanda do material.

OBS.: O objetivo do controle de material é


evitar que isto aconteça.
Giro de Estoque
GE ou rotatividade: um indicador que reflete
o numero de vezes que o estoque roda em
determinado período
Exemplo: Uma empresa faz inventário no
primeiro dia útil do ano e encontra o
número 200 para o seu estoque. Durante o
decorrer do ano comprou 800 e, no seu
inventário final o número era de 400.
Pergunta-se: quantas vezes girou seu
estoque?
GE = (Inventário inicial + Compra) -inventário final
Inventário inicial +inventário final
2

GE = (200 + 800) - 400


200 + 400
2
GE = 600
300

GE = 2
Antigiro ou cobertura de estoque
O que é?
Índice que mede o tempo médio de permanência
dos estoques na organização.
Fórmulas:

CE = Período de tempo considerado


Giro de estoque

CE = ( Estoque médio) Período de Tempo


( Venda )
MÉTODO EMPÍRICO, BASTANTE UTILIZADO

PRAZO DE ESTOQUE DE
ABASTECIMENTO RESERVA
(SUFICIENTE PARA)
1 Mês 2 Semanas
2 Meses 4 Semanas
3 Meses 5 Semanas
4 Meses 6 Semanas
5 Meses 8 Semanas
8 Meses 9 Semanas
12 Meses 12 Semanas
Lote Econômico de Compras
Lec = √ 2 . D . S
I .C
Ou
Lec = √ 2 . D . S
I
Onde:
D = Demanda no período
S = Custo unitário do período
I = Custo de manutenção de estoque/ano
C = Custo unitário do produto

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