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Projeto e Modelagem

Matemática de
Engrenagens III
Prof. Dr. Helder Anibal Hermini
FORMAS DE DENTES COM ADENDOS
DESIGUAIS

A fim de evitar a interferência em pinhões


pequenos, a forma do dente pode ser mudada das
formas padronizadas de profundidade completa,
que tem adendos iguais em ambos pinhão e
engrenagem, para uma forma involuta com um
adendo maior no pinhão e outro menor na
engrenagem. Estas são chamadas de engrenagens
de perfil transladado.
FORMAS DE DENTES COM ADENDOS
DESIGUAIS

Figura 01: Dentes de engrenagem de perfil transladado com adendos


longo e curto para evitar interferência e adelgaçamento.
FORMAS DE DENTES COM ADENDOS
DESIGUAIS

• A AGMA https://www.agma.org define


coeficientes de modificações em adendos, x1 e x2,
que sempre somam zero, sendo iguais em
magnitude e opostos em sinal.
• O coeficiente positivo x1 é aplicado para aumentar
o adendo do pinhão, e o negativo x2 decresce o
adendo da engrenagem pela mesma quantia. A
profundidade total do dente permanece a mesma.
FORMAS DE DENTES COM ADENDOS
DESIGUAIS
• O efeito líquido é a translação das circunferências
de referência para longe da circunferência de base
do pinhão e a eliminação da parte não involuta do
dente do pinhão abaixo da circunferência de base.
Os coeficientes padronizados são ±0,25 e ±0,50,
que adicionam/subtraem 25% ou 50% dos
adendos padronizados, respectivamente. O limite
desse procedimento ocorre quando o dente do
pinhão se torna pontudo.
FORMAS DE DENTES COM ADENDOS
DESIGUAIS
• A desvantagem das formas de dentes de
adendos desiguais está em um aumento na
velocidade de escorregamento na ponta do
dente. A percentagem de deslizamento
entre os dentes é então maior que com
dentes de adendos iguais. Isso aumenta as
tensões na superfície do dente.
FORMAS DE DENTES COM ADENDOS
DESIGUAIS
• As perdas por atrito no engrenamento são
também aumentadas pelas velocidades
maiores de deslizamento. Dudley[10]
recomenda evitar mais que 25% de
aumento no adendo dos dentes de pinhão
em engrenagens cilíndricas retas ou
helicoidais por causa das desvantagens
associadas com as velocidades elevadas de
deslizamento deles.
RAZÃO DE CONTATO
A razão de contato mp define o número médio
de dentes em contato em qualquer momento. É
calculada por:

(equação 01)

onde Z é o comprimento de ação e pb é o passo de


base dada pela equação:
(equação 02)
COMPRIMENTO DE AÇÃO Z

Figura 2: Geometria do Engrenamento


Os pontos de entrada e saída de contato definem o engrenamento
do pinhão e a engrenagem. A distância ao longo da linha de ação entre
esses pontos dentro do engrenamento é chamada de comprimento de
ação Z, definida pelas interseções das respectivas circunferências de
cabeça com a linha de ação, como mostrado na Figura 2.
COMPRIMENTO DE AÇÃO Z

Figura 2: Geometria do Engrenamento


Z é calculado a partir da geometria das engrenagens por:

onde rp e rg são os raios das circunferências de referência e ap e ag as


saliências do pinhão e da engrenagem, respectivamente. C é a
distância entre os centros e φ é o ângulo de pressão.
RAZÃO DE CONTATO
Substituindo a equação do passo de base pb na
equação da razão de contato, tem-se que:
 
𝑍
𝑚 𝑝= (equação 03)
𝑝𝑐 𝑐𝑜𝑠 Φ
Substituindo a equação de relação entre o passo
diametral pd e o passo circular pc , tem-se que:

(equação 04)
Equação de relação entre
o passo diametral e o
passo circular pc Definição de mp em termos do
passo diametral
RAZÃO DE CONTATO

• Se a razão de contato for 1, então um dente


estará deixando o contato justamente quando
o próximo está entrando em contato. Isso é
indesejável, porque um pequeno erro no vão
do dente causará oscilações na velocidade,
vibração e barulho. Além disso, a carga será
aplicada na ponta do dente, criando os
momentos fletores maiores possíveis.
RAZÃO DE CONTATO

• Com razões de contato maiores que 1, existe a


possibilidade de divisão da carga entre dentes. Para
razões de contato entre 1 e 2, que são comuns para
engrenagens retas, ainda haverá momentos durante o
engrenamento em que um par de dentes estará
recebendo toda a carga. Contudo, ocorrerá em direção ao
centro da região de engrenamento onde a carga é
aplicada em uma posição mais baixa do dente, em vez de
ser na ponta dele. Esse ponto é chamado de o ponto mais
alto de contato de um só dente ou HPSTC (highest point
of single-tooth contact).
RAZÃO DE CONTATO
• A razão de contato mínima aceitável para uma
operação suave é 1,2. Uma razão de contato mínima
de 1,4 é preferível, e se for maior, melhor. A maior
parte dos engrenamentos de engrenagens retas terá
razões de contato entre 1,4 e 2. A Equação 4 mostra
que para dentes menores (pd maior) e ângulos de
pressão maiores, a razão de contato será maior.

(equação 04)

Definição de mp em termos do
passo diametral
TREM DE ENGRENAGENS
TREM DE ENGRENAGENS
• Um trem de engrenagens é qualquer coleção
de duas ou mais engrenagens acopladas. Um
par de engrenagens é, portanto, a forma mais
simples de um trem de engrenagem e
usualmente está limitado a uma razão de
cerca de 10:1.

• Os trens de engrenagens podem ser simples,


compostos ou epicíclicos.
TRENS DE ENGRENAGENS SIMPLES
Em um trem de engrenagens simples,
cada eixo carrega somente uma
engrenagem. O exemplo mais básico de
duas engrenagens desse tipo está
mostrado na Figura 3. A razão de
velocidade (também chamada de razão do
trem) de um par de engrenagens é dada
pela Equação:

Figura 03: Par de


engrenagens externas.
TRENS DE ENGRENAGENS SIMPLES
A Figura 04 mostra um trem de
engrenagens simples com cinco
engrenagens em série. A equação 05
mostra a expressão para a razão de
velocidades deste trem:

(equação 05)

Figura 04: trem de


engrenagens simples.
TRENS DE ENGRENAGENS SIMPLES

(equação 05)

Cada par de engrenagem contribue


potencialmente para a razão global do trem, mas
no caso de um trem simples, os efeitos numéricos
de todas as engrenagens, exceto a primeira e a
última, cancelam-se. A razão de velocidades do
trem simples é sempre apenas a razão da primeira
engrenagem sobre a última.
Figura 04: trem de
engrenagens simples.
TRENS DE ENGRENAGENS SIMPLES
• Somente o sinal da razão global de velocidades do
trem é afetada pelas engrenagens intermediárias,
que são chamadas de “vazias ou sem carga”,
porque nenhuma potência é tipicamente tirada de
seus eixos.

• Se todas as engrenagens em um trem forem


externas e se houver um número par de
engrenagens no trem, a direção do movimento de
saída será oposta àquela de entrada. Se houver um
número ímpar de engrenagens externas no trem, a
saída será na mesma direção que a entrada. Assim,
uma engrenagem única, externa e vazia de
qualquer diâmetro pode ser usada para mudar a
direção da engrenagem de saída sem afetar sua Figura 04: trem de
magnitude de velocidade. engrenagens simples.
TRENS DE ENGRENAGENS SIMPLES
• É prática comum inserir uma única
engrenagem intermediária para mudar a
direção, mas mais do que uma engrenagem
vazia é supérfluo.

• Há pouca justificativa para projetar um trem


de engrenagem como está mostrado na
Figura 04. Se o que necessitamos é conectar
dois eixos que estão bastante afastados, um
simples trem de muitas engrenagens
poderia ser usado, mas isso será muito mais
caro que uma corrente ou uma correia para
a mesma aplicação. Figura 04: trem de
engrenagens simples.
TRENS DE ENGRENAGENS SIMPLES
• Se o que necessitamos é obter uma
razão de velocidades maior que aquela
que poderíamos obter com um
simples par de engrenagens, será
necessária a utilização de trens de
engrenagens compostos ou ainda
trens de engrenagens epicíclicos .

Figura 04: trem de


engrenagens simples.
TREM DE ENGRENAGENS COMPOSTO

Para obter uma razão de


velocidades maior que cerca de 10:1
com engrenagens é necessário compor
o trem (a menos que um trem de
engrenagens epicíclico seja usado). Em
um trem composto, pelo menos um eixo
tem mais do que uma engrenagem. Ele
terá um arranjo paralelo ou série-
paralelo, em vez das conexões puras em
série do trem de engrenagens simples. A
Figura 05 mostra um trem composto de
quatro engrenagens, duas das quais, as
engrenagens 3 e 4, estão postas no
mesmo eixo e, assim, têm a mesma
Figura 04: Trens de engrenagens
velocidade angular. compostos de dois estágios sem reversão
TREM DE ENGRENAGENS COMPOSTO

A razão de velocidades do trem é


agora:

(equação 06)

Figura 04: Trens de engrenagens


compostos de dois estágios sem reversão
TREM DE ENGRENAGENS COMPOSTO
Isso pode ser generalizado para qualquer número de
engrenagens no trem como:

(equação 07)

Observe que essas razões intermediárias não se cancelam e a


razão de velocidades global do trem é o produto das razões de pares
de engrenagens paralelas. Assim, uma razão maior pode ser obtida
no trem de engrenagens composto a despeito das limitações
aproximadas de 10:1 nas razões individuais de pares de
engrenamento. O sinal de mais ou menos na Equação 07 depende
do número e tipo de engrenamentos no trem, se interno ou externo.
TRENS COMPOSTOS REVERTIDOS
Na Figura 5(a), os eixos de entrada e saída estão em locais diferentes.
Isso pode ser aceitável e até mesmo desejável em alguns casos no projeto
global da máquina. Esse trem de engrenagens, cujos eixos de entrada e
saída não são coincidentes, é chamado de trem composto não revertido.

Figura 05: Trens de engrenagens compostos de dois estágios: (a) sem reversão; (b) com reversão.
TRENS COMPOSTOS REVERTIDOS
Em alguns casos, como em transmissões, é desejável e até necessário
ter o eixo de saída concêntrico com o eixo de entrada, como mostrado na
Figura 5(b). Isso é referido como “reversão de trem”. O projeto de um trem
composto revertido é mais complicado por causa da restrição adicional de
que as distâncias entre os centros das partes devem ser iguais.

Figura 05: Trens de engrenagens compostos de dois estágios: (a) sem reversão; (b) com reversão.

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