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O Sapateiro

p.73
1.Trata-se da ironia, que constitui um momento de
cómico de linguagem. Este recurso expressivo
permite denunciar os pecados que condenarão o
Sapateiro (“Santo”) e revela que não exerceu a sua
profissão de forma honrada e honesta (“honrado”).
Assim, a ironia está ao serviço da intenção crítica do
autor.
2.1. De facto, a condenação da personagem estava
decidida há muito tempo, em função dos seus
comportamentos em vida, como se pode comprovar
através das falas do Diabo: “Tu roubaste bem
trint’anos/o povo com teu mester/Embarca, eramá
pera ti/ que há já muito que t’espero”. (vv.341 a 344)
2.1. De facto, a condenação da personagem estava
decidida há muito tempo, em função dos seus
comportamentos em vida, como se pode comprovar
através das falas do Diabo: “Tu roubaste bem
trint’anos/o povo com teu mester/Embarca, eramá
pera ti/ que há já muito que t’espero”. (vv.341 a 344).
3. O sapateiro afirma que morreu confessado e
comungado (v.336), que ouviu muitas missas (v.347),
que pagou as promessas aos santos e rezou pelos
defuntos (vv.351-352), mostrando-se, deste modo,
convencido de ser merecedor da salvação.
3.1. Os argumentos do Sapateiro contribuem para a
intenção crítica do autor, uma vez que revelam a
forma hipócrita como a religião era encarada e
praticada. Na verdade, praticavam-se os rituais, mas
fora da igreja as pessoas continuavam a praticar os
mesmos pecados. A sua vida não era pautada pelos
preceitos religiosos como aponta o Diabo: “Ouvir
missa, então roubar, /é caminho per’aqui” (vv.349-
350).
4.1. Os argumentos de acusação do Anjo e do Diabo
são idênticos. Ambos acusam o Sapateiro de vir
carregado de pecados (v.325, v. 362) e de ter
enganado e roubado o povo com a sua profissão (vv.
340 a 343 e vv. 365-366).
5. Profissionalmente, o Sapateiro representa a classe
dos artesãos, o que se confirma pelos símbolos
cénicos que apontam para a profissão de sapateiro
(avental e formas) e pela linguagem técnica que utiliza
(“cordovão”, “badana”, “forminhas”). Do ponto de
vista social, devido à sua linguagem carregada de
calão e obscenidades, podemos caracterizá-lo como
um elemento do povo.
6. O tipo de cómico dominante nesta cena é o cómico de
linguagem como se pode comprovar com a ironia
presente nos vv. 324-325 e com o registo de língua
(calão) usado pelo Sapateiro (vv. 333-334 e vv. 368-372).
Este tipo de cómico, para além de permitir a
caracterização da personagem como desonesta,
pecadora e pertencente ao povo, está também ao
serviço da intenção crítica do autor e diverte o público,
cumprindo-se, deste modo, a máxima do teatro
vicentino “Ridendo castigat mores”.
7. O Sapateiro é uma personagem-tipo, pois
representa a classe socioprofissional dos artesãos, que
é criticada por roubar e explorar o povo no exercício
da sua profissão.
Gramática
1.
a) Vocativo.
b) Complemento indireto.
c) Complemento direto.
d) Sujeito simples.
Gramática
2.
a) 4
b) 1
c) 2
d) 3
Gramática
3.
a. O Anjo não perdoou os pecados ao Sapateiro nem o
recebeu, na sua barca.

b. O Sapateiro ouviu muitas missas em vida, mas as idas


à igreja não lhe deram a salvação.
Gramática

c. O Diabo ironiza sobre os pecados das personagens ou


acusa-as diretamente.

d. O Sapateiro não só roubou o povo mas também/como


também /bem como não respeitou os mandamentos
religiosos.
Gramática
e. O Sapateiro ou /ora respeitava os preceitos da igreja
ou /ora optava por uma vida de pecados.
Gramática
4.
a. Prótese.
b. Metátese e assimilação.
c. Epêntese.

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