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Um outro olhar sobre a Tabela Periódica

A importância dos metais

A utilização dos metais constitui o primeiro passo de um longo processo de


desenvolvimento que se estende no tempo, desde o final da Idade da Pedra até à
atual era tecnológica.

De enorme importância económica e tecnológica, também na medicina e na biologia


os metais assumem um papel fundamental, como se tem concluído através de
investigações médicas e nutricionais.
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A importância dos metais

A maior parte dos metais encontra-se na Natureza


combinada com outros elementos, sob a forma de minérios.
Pirite

No entanto, alguns metais, como o ouro, por exemplo,


podem encontrar-se no estado nativo, isto é, não
combinados.
Ouro

Poucos metais são utilizados individualmente, dado que as respetivas propriedades não
se adequam aos fins em vista, recorrendo-se, por isso, às ligas metálicas.
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A importância dos metais

Alumínio, Aℓ
– construção de aviões, devido à sua baixa densidade (liga
duralumínio)
– empacotamento de alimentos, na forma de folhas, caixas ou
latas
– revestimento de cabos de cobre
– construção de janelas e portas
– utensílios de cozinha
– catálise

Lata de refrigerante – purificação de águas


– cerâmicas refratárias
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A importância dos metais

Ferro, Fe

– indústria automóvel
– maquinaria
– produção de eletroímanes
– ferramentas
– catalisador utilizado na síntese do amoníaco
– uso do FeSO4 na medicina
Pregos de ferro – pigmento em tintas
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A importância dos metais

Cobre, Cu

– cabos elétricos
– moedas
– caldeiras, tubos, válvulas e torneiras
– revestimento de telhados e fachadas
– utensílios de cozinha

Tubos de cobre – constituinte de ligas como o bronze e o latão


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A importância dos metais

Zinco, Zn

– proteção de metais (galvanização), em


especial do ferro
– elétrodos nos acumuladores
– peças para automóveis
– torneiras para água e gás
Telhas de zinco
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A importância dos metais

As ligas metálicas resultam da mistura de diversos metais, podendo também conter


outros elementos não metálicos, como carbono, fósforo, silício, etc. São formuladas
para terem as propriedades desejadas.

Geralmente, uma liga é mais dura e resistente que o metal maioritário mas tem
menor condutividade elétrica.
A maioria dos componentes das ligas metálicas são elementos químicos do bloco d da
Tabela Periódica.
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A importância dos metais

São exemplos de ligas metálicas:


• latão: liga de cobre e zinco;
• bronze: maioritariamente cobre e estanho, com outros metais;
• aço: liga de ferro, níquel e cromo, com um reduzido teor de carbono;
• cuproníquel: liga de cobre e níquel;
• Ti-6Al-4V: liga de titânio de baixa densidade e condutividade térmica e boa
resistência à corrosão, entre outras propriedades (utilizada na indústria
aeronáutica e aeroespacial).
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A importância dos metais

Para explicar algumas propriedades dos elementos, como a energia de ionização e


a afinidade eletrónica, é necessário ter em conta o efeito atrativo da carga nuclear
sobre os eletrões e a repulsão dos eletrões entre si.

A carga a que um dado eletrão está de facto sujeito é a denominada carga nuclear
efetiva, que se pode definir como a carga nuclear corrigida pelo efeito das
repulsões entre os eletrões. Este efeito denomina-se efeito de blindagem.
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Energia de ionização

A reatividade química de um elemento depende do número de eletrões de valência e


está muito relacionada com a facilidade de ceder, captar ou partilhar eletrões.

A tendência para um átomo ceder eletrões pode ser medida pela energia de ionização, I.

A energia de ionização é a energia mínima necessária para retirar um eletrão de um


átomo de um elemento no seu estado fundamental, na fase gasosa.
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Energia de ionização

A energia de ionização exprime-se, em geral, em kJ mol−1, o que corresponde à


energia necessária para retirar uma mole de eletrões a uma mole de átomos de um
elemento, no estado gasoso e no seu estado fundamental.

Na (g) + I1 → Na+ (g) + e− I1 = 496 kJ mol−1

Os metais têm energias de ionização baixas e os não-metais têm energias de


ionização elevadas.
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Energia de ionização
Valores das primeiras energias de ionização dos elementos representativos, expressos
em kJ mol−1, de acordo com a sua posição na Tabela Periódica.
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Energia de ionização

Valor da primeira energia de ionização em função do número atómico, Z.


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Energia de ionização
Verifica-se que, em geral, na Tabela Periódica, a primeira energia de ionização:

• diminui ao longo do grupo, isto é,


com o aumento do número de
níveis de energia, pois a distância
média dos eletrões de valência ao
núcleo aumenta, ficando menos
atraídos. O aumento do número de
eletrões no cerne dos átomos
aumenta a repulsa entre os
eletrões de valência, facilitando a
sua extração.
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Energia de ionização
Verifica-se que, em geral, na Tabela Periódica, a primeira energia de ionização:

• aumenta ao longo do período, pois,


com o aumento da carga nuclear
efetiva, os eletrões de valência
sofrem uma maior atração por
parte do núcleo, sendo mais difícil a
sua extração.
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Energia de ionização
Verifica-se que, em geral, na Tabela Periódica, a primeira energia de ionização:

• dos metais alcalinos (grupo 1) é


baixa, o que se explica tendo em
conta que, ao perder um eletrão,
cada átomo adquire a configuração
eletrónica estável do gás nobre
imediatamente anterior.
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Afinidade eletrónica

A afinidade eletrónica, A, de um elemento é a energia libertada quando um eletrão


é adicionado a um átomo no estado gasoso e no seu estado fundamental.

A afinidade eletrónica exprime-se geralmente em kJ mol−1, o que representa a energia


libertada quando se forma uma mole de iões negativos a partir de uma mole de
átomos no estado gasoso e fundamental.

F (g) + e− → F− (g) + A A = 328 kJ mol−1


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Afinidade eletrónica
Valores das afinidades eletrónicas dos elementos representativos, expressos em kJ mol −1,
de acordo com a sua posição na Tabela Periódica.
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Afinidade eletrónica

Variação da afinidade eletrónica em função do número atómico, Z.


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Afinidade eletrónica

Na Tabela Periódica, em geral, a afinidade eletrónica:

• diminui ao longo do grupo,


embora pouco. Esta variação
explica-se porque com o aumento
do número de níveis de energia o
tamanho do átomo aumenta,
ficando o núcleo mais longe do
eletrão a captar. É assim mais difícil
o eletrão ser atraído pelo núcleo.
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Afinidade eletrónica
Na Tabela Periódica, em geral, a afinidade eletrónica:

• aumenta ao longo do período, isto


é, da esquerda para a direita. Esta
variação explica-se pelo aumento da
carga nuclear efetiva, que resulta
numa maior atração do núcleo
sobre o eletrão a captar.
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Afinidade eletrónica
Na Tabela Periódica, em geral, a afinidade eletrónica:

• dos halogéneos (grupo 17) é


elevada, o que se explica tendo
em conta que, ao aceitar um
eletrão, cada átomo de
halogéneo adquire a
configuração eletrónica estável
do gás nobre imediatamente
seguinte.
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Afinidade eletrónica
Na Tabela Periódica, em geral, a afinidade eletrónica:

• dos metais é menor que a afinidade


eletrónica dos não-
-metais.
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Os elementos metálicos de transição na Tabela Periódica

Metais - símbolo químico a preto. Não-metais - símbolo químico a branco.


Semimetais - símbolo químico a verde.
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Os elementos metálicos de transição na Tabela Periódica

As «casas» a roxo correspondem ao bloco s, as que estão a laranja correspondem ao


bloco p, as verdes correspondem ao bloco d e as azuis constituem o bloco f.
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Os elementos metálicos de transição na Tabela Periódica

Os metais encontram-se nos quatro blocos da Tabela Periódica, nomeadamente nos


blocos s, p, d e f.

Os metais dos blocos d e f denominam-se metais de transição, e, relativamente à


configuração eletrónica dos seus átomos no estado fundamental:
• os metais do bloco d têm orbitais de valência do tipo d em preenchimento.

27Co: [Ar] 3d7 4s2


73Ta: [Xe] 4f 5d 6s
14 3 2

• os metais do bloco f têm orbitais de valência do tipo f em preenchimento.

59Pr: [Xe] 4f3 6s2


95Am: [Rn] 5f 7s
7 2
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Os elementos metálicos de transição na Tabela Periódica

A existência de subcamadas incompletas justifica determinadas propriedades especiais


dos metais de transição.

Nestes elementos, os eletrões vão ocupando a subcamada 3d, que é mais interna do
que a subcamada 4s, de modo que se encontram quase todo o tempo entre o núcleo e
os eletrões 4s.
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Os elementos metálicos de transição na Tabela Periódica

Ao aumentar o número atómico, aumenta um protão no núcleo, mas aumenta também


um eletrão d, aumentando o efeito de blindagem promovido pelos eletrões 3d – o que
faz com que a carga nuclear efetiva aumente muito lentamente de um elemento de
transição para o seguinte.

Um facto semelhante ocorre com os elementos de transição interna, em que os


eletrões vão ocupando os subníveis internos f. Por essa razão, as propriedades dos
elementos de transição pouco se alteram ao longo de um período.
Conceitos fundamentais

• Energia de ionização: energia mínima necessária para retirar um eletrão de um átomo


de um elemento, no seu estado fundamental e em fase gasosa. Os metais apresentam
baixa energia de ionização. Exprime-se, em geral, em kJ mol −1.

• Afinidade eletrónica: variação de energia que ocorre quando um eletrão é captado


por um átomo no seu estado fundamental e em fase gasosa. Os não-metais
apresentam elevada afinidade eletrónica. Exprime-se, em geral, em kJ mol −1.

• Efeito de blindagem: diminuição da atração do núcleo sobre um dado eletrão,


provocada pelas repulsões dos restantes eletrões do átomo.
Conceitos fundamentais

• Carga nuclear efetiva: carga nuclear positiva e atrativa do núcleo, diminuída pelo
efeito repulsivo dos eletrões mais internos.

• Elementos dos blocos d e f: elementos químicos que têm, respetivamente, as


orbitais d e f em preenchimento.

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