1

Pode ser que

sim...
Pode ser
que não...
 3

Você poderá responder à

pergunta-título deste
livro, somente se
aprender a raciocinar.
 4

Aprender a Aprender a
raciocinar
é aprender a fazer
afirmações com lógica.
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Sermões do papa, pronunciamentos do

presidente da república, sentenças dos
juízes de direito, as promessas do político,
as aulas dos professores do colégio ou da
faculdade, assim como os textos dos
jornalistas e dos escritores, e as redações
decisivas dos vestibulandos, todos estes
discursos estão recheados de afirmações.

(Afirmações com lógica?)

 6

“Afirmações com
lógica".
⏤O que é isto?
 7

“Vai chover” é uma afirmação.

⏤⏤Ela tem lógica?

 8

(Outras afirmações)
 9

“Dois e dois são quatro.”

⏤Tem lógica?
 10

“O carvão é um mineral.”
Aprendendo
⏤
a⏤ Tem lógica?
raciocinar
 11

“Fantasmas não existem.”

Aprendendo
a⏤Tem lógica?
raciocinar
 12

“Por um ponto
fora de uma reta dada,
só éAprendendo
possível traçar uma
única reta paralela.”
a raciocinar
⏤Tem lógica?
 13

N do
ÃO!
a raciocinar
 14

A afirmação
Aprendendo
“vai chover” não tem lógica.
a raciocinar
 15

“Dois mais dois são

quatro” também não
tem lógica.
 16

“O carvão é um
mineral” igualmente
não tem lógica.
 17

Também a afirmação “Por

um ponto fora de uma reta
dada, só é possível traçar uma
única reta paralela” não tem
lógica.
 18

POR QUE todas as afirmações

que acabamos de fazer não têm
lógica?
⏤PORQUE são afirmações
únicas, afirmações
desacompanhadas.
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Uma afirmação com lógica é

uma afirmação com prova.
E a prova desta afirmação é
apresentada por meio de pelo
menos mais uma afirmação.
 20

Não pode existir lógica, onde

não existam duas ou mais
afirmações que se relacionem
entre si de um modo
determinado.
 21

Por outras palavras,

SOMENTE se uma afirmação
estiver acompanhada de pelo
menos mais uma afirmação,
cabe perguntar sobre o que está
sendo afirmado: ⏤Tem lógica?:
⏤Tem lógica?
 22

Exemplo de afirmação
acompanhada.

“Vai chover, porque o céu está

nublado.”

Vai chover (uma afirmação)

o céu está nublado (outra afirmação)
 23

Mas atenção!
Uma afirmação qualquer,
acompanhada de uma ou
mais afirmações, pode ter
lógica. Mas também pode
não ter!
 24

Repare!
Uma afirmação “tem lógica”,
quando a forma da relação
que esta mantém com as
demais afirmações for uma
forma lógica.
 25

re a
p a m
Re ais u Dizemos que uma
m z! afirmação “tem lógica”
ve
quando a relação que
esta mantém com
outras afirmações
possui forma lógica.
 26

O que é forma lógica?

⏤É o resultado de uma
inferência.
 27

Conclusão: sem inferência

não tem lógica.
 28

“⏤O que é inferência?

 29

Inferência é uma atividade em

que nossa mente liga duas ou
mais afirmações, extraindo a
afirmação principal (chamada de
conclusão) das outras afirmações
(chamadas de premissas).
 30

Veja um exemplo
de inferência.
 31

Uma premissa

Todo brasileiro gosta de feijão.

Outra premissa

José é brasileiro.
INFERÊNCIA

Conclusão
José gosta de feijão.
 32

DE FATO:
Se me perguntam de onde eu
tirei que José gosta de feijão,
eu responderia : ⏤Tirei, isto é,
INFERI, das afirmações feitas
EDEXPLICANDOE
anteriormente: Todo brasileiro
gosta de feijão e José é
brasileiro.
 33

Há dois tipos de
inferência:
inferência por
DEDUÇÃO
EDEXPLICANDOE
e
inferência por
INDUÇÃO
 34

Dedução: partir de uma afirmação

geral para chegar a uma conclusão
particular.
EDEXPLICANDOE
Geral: Todo brasileiro come feijão.
José é um brasileiro.
Particular: José come feijão.
 35

Indução: partir de uma

afirmação particular para chegar
a uma afirmação-conclusão geral.
EDEXPLICANDOE
Particular: Aquele francês foi grosseiro
comigo .
Geral: Portanto, todos os franceses
são grosseiros’
 36

INDUÇÃO eleitoral

De uma afirmação particular (30%

do grupo dos eleitores entrevistados
declaramEDEXPLICANDOE
que hoje votariam no
candidato B), infere-se uma
afirmação geral (30% de todos os
eleitores votarão do candidato B).
 37

CONCLUSÃO

Uma afirmação qualquer, que

faça parte de uma coleção de
afirmações, PODE ter lógica,
EDEXPLICANDOE
SE estiver integrada em uma
relação de inferência: dedutiva
ou indutiva.
 38

INFERÊNCIA e ARGUMENTO:

duas faces de
EDEXPLICANDOE
uma mesma
moeda
 39

ISTO É
Argumento é uma inferência
que foi objetivada na linguagem
EDEXPLICANDOE
(falada ou escrita).
 40

Dizendo de outro modo

Argumento é uma coleção de

enunciados, um dos quais na função
de enunciado-apoiado ou conclusão,
EDEXPLICANDOE

e os outros nas funções de

enunciados-apoiadores ou premissas.
 41

Economia do argumento

Os enunciados, que são

elementos físicos; e a
EDEXPLICANDOE

relação lógica, que é

elemento abstrato.
 42

Repetindo

Afirmação seca, do tipo

“é porque é”, sem estar apoiada
em pelo menos uma outra
EDEXPLICANDOE
afirmação, não pode ser
chamada de inferência ou
argumento. Portanto, não tem
lógica.
 43

IMPORTANTE!
Afirmação “única” ou
desacompanhada não pode ser
EDEXPLICANDOE
admitida como afirmação
lógica, mesmo quando exprima
verdade reconhecida.
 44

Tipos de enunciados
1) Declarativos: para afirmar ou negar algo de
algo. (A fala tem lógica.)
2) Imperativos: para comandar, dar ordens.
(Vá logo ao ponto.)
3) Interrogativos: para interrogar, fazer
EDEXPLICANDOE
perguntas. (Aonde vais?)
4) Expressivos: para expressar sentimentos.
(Que belo dia!)
Somente
os DECLARATIVOS interessam à lógica
formal. Vejamos o porquê.
 45

Verdadeiro/Falso
Os enunciados declarativos são os únicos que
podem ser verdadeiros ou falsos. Isto é,
somente em relação a eles é possível perguntar
se são verdadeiros ou falsos. Por isso, são
essenciais à Lógica, que articula as noções de
EDEXPLICANDOE
verdadeiro ou falso, para nos ajudar a
construir argumentos válidos. Já os outros
tipos de enunciados, não são verdadeiros nem
falsos. Referem-se a situações subjetivas que
apenas são.
 46

Validade dedutiva

A validade de um argumento
dedutivo consiste nisso: se os
enunciados que apresenta
EDEXPLICANDOE
como
evidências são verdadeiros, o
enunciado-conclusão é
necessariamente verdadeiro.
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EDEXPLICANDOE
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