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DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS

(INELEGIBILIDADES)
Monitora: Cristal Cordeiro.
INELEGIBILIDADES E SEUS TIPOS
 Inelegibilidades absolutas : São inelegibilidades relacionadas a situações/condições pessoais do
indivíduo. Portanto, não dizem respeito a circunstância do cargo/eleição que o indivíduo quer
disputar, mas sim sobre sua condição pessoal/subjetiva. São inelegíveis absolutamente: os
inalistáveis (estrangeiros e conscritos) e os analfabetos.
 Inelegibilidades relativas: são relacionadas ao pleito e ao cargo que o indivíduo pretende
disputar. Assim, relacionam-se a eleição e ao cargo. São hipóteses de inelegibilidades relativas:
 O presidente, governadores e prefeitos que não podem ter um terceiro mandato
consecutivo/sucessivo. Assim, apenas podem se reeleger para um único período subsequente (só
podem ter um 2° mandato consecutivo); e o caso de tais chefes do executivo que não realizam a
desincompatibilização para concorrer a outros cargos, ficam inelegíveis para candidatarem-se
a estes outros cargos.
 Inelegibilidades reflexas: busca evitar a perpetuação da mesma família/monopólios em cargos
públicos. Assim, são inelegíveis reflexamente: os parentes consanguíneos ou afins até o 2° grau
ou por adoção, cônjuge/companheiro para candidatar-se na mesma circunscrição do titular
do Poder executivo, exceto se já titulares de mandato e estando concorrendo à reeleição.
CONSIDERAÇÕES SOBRE INEGELIBIDADE
RELATIVA
Assim sendo:

2° mandato
1° mandato 3° mandato
(reeleição)

- Se no segundo mandato sucessivo ele renunciar antes da próxima eleição, NÃO poderá concorrer
a um novo mandato do mesmo cargo nesta próxima eleição; assim, se no 2° mandato ele assumiu e
depois renunciou, não poderá concorrer ao 3° mandato – seria 3° mandato sucessivo.
- O titular (presidente, governador ou prefeito), no 2° mandato sucessivo, na eleição subsequente
NÃO PODE CONCORRER A VICE – pois a função de vice é substituir o presidente, assim, estaria
incorrendo em um 3°mandato sucessivo. 
- O vice em 2 mandatos sucessivos pode se candidatar a titular do cargo na eleição subsequente?
PODE CASO O VICE APENAS TIVER SUBSTITUÍDO TEMPORARIAMENTE O TITULAR –
NESTE CASO, SE ELEITO TITULAR, PODERÁ INCLUSIVE SE CANDIDATAR À
REELEIÇÃO, DAI PODERIA TER 2 MANDATOS COMO VICE E 2 MANDATOS COMO
TITULAR.
(continuação) Assim, se o vice SUCEDEU O TITULAR EM ALGUM MANDATO (DE
FORMA DEFINITIVA) SE TORNANDO ASSIM O NOVO TITULAR, ELE
PODERÁ SE CANDIDATAR NA ELEIÇÃO SUBSEQUENTE A TITULAR, MAS
ESTA CONTARÁ COMO UMA REELEIÇÃO PARA UM 2° MANDATO
SUCESSIVO (ainda que o 1° tenha sido exercido apenas em parte). OU SEJA, SE
HOUVE SUCESSÃO (SUBSTITUIÇÃO DEFINITIVA) NO CURSO DO MANDATO,
A PRÓXIMA ELEIÇÃO SERÁ UMA REELEIÇÃO.

 Caso do vice para um 3° mandato sucessivo como vice?


1° mandato como 2° mandato como 3° mandato como
vice vice vice?
OBS: INSTITUTO DA DESINCOMPATIBILIZAÇÃO 
" Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado
e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis
meses antes do pleito."
A desincompatibilização trata-se da regra de que, se os membros do Poder executivo acima
falados (presidente, governador e prefeito) forem CONCORRER A OUTROS
CARGOS (QUE NÃO O DE CHEFE DO PODER EXECUTIVO) ELES TERÃO QUE
RENUNCIAR AO CARGO 6 MESES ANTES DO PLEITO, POIS, CASO NÃO SE
DESINCOMPATIBILIZEM, SE TORNARÃO INELEGÍVEIS.
Quanto a desincompatibilização, outra observação também é válida: quanto aos chefes do
executivo, para concorrerem a reeleição no MESMO CARGO, NÃO É PRECISO
RENUNCIAR AO CARGO (NÃO É PRECISO REALIZAR A
DESINCOMPATIBILIZAÇÃO), pois segue-se a regra da continuidade administrativa.
INELEGIBILIDADE REFLEXA
São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos
ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de
Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro
dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à
reeleição (candidatura ao mesmo cargo).
Circunscrição: é o âmbito de incidência do poder político do titular do cargo, onde ele
exerce seu poder político. 
- Em caso de união estável também haverá inelegibilidade; e tal regra aplica-se também a
união homoafetiva.
 OBS: SÚMULA VINCULANTE N°18 DO STF: A DISSOLUÇÃO DA
SOCIEDADE OU DO VÍNCULO CONJUGAL, NO CURSO DO MANDATO,
NÃO AFASTA A INELEGIBILIDADE PREVISTA NO §7° DO ART. 14 DA
CF/88". 
OBS 2: Tal enunciado NÃO SE APLICA aos casos de extinção do vínculo conjugal
pela MORTE de um dos cônjuges, pois neste caso não há presunção de fraude.
Marido prefeito no 1° Mulher do falecido foi
A mulher pode ser
mandato morreu, então eleita prefeita na
reeleita?
seu vice assumiu . eleição seguinte.

PODE SER REELEITA, POIS HOUVE A DISSOLUÇÃO DO VINCULO CONJUGAL POR


MORTE! Assim, não há presunção de fraude.

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