DIREITO ELEITORAL

Direitos Políticos – Perda ou Suspensão dos Direitos Políticos

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DIREITOS POLÍTICOS – PERDA OU SUSPENSÃO

DOS DIREITOS POLÍTICOS

DIREITOS POLÍTICOS – INELEGIBILIDADE REFLEXA

Nos termos do art. 14, § 7º, da Constituição Federal de 1988: “São inelegí-

veis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos
ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do presidente da República, de
governador de estado ou território, do Distrito Federal, de prefeito ou de quem os
haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de
mandato eletivo e candidato à reeleição.”
A norma acima dispõe os pressupostos fáticos que atraem a incidência da
inelegibilidade reflexa. Segundo o entendimento do STF e do TSE, trata-se de
uma inelegibilidade relativa que impede os familiares do titular de um cargo
de chefe do Poder Executivo de se candidatarem no território em que esse
titular exerce o seu cargo. Além disso, vale destacar que para os parentes do
presidente da República, a inelegibilidade reflexa é considerada uma inelegi-
bilidade absoluta.
A inelegibilidade reflexa pode ser afastada em duas situações. A  primeira
delas é por meio da desincompatibilização do chefe do Poder Executivo que,
para isso, terá que renunciar ao cargo no prazo de seis meses antes da data das
eleições. A outra situação que pode afastar a inelegibilidade reflexa é quando o
parente do chefe do Poder Executivo já é detentor de um cargo público eletivo e
deseja participar da reeleição.

Atenção!
O parentesco com candidato ao cargo de chefe do Poder Executivo não
atrai a inelegibilidade reflexa. Essa inelegibilidade somente será aplicada aos
parentes de quem já exerce o cargo na chefia do Executivo. Isso porque a
razão da instituição dessa inelegibilidade é a proteção da normalidade e da
legitimidade das eleições, garantindo a igualdade de oportunidades entre
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os concorrentes e evitando que o cargo de chefe do Poder Executivo seja

utilizado como uma forma de beneficiar as candidaturas de seus parentes,
desequilibrando a disputa eleitoral.

O parentesco com o vice também não atrai a inelegibilidade reflexa, exceto

se esse vice suceder ou substituir o chefe do Poder Executivo dentro dos seis
meses que antecedem as eleições. Contudo, é preciso ter cuidado com a inter-
pretação feita pelo TSE a um caso concreto envolvendo a substituição auto-
mática pelo vice. De acordo com o TSE, na situação em que o vice substituir
automaticamente o chefe do Poder Executivo, se ficar comprovado que ele não
praticou nenhum ato, ou seja, não exerceu de fato as funções de chefe do Poder
Executivo durante o período da substituição, então não há que se falar em inci-
dência de inelegibilidade reflexa de seus parentes.
Outro ponto importante é que não gera a inelegibilidade reflexa o parentesco
com os auxiliares do chefe do Poder Executivo. Além disso, a inelegibilidade reflexa
também não se aplica aos parentes de titulares de cargos no Poder Legislativo.

Cargo Diverso

“[...] Havendo a desincompatibilização do Prefeito do Município, no prazo pre-

visto em lei – até seis meses anteriores ao pleito – poderá seu cônjuge concorrer
à vereança no mesmo Município”. (Res. no 21.463, de 19.8.2003, rel. Min. Luiz
Carlos Madeira.)
Nesse sentido, se, em até seis meses antes da data das eleições, o chefe do
Poder Executivo renuncia ao seu cargo, então os seus parentes poderão concor-
rer a cargos na circunscrição em que exercia o seu cargo.

Divórcio

A inelegibilidade reflexa afeta a elegibilidade dos parentes do chefe do Poder

Executivo; contudo, o divórcio encerra o vínculo de parentesco entre uma pessoa
e seu cônjuge. Nessa situação, será possível que a ex-esposa de um chefe do
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Poder Executivo, que já está em seu segundo mandato consecutivo, possa se

candidatar ao mesmo cargo se o casal se divorciar ao longo do mandato? O STF
responde essa questão por meio de sua jurisprudência:

Súmula Vinculante n. 18, STF – A dissolução da sociedade ou do vínculo

conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do
art. 14 da CF.

Município Desmembrado

São inelegíveis, no município desmembrado, e ainda não instalado, o côn-

juge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção,
do prefeito do município-mãe, ou de quem o tenha substituído, dentro dos seis
meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material.

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