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DIREITO ELEITORAL

Direitos Políticos – Elegibilidade do Militar


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DIREITOS POLÍTICOS – ELEGIBILIDADE DO MILITAR

ELEGIBILIDADE DO MILITAR

De acordo com a Constituição Federal de 1988, o militar, salvo o conscrito,


é alistável eleitoralmente. Nesse sentido, há uma restrição para a aquisição da
cidadania e o alistamento do conscrito durante o período do serviço militar obriga-
tório. Terminado o período da conscrição, não há mais que se falar em restrição
da cidadania do militar. Os demais militares, independentemente de patente ou
força, podem requerer o alistamento eleitoral e exercer os seus direitos políticos.
Além disso, os militares alistáveis são, também, elegíveis. Nesse sentido, não
há uma restrição do exercício da cidadania passiva pelos militares, salvo no caso
do conscrito. Isso porque a CF/1988 prevê que os inalistáveis são considerados
inelegíveis, logo, como o conscrito durante o período de serviço militar obrigató-
rio não pode se alistar, então é considerado inelegível.
Contudo, a CF/1988 dispõe duas condições para que o militar alistável possa
participar das eleições. São elas:

Art. 14, § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:


I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

 Obs.: Esse afastamento é definitivo, ou seja, caso o militar não seja eleito, não
poderá retornar para o serviço.

II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior
e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

Nesse sentido, o militar que conta com mais de dez anos de serviço, caso
não seja eleito, poderá retornar ao serviço e continuará exercendo as suas ativi-
dades militares. Já se for eleito, ficará agregado e passará para a inatividade no
ato de sua diplomação.
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Qual o momento de afastamento do militar de suas atividades?

Consulta respondida na linha de que o militar elegível que não ocupe função de
comando deverá estar afastado do serviço ativo no momento em que for reque-
rido o seu Registro de Candidatura. (CTA n. 60106664, Dje de 14/03/2018)
Vale lembrar que a Lei n. 9.504/1997 estabelece um prazo limite para que os
partidos políticos e coligações apresentem o pedido de registro de candidatura
de seus candidatos. Esse marco temporal limite é até as 19h do dia 15 de agosto
do ano das eleições.

O militar deve cumprir o prazo fixado para o domicílio eleitoral?

Quanto ao militar, há uma flexibilização do preenchimento da condição de


elegibilidade filiação partidária. Em razão de o art. 142, § 3º, da CF/1988, proibir
o militar de exercer atividade político-partidária, o militar não poderá se filiar a um
partido político. Por outro lado, a CF/1988 permite o exercício da elegibilidade
pelo militar alistável.
O problema é que o art. 14, § 3º, V, da CF/1988 dispõe que, para participar
das eleições, o cidadão deve estar filiado a um partido político, pois não existe a
candidatura avulsa no Brasil.
Os militares, especialmente os integrantes das Forças Armadas, costumam
mudar de domicílio por muitas vezes, seja por sua vontade ou pelo interesse
público. Por muitas vezes, no ano eleitoral, o militar pode acabar sofrendo uma
dessas mudanças de seu domicílio eleitoral.
Vale lembrar que as reformas eleitorais de 2015 e 2017 modificaram os prazos
de filiação partidária e de domicílio eleitoral. Inicialmente, o prazo de filiação par-
tidária foi diminuído para seis meses antes das eleições. Além disso, o prazo de
domicílio eleitoral foi definido em seis meses antes da data das eleições.
Assim, se, dentro desses meses antes da data das eleições, o militar tem a
alteração do seu domicílio por ordem do seu Comando, será que esse militar pre-
cisará obedecer ao previsto na legislação e não poderá participar das eleições?
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Essa pergunta foi levada ao TSE, que respondeu no sentido de que o militar
deve, sim, preencher o requisito domicílio eleitoral pelo prazo legal, vide jurispru-
dência abaixo:
“Consoante a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, a  exigência de
domicílio eleitoral na circunscrição do pleito pelo prazo mínimo de um ano [atu-
almente, seis meses] antes da eleição também se aplica aos servidores públicos
militares.” (RESP n. 1013-17, 2014, Dje de 18/09/2014)
Assim, mesmo que o militar tenha o seu domicílio modificado por ordem do
Comando, não há uma flexibilização do requisito de domicílio eleitoral; logo, deve
provar o domicílio pelo prazo mínimo exigido em lei sob pena de não poder par-
ticipar das eleições.

Filiação Partidária do Militar

No Brasil, não há candidatura avulsa, ou seja, ninguém participa das eleições


sem que tenha a sua candidatura intermediada por um partido político. A mesma
regra se aplica ao militar. Contudo, o art. 142, da CF/1988, proíbe o militar de exer-
cer atividade político-partidária; então, ele é proibido de se filiar a um partido político.
Nesse sentido, do militar não é exigida a prévia filiação partidária para que
possa participar das eleições, isso porque a CF/1988 proíbe a filiação, mas
admite o direito de elegibilidade ao militar, desde que seja escolhido em conven-
ção partidária.
De acordo com a jurisprudência do TSE: "A filiação partidária a um ano [atual-
mente, seis meses] da eleição não é condição de elegibilidade do militar, donde
ser irrelevante a indagação sobre a nulidade da filiação do militar ainda na ativa,
arguida com base no art. 142, § 3º, V, da Constituição". (RESP n. 20318, DJ de
19/09/2002)

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Weslei Machado.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material.

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