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Perícia Contábil

PRAZOS DA PERÍCIA
• Os prazos, em geral, são determinados pelo juiz, com exceção daqueles
previstos no CPC - Código do Processo Civil. O artigo 421 do CPP
dispõe:

– Art. 421 - O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega
do laudo.

– § 1º - Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação do


despacho de nomeação do perito:

– I - indicar o assistente técnico;

– II - apresentar quesitos.

– § 2º - Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir apenas


na inquirição pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da audiência
de instrução e julgamento a respeito das coisas que houverem informalmente
examinado ou avaliado.
PRAZOS DA PERÍCIA
• Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro
do prazo, o juiz conceder-lhe-á, por uma vez, prorrogação, segundo o
seu prudente arbítrio (art. 432 do CPC).

• O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo


menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento (art.
433 do CPC).

• Os assistentes técnicos oferecerão seus pareceres no prazo comum de


10 (dez) dias, após intimadas as partes da apresentação do laudo
(parágrafo único do art. 433 do CPC).
TERMO DE DILIGÊNCIA
• O termo de diligência é o documento, encaminhado às
partes, relacionando os livros, documentos e dados que
serão necessários ao início da perícia.

• A eventual recusa no atendimento de diligências solicitadas,


ou qualquer dificuldade na execução do trabalho pericial
devem ser comunicadas, com a devida comprovação ou
justificativa, ao Juízo, em se tratando de perícia judicial ou à
parte contratante, no caso de perícia extrajudicial ou arbitral.

• O termo de diligência pode ser apresentado diretamente à


parte ou ao diligenciado, por qualquer meio pelo qual se
possa documentar a sua entrega.
TERMO DE DILIGÊNCIA
RESPONSABILIDADE
• A realização de diligências para busca de provas, quando
necessária, é de responsabilidade exclusiva do perito-contador
ou do perito contador assistente.

REGISTROS
• O perito-contador e o perito-contador assistente manterão
registros dos locais e datas das diligências, nomes das pessoas
que os atenderem, livros e documentos examinados ou
arrecadados, dados e particularidades de interesse da perícia,
rubricando a documentação examinada, quando julgarem
necessário.
TERMO DE DILIGÊNCIA

• O diligenciado é qualquer pessoa ou entidade que possua os


elementos e informações necessários para subsidiar o laudo
pericial contábil e o parecer pericial contábil.

• Através da Interpretação Técnica 01 da NBC T.13, o CFC


especificou definição e aplicabilidade do Termo de Diligência.
PRAZO DOS QUESITOS
• Dispõe o CPC no tocante ao prazo de apresentação de
quesitos:

• Art. 435 - A parte, que desejar esclarecimento do perito e do


assistente técnico, requererá ao juiz que mande intimá-lo a
comparecer à audiência, formulando desde logo as
perguntas, sob forma de quesitos.

• Parágrafo único - O perito e o assistente técnico só estarão


obrigados a prestar os esclarecimentos a que se refere este
artigo, quando intimados 5 (cinco) dias antes da audiência.
QUESITOS
• Quesitos são perguntas de natureza técnica ou científica a
serem respondidos pelo perito com objetividade, justificação,
rigor tecnológico, precisão e clareza.

• Tais quesitos podem ser propostos pelo juiz ou pelas partes.

• Havendo quesitos, estes são transcritos e respondidos,


primeiro os oficiais e na seqüência os das partes, na ordem
em que forem juntados aos autos.

• As respostas aos quesitos serão circunstanciadas, não


sendo aceitas aquelas como "sim" ou "não", ressalvando-se
os que contemplam especificamente este tipo de resposta.
QUESITOS
• Não havendo quesitos, a perícia será orientada pelo objeto
da matéria, se assim decidir quem a determinou.

• As respostas aos quesitos não devem ser sumárias, mas


sempre bem fundamentadas e alicerçadas em documentos
e/ou registros contábeis, evitando-se, desta forma, dúvidas
na leitura.
QUESITOS
• Oferecer resposta correta e adequada aos quesitos
formulados tem por pressuposto saber ler e entender
o que está sendo indagado, tarefa essa nem sempre
tranqüila, mormente, quando o texto da indagação
seja dúbio ou permita mais de uma interpretação
técnica.

• Cuidado especial deve ser dado a determinados


quesitos cujo conteúdo envolva matéria de direito.
Salvo naquilo que for necessário reportar para atender
à questão técnica proposta, o perito judicial deve
eximir-se de oferecer resposta a esse tipo de pergunta
mesmo porque estão fora de sua competência legal.
QUESITOS
• Muitas vezes os quesitos não são suficientes para
esclarecer, tecnicamente, a demanda, devendo o Perito, em
suas conclusões, prestar os esclarecimentos adicionais
necessários, sem, contudo, extrapolar sua pesquisa além do
que está sendo questionado nos autos, ou seja, deve manter
seu trabalho circunscrito ao objeto da perícia.

QUESITOS RESPONDIDOS PELO PERITO-ASSISTENTE


• Havendo quesitos não respondidos pelo perito-contador, o
perito-contador assistente a eles responderá de forma
circunstanciada, não sendo aceitas respostas como "sim" ou
"não", ressalvando-se os que contemplam especificamente
este tipo de resposta.
QUESITOS - EXEMPLOS
• Com base na contabilidade da empresa XYZ, pode-se apurar
o resultado contábil, para fins de tributação pelo imposto de
renda?

• Exemplo de resposta do perito:

• 1. Sim. XYZ mantém regularmente os livros obrigatórios


exigidos pela legislação comercial, demonstrando o resultado
do exercício no final do livro diário e apresentando a
demonstração do lucro tributável no livro de apuração do
lucro real (LALUR), conforme anexos 4 a 10 do presente
laudo.
• Nota: como prova, o perito anexa cópias dos termos de
abertura e encerramento dos aludidos livros.
QUESITOS IMPERTINENTES
• São indagações efetuadas pelas partes, que abordam, geralmente,
aspectos não relacionados com a demanda judicial, ou então são
perguntas que buscam do perito opinião fora de sua competência
profissional e/ou o induzem a adentrar ao mérito, para a qual o perito
não tem competência legal. Um tipo muito comum de quesito, em
demandas de juros bancários, é:

• “O sr. Perito considera legal a cobrança de juros bancários superiores


a 12% ao ano?”.

• Este quesito é impertinente, pois implica numa exposição de opinião


do perito, em que este se expõe a julgar, fugindo de sua competência.

• Outra pergunta impertinente é: “O sr. Perito poderia definir se a parte


A têm razão em relação aos argumentos apresentados na peça
inicial?”.
QUESITOS IMPERTINENTES
• Nas perguntas impertinentes, cabe ao perito denunciá-la, da seguinte
forma:
;
• “O quesito em questão não pode ser respondido mediante perícia
contábil, já que os exames efetuados não se prestam a tal. Tratando-
se de matéria cujo mérito deva ser julgado, este perito recusa-se a
responder tal quesito, por não se tratar de sua alçada fazê-lo”.
QUESITOS IMPERTINENTES
• Quesito: Face às respostas oferecidas aos quesitos
anteriores, pede-se ao Sr. Perito e Assistentes Técnicos que
informem se é ou não procedente o auto de infração objeto
da lide.

• RESPOSTA: Prejudicada a resposta ao presente quesito,


pois o indagado envolve mérito, matéria de exclusiva
competência do MM. Juízo, fora, portanto, da função legal da
Perícia Contábil.
QUESITOS COMPLEMENTARES
• Poderão as partes apresentar, durante a diligência, quesitos
suplementares. Da juntada dos quesitos aos autos dará o
escrivão ciência à parte contrária (art. 425 do CPC)

• Quesitos suplementares são indagações efetuadas no curso


da diligência pericial, ou seja, enquanto a perícia não estiver
concluída.

• Após a conclusão da perícia não podem mais ser feitos


quesitos suplementares, mas apenas esclarecedores.
QUESITOS COMPLEMENTARES
• Os quesitos suplementares, geralmente, são provocados
pelo Assistente Técnico de uma das partes, já que este,
acompanhando o trabalho pericial, pode constatar que os
quesitos formulados pelo seu cliente não esclarecem
adequadamente determinada questão, quando então sugere
as perguntas complementares.
O LAUDO CONSENSUAL

• Laudo consensual é aquele elaborado em conjunto com os


Assistentes Técnicos, ou uma equipe de peritos e assinado
por todos sem ressalvas, ou seja, chegam a um consenso
sobre a matéria objeto da perícia.
O LAUDO

DIVERGÊNCIAS ENTRE PERITOS

• Havendo divergências do laudo pericial contábil, o perito-


contador assistente transcreverá o quesito objeto de
discordância, a resposta do laudo, seus comentários e,
finalmente sua resposta devidamente fundamentada.

• Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas


no auto do exame as declarações e respostas de um e de
outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a
autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos,
a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por
outros peritos (art. 180 do CPP).

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