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7ª AULA - Acordo

Acordo

• Alguns identificam o conflito como a causa dos


problemas no casamento. Todavia, a existência de
conflitos deve ser considerada normal.
• O problema não são os conflitos, mas a forma como
lidamos com eles.
• Na verdade casar-se e esperar não ter conflito é como
pular em um lago e esperar não se molhar.
Acordo

• Exemplo do casal que conta o segredo de um


casamento tão duradouro...
• Cada casal deve aprender a lidar com o conflito. O
importante é entender que o conflito não é bom e
nem ruim, nem certo e nem errado, ele simplesmente
existe.  
• A maneira como nós o encaramos, abordamos e
resolvemos determina o nosso modo de vida e se
somos casais vencedores ou não.
1. Atitudes diante do conflito

• Diante da realidade de um conflito os casais podem assumir


uma série de atitudes:
• a. Atitude de negar o conflito
 
• Alguns encaram o conflito como algo
totalmente ameaçador e destruidor.
• Pensam que se houver conflito, o
casamento estará em risco e por fim se
acabará.
1. Atitudes diante do conflito

• Desta forma fogem de qualquer tipo de conflito, evitando


normalmente qualquer situação que exija uma decisão.
 
• Essa é uma atitude que poderá gerar profundos ressentimento
naquele que sempre se anula pelo bem do relacionamento.
1. Atitudes diante do conflito

b. A atitude de fuga  
• Alguns encaram o conflito como algo determinado pelo destino.
• Assim concluem: “Nós simplesmente não combinamos, somos
incompatíveis e nunca vamos nos entender”.
• Dessa forma, eles fogem do conflito, simplesmente fugindo de
um relacionamento realmente maduro, onde o confronto é
inevitável.
1. Atitudes diante do conflito

 
• A postura aqui é a de que os conflitos não resolvem coisa
alguma. É melhor evitá-los a todo custo.
 
• Por um breve momento fugir do conflito pode ser
recomendável, até para acalmar os ânimos, mas devemos
depois enfrentá-lo. Fugir sempre não resolve coisa alguma.
1. Atitudes diante do conflito

c. A atitude dominadora (o dono da verdade)  

• Muitos têm a atitude do tipo “guerra santa”.  


• Eles possuem a verdade e é seu dever diante de Deus defender a
sua verdade e mostrar ao outro o quanto ele está errado.  
• Deste ponto de vista alguém está totalmente certo e o outro está
completamente errado.  
1. Atitudes diante do conflito

• Não se pode negar que há momentos da vida em que estamos


completamente certos (como no caso de traição ou violência).  
• Mas se procuramos resolver todos os conflitos assim, definindo
vencedor e perdedor, vítima e culpado, então já não existe
amor.  
• O objetivo de vencer a discussão se torna mais importante que
o relacionamento.
1. Atitudes diante do conflito

d. A atitude conciliadora  (aquele que cede)


• É a atitude do tipo “Eu sou bonzinho e estou sempre disposto a
ceder”.  
• Essa atitude é fruto de uma má compreensão do princípio de
tomar a cruz.  
• Tomar a cruz é fazer aquilo que é a vontade de Deus e, não,
ceder sempre para evitar o conflito e se passar por bonzinho.
1. Atitudes diante do conflito

• Em muitas situações, porém, ceder completamente para


proteger ou guardar o relacionamento é uma boa alternativa.  
• Mas não resolve o problema via de regra.  
• Quando isso acontece, de forma constante um dos cônjuges se
transforma em um capacho e o resultado, no decorrer do
tempo, mais uma vez, é ressentimento e amargura.
1. Atitudes diante do conflito

e. A atitude de negociação
 
• Essa é a atitude de encarar o conflito como normal, acreditando
que todos devem estar dispostos a ceder para resolvê-lo.  
• A conciliação é uma grande bênção nos relacionamento
saudáveis.  
• É um tipo de arranjo que resolve a maioria dos conflitos.  
1. Atitudes diante do conflito

• Uma decisão negociada e consensual é sempre agradável,


mas é possível que as nossas metades da verdade não
constituam uma verdade inteira.  
• Em uma negociação podemos ter os dois cônjuges satisfeitos
ou ambos infelizes, assim a negociação não resolve todos os
conflitos.
1. Atitudes diante do conflito

f. A atitude mística  
• Essa é a postura de negar o conflito natural e atribuir todas as
causas aos ataques de demônios.  
• Nessa atitude, todos os conflitos são espirituais e possuem
causas espirituais.  
• Os homens seriam apenas marionetes levados de um lado para
o outro por forças espirituais. 
1. Atitudes diante do conflito

• Nenhum cristão genuíno ousaria negar a realidade dos espíritos


malignos e sua capacidade de influenciar pessoas.  
• Todavia, não são os espíritos malignos que produzem o conflito,
o máximo que eles fazem é atiçar nossa carne e nosso ego para
transformar o conflito em um combate.  
• É fundamental assumir uma atitude de oração diante de
qualquer situação, mas o conflito só será resolvido se tivermos
disposição para confrontarmos o outro em amor.
1. Atitudes diante do conflito

g. A atitude de espiritualização  
• Esta atitude é mais usada quando o conflito envolve decisões
sobre coisas, como um emprego, mudança de cidade, a compra
de um carro ou casa ou algum tipo de escolha.  
• Nessa situação é comum usar-se a atitude do tipo portas
abertas e portas fechadas. Se a porta estiver aberta a decisão é
sim, se estiver fechada a decisão é não.  
1. Atitudes diante do conflito

• O problema acontece quando a porta está aberta e então


entramos por ela, mas ela logo em seguida se fecha. Como
decidir agora?  
• Deus abriu e depois fechou ou foi o inimigo que fechou? Não
temos como saber...  
• É uma forma sutil de se colocar a responsabilidade em Deus, se
porventura algo der errado.  
• Vamos aprender adiante que há formas
mais bíblicas de conhecermos a vontade de
Deus.
2. A atitude de amor e
confronto
• A palavra confronto possui uma carga muito
negativa na mente da maioria das pessoas.  
• Confrontar é respeitar o seu cônjuge amando e mostrando os
sentimentos de forma clara.  
• É se importar com o relacionamento ao ponto de não ignorar
os problemas, mas encará-los com amor e paciência, ouvindo
o outro e expressando claramente seus sentimentos.
• Se isso não evoluir para uma solução, então podemos assumir
uma atitude de negociar.
2. A atitude de amor e
confronto
• Isso deveria ser provisório até se chegar a uma
solução, mas se isso não acontece podemos ceder
para uma atitude de conciliação para preservar o
relacionamento.
• Se desejamos um relacionamento maduro,
precisamos aprender a nos expressar claramente ao
nosso cônjuge em um confronto amoroso e
verdadeiro.  
• Ao fazer isso, porém, tenha cuidado com as suas
palavras.
2. A atitude de amor e
confronto
a. Use palavras simples
 
• Quando falar use palavras simples.

• Lembre-se que as palavras não se expressam, você é quem se


expressa.

• Por isso seja o mais claro, conciso e franco possível.


2. A atitude de amor e
confronto
b. Fale de maneira pessoal 
• Como expliquei no capítulo anterior, esqueça a linguagem tipo
“você” e assuma a linguagem tipo “eu”.
• Assim em vez de dizer: “Você me rejeita”, diga “Eu me sinto
rejeitado quando você faz isso...”  
• Diga “Eu sinto”, “Eu gosto ou não gosto”, “Eu acho” em vez de
“As pessoas pensam...”, “A maioria pensa...”. 
2. A atitude de amor e
confronto

• Não tente se expressar pelo outro.


• Não tente adivinhar o que o outro sente ou quais são as suas
motivações ou intenções, apenas ouça-o.
• Simplesmente ouça o que o outro está dizendo e acate aquilo
como verdade.
2. A atitude de amor e
confronto
c. Fale de forma honesta
 
• Ser honesto é confiar ao outro os seus reais sentimentos e
desejos.
• Não diga que está bem quando não está, somente para evitar
conflitos ou não deixar o outro desconfortável.
2. A atitude de amor e
confronto
d. Expresse-se de forma direta
 
• Não use de artifícios ou expressões
sem sentido como: “Até certo ponto”,
“Às vezes eu sinto”.
• Seja específico para dizer o que, como
e quando o outro o magoa.
2. A atitude de amor e
confronto
e. Seja verdadeiro  
• Rejeite toda generalização.  
• Provavelmente nada é mais mentiroso do que usar as palavras
sempre e nunca para descrever nosso relacionamento conjugal.
 
• Evite todo exagero de linguagem colorida que produz efeito,
mas distorce o entendimento do outro. (você é boazinha, mas
tem atitudes que me desagradam, me entristecem)
3. Mudando a forma de
pensar
• Em geral quando o conflito se estabelece em um
relacionamento conjugal, os casais assumem atitudes
opostas, ou seja, um é o perseguidor e o outro o
perseguido, o explosivo e o calmo, o gastador e o
econômico, passivo e ativo etc.  
• Inicialmente os pólos opostos se atraem, mas o
conflito acontece quando os cônjuges tentam mudar
um ao outro. 
3. Mudando a forma de
pensar
• Sejam ponderados e reflitam honestamente em quais
áreas vocês apresentam polaridade e
conseqüentemente adotam atitudes contrárias.  
• Quando estamos irados, desenvolvemos padrões de
pensamento imaturos e não conseguimos ter uma visão correta.
 

• Eis aqui alguns tipos de padrão de


pensamento podre que devem ser
eliminados para superarmos conflitos:
3. Mudando a forma de
pensar

a. O pensamento do tudo ou nada  


• Esse é aquele pensamento segundo o qual tudo é preto ou
branco. Não existe meio-termo.  
• Como não há lugar para outras possibilidades a atitude é sempre
do tipo: “Se não posso ter como quero, então não quero nada”.  
• Não precisamos ponderar muito para percebermos a
infantilidade dessa posição e conflitos se prolongam por causa
desse extremismo.
3. Mudando a forma de
pensar

b. A leitura da mente e a suposição


• Você não conhece tão bem o seu cônjuge ao ponto de saber o que
ele está pensando.
• Também nunca presuma que ele sabe o que você está pensando. Isso
é uma tremenda arrogância, não somos deuses.
• Sempre pergunte o que ele está pensando ou sentindo e assuma que
seja verdade.
• “Seja a vossa palavra sim, sim e não, não, pois o passar disso
vem do maligno” (Mt 5.37).
3. Mudando a forma de
pensar
c. Supervalorização ou pessimismo
• A nossa tendência é supervalorizar a um acontecimento bom ou
ruim.
• “Agora nunca mais serei capaz de confiar em você”, ou
“Uma boa noite de amor vai resolver todos os nossos
conflitos e problemas”, achando que tudo se resolve
desta forma.
• Mas também traz o equívoco de que um único
acontecimento pode destruir tudo. Rejeite tais padrões
de pensamento.
3. Mudando a forma de
pensar
d. Pensamento de super-personalização
• É aquele pensamento em que você acha que todas as atitudes e
comportamentos do cônjuge são direcionados a você.
• “Ele está evitando ficar a sós comigo”, só porque ele quis sair com
amigos.
• Ou “Ele faz isso só pra me machucar”, uma conclusão precipitada
de uma atitude dele.
• Aprenda simplesmente a perguntar se a sua percepção é
verdadeira e apenas acredite!
3. Mudando a forma de
pensar
e. Rotulagem irracional
• Todos nós temos a tendência de arbitrariamente chegar a uma
conclusão a respeito de alguém baseado em um único
acontecimento e, então, fixar um rótulo associando aquela
pessoa a isso.
• O problema é que, com o passar do tempo, passamos a
acreditar naquele rótulo e o relacionamento fica contaminado.
3. Mudando a forma de
pensar
• A dificuldade torna-se grande quando rotulamos nosso cônjuge,
tipo: “Ele é indiferente”, ou “Não tem jeito, ela é frígida”.
• Questione-se constantemente se você está alimentando algum
desses padrões de pensamento.
• Se para você é difícil perguntar a todo instante ao seu cônjuge, se a
sua percepção está correta, assuma uma postura benigna e decida
acreditar sempre no melhor.
3. Mudando a forma de
pensar
• Por exemplo, a esposa pode dizer: “Ele está fazendo isso por
alguma razão, mas sua intenção não é me magoar”.
• Ou em outra situação: “Ele tem estado nervoso, mas deve
existir uma razão para isso, mas eu me recuso a rotulá-lo como
frio e bruto”.
4. Atitudes para se chegar a um
acordo
• O plano de Deus para o casamento é que os cônjuges
andem de acordo.
• Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo? (Am
3.3)
• O casamento é um empreendimento que só funciona
se houver acordo e unanimidade.
• Se um dos cônjuges força o outro a concordar com
algo contrariado, o resultado é que o cônjuge
insatisfeito vai sabotar a missão.
4. Atitudes para se chegar a um
acordo
• E depois que tudo der errado ele ainda dirá: “Eu não
disse que não daria certo?”.
• Tiago 3.16 diz que onde há sentimento faccioso, aí há
confusão e toda espécie de coisas ruins.
• O sentimento faccioso é o conflito que não se resolve. Ele
produzirá todo tipo de coisas ruins no casamento.
4. Atitudes para se chegar a um
acordo
• Mas o Senhor nos dá uma provisão para resolvermos
nossos conflitos: Ele nos revela a Sua vontade.
• Provavelmente nada é tão confundido e mal
entendido quanto à vontade de Deus.
• O Senhor Jesus nos ensinou a orar “seja feita a Tua
vontade” em Mateus 6.
• Se é necessário orarmos para que ela seja feita, é
porque ela não acontece automaticamente.
4. Atitudes para se chegar a um
acordo
a. Tenham uma atitude definida de fazer a
vontade do Pai
• Quando ambos os cônjuges possuem uma atitude determinada
de conhecer e fazer a vontade de Deus, os conflitos se tornam
mais fáceis de resolver.
• Para isso, cada casal precisa ter bem claro que o Senhor possui
uma vontade a respeito de tudo.
4. Atitudes para se chegar a um
acordo
• Uma vez que essa vontade é percebida, deve ter disposição de
obedecê-la completamente.
• Porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele
que me enviou. (Jo 5.30b)
• Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade
daquele que me enviou e realizar a sua obra. (Jo 4.34)
• A promessa de Deus é bem clara, se houver em nós um
coração sincero para conhecer a vontade perfeita de Deus,
Ele nos revelará.
• Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da
doutrina. (Jo 7.17)
4. Atitudes para se chegar a um
acordo
b. A vontade de Deus nunca contradiz a
Sua Palavra
• Não precisamos perguntar a vontade de Deus a respeito de algo
se isso está claramente escrito nas Escrituras.
• Todavia a Palavra de Deus nos dá apenas direções e princípios
gerais.
• Para sabermos a vontade do Pai nessas circunstâncias,
precisamos da direção do Espírito de Deus.
4. Atitudes para se chegar a um
acordo
c. Busquem a vontade de Deus juntos
• É muito importante que ambos tenham a disposição clara de
buscar conhecer a vontade de Deus e não forçar um ao outro
para fazer a própria vontade.
• Evidentemente, o homem é o cabeça para procurar conhecer a
vontade de Deus.
• Para isso devem aprender a orar juntos, concordarem com a
oração um do outro e até envolverem os filhos se for o caso.
4. Atitudes para se chegar a um
acordo
d. Compartilhem um com outro o que
percebem no coração
• A forma primária como Deus fala conosco é pela convicção em
nosso espírito.
• Depois de orar um tempo, chequem as impressões que ambos
tiveram.
• A direção do Espírito geralmente vem a nós através de uma
testificação interior, no espírito (Pv 20.27, 1Co 2.14).
4. Atitudes para se chegar a um
acordo
• A convicção em nosso espírito sempre se manifesta na forma de
uma paz profunda. É a Paz de Deus que deve ser o árbitro em
nossos corações.
• Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também,
fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos. (Cl 3.15)
• Quando as coisas estão fluindo no propósito de Deus, há uma
paz interior profunda em nossos corações.
4. Atitudes para se chegar a um
acordo
e. Se não houver concordância
continuem orando
• Há situações urgentes onde não temos tempo para chegar a um
acordo completo.
• Neste caso, é importante que a esposa deixe a decisão
completamente com o marido.
• Mas, na maioria das vezes, o casal deve orar até perceber uma
direção clara de Deus, mesmo que isso implique em uma espera
maior do que imaginavam.
4. Atitudes para se chegar a um
acordo
f. Se não conseguem ter concordância
procurem aconselhamento maduro
• É possível que cheguemos a um impasse em algum ponto de
nosso casamento.
• Os cônjuges se tornam obstinados em suas posições por
temores, inseguranças e às vezes por puro orgulho próprio,
para não dar o braço a torcer.
• Nesses casos, é prudente buscar um aconselhamento maduro.
4. Atitudes para se chegar a um
acordo

• Tal aconselhamento, será produtivo se ambos reconhecerem


a autoridade do conselheiro e se dispuserem a seguir as
direções dele.
• Não havendo sábia direção, cai o povo, mas na multidão de
conselheiros há segurança. (Pv 11.14)
• Onde não há conselho fracassam os projetos, mas com os
muitos conselheiros há bom êxito. (Pv 15.22)
• Pedir conselhos a pessoas imaturas somente trará mais
confusão e incerteza.
• Cada cônjuge pode buscar o aconselhamento mas o outro
deve acompanhar.
4. Atitudes para se chegar a um
acordo

g. O marido deve decidir não agir sem


antes chegar a um acordo
• O homem poderia decidir sozinho, mas tal atitude não seria o
melhor para o casamento.
• É melhor crer que Deus pode falar com a esposa e mudar-lhe
o coração (e vice-versa).
• O casal deve enxergar a concordância mútua como um sinal
da direção de Deus. Sempre que um dos cônjuges discordar, é
melhor parar e buscar a vontade de Deus juntos.

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