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REVISITANDO O ESTATUTO

DO TEXTO Cavalcante e Custódio Filho (2010)

Luis Carlos Venceslau Vieira de Lima (PPGL/UFPE)


Renata Valéria de Araujo Lima (PPGL/UFPE)
O Objeto Texto na Atualidade: Conhecendo o
Terreno, Vislumbrando Possibilidades
Antecedentes e percurso conceitual
● Linguística da Enunciação

● Virada Pragmática

● Concepção dialógica (Bakhtin)

● Conceito de cognição (sistemas de conhecimento)


O objeto texto
● O texto inseparável das relações discursivas (interdependência texto-discurso,
instâncias imbricadas

● O texto como unidade funcional de onde os sentidos emergem

● O texto como construção ativa a partir das relações com o enunciador

● A complexidade do texto pressupõe um olhar multidisciplinar

● Um objeto dinâmico, multifacetado, resultante de uma atividade linguístico-


sociocognitiva, na qual se incluem parâmetros discursivos
Novas perspectivas: atualizando referenciais
● Coerência textual:

ANTES: Um princípio de interpretação semântica derivado das relações estabelecidas na


superfície textual.

AGORA: Resultado de uma construção dos usuários do texto, numa dada situação comunicativa.

“uma visão de coerência/coesão e de textualidade que não depende exclusivamente de


propriedades inerentes à organização dos elementos no cotexto, mas, sim, de um contexto
sociocultural mais amplo, o que inclui uma série de atividades interpretativas dos co-
enunciadores” (CAVALCANTE, a sair, p. 9).
Escopo da LT

O estudo das manifestações (por vezes, mais


marcadamente linguísticas) do texto ou das estratégias
nele presentes, efetuado com base numa proposta
global de abordagem das significações
Os Limites (do conceito de) Texto: Destacando o
Não Verbal, Redimensionando o Linguístico
A “virada” Pragmática e o texto como processo sociocomunicativo

● Se o texto resulta da interação, não pode haver um “não texto”, já que não há uso sem intenção.

Até mesmo a produção de um texto sem sentido é direcionada por uma intenção do autor.

Exemplos:

→ Manifesto Dadaísta

→ Obras Surrealistas - Dalí

→ Poema Concreto * (Não é nonsense)


O “verbocentrismo” e os sentidos dos textos não verbais: o que é e o que não é texto?

A produção de linguagem [verbal e não


verbal] constitui atividade interativa
altamente complexa de produção de sentidos
que se realiza, evidentemente, com base nos
elementos [linguísticos] presentes na
superfície textual e na sua forma de
organização, mas que requer não apenas a
mobilização de um vasto conjunto de saberes
(enciclopédia), mas a sua reconstrução e a
dos próprios sujeitos – no momento da
interação verbal. (Adaptado de Koch (2004,
p. 33)).
É texto?

→ O uso do verbal na produção de imagens e ❖ Interação → produção de sentidos


ocupação do espaço da folha: os poemas concretos ❖ Sequenciação
❖ Identificação de um gênero textual
● Contextualização temporal e espacial
● Intenções dos autores

“Tudo pode ser considerado texto, porque nos


→ chama a participar ativamente de uma interação
Capítulo LV - O Velho Diálogo de Adão e Eva - Me para a qual devemos dar sentido(s).” (p. 64)
mórias Póstumas (colocar imagem ou vídeo)
A multimodalidade e a referenciação
● Segundo Kress e van Leuween (1996, p.183), os textos multimodais
são aqueles que se utilizam de mais de um código semiótico, como,
por exemplo, os que combinam o código visual e o verbal. (Décima
segunda nota de rodapé. Está na página 65)
→ Notícia (Verbal + Não Verbal)

● “(...) nem o referente nem sua âncora precisam ser necessariamente


expressos por mecanismos linguísticos. A referenciação é um
processo intercognitivo e social, que se produz durante a interação e
a partir dela.” (p.66)

● Não se trata, portanto, de fazer uma linguística sem língua, mas de


levar às últimas consequências a tese de que a comunicação se
efetiva a partir da conjunção entre diversos fatores, sendo a
multissemiose um dos mais relevantes.

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