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Predação, Parasitismo e

Herbivoria
● São interações de alimentação entre espécies
consumidoras e espécies consumidas (recursos) com
efeitos nas taxas de crescimento, reprodução e
sobrevivência das duas espécies
- Predador-presa
- Parasita-hospedeiro
- Parasitóide-hospedeiro
- Herbívoro-planta

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E os organismos detritívoros?
● Detritívoros também estabelecem relações de consumo,
mas não têm influência direta sobre as populações das
espécies consumidas (serapilheira, fezes, carcaça)
● São importantes na ciclagem de nutrientes

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Predação
● Os predadores capturam as presas levando a sua morte e
removendo-as da população
● São geralmente maiores do que as presas
● Geralmente tem dietas relativamente amplas quando comparados a
parasitas e herbívoros, ou seja, são mais generalistas na dieta

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Predação
● Os predadores podem mudar sua dieta para presas mais abundantes

Teoria do Forrageio ótimo:


os predadores maximizam
quantidade de energia obtida
por unidade tempo,
considerando a
disponibilidade espacial e
temporal dos recursos e
também os riscos envolvidos
na busca desse recurso

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Plantas também
podem ser
predadoras

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Parasitismo
● Os parasitas consomem partes do recurso do hospedeiro
sem provocar a sua morte imediata

● Estima-se que 50% das espécies viventes são parasitas

● São geralmente menores e mais numerosos do que os


hospedeiros

● Tem elevado potencial reprodutivo ou potencial biótico

● Tem dietas altamente restritas e são especialistas


quanto ao tecidos e hospedeiros parasitados

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Os parasitas podem mudar o comportamentos dos hospedeiros

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Os parasitas podem mudar o comportamentos dos hospedeiros

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Parasitismo em animais
● Ectoparasita: vive sobre, ou aderido a superfície do hospedeiro

● Endoparasita: invadem e se alimentam dos tecidos internos, sangue,


ou alimentos parcialmente digeridos

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Parasitismo em plantas
Hemiparasita: As raízes sugadoras (haustório) atingem o xilema.
O parasita utiliza água e nutrientes minerais do hospedeiro

LORANTHACEAE

Erva-de-passarinho

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Erva-de-passarinho
Parasitismo em plantas
Holoparasita: O haustório atinge o floema. O parasita consome os
produtos da fotossíntese da planta hospedeira.

Não têm folhas e


geralmente sem
coloração verde
pela ausência de
clorofila

Euphorbia milii parasitada por Cuscuta


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racemosa (CONVOLVULACEAE)
Parasitismo em plantas
Langsdorffia hypogaeae
(BALANOPHORACEAE)

Parasita de
raízes de
plantas de
Cerrado 12
Parasitóides
● Os parasitóides são
espécies de vespas e moscas
cujas larvas consomem os
tecidos de hospedeiros vivos,
normalmente os ovos, larvas
ou pupas

● Leva a morte do hospedeiro,


mas só depois que as larvas
do parasitóides tenha
empupado

● Um parasitóide é um
predador ou um parasita?
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Herbivoria
● Herbívoros tem dietas mais restritas quando comparados aos predadores
Tipos de herbivoria
● Os herbívoros consomem as plantas inteiras ou apenas parte delas podendo
atura como “predadores” ou “parasitas”
Herbívoros desfoliadores
Herbívoros pastadores

Pastagem (gramíneas) Desfolhação


(plantas lenhosas)
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Tipos de herbivoria
● Herívoros galhadores (galhas ou cecídio)
- Insetos que emitem um estímulo químico às células de tecidos vegetais,
induzindo-os a se desenvolverem patologicamente
- Há um aumento do tamanho (hipertrofia celular) e no número de células
(hiperplasia)
- Proporciona um local adequado ao desenvolvimento do inseto

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Tipos de herbivoria
● Herbívoros minadores (minas)
- São insetos que residem e se alimentam no mesofilo das folhas
- Somente 4 ordens de são minadores: Diptera (mosca), Lepidoptera
(borboleta), Coleoptera (bezouro) e Hymenoptera (vespa)

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Tipos de herbivoria
● Herbívoros brocadores (brocas)
- São insetos que residem e se alimentam de tecidos vivos ou mortos em camadas
profundas da planta

- Atacam principalmente troncos (alguns Coleoptera, Lepidoptera e


Hymenoptera); frutos (alguns Diptera, Lepidoptera e Coleoptera); e sementes
(basicamente Coleoptera e Lepidoptera)

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Herbivoria
● Insetos sugadores de seiva
- A alimentação se dá pela sucção do conteúdo do floema
- Pode provocar dano direto através retardamento do crescimento geral da
planta e dano indireto através da transmissão de doenças ou injeção de
saliva tóxica

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Adaptações dos predadores para capturar e
manipular presas
● Diferenças na dentição indicam diferenças ecológicas importantes

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Adaptações dos predadores para capturar e
manipular presas
● Aves de rapina (gaviões, corujas) têm pés em forma de garra e
bico em forma de gancho para prender e imobilizar a presa e para
cortá-la em pedaços

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Adaptações dos predadores para capturar e
manipular presas
● Serpentes apresentam mandíbulas distensíveis ou móveis que
permitem ingerir as presas grandes e inteiras

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● Qualidade das dieta e
adaptações dos sistemas
digestivos

Associações
com bactérias e
protozoários que
auxiliam na
digestão da
celulose e 23
da
lignina
Adaptações das presas para escapar dos
predadores
● Defesa comportamental
- Esconder-se e evitar áreas com predadores
- Experimento de laboratório com girinos de sapo boi (presas) e peixes e
libélulas (predadores) (Relyea & Werner 1999)

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Fonte: Ricklefs 2003
Adaptações das presas para escapar dos
predadores
● Defesa comportamental
- Velocidade de escape (cervos)

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Adaptações das presas para escapar dos
predadores
● Defesa comportamental
- Tanatose. Simulação de morte

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Adaptações das presas para escapar dos
predadores
● Defesa física: espinhos, carapaças

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Adaptações das presas para escapar dos
predadores
● Defesa física: Espinhos e pelos ou tricomas (plantas)

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Adaptações das presas para escapar dos
predadores

● Defesa química: Toxinas

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Adaptações das presas para escapar dos
predadores
● Defesa química em plantas
Compostos secundários: são produtos químicos produzidos para defesa
contra predadores, herbívoros e patógenos. Ex. Látex, tanino, resina, sílica

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Adaptações das presas para escapar dos
predadores
● Defesa morfológica: Coloração críptica (camuflagem)

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Adaptações das presas para escapar dos
predadores
● Defesa morfológica: Coloração de advertência
- Aposematismo. Cores conspícuas (vistosas) são associadas a
presença de compostos químicos nocivos ou impaláteis, produzidos pelas
presas ou obtidos de seus alimentos

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Por que todas as presas não são nocivas e impalatáveis?

1. Elevado gasto energético na produção de toxinas

2. Muitas toxinas vem dos compostos vegetais que as presas


comem, porém nem todos os vegetais tem esses componentes

3. Nem todas espécies possuem capacidade de evitar os efeitos


tóxicos dos próprias toxinas

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Adaptações das presas para escapar dos
predadores
● Defesa morfológica: Mimetismo
- Mimetismo batesiano. Espécies palatáveis e não nocivas (imitadores)
apresentam semelhanças com espécies impalatáveis ou nocivas
(modelos)
Vespa Mantodea Mariposa

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Adaptações das presas para escapar dos
predadores
● Defesa morfológica: Mimetismo
- Mimetismo Mulleriano. Duas ou mais espécies impalatáveis ou nocivas
apresentam cores e formas semelhantes. As espécies são ao mesmo
tempo modelo e imitadoras.

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Adaptações das presas para escapar dos
predadores

Mimetismo Batesiano ou Mulleriano?

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Dinâmica da predação
● As populações de predador e presa freqüentemente aumentam e diminuem
em ciclos regulares
● Este fenômeno também se aplica e para ciclos de herbívoros/planta e
patógeno/hospedeiro
MacLulich (1937)
- Registros no
número de pele de
lince e Lebre pela
empresa Hudson’s
Bay company

- Ciclos sincrônicos
com cerca de 10
anos

- Causas: Interações
dinâmicas entre
predadores e presas

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Dinâmica do Parasitismo
Ciclos de epidemia de sarampo
na Inglaterra, são causados pelas
respostas imunológicas crianças
infectadas.

1944
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Rohani et al. 1999
Efeitos dos predadores sobre as
populações das presas
Huffaker et al. (1956)
Experimentos em estufa na Califórnia
-Ácaro do ciclâmen é uma
praga das plantações de
morango da Califórnia e os
ácaros do gênero
Thyphldromus são predadores
dos ácaros do ciclâmen

- No tratamento onde estavam


as duas espécies, as
populações de ácaros do
ciclâmen permaneceram
baixas, mas onde foi aplicado
o paration (p), que mata o
Thyphldromus, as populações
atingiram níveis danosos

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Morin (1991)
Coexistência de Poças artificiais
competidores
mediada por
predadores
Aumentos experimentais nas
densidades de salamandra Fonte: Ricklefs
(Notophthalmus viridescens) (2003)
predadora de girinos de três
espécies de anuros,
promoveu a sua coexistência

CONCLUSÂO: A predação
pela salamandra aumentou a
biomassa e equilibrou as
taxas de sobrevivência das
presas, promovendo a
coexistência e diminuindo os
riscos de exclusão competitiva 40
A herbivoria vista com um distúrbio

● Pastejo pelo gado em


campos da etiópia
- Em geral, maior riqueza de
espécies em intensidade
intermediária de pastejo
- Sem pastejo há domínio
das melhores competidoras
- O gado prefere espécies
mais abundantes
- Em alto pastejo o gado ?
mudou a dieta para espécies
menos abundantes (extinção)
- Confirmação da hipótese do
distúrbio intermediário? Mwendera et al. 1997

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Controle Biológico

Psilídeo de concha

Psyllaephagus bliteus

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Efeitos dos herbívoros sobre as
populações de plantas
Ratos herbívoros e plantas herbáceas

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Adaptações dos hospedeiros aos
parasitas
● imunoresposta ou resposta imune

● Os anticorpos marcam os invasores que são fagocitados


pelos macrófagos e levados ao baço

● Resistência cruzada: quando uma resposta inume afeta


outras espécies de parasita intimamente relacionadas ao
parasita original
- Pessoas infectadas com espécies menos virulentas do gênero
Schistosoma adquirem maior resistência a espécies mais virulenta que
causa a esquistossomose
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Adaptações dos parasitas aos
hospedeiros

● Produção de fatores químicos que suprimem o sistema


imune (AIDS)

● Proteínas de superfície que imitam proteínas do


hospedeiro e passam despercebidas pelo sistema
imunológico (Tripanossoma que causa a doença do sono)

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