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DIREITO DAS COISAS

Profª Maria Cristina s. lucion


Boas vindas! E alguns recados...
AVALIAÇÕES:
■ A pedido dos estudantes, as provas de Direito
Internacional Público e Direito das Integrações serão
muito embasadas em questões de concurso público e
OAB.
■ Calendário de provas:
Segunda: 20/04 e 29/06
Terça: 14/04 e 23/06
Quarta: 22/04 e 01/07
Quinta: 16/04 e 25/06
Sexta: 24/04 e 03/07
■ HORÁRIO DA AULA:
19h às 22h30min (sem tolerância na saída)
Intervalo: das 21h às 21h15min
- Ajustes de matrícula: até dia 06 de março.

■ Comunicação com a professora:


E-mail institucional:
maria.Schneider@setrem.com.br
■ BIBLIOTECA DO CURSO DE DIREITO:
lembrem-se de usar a Biblioteca digital e a Revista
dos Tribunais
■ JOIA – Jogos de Integração Acadêmica Setrem =
17 a 20 de março
■ Mural de recados no prédio 7 = importante meio
de comunicação
■ Atestados médicos:
Entregar para a professora
Ciclo de Estudos Jurídicos
Plano de Ensino
CONTEXTUALIZAÇÃO
■ O curso de Direito busca ofertar a gama de conhecimentos
necessários à formação qualificada do bacharel. Estruturado de
modo abrangente e interdisciplinar, forma juristas com consciência
crítica e capacidade de resolução de problemas, a partir do diálogo
entre as dimensões legal, ética, atitudinal, econômica e social.
EMENTA
■ Conceito. Relação com outras disciplinas.
Posse. Propriedade. Função social da
propriedade. Aquisição e perda. Direitos reais
limitados. Direitos reais de garantia. Direito
autoral.
OBJETIVO GERAL
■Compreender a relação das
pessoas com os bens.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS

■ Distinguir a posse da
propriedade com seus limites e
disposições legais. Estudar e
compreender os direitos reais
sobre a coisa alheia.
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO
■NOÇÕES GERAIS DO DIREITO DAS COISAS
■Conceito e objeto do direito das coisas
■Direitos pessoais e direitos reais
■Características dos direitos reais

■DA POSSE
■Origem, elementos constitutivos, objeto da posse.
■Correntes doutrinárias sobre a natureza da posse.
■Modalidades da posse
■Modos aquisitivos da posse
■Perda da posse
■Efeitos da posse
■ PROPRIEDADE
■ Histórico da propriedade
■ Fundamentos jurídicos da propriedade
■ Elementos constitutivos da propriedade
■ A função social da propriedade
■ Caracteres da propriedade
■ Objeto da propriedade
■ Espécies de propriedade
■ Ações que protegem a propriedade
■ Noções de responsabilidade civil do proprietário
■ Modos de aquisição da propriedade
■ A PROPRIEDADE IMÓVEL
■ Aquisição da propriedade imóvel pelo registro do título
■ O registro de imóveis – noções gerais
■ Aquisição da propriedade imóvel por acessão
■ Acessões naturais e artificiais
■ Aquisição por usucapião
■ Histórico da usucapião
■ Requisitos da usucapião
■ Modalidades de usucapião – Código Civil – Constituição Federal –
Leis esparsas
■ Perda da propriedade imóvel – Modalidades
■ A desapropriação
■ A requisição
■ O confisco
■ Perda pela posse “pro labore”
■ CONDOMÍNIO
■ Noções gerais, modalidades
■ Condomínio geral
■ Direitos e deveres dos condôminos
■ Extinção do condomínio
■ Condomínio edilício
■ Condomínio por meação de muros, paredes, valas e cercas

■ RESTRIÇÕES AO DIREITO DA PROPRIEDADE


■ Restrições pelo interesse social
■ Restrições de interesse privado
 
A PROPRIEDADE MÓVEL
■ Modos originários de aquisição
■ Ocupação
■ Usucapião de coisas móveis
■ Modos derivados de aquisição da propriedade móvel
LOTEAMENTO
■ PROPRIEDADE RESOLÚVEL
■ Noções gerais
■ Espécies de propriedade resolúvel
DIREITOS REAIS SOBRE COISAS ALHEIAS
■ Noções gerais
■ Modos de constituição
■ Espécies e classificação
■ENFITEUSE
■Noções gerais
■Disposições aplicáveis às enfiteuses remanescentes
■ 
■SERVIDÕES PREDIAIS
■Conceito e princípios fundamentais
■Classificação
■Modos de constituição
■Direitos e deveres dos proprietários dos prédios serviente e dominante
■Proteção jurídica.
■Extinção das servidões
■ 
■USUFRUTO
■Conceito, objeto e caracteres jurídicos
■Espécies de usufruto
■Modos constitutivos
■Direitos e deveres do usufrutuário e do nuproprietário
■Extinção do usufruto
■ USO ■ 
■ Conceito, objeto e caracteres jurídicos ■ DIREITO DE SUPERFÍCIE
■ Modos de constituição ■ Conceito, noções espécies
■ Direitos e deveres do usuário e do ■ Direitos e deveres do superficiário e do
constituinte fundieiro
■ Extinção do uso ■ Benfeitorias e seu destino
■ Concessão de uso especial para fins de ■ Extinção do direito de superfície
moradia
■ Concessão de direito real de uso ■ DIREITOS REAIS DE GARANTIA
■  ■ Noções gerais e histórico dos DRGs
■ DIREITO REAL DE HABITAÇÃO ■ Requisitos dos DRGS
■ Conceito, objeto e caracteres jurídicos ■ Efeitos dos DRGs
■ Modos de constituição ■ Vencimento dos DRGs
■ Direitos e obrigações do habitador e do
proprietário
■ A extinção do direito real de habitação
■ PENHOR
■ Conceito, caracteres jurídicos e modos de constituição
■ Penhor comum
■ Penhor rural
■ Penhor industrial
■ Penhor mercantil
■ Penhor de direitos
■ Penhor de títulos de crédito
■ Penhor de direitos
■ Penhor de veículos
■ Penhor legal
■ Cédulas pignoratícias
■ Extinção do penhor
■ ANTICRESE
■ Conceito, caracteres e modo de constituição ■ ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM
■ Direitos e deveres do credor e devedor GARANTIA
anticréticos ■ Conceito, caracteres e requisitos
■ Extinção da anticrese ■ A propriedade fiduciária no Código Civil
■ HIPOTECA ■ O decreto lei nº 611/69
■ Conceito, caracteres jurídicos e modos de ■ Lei nº 9514/97 – AFG de Imóveis
constituição. ■ Direitos e obrigações do credor e do devedor
■ Hipoteca judicial ■ O processo de execução, na inadimplência
■ Hipoteca convencional ■  
■ Hipoteca legal ■ DIREITO REAL DO PROMITENTE
■ Hipoteca cedular COMPRADOR DO IMÓVEL
■ Direitos e deveres do credor e devedor ■ Conceito, características
hipotecários ■ Execução e extinção.
■ Extinção da hipoteca ■ Direito Autoral
■  
4. METODOLOGIA
■Os métodos utilizados são
aulas expositivas e
dialogadas, seminários,
estudo dirigido, fichamentos
e produção textual. Haverá
análise de jurisprudência,
aplicação do Método de
Debates e Método Socrático.
■.
Recursos
■ Os recursos didáticos são ferramentas para
dinamizar o conteúdo desenvolvido, desse modo,
serão utilizadas mídias, vídeos, computador com
projetor, biblioteca da faculdade, textos manuais,
atividades pedagógicas de metodologia ativa,
aparelhos de som e quadro negro.
Avaliação
■ > 1,5 pontos: referente a nota do SAIS -
Sistema de Avaliação Integrado Setrem.
■ > 2,5 pontos: avaliação em sala de aula no dia
14/04, individual e sem consulta;
■ > 2,5 pontos: realização de trabalho em grupo
(produção de vídeo), a ser exibido no dia 09/06;
■ > 2,5 pontos: avaliação em sala de aula no dia
23/06, individual e sem consulta.
HABILIDADES
■ a) leitura, compreensão e elaboração de textos, atos e ■ g) julgamento e tomada de decisões;
documentos jurídicos ou normativos, com a devida ■ h) domínio de tecnologias e métodos para permanente
utilização das normas técnico-jurídicas; compreensão e aplicação do Direito.
■ b) interpretação e aplicação do Direito; ■ i) Adequado preparo para atender às demandas e
■ c) pesquisa e utilização da legislação, da jurisprudência, dificuldades da dinâmica empresarial;
da doutrina e de outras fontes do Direito; ■ j) Capacidade de entender, prevenir e mediar conflitos;
■ d) adequada atuação técnico-jurídica, em diferentes ■ l) Compreensão da dinâmica associativista, cooperativista
instâncias, administrativas ou judiciais, com a devida e comunitária;
utilização de processos, atos e procedimentos; ■ m) Percepção e leitura da realidade que circunda o jurista;
■ e) correta utilização da terminologia jurídica ou da ■ n) Capacidade de trabalhar e construir soluções coletivas
Ciência do Direito; nos diferentes momentos de sua atividade profissional;
■ f) utilização de raciocínio jurídico, de argumentação, de ■ o) Capacidade de atuação na pesquisa científica e no
persuasão e de reflexão crítica; desenvolvimento da Ciência Jurídica.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
■ ULHOA COELHO, Fábio. Curso de Direito Civil. Vol. IV. São
Paulo: Editora Saraiva, 2012.
■ GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. Vol. V.
São Paulo: Saraiva, 2012.
■ DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileira. Vol. IV.
São Paulo: Saraiva, 2012.
BIBLIOGRAFIA
COMPLEMENTAR
■ RIZZARDO, Arnaldo. Direito das coisas. Rio de Janeiro: Forense, 2012.
■ MONTEIRO, Washington de Barros; MALUF, Carlos Alberto Dabus.
Curso de direito civil. Vol III. São Paulo: Saraiva, 2012.
■ TARTUCE, Flávio; SIMÃO, José Fernando. Direito das coisas. São
Paulo: Método, 2012.
■ MELO, Marco Aurélio Bezerra de. Direito das coisas. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2012.
■ PENTEADO, Luciano de Camargo. Direito das coisas. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2012.
Direito das coisas
Conceito:
■ Segundo a clássica definição de Clóvis Beviláqua, direito das coisas
“é o complexo de normas reguladoras das
relações jurídicas referentes às coisas
suscetíveis de apropriação pelo homem.
Tais coisas são, ordinariamente, do mundo
físico, porque sobre elas é que é possível
exercer o poder de domínio”
CONTEÚDO DA DISCIPLINA NO
CÓDIGO CIVIL:

■Arts. 1196 a 1510-E


do Código Civil
Conteúdo da aula de hoje:

■ NOÇÕES GERAIS DO DIREITO DAS COISAS


■ Conceito e objeto do direito das coisas
■ Direitos pessoais e direitos reais
■ Características dos direitos reais
■ DA POSSE
■ Origem, elementos constitutivos, objeto da posse.
■ Correntes doutrinárias sobre a natureza da posse.
Conceito e objeto do direito das
coisas
■ > Coisa é o gênero do qual bem é espécie. É tudo o que existe
objetivamente, com exclusão do homem
■ > Bens são coisas que, por serem úteis e raras, são suscetíveis de
apropriação e contêm valor econômico. Somente interessam ao
direito coisas suscetíveis de apropriação exclusiva pelo homem,
sobre as quais possa existir um vínculo jurídico, que é o domínio.
As que existem em abundância no universo, como o ar
atmosférico e a água dos oceanos, por exemplo, deixam de ser
bens em sentido jurídico
Pode ser um terreno...
Um iate...
Uma casa...
Um carro...
Um cachorro... (por enquanto??)
■Direitos
Personalíssimos
■x
■Direito Patrimoniais
■--- coisas
 Pode-se afirmar que, tomado nos seus lineamentos básicos,
o direito das coisas resume-se em regular o poder dos
homens, no aspecto jurídico, sobre a natureza física, nas
suas variadas manifestações, mais precisamente sobre os
bens e os modos de sua utilização econômica.

 Para enfatizar a sua importância basta relembrar que se trata


da parte do direito civil que rege a propriedade, instituto de
significativa influência na estrutura da sociedade
Evolução histórica do direito das coisas

■ > O direito das coisas constitui o ramo do direito civil mais


influenciado pelo direito romano e em relação ao qual,
atualmente, se encontra mais homogeneidade no direito
comparado do mundo ocidental

■ > O exercício do direito de propriedade tem tido seu perfil


modificado principalmente nas zonas mais densas, que são
as urbanas
■ Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar
e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de
quem quer que injustamente a possua ou detenha.

■ § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em


consonância com as suas finalidades econômicas e
sociais e de modo que sejam preservados, de
conformidade com o estabelecido em lei especial, a
flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico
e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a
poluição do ar e das águas.
conteúdo
■ Cumpre salientar que o direito das coisas não está regulado
apenas no Código Civil, mas também em inúmeras leis especiais,
como as que disciplinam, por exemplo, a alienação fiduciária, a
propriedade horizontal, os loteamentos, o penhor agrícola,
pecuário e industrial, o financiamento para aquisição da casa
própria, além dos Códigos especiais já citados, concernentes às
minas, águas, caça e pesca e florestas, e da própria Constituição
Federal.
■ O Código Civil regula o direito das coisas no Livro III de sua
Parte Especial
Direitos reais e pessoais
■ > O direito pessoal = consiste numa relação jurídica pela qual o
sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada
prestação. Constitui uma relação de pessoa a pessoa e tem, como
elementos, o sujeito ativo, o sujeito passivo e a prestação.

■ > Os direitos reais têm, por outro lado, como elementos


essenciais: o sujeito ativo, a coisa e a relação ou poder do sujeito
sobre a coisa, chamado domínio.
Caracteres distintivos

■ > Não há critério preciso para distinguir o direito real do direito


pessoal. Costumam os autores destacar alguns traços característicos
dos direitos reais, com o objetivo de compará-los e diferenciá-los
dos direitos pessoais.
■ > as normas que regulam os direitos reais são de natureza
cogente, de ordem pública, ao passo que as que disciplinam o
direito obrigacional são, em regra, dispositivas ou facultativas,
permitindo às partes o livre exercício da autonomia da vontade.
Quais as
características dos
direitos reais?
Conceito:

O direito real consiste no poder jurídico, direto e


imediato, do titular sobre a coisa, com
exclusividade e contra todos. Tem, como
elementos essenciais, o sujeito ativo, a coisa e a
relação ou poder do sujeito ativo sobre a coisa,
chamado domínio.
Art. 1.225. São direitos reais:
I - a propriedade;
II - a superfície;
III - as servidões;
IV - o usufruto;
V - o uso;
VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII - o penhor;
IX - a hipoteca;
X - a anticrese.
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia;
XIII - a laje.
■A propriedade é direito real
completo.

■ Os demais direitos reais resultam do


desmembramento da propriedade e são
denominados direitos reais menores ou
direitos reais sobre coisas alheias.
AQUISIÇÃO DOS DIREITOS
REAIS
No direito brasileiro o contrato, por si só́ , não basta
para a transferência do domínio. Por ele criam-se
apenas obrigações e direitos (CC, art. 481).
Coisa móvel: só́ se adquire pela tradição (art.
1.226)
Coisa imóvel: só se adquire pelo registro do
titulo (art. 1.227).
■ O direito das coisas é o complexo das normas
reguladoras das relações jurídicas concernentes
aos bens corpóreos suscetíveis de apropriação
pelo homem.

■ Bem, em sentido filosófico, é tudo o que


satisfaz uma necessidade humana.
■ O direito real pode ser definido como o poder
jurídico, direto e imediato, do titular sobre a coisa,
com exclusividade e contra todos.

■ No polo passivo incluem-se os membros da


coletividade, pois todos devem abster-se de qualquer
atitude que possa turbar o direito do titular. No
instante em que alguém viola esse dever, o sujeito
passivo, que era indeterminado, torna-se
determinado.
Direitos Reais = Sujeito ativo + coisa +
relação ou poder do sujeito ativo sobre a
coisa (domínio)
■ Princípio da Aderência, Especialização ou
Inerência:
Estabelece um vinculo ou relação entre o sujeito e a coisa, não
dependendo da colaboração de nenhum sujeito passivo para
existir.
■ Princípio do Absolutismo:
os direitos reais exercem-se erga omnes, ou seja, contra todos,
que devem abster-se de molestar o titular. Surge, daí, o direito de
sequela ou jus persequendi, isto é, de perse- guir a coisa e de
reivindicá-la em poder de quem quer que esteja (ação real), bem
como o jus praeferendi ou direito de preferência
■ Princípio da Publicidade ou Visibilidade
Direitos reais sobre imóveis só́ se adquirem depois do registro, no
Cartório de Registro de Imóveis, do respectivo título (CC, art.
1.227); sobre móveis, só depois da tradição (CC, arts. 1.226 e
1.267). Sendo oponíveis erga omnes, faz-se necessário que todos
possam conhecer os seus titulares, para não molestá-los.

■ Princípio da Taxatividade
O número dos direitos reais é limitado, taxativo. Direitos reais são
somente os enumerados na lei (numerus clausus). O art. 1.225 do
Código Civil limita o numero dos direitos reais, indicando, além
da propriedade, mais onze
■Princípio da Tipificação ou Tipicidade
Os direitos reais existem de acordo com os tipos legais. São
definidos e enumerados determina- dos tipos pela norma, e
só́ a estes correspondem os direitos reais, sendo pois seus
modelos.
■Principio da Perpetuidade
A propriedade é um direito perpétuo, pois não se o perde
pelo não uso, mas somente pelos meios e for- mas legais:
desapropriação, usucapião, renúncia, abandono etc.
■ Princípio da Exclusividade
Não pode haver dois direitos reais, de igual conteúdo, sobre a mesma coisa. No
caso do usufruto, por exemplo, o usufrutuário tem direito aos frutos, enquanto o
nu-proprietário conserva o direito à substância da coisa.

■ Princípio do desmembramento ou da elasticidade


conquanto os direitos reais sobre coisas alheias tenham normalmente mais
estabilidade do que os obrigacionais, são também transitórios. Desmembram-se
do direito-matriz, que é a propriedade, constituindo os direitos reais sobre coisas
alheias. Quando estes se extinguem, como no caso de morte do usufrutuário, por
exemplo, o poder que residia em mãos de seus titulares retorna às mãos do
proprietário (princípio da consolidação).
POSSE
■ O nosso direito protege não só a posse
correspondente ao direito de propriedade e a
outros direitos reais como também a posse
como figura autônoma e independente da
existência de um título.
>>>> A posse é protegida para evitar a violência
e assegurar a paz social, bem como porque a
situação de fato aparenta ser uma situação de
direito.

É, assim, uma situação de
fato protegida pelo
legislador.
Conceito de posse

■Posse é a conduta de dono.


Posse x detenção
Há situações em que uma pessoa não é
considerada possuidora, mesmo exercendo
poderes de fato sobre uma coisa. Isso acontece
quando a lei desqualifica a relação para mera
detenção, como faz no art. 1.198
Art. 1.198. Considera-se detentor
aquele que, achando-se em relação de
dependência para com outro, conserva
a posse em nome deste e em
cumprimento de ordens ou instruções
suas.
■ Embora, portanto, a posse possa ser
considerada uma forma de conduta que se
assemelha à de dono, não é possuidor o servo
na posse, aquele que a conserva em nome de
outrem ou em cumprimento de ordens ou
instruções daquele em cuja dependência se
encontre.
■ O possuidor exerce o poder de fato em razão
de um interesse próprio; o detentor, no
interesse de outrem.
Exemplos de detenção

■ A situação do soldado em relação as armas no


quartel
■ O preso em relação as ferramentas com que
trabalha
■ O caseiro que cuida da propriedade
■Detentores são chamados de
“fâmulos da posse”.
■ Embora não tenham o direito de invocar, em seu nome,
a proteção possessória, não se lhes recusa, contudo, o
direito de exercer a auto-proteção do possuidor, quanto
às coisas confiadas a seu cuidado, consequência natural
de seu dever de vigilância.
■ Não induzem posse os atos de mera permissão ou
tolerância (CC, art. 1.208)
■ Também não há posse de bens públicos,
principalmente depois que a Constituição Federal de
1988 proibiu a usucapião especial de tais bens

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