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Curso de Graduação em Medicina Veterinária

Shunt portossistêmico intra-


hepático canino- Relato de caso
RELATO DO CASO
Foi atendido no Hospital Universitário Veterinário Renato de
Andrade- Funorte no dia 05-05-22, uma fêmea da espécie
canina, raça Maltês, de 6 meses, chamada Pipoca. Estava
apresentando crises convulsivas recorrentes. Depois de
algumas consultas, foi encaminhado para o Neurologista
para consulta. Após a suspeita clínica de shunt
portossistêmico foi encaminhado para ultrassonografia.

1
INTRODUÇÃO
• Denominação do shunt portossistêmico

• Predisposição racial.

Congênita

• Origem
Adquirida

2
DISCUSSÃO
• Shunt portossistêmico intra-hepático e extra-hepático.

Figura 1 – lustração do fígado anatomicamente normal e com desvios portossistêmicos.

Fonte: adaptado de Van Steenbeek, et al, 2012.


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• Fisiopatologia do shunt portossistêmico

• Alterações sistêmicas

Clínico
• Tratamento
Cirúrgico

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• Origem congênita e adquirida
Os de origem congênita se desenvolvem na fase de
embrião, já os adquiridos são desenvolvidos quando
existe um aumento da resistência vascular da veia porta,
que são causados por alterações como: hepatite e cirrose.
(PELOI, 2012).

5
• Esses desvios intra-hepáticos são causados pelo não
fechamento do ducto venoso pós nascimento, veia porta
para veia hepática, ou anastomoses da veia cava caudal
(FOSSUM, 2014).

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Figura 2 – Circulação fetal e pós- natal.

Fonte: adaptado de Dyce, 2019.

• O ducto venoso se fecha de 3 a 10 dias após o


nascimento do animal, quando esse ducto não se fecha
ilustração na figura 6 A1, culmina no shunt
portossistêmico congênito (ETTINGER; FELDMAN;
CÔTÉ, 2017). 7
•Hiperamonemia causado pela não metabolização hepática.

•Encefalopatia hepática

• Sinais clínicos do desvio portossistêmico

Convulsão, coma, letargia, crescimento lento, ataxia, perda

de peso, êmese, andar compulsivo. (FOSSUM, 2014;

BUNCH, 2010; JERICO; NETO; KOGIKA 2015).

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• O diagnóstico pode ser baseado em: Anamnese, exame
físico, exame de imagem e laboratoriais. (BIRCHARD,
SHERDING, 2008; BONELLI, 2011; ROTHUIZEN,
MEYER, 2004).
• Exames de imagem para diagnóstico: Ultrassonografia e
tomografia computadorizada (FOSSUM, 2014;
ETTINGER; FELDMAN; CÔTÉ, 2017.
• Foram realizados no animal ultrassonografia e tomografia
computadorizada.

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Figura 3 (A e B) – Imagens da
ultrassonografia da região hepática.

Fonte: Imagem disponibilizada pelo tutor.

Na figura 3 (A e B), foram observadas imagens de


microhepatia ou atrofia hepática causadas pelo
desvio portossistêmico. 10
Figura 4 – Tomografia computadorizada do abdome, corte transversal.

Fonte: Imagem disponibilizada pelo tutor.

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Figura 5 – Anatomia do fígado do cão,
face visceral.

Fonte: adaptado de Fossum, 2014.

Na figura 5, foram delimitados com a letra A, a presença do


vaso anômolo entre o lobo medial esquerdo e processo
papilar do lobo caudado.
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Figura 6- Anatomia lobar e divisional da veia porta e veia cava no cão.

Fonte: adaptado de Fossum,


2014.

Na figura 6, observa-se a seta indicando a comunicação do


vaso anômalo com a veia hepática lobar esquerda e com a
veia porta. 13
Tratamento clínico
• Antibióticos: Metronidazol ou Ampicilina.

• Lactulose

• Fenobarbital

• Protetores hepáticos.

(FOSSUM, 2014)
14
Técnicas cirúrgicas
Figura 7 – Ligadura do DPS

Fonte: Fossum, 2014.

15
• Figura 8 – Ácido poliacrílico-silicone (DAPS)

Fonte: Adaptado de Wallace, et al, 2018.

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Figura 9 – Lobectomia parcial do fígado

Fonte: Fossum, 2014.

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Conclusão

Alterações hepáticas congênitas ou adquiridas podem


causar alterações sistêmicas graves, pois o fígado está
inserido em vários processos metabólicos que influenciam
no equilíbrio de vários sistemas.

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Neste relato, o animal apresentou quadros de crises
convulsivas não causadas por alterações provenientes do
sistema nervoso, mas, secundarias a um desvio parcial de
substâncias que são absorvidas pelo intestino para a
circulação sistêmica, que é denominado de shunt
portossitêmico intra-hepático, onde, poderá ser corrigido
somente intervenção cirúrgica para correção das
alterações sistêmicas.

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REFERÊNCIAS
BUNCH, S.E.; WATSON P. J. , Distúrbios hepatobiliares in: NELSON, R.W.; COUTO, C.G.
Medicina interna de pequenos animais. 4 ed., São Paulo: Elsevier, 2010. Cap.38, p.542 - 578.

Bonelli, M. A. (2011). Shunt Portossistêmico em cães e gatos. Medicina Veterinária, 2(2):44-


50.

Birchard, S. J. & Sherding, R. G. (2008). Manual Saunders: clínica de pequenos animais (Vol.
3). São Paulo.

DRUCKER, Peter F. Inovação e espírito empreendedor (entrepreneurship): prática e


princípios. 1.ed. Traduzido por Carlos Malferrari. São Paulo: Pioneira Thomson Learning,
1985. 378p.

ETTINGER, S. T.; FELDMAN, E. C.; CÔTÉ, E. Textbook of Veterinary Internal Medicine. St,
Louis, Missouri: Elsevier, 2017.

Fossum, T. W. (2014). Cirurgia de pequenos animais. 4 ed. v. 1. Rio de Janeiro: Elsevier


Brasil.
20
JERICÓ, M.M.; NETO, J. P. A.; KOGIKA, M. M. Tratado de Medicina Interna de Cães e
Gatos. Rio de Janeiro: Roca, 2015.

PELOI C., MACHADO, T.V.; MOREIRA, P.K. Shunt portossistêmico adquirido, relato de
caso in: Pet South American, 2012.

Rothuizen, J. & Meyer, H. P. (2004). Anamnese, exame físico e sinais da doença hepática.
In S. J. Ettinger & A. Feldman (Eds.), Tratado de Medicina Interna Veterinária (Vol. 2, pp.
1342-1347). São Paulo, São Paulo, Brasil: Manole.

VAN STEENBEEK, F. G. et al. Inherited liver shunts in dogs elucidate pathways regulating
embryonic development and clinical disorders of the portal vein. Mammalian genome, v.
23, n. 1, p. 76-84, 2012.

WALLACE, M. L. et al. Gradual attenuation of a congenital extrahepatic portosystemic


shunt with a self‐retaining polyacrylic acid‐silicone device in 6 dogs. Veterinary Surgery, v.
47, n. 5, p. 722-728, 2018.

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OBRIGADA PELA PRESENÇA!

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