Você está na página 1de 73

ANESTESIA

NA PACIENTE GESTANTE

Renata Navarro Cassu


Alterações
fisiológicas durante
a gestação
ANESTESIA EM GESTANTES

Alterações Respiratórias

  volume minuto (70%) ->


sensibilidade ao CO2

  40% volume corrente e 15% da


frequência respiratória

  70% ventilação pulmonar -


exacerbada pela dor e ansiedade
HIPERVENTILAÇÃO REDUZ A CAPACIDADE FUNCIONAL
RESIDUAL

HIPOCAPNIA AUMENTO NA TROCA DA


CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR DOS GASES

ALCALOSE SOBREDOSE ANESTÉSICA VOLÁTIL

QUEDA DO FLUXO SANGÜÍNEO INTOXICAÇÃO ANESTÉSICA

ALTERAÇÃO DA PERMEABILIDADE
PLACENTÁRIA

ACIDOSE FETAL MORTE


ANESTESIA EM GESTANTES

Alterações Respiratórias

 Redução da PaCO2

  do consumo de O2 em 20%

 Vasodilatação pulmonar ->


susceptibilidade ao edema pulmonar
ANESTESIA EM GESTANTES

Alterações Cardiovasculares

  volume sangüíneo e plasmático em 30-


40%

  FC : dor e liberação de catecolaminas


  volume sistólico e DC (30 -50%)
 Redução da reserva cardíaca
Alterações Cardiovasculares

 Redução da resistência vascular


periférica – vasodilatação

 Síndrome supina: compressão da veia


cava posterior e artéria aorta -  retorno
venoso, DC e PAM
ANESTESIA EM GESTANTES

SUPORTE CARDIOVASCULAR

Hipotensão leve (pressão arterial sistólica >


90 mmHg e < 100 mmHg)

 pode ser tratada através do aumento da


velocidade de infusão de fluido
SUPORTE CARDIOVASCULAR

Hipotensão refratária à fluidoterapia: uso


de agentes vasopressores

 efedrina (0,03 – 0,1 mg/kg iv): menor


efeito vasoconstrictor sobre o fluxo
sangüíneo uterino
 dopamina (1-5µg/kg/min iv)
 dobutamina (1-5µg/kg/min iv)

Li et al, 1996
Alterações Digestórias

  níveis de gastrina e enzimas gástricas


  pH da secreção gástrica
  motilidade gástrica
  tempo de esvaziamento gástrico :
deslocamento cranial do estômago
  pressão intra gástrica
  tônus esfíncter esofágico
Alterações no Sistema Urinário

  fluxo sangüíneo renal e filtração


glomerular - 60%

  uréia e creatinina
ANESTESIA EM GESTANTES

Alterações no Hemograma

  hematócrito (< 30 -40%)

  hemoglobina ( < 14%)

  proteína plasmática

  catecolaminas e cortisol: marginação de


leucócitos oriundos do leito vascular
ANESTESIA EM GESTANTES

Alterações Uterinas

Fluxo sangüíneo uterino = (Pressão Arterial - Pressão Venosa)Uterina

Resistência vascular uterina


Alterações Uterinas

 Liberação de ocitocina - contrações uterinas -


 RVU

 desidratação, choque hemorrágico, anestesia


epidural, hipotensão anestésica   perfusão
placentária  acidose fetal e hipóxia
Alterações Neurológicas

 maior sensibilidade aos anestésicos

 aumento dos efeitos sedativos


 progesterona (Datta et al, 1989)
 - endorfinas (Sander et al, 1989;
Gintzler, 1980)
Alterações Neurológicas

Palahniuk et al (1974)

 potencialização em 25%, 40% e 32% dos


anestésicos inalatórios halotano, isoflurano e
metoxiflurano, respectivamente

 ovelhas em terço final de gestação


ANESTESIA EM GESTANTES

Anestesia e Gestação
CUIDADOS preparatórios

 Exame físico minucioso


 Auscultação cardiopulmonar
ANESTESIA EM GESTANTES

Cuidados preparatórios

Grau de hidratação

 déficits devem ser corrigidos


 hematócrito
 proteína total
 glicose
 cálcio
 uréia e creatinina
Cuidados preparatórios
SUPORTE CARDIOVASCULAR

 manutenção da pressão arterial

 Fluidos intravenosos

 Qual fluido usar???


Cuidados preparatórios

SUPORTE CARDIOVASCULAR

 Qual fluido usar???


Cuidados preparatórios
SUPORTE CARDIOVASCULAR

 soluções colóides em mulheres

 menores índices de hipotensão materna


em relação ao uso de cristalóides

Karinen et al, 1995


Cuidados preparatórios
SUPORTE CARDIOVASCULAR

Hipotensão leve (pressão arterial sistólica


> 90 mmHg e < 100 mmHg)

 aumento da velocidade de infusão de


fluido
Cuidados preparatórios

Evitar hipóxia

 pré-oxigenação: Oxigenação com máscara


5 - 7 min (4-6L/min)
Oxigenação com tubo Oxigenação nasal
Hipoventilação

Hipóxia

acidose fetal
Cuidados preparatórios
Monitoração
 perfusão (TPC)/pressão
arterial
 função cardíaca
 oxigenação/ventilação

 equilíbrio ácido-base
Cuidados preparatórios
Viabilidade fetal

 exame ultra-sonográfico,
FC do feto: higidez fetal

 exame radiográfico abdominal:


sobretudo quando existe morte fetal
Técnicas Anestésicas
Tipos de placenta

Placenta cotiledonária

 pequenos ruminantes

 ruminantes
Tipos de placenta

Placenta pseudocotiledonária

 equídeos
Tipos de placenta

Placenta zonária

 caninos
 felinos
Medicação Pré-anestésica

 Fenotiazínicos
Acepromazina

 hipotensão indesejável

 bloqueio dos receptores alfa1 adrenérgicos

 Depressão respiratória central

 Depressão do centro termorregulador

 Efeitos prolongados
Medicação Pré-anestésica

 Benzodiazepínicos

Midazolam e diazepam
 letargia, hipotonia, hipotermia fetal
 Efeitos depressores reduzidos com uso de
doses menores (0,14 mg/kg IV)
Medicação Pré-anestésica

 Opióides

Vantagens

 excelente analgesia materna


 mínimos efeitos cardiovasculares sobre o
neonato
Medicação Pré-anestésica

Opióides
Agonistas-antagonistas

Butorfanol: 0,1-0,2 mg/kg


Nalbufina: 0,1-1 mg/kg

 analgesia materna
 mínimos efeitos depressores respiratórios
sobre o neonato
Medicação Pré-anestésica

Opióides
Agonistas puros
Tramadol: 2 mg/kg
Meperidina: 2 mg/kg
Fentanil:0,003-0,005mg/kg
Medicação Pré-anestésica

 Opióides

Desvantagens

 depressão respiratória: ventilação artificial


 bradicardia: tratamento - atropina (0,022
a 0,044 mg/kg)
Medicação Pré-anestésica

 Opióides
 não comprometem a viabilidade neonatal
na espécie canina

 efeitos depressores - reversão com


naloxona (0,01 – 0,04 mg/kg iv ou im)

(Moon et al, 1995)


Medicação Pré-anestésica

 Alfa adrenoceptores agonistas


2

Xilazina

 Alta taxa de mortalidade neonatal


 Depressão cardiorrespiratória nos fetos
 Lenta eliminação fetal/neonatal
 Abortamento em 1/3 final de gestação -
bovinos
Medicação Pré-anestésica

 Agentes

dissociativos

 Quetamina/tiletamina -
pouco recomendados
Anestesia Local
Anestesia Epidural (lombossacra)

 No homem

 incidência de mortalidade materna é 17


vezes mais baixa com o uso de técnicas
anestésicas locais, comparativamente, à
anestesia geral

Hawkins et al, 1997


Anestesia Epidural (lombossacra)

 Lidocaína 2% com vasocosntrictor

 Bupivacaína 0,5% com vasocosntrictor***

 Ropivacaína

 Opióides
Anestesia Epidural (lombossacra)

Doses

 Reduzidas entre 20-30%

 Engurgitamento dos vasos do espaço


epidural

 Não exceder 6 ml de volume final


Anestesia Epidural
no cão
Anestesia Epidural
no cão
Anestesia Epidural
no cão
Anestesia Epidural

Vantagens

 menor depressão fetal


 menor risco de
regurgitação
 maior taxa de
viabilidade fetal
Anestesia Epidural

Luna et al (2004)

 Estudo realizado em cadelas submetidas à


cesariana

 Epidural:
 menor depressão dos reflexos

neurológicos neonatais
 Menor incidência de mortalidade

neonatal
Anestesia Epidural

Desvantagens

 dificuldade de realização da técnica


 consciência materna
 hipotensão arterial - efedrina, dobutamina
Cirurgias pelo flanco
Anestesia Infiltrativa: Fossa Paralombar
Cirurgias pelo flanco
Anestesia Infiltrativa: Fossa Paralombar
Cirurgias pelo flanco
Anestesia Infiltrativa: Fossa Paralombar

Fonte: Massone, 2003


Cirurgias pelo flanco
Anestesia infiltrativa paramamária

 Localização: linha de incisão


 Agulha: 100 x 10
 Lidocaína 10 - 20 ml
Anestesia infiltrativa
paramamária
Cirurgias pelo flanco
Anestesia Paravertebral

(Fonte: Thurmon et al. 1996)


ANESTESIA GERAL
INALATÓRIA
Indução anestésica

 Deve ser rápida

 Intubação
endotraqueal

 Risco de
regurgitação/
aspiração
Induções anestésicas

 Indução lenta
 Risco de
regurgitação
e aspiração

máscara facial
Induções anestésicas

Apnéia
Hipóxia fetal
Acidemia
Depressão fetal
propofol: 4- 6mg/kg IV

tiopental:10-12mg/kg IV
Induções anestésicas

•Mínimas alterações
cardiovasculares
•↑ tônus uterino
•↓fluxo sanguíneo feto
• Depressão fetal

cetamina: 2mg/kg IV
dizepam ou midazolam
Induções anestésicas

Mínima depressão
cardiovascular
Rápida recuperação

etomidato:1- 2mg/kg IV
Indução Anestésica
Depressão fetal: Propofol x tiopental

Celleno et al (1989)

 Estudo realizado em mulheres submetidas à


cesariana

 Propofol: 25% dos neonatos - Apgar escores


significativamente menores e hipotonia,
comparativamente ao uso do tiopental sódico
Indução Anestésica
Depressão fetal: Propofol

 produz depressão cortical,


depressão do reflexo
postural

Celleno et al (1989)
Indução Anestésica
Propofol: farmacocinética

 transferência placentária é rápida

 eliminação neonatal parece ser mais lenta que a


materna

 clearance total: aumentado em mulheres


gestantes durante a cesariana

Gin et al, 1990


Indução Anestésica
Propofol: farmacocinética

 Volumes de distribuição e meia vida


plasmática são semelhantes aos valores
encontrados em pacientes não gestantes

(Gin et al, 1990)


Indução Anestésica
Depressão fetal: Propofol x tiopental x cetamina

Luna et al (2004)

 Estudo realizado em cadelas submetidas à cesariana

 Propofol: menor depressão dos reflexos


neurológicos neonatais

Propofol>tiopental>cetamina e midazolam
Proportion (%) of presence of neurological reflexes after
cesarean section in neonates born from bitches anesthetized
with epidural anesthesia and thiopentone, miazolam/ketamine
or propofol followed by enflurane anesthesia.

Groups Pain Suction Anogenital Magnum Flexion

Gthio 78,3b,c 30,4 b 56,5 b 26,1 c 43,5 b

Gketa 57,1 c 42,9 b 38,1 b 33,3 c 19 b

Gprop 95,8 a, b 87,5 a 87,5 a 58,3 b 45,8 b

Gep 100 a 100 a 100 a 95 a 90 a

Luna et al (2004)
Indução Anestésica
Depressão fetal: Propofol x tiopental x cetamina

Luna et al (2004)

 Estudo realizado em cadelas submetidas à cesariana

 Propofol: menor depressão dos reflexos


neurológicos neonatais

Propofol>tiopental>cetamina e midazolam
Indução Anestésica
Depressão fetal:Anestesia geral x epidural

Funkquist et al (1997)

 Estudo realizado em cadelas submetidas à


cesariana

 resultados semelhantes de viabilidade fetal


entre propofol-isofluorano em relação à
anestesia epidural.
Anestesia Geral Inalatória

 Halotano

 Enflurano

 Isoflurano e Sevoflurano
Anestesia Geral Inalatória

 Isofluorano: viabilidade fetal


adequada

 Sevoflurano:mínimas alterações
cardiovasculares em gestação de 45
dias (Matsubara, 2004)

Você também pode gostar