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TEORIAS DA COMUNICAÇÃO

UNIDADE 07
TEXTO:
“Teoria Funcionalista”
(autora: Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro)
“TEORIA FUNCIONALISTA”

AUTORA: RAFAELA QUEIROZ FERREIRA CORDEIRO


TEORIA FUNCIONALISTA
Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro no texto: “Teoria Funcionalista”, a
Teoria Funcionalista tem por objeto de estudo o funcionamento dos
meios de comunicação de massa (MCM) em sua relação com o
conjunto da sociedade. Tal abordagem teórica é influenciada pelo
positivismo e pelo paradigma estrutural-funcionalista. Ela surge como
uma possibilidade de analisar globalmente os meios de comunicação. E
faz isso destacando não os efeitos dos meios – que eram o enfoque das
teorias anteriores da Mass Communication Research –, mas as funções
que os veículos comunicativos exercem no sistema social.
TEORIA FUNCIONALISTA
Segundo Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro, a teoria sociológica do
estrutural-funcionalismo dos meios de comunicação de massa também
é conhecida como Teoria Funcionalista ou Sociologia Funcionalista da
Mídia. Ela surge no momento em que se estabelece uma crise
doutrinária sobre a pesquisa administrativa da Mass Communication
Research. Acreditava-se que os estudos sobre os mass media pareciam
pouco convincentes porque careciam de um modelo teórico geral.
Assim, surge uma possibilidade teórica de “reverter” essa crise a partir
da união entre teoria social geral e Mass Communication Research.
TEORIA FUNCIONALISTA
Em seu texto a autora faz menção a conceitos do pesquisador Mauro Wolf, estudioso do assunto.
Vejamos:
“ A Teoria Funcionalista apresenta a proposta de analisar globalmente os meios de comunicação. Ou
seja, o seu objeto de estudo é o conjunto dos meios de comunicação de massa e a sua relação com a
sociedade. Logo, nessa teoria, se busca explicar quais as funções exercidas pelos meios de massa
(WOLF, 1999).
“ Para Wolf (1999), a Teoria Funcionalista se distancia das teorias anteriores. Afinal, o que ela coloca
em primeiro plano não são mais os efeitos, mas as funções exercidas pelo sistema dos meios de massa
na sociedade. É importante notar que a abordagem estrutural-funcionalista completa, conforme Wolf,
a trajetória da pesquisa sobre os meios de massa: no início, os estudos dos MCM se voltam para os
problemas de manipulação; em seguida, passam a focar na persuasão; depois, na influência e, por fim,
chegam às funções. Então, nessa perspectiva, há o abandono da ideia de um efeito intencional. Isto é,
de um ato comunicativo que seria objetivamente realizado e subjetivamente “perseguido” para se
chamar a atenção para as consequências verificáveis dos meios sobre a sociedade.”
TEORIA FUNCIONALISTA
Segundo Rafaela Queiroz Ferreira, há outro aspecto importante sobre a
Teoria Funcionalista dos meios de comunicação: a partir dela, se aborda
outro contexto comunicativo. Isso ocorre porque, não se voltando para
questões do tipo político – tais como a campanha eleitoral –, por
exemplo, nem para os efeitos provocados nos sujeitos, essa teoria
sociológica investiga as situações comunicativas diárias e comuns.
Portanto, uma vez centrada nas funções que o sistema comunicativo
exerce na sociedade, busca compreender como se dão a produção e a
veiculação diária das mensagens dos meios de massa.
TEORIA FUNCIONALISTA
Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro afirma que , a Teoria Funcionalista se
encontra num espaço específico de estudo dos meios em relação ao
seu contexto social e nunca desvinculada deste. Isso acontece porque
essa teoria observa a comunicação a partir da sociedade e do seu
equilíbrio.
TEORIA FUNCIONALISTA
Outra informação importante de Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro no texto: “Teoria
Funcionalista”, é a de que a Teoria Funcionalista dos MCM sofreu influência
principalmente de dois paradigmas filosóficos, a saber, o positivista e o
estruturalista-funcionalista. O primeiro foi apresentado por Augusto Comte (1798-
1857).
Ele defendia a necessidade de maior rigor científico na construção do conhecimento
do campo das humanidades, propondo, para isso, o método da ciência natural
(como o da física) para essa construção (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002).
O segundo é representado, além de pelos estudos do sociólogo francês Émile
Durkheim (1858-1917), pelo sociólogo norte-americano Talcott Parsons (1902-
1979), que ficou conhecido por sua visão de cunho estrutural e funcionalista sobre o
conjunto da sociedade
TEORIA FUNCIONALISTA
De acordo com Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro, para os
pesquisadores funcionalistas, os meios de comunicação de massa não
tinham o poder de modificar as atitudes, os comportamentos e/ou as
opiniões do público, como teorias anteriores haviam defendido, a
exemplo da Teoria Hipodérmica. O funcionalismo se tornou, assim, um
influente paradigma investigativo dos meios de massa e acabou
gerando, posteriormente, a Teoria das Múltiplas Mediações.
TEORIA FUNCIONALISTA
Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro no texto: “Teoria Funcionalista”, faz referência a
Harold Lasswell, que na década de 40, criou o “Paradigma de Lasswell”.
“Harold Lasswell é um dos principais teóricos funcionalistas dos MCM. Com a famosa
fórmula de 1948 – Quem diz o que por que canal e com que efeito? –, Lasswell (1978)
dotou a sociologia funcionalista da mídia de um quadro conceitual. Essa abordagem
abarcava, até então, uma série de estudos esparsos. É a partir daí que surge uma
diversidade de setores de pesquisa, tais como as de análise do controle, análise do
conteúdo, análise das mídias, análise da audiência e análise dos efeitos. A análise dos
efeitos e a análise do conteúdo foram os setores de mais destaque nos estudos que
vieram a se desenvolver. É importante você saber, contudo, que a preocupação dos EUA
com os efeitos vem da demanda por pesquisa social, na época anterior à I Guerra
Mundial. Nesse período, começaram a se desenvolver investigações sobre a influência
da mídia em crianças e jovens (MATTELART; MATTELART, 1997)”.
TEORIA FUNCIONALISTA
Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro no texto: “Teoria Funcionalista”,
informa que para Lasswell (1948 apud MATTELART; MATTELART, 1997),
a comunicação desempenha três funções fundamentais na sociedade:
(a) a vigilância do meio, porque revela o que pode ameaçar ou afetar o
sistema de valores de uma sociedade ou de uma de suas partes; (b) o
estabelecimento de relações entre os elementos da sociedade; e (c) a
transmissão da herança social.
TEORIA FUNCIONALISTA
Pesquisadores como Paul Lazarsfeld,Robert Merton e Charles R. Wright,
também são destacados por Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro no texto:
“Teoria Funcionalista”.
Ela explica que Paul F. Lazarsfeld e Robert K. Merton foram dois
sociólogos importantes para os estudos funcionalistas dos MCM. Eles
acrescentaram às três funções de Lasswell, uma quarta. Esta seria
relativa à diversão ou entretenimento. Eles ainda apresentaram a ideia
da atuação de um sistema funcional de comunicação mais complexo.
TEORIA FUNCIONALISTA
Já ao se referir a Charles R. Wright:
“É um pesquisador que se dedica à análise sociológica da comunicação
e aos estudos sociológicos dos meios de comunicação de massa. Além
disso, investiga o comportamento dos meios de massa e a estrutura
social (ANNENBERG SCHOOL FOR COMMUNICATION, c2017)”.
TEORIA FUNCIONALISTA
Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro afirma que para o paradigma
funcionalista, as funções atribuídas aos subsistemas sociais – ou aos
“pequenos” sistemas que fazem parte do todo da sociedade/ do
sistema social, como os MCM – fazem referência também à ação que
poderá ser realizada conforme essas mesmas funções.
TEORIA FUNCIONALISTA
Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro afirma que Merton e Lazarsfeld (1948 apud
WOLF, 1999) também discutem a noção de disfunção. Esta pode se manifestar,
no tocante do conjunto do sistema, em virtude da informação circular
livremente, o que pode ameaçar a estrutura da própria sociedade.
Outra disfunção de destaque é a que se associa ao excesso de informação
veiculada pelos mass media. Esse excesso pode conduzir a um efeito de
reclusão do indivíduo no seu mundo particular. Com o fechamento do sujeito
na sua esfera subjetiva das experiências, se torna difícil de exercer qualquer
tipo de controle sobre ele. Além desse efeito, há o da disfunção narcotizante
como outra possibilidade diante do excesso de informação. Aqui, esse excesso
é comparado ao uso de um “narcótico”, caracterizado como função e disfunção.
TEORIA FUNCIONALISTA
Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro afirma que outra função fundamental
defendida por Merton e Lazarsfeld é quanto ao conformismo social:
“[...] como os mass media são sustentados pelos interesses das grandes
firmas que se engrenam no presente sistema econômico e social, os
media contribuem para a manutenção desse sistema.” (MERTON;
LAZARSFELD, 2011, p. 120). Dito de outro modo, os acontecimentos
noticiados pelos veículos de comunicação continuam a apoiar o status
quo do sistema social.
FONTE: Rafaela Queiroz Ferreira Cordeiro no texto “Teoria
Funcionalista” (Catálogo SAGAH).

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