Freud e o

inconsciente
Freud, o pai da
Psicanálise
• Sigmund Freud nasceu em Freiberg,na Morávia,atual
Pribor,na República Checa;
• Aos 4 anos Freud e a família mudam-se para Viena de
Áustria;
• Formou-se em Medicina na Universidade de Viena em
1881 e desenvolveu trabalhos experimentais em biologia e
fisiologia;
• Publicou vários livros, entre eles o "A interpretação dos
sonhos";
• Morre em Londres em 1939 vítima de um cancro no
maxilar.
O inconsciente
• A experiência com Charcot e com Breuer ,levou Freud a concluir que existiam muitos aspetos do
comportamento humano que não eram ainda possíveis de compreender, especialmente algumas
patologias , se só se admitisse a existência do consciente;
• Freud negou que o ser humano através da introspeção era capaz de conhecer o fundamental de
si ,a consciência, pois para se compreender o ser humano tem de se admitir a existência do
inconsciente;
• Freud define o inconsciente como uma zona de psiquismo constituída por desejos, pulsões,
tendências e recordações recalcadas principalmente de carácter sexual.
Conceção de Psiquismo – Primeira Tópica
Freud apresenta duas interpretações do psiquismo da
mente humana: a primeira e a segunda tópica.
Na primeira tópica, Freud recorre à imagem do Icebergue
em que o consciente corresponde à parte visível,
enquanto, o inconsciente corresponde à parte submersa.
O inconsciente é uma zona do Psiquismo muito maior
que o consciente e tem uma maior influência no
comportamento.
Conceção do  Psiquismo- Primeira Tópica
É possível aceder ao consciente, constituído por
imagens, ideias, recordações, pensamentos através da
introspeção.
Os materiais  inconscientes ,que não são
acessíveis através da autoanálise, tendem a tornar-se
conscientes.
Existe uma censura que impede este acesso às pulsões e
desejos inconscientes , recalcando-os.
O recalcamento é um mecanismo de defesa que devolve
ao inconsciente os materiais que procuram tornar-se
conscientes.
Conceção do Psiquismo- Segunda Tópica
A segunda tópica é constituída por três instâncias:
• Id;
• Ego;
• Superego.
Segunda Tópica- O id
• O id é a zona inconsciente, primitiva, instintiva, a partir
da qual se formam o ego e o superego. Existe desde o
nascimento e é constituído por pulsões, instintos e
desejos completamente desconhecidos.
• Não se orienta por normas ou princípios morais ,
sociais ou lógicos pois encontra-se desligado do real.
• O id rege-se pelo princípio do prazer, que tem como
objetivo a realização e a satisfação imediata dos
desejos e pulsões.
• A maioria destes desejos é de natureza sexual, visto
que o id é o reservatório de libido que é a energia das
pulsões sexuais.
Segunda Tópica- O ego
• O ego é a zona essencialmente consciente, que se
forma através do id;
• Rege-se pelo Princípio da realidade, orientando-se por
princípios lógicos e decidindo quais os desejos e
impulsos do id são realizáveis;
• É o mediador entre as pulsões inconscientes e as
exigências do mundo real;
• É o ego que gere as pressões que recebe do id e as que
recebe do superego;
• Forma-se durante o primeiro ano de vida
Segunda Tópica- O superego
• O superego corresponde à zona do psiquismo que está
encarregue da interiorização das normas, dos valores
sociais e morais;
• Resulta do processo de socialização e da interiorização
de modelos como os pais, professores e outros adultos;
• É a componente ética e moral do psiquismo;
• Pressiona o ego para controlar o id ;
• Forma-se entre os 3 e os 5 anos.
Sexualidade
• Freud nas análises desenvolvidas nos seus pacientes ,
conclui que muitos dos sintomas apresentados eram na
verdade manifestações de conflitos psíquicos relacionados
com a sexualidade; sujeita à repressão;
• Grande parte desses conflitos remetiam para traumas
vividos na infância e recalcados no inconsciente;
• O reconhecimento da importância da sexualidade na vida
psíquica humana e a afirmação da existência de uma
sexualidade infantil por parte de Freud provoca um enorme
escândalo;
• Freud esclarece que a sexualidade corresponde ao prazer
que tem origem no corpo e que suprime a tensão e que não
pode ser associada principalmente à genitalidade.
Sexualidade
• Para Freud o desenvolvimento da personalidade é feita
através de uma sequência de estádios psicossexuais
que acontecem desde o nascimento até à adolescência;
• A cada estádio psicossexual corresponde uma zona
erógena;
• Aos diferentes estádios de desenvolvimento
correspondem conflitos psicossexuais específicos.
Estádio Oral
• O estádio oral é o primeiro estádio
que ocorre no desenvolvimento
psicossexual e decorre do nascimento
até cerca dos 12/18 meses;
• A zona erógena é a boca;
• O bebé obtém prazer ao mamar, ao
levar objetos à boca, bem como
através de estimulações corporais;
• O desmame corresponde a um dos
primeiros conflitos vividos;
• É neste estádio que o ego se forma.
Estádio Anal
• O estádio anal é o segundo no
desenvolvimento psicossexual humano e
decorre dos 12/18 meses aos 2/3 anos;
• A zona erógena é a região anal;
• A criança obtém prazer pela estimulação
do ânus ao reter e expulsar as fezes;
• O controlo das fezes gera ,em
simultâneo, sentimentos de prazer e de
dor;
• É nesta fase que se faz a educação para a
higiene.
 Estádio Fálico
• O estádio fálico é o terceiro no desenvolvimento e decorre
dos 3 aos 5/6 anos.
• A zona erógena é a região genital;
• Os órgãos genitais são estimulados pela criança, que assim
obtém prazer;
• Existe uma grande curiosidade pelas diferenças sexuais;
• É neste estádio que acontece o complexo de Édipo que
consiste na atração pelo progenitor do sexo oposto e
agressividade pelo progenitor do mesmo sexo;
• É neste estádio que também surge o modelo que a criança
se vai identificar  o que leva a criança a adotar os seus
comportamentos, valores e atitudes;
• É neste estádio que é formado o superego;
• A criança supera o complexo através do processo de
identificação.
Estádio de Latência
• O estádio de latência é o quarto estádio
e decorre dos 5/6 anos até à puberdade;
• É neste estágio que acontece uma
aparente atenuação da atividade sexual;
• Neste estádio ocorre a amnésia infantil
onde a criança reprime no inconsciente
as experiências que a perturbaram no
estádio fálico;
• A criança investe a sua energia nas
atividades escolares e em dar
importância às relações que estabelece
com os colegas e professores.
 Estágio Genital
• O estágio genital é o ultimo no desenvolvimento da
personalidade e ocorre a partir da puberdade;
• A zona erógena é a região genital;
• É nesta fase que há uma ativação da sexualidade
que esteve latente no período anterior;
• Apesar dos investimentos afetivos se desenrolarem
fora do seio familiar , existe uma reativação do
complexo de Édipo;
• O processo de autonomia passa por encarar os pais
de forma mais realista e fazer o luto das imagens
idealizadas;
• O prazer sexual envolve todo o corpo, integrando
todas as zonas erógenas.
Metodologia  de investigação
• Freud aplica um método clínico da sua autoria,
adaptando um conjunto de técnicas que permitiram
trazer ao consciente as causas não conhecidas,
inconscientes, dos problemas e conflitos dos pacientes
• Freud recorre a alguns procedimentos próprios como
por exemplo,as associações livres, interpretação de
sonhos, análise do processo de transferência e a
análise de atos falhados.
 Metodologia de
investigação
• Associações livres: O psicanalista pede ao analisado que
diga tudo o que sente e pensa, sem omitir nada mesmo
que pareça sem importância, desagradável ou absurdo. No
decorrer deste procedimento manifestam-se resistências,
desejos, recordações e recalcamentos inconscientes que o
analista irá identificar e interpretar;
• Interpretação dos sonhos: O psicanalista pede ao
analisado que lhe conte os sonhos. Segundo Freud, o
sonho é a realização simbólica de desejos recalcados.
Freud  distingue o conteúdo manifesto do sonho, o que é
lembrado, o que é consciente e o conteúdo latente, os
desejos, medos, recalcamentos que estão subjacentes.
Cabe ao analista dar-lhe um sentido ao interpretar os
sonhos
Metodologia de
investigação
• Análise da transferência: O psicanalista analisa e interpreta os
dados do processo de transferência que é um processo em
que o analisado transfere para o psicanalista os sentimentos
de amor/ódio vividos na infância, sobretudo relativamente aos
pais.
• Análise dos atos falhados: O psicanalista procura interpretar
os esquecimentos, lapsos, e erros de linguagem, leitura ou
audição do analisado. Segundo Freud, estes erros
involuntários manifestariam desejos recalcados no
inconsciente e que irromperiam na vida quotidiana. Freud
dedica ao estudo destes lapsos uma obra: A Psicopatologia da
Vida Quotidiana
Conclusão
• Freud fez parte das três grandes revoluções na forma de encarar o
ser humano ao afirmar que não é a razão, a consciência, que
controla a vida humana, mas as forças do inconsciente que ele
desconhece e pouco controla;
• Com Freud,  nasce uma nova perspetiva , que nada tem haver
com Psicologia, é um novo conceito de ser humano, dominado
desde o nascimento por pulsões , sobretudo de natureza sexual;
• Um dos legados mais importantes foi o reconhecimento da
importância da vida afetiva, sobretudo da infância, no
desenvolvimento cognitivo e social, bem como na personalidade
do indivíduo.