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O FUNCIONAMENTO DO

SISTEMA ECONÔMICO
Disciplina : Economia e Negócios
(3)

O funcionamento do sistema econômico.


A dinâmica dos mercados e seus impactos nas organizações.
A Economia Moderna.
As Modernas Estruturas de Mercado.
Lancaster, Kelvin
Professor Ms Regis Ximenes
A ECONOMIA MODERNA

Este capítulo possibilita a compreensão das diversas estruturas


de mercado com que nos defrontamos, enquanto consumidores
e competidores no mercado de bens e serviços. Assim sendo, a
entrada no mercado e a permanência exigem o conhecimento
da estrutura do mercado, para, então, se utilizar o
ferramental adequado de formação de preço.
DEFINIÇÃO DE MERCADO
•Qualquer situação em que compradores e vendedores em potencial
entram em contato.

De acordo com LANCASTER, podemos definir com precisão


o mercado de concorrência perfeita, se levarmos em conta uma
característica distintiva: não haverá concorrência perfeita, a menos
que todas as empresas produzam D bens que sejam idênticos aos
olhos dos compradores. O mercado e tem de ser considerado como
o mercado total para um produto nitidamente diferenciável
dos demais.
A VARIEDADE DE ESTRUTURAS DE MERCADO

•A concorrência perfeita e o monopólio não são outra coisa senão


dois extremos no espectro das estruturas de mercado sob as quais as
empresas podem estar funcionando.Na qual em um dos extremos se
encontra a concorrência perfeita e, no outro o monopólio.
•Para visualizar um padrão de estruturas, será melhor
considerarmos um padrão triangular com a concorrência perfeita, o
monopólio e o oligopólio, situados nos três ângulos.
Concorrência Perfeita (muitas
pequenas empresas,cada uma com
impacto desprezível sobre o
mercado e outras empresas)

Fazendas
Comumente, as estruturas
dos mercados reais contém
Qualquer estrutura
alguns elementos de
do mercado que não
a de concorrência monopólio,concorrência
perfeita constitui uma perfeita e concorrência
Dentistas
forma de concorrência nas cidades
oligopolística e podem
“imperfeita”. grandes ser representadas por
pontos no triângulo.

Fornecedor
de energia Copiadoras
Xerox e IBM
Monopólio elétrica Oligopólio
(único vendedor ou Duopólio
sem qualquer Duas empresas
concorrente de produtos cujos produtos
idênticos). são idênticos.
Os modelos de estruturas de mercado
•De um lado, produtos idênticos oferecidos por um grande número de
empresas. Neste caso, a concorrência entre as empresas que ofertam é
considerada perfeita. Do outro, um produto único, sem substitutos.
Um único fornecedor. Um monopólio, portanto.
•Estes são os extremos no espectro das estruturas de mercado, sob as
quais as empresas podem estar funcionando. É claro que não podem
ser consideradas as únicas estruturas de mercado predominantes no
mundo atual.
•Todas as estruturas que não se encaixam em uma concorrência
perfeita devem ser consideradas no âmbito de uma concorrência
imperfeita.
GUIA DE MERCADO DE CONCORRÊNCIA IMPERFEITA

•Monopólio : Empresa única, o produto não tem substitutos próximos.


Ex: Uma companhia telefônica municipal.
•Oligopólio : Pequeno número de empresas, produtos idênticos ou
muito semelhantes. Ex: Automóveis (GM, Ford, Chrysler, etc).
•Concorrência Monopolística : Grande número de empresas que
vendem produtos diferentes, porém semelhantes. Ex: Lojas de varejo
(embora essas lojas freqüentemente concorram diretamente com lojas
vizinhas, e, nesse caso, existem aspectos oligopolísticos), médicos,
dentistas.
•Estruturas Mistas : Empresa única e muito grande, alguns pequenos
concorrentes, ou poucas empresas grandes e muitas empresas
pequenas. Ex: As grandes empresas dominam e as pequenas as
seguem. O resultado é efetivamente o monopólio ou o oligopólio. A
maior parte dos oligopólios (indústria de aço,por exemplo) tem um
grande número de pequenas empresas em suas margens.
•Monopsônio : Comprador único. Ex: O governo, no mercado de
equipamentos para defesa nacional.
•Oligpsônio : Poucos compradores. Ex: Venda de verduras ou frutas
para conserva frigorificada ou enlatados.
•Barganha Bilateral : O comprador e o vendedor são importantes no
mercado. Ex: A General Motors comprando aço da U.S.Steel.Grandes
empresas negociando com os sindicatos trabalhistas mais importantes.
A ESTRUTURA DO MERCADO
•Nos primórdios do surgimento de uma sociedade de mercado o
sistema econômico era originalmente caracterizado por grande número
de pequenas empresas. No entanto, outros sistemas despontavam,
concentrando a produção cada vez mais em mãos de relativamente
poucas unidades muito grandes e poderosas.
•Nos dizeres de Lancaster, “a natureza do mercado da empresa e a
determinação de seus concorrentes mais próximos nem sempre se
constituem uma tarefa simples e linear”. Uma única ferrovia pode
caracterizar um mercado monopolista de transporte ferroviário. Mas,
se comparado com outras opções de transporte, já não se pode afirmar
com segurança que se trata de um monopólio. Talvez uma
concorrência monopolista, porque se trata de um serviço relativamente
homogêneo, embora diferenciado.
 
•Encontramos, ainda, em Lancaster, uma proposição de apresentação
em forma de triângulo das estruturas de mercado clássicas básicas: a
concorrência perfeita, o monopólio e o oligopólio. Em um dos vértices
do triângulo se situa a concorrência perfeita.
•Neste mercado de concorrência perfeita competem muitas pequenas
empresas, cada uma com impacto desprezível sobre o mercado como
um todo e sem qualquer impacto direto sobre qualquer outra empresa.
No outro vértice se situa o monopólio. Neste mercado existe um único
vendedor sem quaisquer concorrentes que vendam produtos idênticos
ou semelhantes. No terceiro e último vértice estaria representado o
oligopólio em sua forma extrema, o duopólio, onde concorrem duas
empresas cujos produtos são idênticos.
•É de se notar, ainda, que a concorrência imperfeita não está,
necessariamente, limitada ao lado vendedor do mercado, embora este
seja o caso mais freqüente. O mercado pode ter muitos vendedores, mas
somente um comprador, caracterizando-se, assim, o monopsônio.
•Também pode existir um mercado composto por muitos vendedores,
mas com poucos compradores, o que configura um oligopsônio. Tome-
se o caso, por exemplo, de uma ou duas indústrias que processam
produtos agrícolas, como aquelas que compram toda a produção de
laranjas para extração do suco. Ou, ainda, o caso de granjas que
comercializam seus produtos com um ou dois frigoríficos especializados
no abate e exportação de frangos.
Compradores e vendedores interagem, portanto, em diversas
estruturas de mercado. Entre os fatores que dimensionam e dão
forma a estas estruturas de mercado destacam-se oito, a saber:

1) A quantidade de empresas vendedoras que atuam neste mercado;


2) A dimensão destas empresas, no que se refere ao seu poder de
compra e poder de negociação, no sentido amplo do termo;
3) O grau de interdependência entre as empresas que atuam no
mercado;
4) As similitudes ou diferenciações entre os produtos destas distintas
empresas;
5) A natureza e a quantidade de consumidores (empresas e indivíduos);
6) A extensão das informações que tanto os consumidores como as
empresas vendedoras dispõem sobre os demais produtos
transacionados neste mercado, notadamente aquelas referentes a preços
e condições comerciais;
7) O grau de habilidade que as empresas individuais dispõem para
influenciar a procura no mercado como um todo, pelas mais diversas
formas, como a promoção do produto, aspectos qualificativos,
facilidades de comercialização etc.;
8) A facilidade com que as firmas entram e saem da indústria (aqui
subentendido o setor – ou ramo – de produção).
•Estas oito dimensões são o resultado de uma evolução por que passou
o estudo das estruturas de mercado. Uma das classificações mais
simples e, ao mesmo tempo, mais abrangente, foi proposta por
Stakelberg em 1934, que adotava a quantidade dos agentes
econômicos – vendedores e compradores – que intervêm no mercado
como determinante da diferenciação.
•Segundo esta classificação, existiriam, tanto do lado da oferta como
do lado da procura, três situações possíveis: apenas um agente
econômico, uma pequena quantidade de agentes e uma grande
quantidade de agentes econômicos. A combinação destas três situações
com a oferta e a procura leva à construção de uma matriz de nove
diferentes estruturas possíveis, conforme dispostos na figura que se
segue.
Estrutura de Mercado segundo Stakelberg
Consumidores

Grande
Quantidade
de consumidores
Monopólio Oligopólio Concorrência
perfeita

Pequena
Quantidade
de consumidores Quase- Oligopólio Oligopsônio
monopólio bilateral

Um único
consumidor
Monopólio Quase- Monopsônio
bilateral monopsônio

Um único Pequena Grande quantidade vendedores


vendedor quantidade de de vendedores
vendedores
Classificação segundo proposta por Stakelberg

•Segundo esta classificação, a concorrência perfeita, tal como já


vimos antes, seria caracterizada por uma grande quantidade de
participantes nos dois lados considerados – oferta e procura. Por sua
vez, o monopólio seria uma situação em que existiria somente uma
empresa vendendo para grande quantidade de compradores. Se, ao
contrário, existissem muitos vendedores e uma só empresa
compradora, configurar-se-ia uma situação de monopsônio.
•Oposta à situação de concorrência perfeita, seria caracterizada uma
outra situação extrema: a de um monopólio bilateral, em que se
relacionariam uma só empresa compradora e uma só empresa vendedora.
•Entre estes quatro extremos poderiam figurar as situações definidas
como quase-monopólio e quase-monopsônio, em que o único vendedor
ou o único comprador teria de se confrontar com um pequeno número de
compradores ou de vendedores, respectivamente
•Os oligopólios – existência de uma pequena quantidade de empresas
vendedoras e uma grande quantidade de compradores –, assim como os
oligopsônios – uma pequena quantidade de empresas compradoras e uma
grande quantidade de empresas vendedoras – são, na realidade, as
situações que mais se aproximam das estruturas de mercado encontradas
atualmente.
•Por último em nossa análise sobre a estrutura de mercado proposta por
Stakelberg, o oligopólio bilateral caracteriza-se por pequena quantidade
de vendedores e também uma pequena quantidade de compradores.
•Nos dias de hoje, ganha destaque uma estrutura de mercado
denominada concorrência monopolística, que configura uma situação de
mercado na qual existem muitas empresas vendendo produtos
diferenciados que sejam substitutos próximos entre si. O caso de pasta de
dente, por exemplo. Ou de refrigerantes. Existem várias marcas, mas, ao
adquirir o produto, escolhemos quase sempre uma delas.
•Assim, o produtor desta determinada marca usufrui vantagens
características de um monopolista, oferecendo seu produto a um preço
que lhe convém e maximizando seus lucros com base nos preceitos desta
particular estrutura de mercado.
•Cada produtor de um bem diferenciado (ou de um bem em relação
ao qual se possam induzir os consumidores a acreditar que não seja
idêntico aos das empresas rivais) tentará aumentar a demanda de
seu bem diferenciado em particular.
•A técnica mais amplamente conhecida desse tipo de atitude é a
publicidade, que se utiliza dos meios de comunicação com a
finalidade de levar até o consumidor uma exposição cuidadosamente
elaborada, a qual enfatiza os aspectos do produto que vendedor
acredita sejam desejáveis aos olhos do consumidor.
• Outras técnicas fazem uso de vendedores ou de “truques”, tais
como brindes aos compradores. Todas essas técnicas envolvem
custos de venda, os quais a empresa deve compensar com ganhos
potenciais nas vendas.
Vejamos alguns detalhes significativos de algumas das
estruturas de mercado aqui citadas. Para isto,
consideraremos nossa análise num período de tempo que
chamaremos de curto prazo. Adotando esta premissa, as
condições que servirão de base para a análise estarão
definidas e não se alterarão neste espaço de tempo.
Concorrência Perfeita
Esta estrutura de mercado representa o funcionamento ideal de uma
economia: nenhum dos agentes é capaz, isoladamente, de influenciar a
quantidade de produtos que serão oferecidos, nem tampouco seus
requisitos de qualidade e preço. A concorrência perfeita supõe o pleno
funcionamento do mecanismo de preço como orientador da quantidade a
ser oferecida e, igualmente, que será adquirida pelos consumidores.
Dentre as hipóteses deste modelo destacam-se:
1) A existência de uma grande quantidade de vendedores e
compradores:
– Conforme visto na matriz de Stakelberg, trata-se de um
suposto fundamental para a configuração do mercado de
concorrência perfeita uma quantidade muito grande de
agentes econômicos – empresas vendedoras e consumidores –
interagindo nos movimentos de venda e compra de bens e
serviços.
2) Homogeneidade dos produtos
– Esta é uma condição basilar no modelo de concorrência
perfeita. Supõe que não existem diferenças entre os produtos
oferecidos. Os compradores podem, assim, adquirir o produto
de qualquer ofertante.
3) Transparência das informações de mercado
– Tanto os vendedores como os compradores têm amplo acesso a
todas as informações do mercado, tanto no que se refere a
preços como quantidade, qualidade e outras informações.
Também os aspectos referentes a custos e lucros dos
concorrentes são conhecidos, o que faz com que não haja
interesse por venda a preço abaixo daquele vigente no
mercado.
4) Condição dos agentes como “tomadores de preço”
– Esta peculiaridade do mercado de concorrência perfeita diz
respeito ao fato de que, dado o conhecimento das condições do
mercado, tanto vendedores como compradores se sujeitarão ao
preço de mercado, não agindo no sentido de redução – posição
compradora – ou aumento do mesmo – posição vendedora, por
absoluta impossibilidade de o fazerem.
5) Facilidade para entrar ou sair do mercado
– Os agentes não sofrem barreiras acentuadas para entrar ou sair
do mercado em que estão atuando, nem de ordem econômica e
nem de ordem legal. Inexistem, portanto, direitos de
propriedade ou patentes, por exemplo, que, muitas vezes,
impedem a entrada de novos ofertantes. Tampouco barreiras
legais resultantes da ação governamental, por exemplo, como a
exigência de determinadas condições para o estabelecimento
de empresas em diversos mercados, como é o caso da ação da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, no
particular aspecto da indústria farmacêutica, instalação e
operação de laboratórios e farmácias no território nacional.
Monopólio
Dentre as estruturas clássicas básicas de mercado, o monopólio constitui
o extremo oposto da concorrência perfeita: neste modelo, existe apenas
um ofertante de um bem ou serviço que não apresenta um substituto
próximo, ou seja, que não possui concorrente no mercado em questão.
Assim, o monopolista exerce uma grande influência na determinação do
preço a ser cobrado do comprador.
As hipóteses do modelo monopolista de mercado fundamentam-se em:
A) Existência de uma única empresa ofertante para o produto
– Quer seja por condições de acesso a determinada matéria-prima,
detenção de patente industrial sobre o produto e/ou processo de
fabricação ou mesmo direitos autorais, no caso de determinados
serviços exclusivos de um único prestador, este mercado é
atendido por um único ofertante, sem possibilidade de acesso
imediato de um competidor.
B) Inexistência de produtos substitutos próximos
– O produto oferecido é de tal complexidade – ou a sua obtenção
o é ― que impossibilita a existência de outros substitutos
próximos no mercado.

C) Existência de barreiras à entrada de novas firmas na indústria


– A participação da firma nesta indústria – aqui o conceito de
indústria se refere a todo o segmento de atuação – requer, por
exemplo, um aporte de capital e um conhecimento técnico que
podem inviabilizar a entrada de novas firmas participantes.
Dentre os motivos que impedem a entrada de novos players –
participantes, no jargão moderno – figuram:
1. Existência de economias de escala
Os rendimentos de escala caracterizam uma possibilidade de
obtenção de maior quantidade produzida por recurso de
produção utilizado. Portanto, se a um dado produtor é possível
executar sua produção tal que haja redução dos custos e, como
decorrência, obter economia no custo total de produção, seus
rendimentos de escala serão positivos e irão, muitas vezes,
impedir o acesso de outros fabricantes ao mercado específico,
dadas as condições de competitividade-preço daí advindas.
•Geralmente, as empresas que atuam em condições monopolistas
apresentam um elevado custo fixo de produção – custos que não
aumentam em função do crescimento da quantidade oferecida,
como é o caso, por exemplo, do aluguel que se paga: independente
da quantidade produzida, o valor do aluguel a ser pago pelo uso de
determinado imóvel industrial será aquele fixado contratualmente.
•Por sua vez, os custos variáveis – custos que aumentam com base
na quantidade produzida e/ou comercializada, como é o caso da
matéria-prima que compõe o produto oferecido: quanto maior a
quantidade oferecida, maior a incidência de custos com matéria-
prima incorporada ao produto – são relativamente baixos.
Assim, os custos fixos que são incluídos no custo de produção são
distribuídos por uma quantidade cada vez maior de unidades oferecidas
na medida em que a produção aumenta. Assim, a curva de custo médio
– resultado da soma de todos os custos divididos pela quantidade
produzida – será decrescente em uma larga faixa de produção. Daí
surge a condição de “monopólio natural”. Tome-se o caso, por
exemplo, de companhias de energia elétrica, serviço telefônico,
transporte ferroviário e outros. O custo para se oferecer inicialmente
tais serviços foi de expressiva magnitude. Uma vez efetuado tal
investimento, os custos para oferecimento dos serviços serão
decrescentes para uma extensa faixa quantitativa de consumidores e
usuários.
2. Controle sobre a matéria-prima
– Esta constitui uma das mais praticadas formas de controle do
acesso de novos ofertantes em determinados mercados,
dificilmente contornável.
3. Direitos autorais e patentes de produção
– Ao lado de controle sobre o fornecimento de matéria-prima, o
privilégio de uma carta-patente confere ao produtor condições
monopolísticas invejáveis, porque impede o acesso de outros
fabricantes à tecnologia de produto ou tecnologia de processo,
conceitos já abordados anteriormente, quando analisamos os
fatores de produção.
4. Existência de monopólios legais
– Trata-se de uma barreira de entrada a novos ofertantes de
determinados produtos e/ou serviços. Veja-se, por exemplo, a
concessão efetuada a determinadas empresas privadas para a
exploração de determinados serviços, como abastecimento de
água, fornecimento de energia elétrica, transporte coletivo etc..
Ao Governo compete a fiscalização da quantidade e qualidade do
serviço oferecido e a imposição de preços e taxas a serem
cobrados. Em outros casos, o Estado toma para si a exploração de
determinados recursos minerais estratégicos, como o petróleo,
por exemplo, constituindo um monopólio estatal.
Concorrência Monopolística
Quando evidenciamos algumas características deste particular modelo de
mercado já foi possível detectar que ele se insere entre a concorrência
perfeita e o monopólio. Vejamos porque, mais detidamente.
Também aqui existem muitos ofertantes concorrendo entre si, cada qual
disputando freneticamente uma fração do mercado total. Existe, como
outro elemento comparativo, certa facilidade para entrar ou sair do
mercado. E também um terceiro fator, que diz respeito à característica
dos produtos oferecidos: eles são substitutos muito próximos, porém,
com elementos diferenciadores que os tornam únicos.
Na realidade, a diferenciação caracteriza a maioria dos mercados
existentes. Assim, os perfumes, os automóveis, os equipamentos
eletrônicos de entretenimento e até mesmo restaurantes são diferentes
uns dos outros. E é esta diferenciação que irá possibilitar ao produtor o
poder de monopólio, dado que somente ele produz este particular tipo de
bem ou serviço. Então, daí advirá a sua liberdade para fixação do preço,
tal como ocorre no monopólio.
Do lado da demanda, os aumentos de preço poderão provocar reduções
nas quantidades adquiridas, já que existem substitutos próximos, ainda
que não reúnam todas as características do produto normalmente
adquirido. Esta redução na quantidade adquirida por conta de uma
elevação dos preços pode ser igualmente acompanhada de uma
ampliação da quantidade adquirida quando os preços se reduzem.
Esta resposta da quantidade demandada às variações percentuais do
preço constitui o que se convencionou chamar de “elasticidade-preço
da demanda” . Por ora, fica o registro de que uma demanda elástica é
uma das características de estrutura de mercado do tipo concorrência
monopolista.
Oligopólio
As condições que favorecem o surgimento de uma estrutura de
mercado do tipo oligopólio são parecidas com aquelas que prevalecem
no monopólio, tais como os rendimentos de escala, o controle sobre as
matérias-primas e a existência de patentes e licenças de uso de marcas.
Uma das formas de verificação da existência de oligopólio – que, como
já referido, caracteriza um dos modelos mais praticados nas economias
desenvolvidas ou em desenvolvimento nos dias de hoje – é por meio
do índice de concentração da indústria, que fornece o percentual da
produção total da indústria que é controlada pelos quatro (ou oito)
maiores produtores.
No caso de oferta de produtos como o cimento e o alumínio, que são
considerados substitutos perfeitos entre si e, portanto, homogêneos, a
pequena quantidade de ofertantes caracteriza um oligopólio puro ou
oligopólio perfeito. O oligopólio diferenciado é caracterizado por uma
concentração de poucos ofertantes de produtos que possuem algum
diferencial entre si, como é o caso da indústria de cigarros e indústria
automobilística, dentre outros.
O fenômeno da cartelização de preços e condições comerciais é
decorrência da existência de um oligopólio. O cartel é uma organização
formal de produtores dentro de um mesmo segmento de atuação, ou seja,
no âmago de uma indústria, na forma como aqui conceituado. Assim,
esta organização formal protege os poucos participantes da indústria,
dividindo entre si a produção e demais políticas, objetivando a
maximização dos lucros totais do cartel.
No entanto, alguns autores apontam a instabilidade dos cartéis, em
razão da existência de capacidade ociosa em vários dos ofertantes. Esta
ociosidade é um forte estímulo ao não-cumprimento das condições pré-
estabelecidas pelo cartel.
As análises efetuadas indicaram que existe uma elevada
interdependência entre os participantes de um oligopólio. As decisões
sobre preço e condições de equilíbrio serão emanadas do conjunto dos
ofertantes, de forma interdependente, em razão direta das condições de
cada participante.
Em outras palavras, a decisão de um ofertante influi no comportamento
econômico dos demais ofertantes.
Passos & Nogami oferecem um resumo das quatro principais estruturas
de mercado, adaptadas no quadro que se segue:
Características das Principais Estruturas de Mercado

Quantidade Condições de Influência


Estrutura Tipo de Alguns
de empresas Entrada e sobre o
produto exemplos
ofertantes Saída preço

Concorrência Nenhuma (são Produtos


Muitas Produto Fácil tomadoras de
perfeita agrícolas
homogênio preço)

Produto
Uma Serviços
único sem Difícil
Monopólio única Forte telefônicos
substituto
próximo

Produto Comércio
Concorrência Muitas Fácil Leve varejista,
diferenciado
monopolística M restaurante

u Homogênio ou Cimento,
Oligopólio Poucas
i diferenciado Difícil Considerada automóveis
t
FIM DESSE MÓDULO.

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