Você está na página 1de 13

Processos de formação de

palavras: a derivação sufixal


(ROCHA, 1998, P. 105-123
Derivação
• Sufixal: a forma presa se coloca à direita da base: gostoN → gostosoA
• Prefixal: a forma presa se coloca à esquerda da base: gratoA → ingratoA
• Parassintética: duas formas presas se colocam simultaneamente à direita
e à esquerda da base: velhoA → envelhecerV
• Conversiva: mudança de classe da palavra sem nenhum alteração em sua
forma: bonitoA → o bonitoN chegou
• Siglada: siglas são utilizadas no lugar de nomes: Universidade Federal de
Mato Grosso do SulN → UFMSN
• Truncada: redução no tamanho da palavra: portuguêsN → portugaN
Derivação sufixal
• Anexação de um sufixo a uma base:
• BASE → PRODUTO
• V → S-dor
• Programar → programador
• Paquerar → paquerador
• Distribuir → distribuidor
• Facilitar → facilitador
• Ficar → (?) ficador
Base
• Base é, geralmente, uma forma livre, caracterizando assim uma
palavra primitiva. A base é uma forma recorrente.
• Depreende-se uma base a partir de um conjunto de palavras sobre o
qual opera uma mesma regra de formação de palavra (RFP).
• Base livre: apresenta-se como uma palavra na língua (cf. os exemplos
na p. 107)
• Base presa: formas presas que só funcionam quando ligadas a outras:
carpint- → carpintaria, carpint- → carpinteiro; marcen- → marcenaria,
marcen- → marceneiro; ol- → olaria, ol- → oleiro; serralh- →
serralheria, serralh- → serralheiro
Regra de formação de palavra (RFP)
• A RFP especifica uma única operação morfológica que se realiza sobre
a base:
• N → N-ada [[boi]N-ada]N
• V → A-do [[amar]V-do]A
• V → S-dor [[programar]V-dor]N
• A RFP especifica uma subcategorização para a palavra resultante.
• A RFP especifica uma interpretação semântica para a palavra
resultante: “conjunto/coletivo de bois”, “objeto do amor”, “agente”.
Sufixo
• Sufixo é uma forma presa que se coloca à direita da base,
caracterizando assim uma palavra derivada.
• Não apresenta significação e/ou função própria, autônoma,
independente.
• Sua significação e/ou função só será explicitada quando anexado à
base.
• Fala-se em significação e/ou função do produto e não do sufixo.
Tipos de sufixos
quanto à forma
• Sufixos homófonos: dois ou mais sufixos distintos (significado ou função)
que apresentam coincidência do ponto de vista fonético: mesma forma
com sentidos ou funções diferentes: hipótese da base unitária e hipótese
do output unitário. Exemplo –ada, -eiro, -aria, -al, -ar (cf. exemplos p. 111-
112).
• Sufixos concorrentes: dois ou mais sufixos distintos do ponto de vista
fonético que apresentam o mesmo sentido ou função. Para serem
concorrentes, as bases e os produtos devem pertencer à mesma categoria
lexical: [[flor]N-ista]N = [[pão]N-eiro]N
• Sufixos alomorfêmicos: diferença mínima na forma com o mesmo sentido
ou função (cf. exemplos p. 113-114).
Tipos de sufixos
quanto ao significado
• Sufixos categoriais significativos
Não significativos
• Sufixos não categoriais significativos
Tipos de sufixos
quanto à produtividade
• Sufixos produtivos: a RFP V S-dor é produtiva em língua portuguesa:
pescar pescador, apelidar (?)apelidador.
• Sufixos improdutivos: a RFP N A-âneo é improdutiva (cf. Exemplos p.
116).
Bases presas
• Produtivas: bases a partir das quais se pode formar novas palavras na
língua: agr-este, agr-ário, agri-cultura, agro-pecuária (p. 120).
• Improdutivas: palavras já consagradas na língua e que não servem de
ponto de partida para a formação de novas palavras: escot-eiro,
escot-ista; doce-nte, docê-ncia (p. 121).
Basoides
• Parece ser uma base presa, mas não é, é uma falsa base.
• Não é uma forma recorrente, aparece apenas em uma palavra.
• Não apresenta condições de isolabilidade, embora pareça portar um
afixo.
• São destituídos de sentido, são bases vazia.
• O sentido advém a palavra como um todo.
• aversão, moroso, rústico (cf. exemplos p. 123).
Sufixoide
• Sequências fônicas não-recorrentes que se colocam à direita da base,
conferindo ao produto um sentido exclusivo, específico, não
previsível.
• Exemplos: em “carniça” –iça “podre, deteriorado” não se trata de um
sufixo homófono formador de substantivos abstratos com em justiça,
preguiça, cobiça (cf. exemplos p. 124).
Padrão sufixal
• Tipo de relacionamento que existe entre determinadas palavras da
língua e que se caracteriza por “uma produtividade praticamente
plena.
• Nominalização stricto sensu: associação paradigmática entre verbos e
nomes derivada de um padrão lexical geral altamente produtiva em
português nomes deverbais: preparar preparação, confiar
confiança, contar contagem, olhar olhada, ajudar ajuda0
• Nominalização lato sensu: criação de um substantivo a partir de
qualquer categoria que não seja um substantivo.

Você também pode gostar