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Políticas Públicas e direitos

humanos:
Desafios à atuação d@ Psicolog@
Autor: Marivete Gesser
Profa Larissa de Brito
Referências
• Redefinição da identidade da psicologia diante das PP (histórico)
• Papel do CFP: discussões voltadas pra garantia dos direitos humanos
(CREPOP): http://crepop.pol.org.br/
• Referências crepop:
http://crepop.pol.org.br/cat/publicacoes/referencias-tecnicas
• Atuação “para além” dos direitos, meramente, mas que vise a justiça
social
• Código de ética: PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS I. O psicólogo
baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da
dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos
valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Direitos humanos e políticas
públicas
• Diante da construção dos direitos atentar para
demandas diversas dos setores sociais e
particularidades
• Ação transversal em conjunto com a sociedade
• Atuação: combate os sistemas de violação de
direitos (culturais: racismo, sexismo, colonialismo,
imperialismo, escravismo, misoginia, transfobia….)
• PP: Espaço de promoção e garantia de direitos.
Psicologia e Políticas Públicas
• Como a psicologia pode atuar?
• Historicamente, comprometida com ideologias dominantes. É
regulamentada como profissão em plena ditadura em 1962
• Atendimento das necessidade de produção do sistema capitalista: seleção e
orientação para indústria e escola
• Práticas de higienização, categoriação, controle, ajustamento, normal X
patológico (contexto da escola), diagnóstico, patologização,
individualização das questões sociais
• Amparada em modelo biomédico (individualista e biológica)
• Distanciamento de questões sobre direitos sexuais e reprodutivos. Exemplo:
pesquisa- desconhecimento de pauta e direitos das pessoas GLBTQ+
Psicologia hoje

• Produção de conhecimento que parta da nossa


realidade e questões
• tentativa de ruptura com a lógica normalizante,
higienista e individualizante
• Comprometida socialmente e com a garantia de
direitos
• Reconhecimento do potencial humano, processo de
humanização, visão ético-política
Desafios

• Contexto homogeneizador, alienante, discursos de


meritocracia, medicalização da vida (controle
biopolítico
• Fortalecimento de teorias e métodos capazes de
dialogar com a visão ético-política
Atuação
• Atuar garantindo a diversidade humana
• Romper com práticas que oprimem e naturalizam identidades sociais
• Ruptura com o status quo
• Combater práticas de exclusão, marginalização
• Contexto escolar: combate a “pedagogização do conhecimento”: relações autoritárias,
homogeneização de tempos, serialização, medicalização, não inclusão, individualização da
problem´´atica
• Dados: TDAH em uma década, aumento de 30 vezes mais consumo de medicamento
• Negação das questões sociais- individualização das questões sociais
• Medicalização: abordar as questões políticas e sociais, com viés meramente biologizante e
desresponsabilização das instâncias do poder
• Mediante a inserção da psicologia nas PP: questiona práticas e estruturas de poder, além de
critérios de verdade
Dimensão subjetiva
• premissa fundamental à garantia dos direitos humanos
• construção histórico-social (considerar contexto)
• Vigotski aponta 2 concepções: objetivista e subjetivista e propõe uma visão
dialéticas das dimensões
• Inserção na cultura, interação com dimensão simbólica e mediante relações
intersubjetivas
• Processo de apropriação potencializa o sujeito a ampliar o campo perceptivo e
imaginativo, pois promove a reconstrução de todos os processos psicológicos
complexos.
• Contextos de opressão e resistências
• O sujeito não é um mero efeito das práticas sociais, pois pode apropriar-se delas,
criticá-las e ressignificá-las.
Potencialização do sujeito
• Rompimento com as práticas assistencialistas e medicalizantes, promotoras
de processos de exclusão/inclusão social perversa e superação do
sofrimento ético-político. (Bader Sawaia)
• Potência de ação: a partir de visão dialógica dos fenômenos, ordem do
encontro, participação e autonomia, intensificada no coletivo
• Potencializar: “significa atuar, ao mesmo tempo, na configuração da ação,
significado e emoção, coletivas e individuais. Realça o papel positivo das
emoções na educação e na conscientização, que deixam de ser fonte de
desordem e passam a ser vistas como fator constitutivo do pensar e agir
racionais” (2005, p. 113) Sawaia
• “desenvolvimento de valores éticos na forma de sentimentos, desejo e
necessidades, para superar o sofrimento ético-político” (Sawaia)
sofrimento ético-político

• (...) retrata a vivência cotidiana das questões sociais


dominantes em cada época histórica, especialmente, a dor que
surge da situação social de ser tratado como inferior,
subalterno, sem valor, apêndice inútil da sociedade. Ele revela
a tonalidade ética da vivência cotidiana da desigualdade social,
da negação imposta socialmente às possibilidades da maioria
apropriar-se da produção material, cultural e social de sua
época, de se movimentar no espaço público e de expressar
desejo e afeto. (Sawaia, 2005, pp. 105-106)
Atuação da psicologia
comprometida
• Visar a emancipação
• Potencialização
• Superação do sofrimento ético-político
• “princípio norteador de sua práxis: a participação dos sujeitos na
construção, implementação e fiscalização das políticas públicas
como estratégias para reivindicar a garantia dos direitos humanos”
• Fortalecer princípios e espaços democráticos: movimentos
sociais, participação social, controle social em prol da transformação
da sociedade a favor da coletividade.
• Garantir singularidades diante da coletividade
Conclusões
• “Autora, Sawaia, ressalta que essa participação somente pode ser
tolhida por contingências históricas, e salienta o papel atual do
capitalismo e da necessidade de lucro que sustenta, na
contemporaneidade, uma pseudoparticipação. Assim sendo,
argumenta que precisamos estudar os determinantes que limitam
a participação.”
• “necessidade de a Psicologia ter um posicionamento voltado para
o rompimento da noção de políticas públicas como uma
assistência às pessoas que se encontram em situação de
vulnerabilidade e a incorporação da noção dessas políticas como
um direito da população legitimado pela constituição.”
Conclusões

• a necessidade de se construir metodologias para a


atuação no âmbito das políticas públicas que tenham
como norte o conhecimento dos autores sociais, o
questionamento dos dispositivos normalizantes, o
acolhimento da diversidade de modos de ser, a
potencialização dos sujeitos e a inclusão das
diferentes coletividades no controle social dessas
políticas. Acredita-se que, dessa forma, seja possível
contribuir com a garantia dos direitos humanos para
além da dimensão legal.

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