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Inserção na comunidade e análise de

necessidades

Disciplina: Psicologia Comunitária

Prof.ª Roberta Fin Motta


Início da atividade comunitária ...

• Requer um planejamento, uma sólida fundamentação teórico-


conceitual-instrumental-metodológico e conhecimento da
realidade;

• Necessidade de contextualizar a comunidade, sua história,


evolução e cultura;

• Entender a interdependência entre os diferentes sistemas.


Modos de intervenção

• Década de 1970, em que os profissionais inseriram-se nos


bairros de periferia e nas favelas dos grandes centros,
tentando negar a sua origem cultural e de classe. Tratava-se
de uma inserção guiada por uma preocupação de que o
trabalho estivesse voltado para a militância e participação
políticas;

• Uma forma de se inserir com apelos a um trabalho de


caridade e voltado para os mais desfavorecidos. A inserção
reveste-se de uma preocupação ligada à filantropia e ao
fornecimento de assistência psicológica;
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• Houve, e também continua havendo, uma outra forma de


inserção guiada pela curiosidade em conhecer esse ser
estranho: as populações mais desfavorecidas. O
distanciamento das instituições de formação, de um lado, e
os clamores e necessidades sociais;

• Tem havido um tipo de inserção orientada pelo


compromisso de que o trabalho deve possibilitar
mudança das condições vividas cotidianamente pela
população e as problemáticas para a ação definem-se
conjuntamente, comprometendo-se com a possibilidade
de mudança social e construção de conhecimento na
área.
Modos de intervenção: Objetivos

• A priori: comunidade como mera receptora

• Menos capaz?
• Menos lutadora?
• Conformista?
• Desvalida?
• Sem futuro, sem esperança?
Objetivos
• A posteriori:

• 1) psicólogo decide o que fazer OU

• 2) participação conjunta da população

• Incertezas;
• Desafios;
• Identidade profissional, papel do psicólogo?;
• Psicologia Social Crítica;
• Entender tendências e ideologias, ...
Análise de necessidades

• Atividade inicial dentro de um processo de investigação e ação


participante (IAP), que ajuda a especificar as questões que
afligem a comunidade:

“Uma necessidade existe para um grupo quando seus membros


sentem que lhes falta alguma coisa, ou quando certas situações
em suas vidas produzem efeitos que perturbam, porque a
maneira de atuar sobre elas é ineficiente”
• Comunidade - espaço territorial;

• Facilitação é definida como: “priorizar o processo, o


encontro dialógico e afetivo para conhecer e agir, nesse
caso, para a construção da saúde pela via da aprendizagem
conscientizadora e da ação solidária organizada e
transformadora” (Góis, 2008, p. 79).

• Ato de construção conjunta, com base na cooperação entre


o profissional e o morador, em um movimento que se orienta
para a prática da libertação e desenvolvimento do sujeito
comunitário.
Como a inserção pode ser
construída: início, estratégias e
instrumentos
O trabalho de entrada da (o) psicóloga (o) na comunidade depende de:

• contatos e conhecimentos que faz quando se depara com a realidade concreta


dos setores populares;

• intermediários, individuais e/ou coletivos, que procuram a (o) profissional de


Psicologia, geralmente com uma expectativa de que ela (e) faça algum tipo de
atendimento individual para as problemáticas vividas no contexto comunitário;

• tentativas que a (o) própria (o) psicóloga (o) faz de se fazer conhecer junto à
comunidade ou aos seus representantes. Neste tipo de contato, está implícita a
aceitação de se submeter à avaliação sobre a necessidade do seu trabalho,
com o risco de haver algum tipo de recusa.

• Como obter informações sobre a comunidade


Não existem regras ou um jeito "certo" para obter informações
Instrumentos utilizados e/ou
construídos:
• Entrevistas – individual, coletiva;

• Conversas informais – bares, padarias, pontos de ônibus –


dinâmica/interação e vínculo;

• Visitas domiciliares;

• Registros de acontecimentos e/ou episódios significativos - diários de


campo;

• Recuperação da história – pessoas significativas;

• Resgate de documentos - saber popular e uso de fotografias e/ou


objetos e/ou produções oriundas da produção cultural local;
• Registros estatísticos: estudos epidemiológicos,
educacionais, judiciais, etc. Indicadores demográficos, de
fatores de risco, de utilização de serviços.

• Registros geográficos, físicos e materiais: características do


espaço, condições de moradia, localização dentro do contexto
municipal, saneamento, iluminação, etc.

• Encontros/reuniões, ...
DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO

Fazer o diagnóstico comunitário é identificar os problemas, as necessidades, os


recursos de uma comunidade. É um processo que constitui a primeira etapa do
planejamento da Intervenção Comunitária.

• Etapas de um planejamento de uma


intervenção psicossocial:
• Necessidades (relacionados a falta);
• Problemas (conflitos e dificuldades);
Diagnóstico
• Recursos (conhecimento das instituições
Comunitário religiosas, sociais, de saúde, de educação
...) que a comunidade possui (instituições,
pessoas, redes), ou para o qual você pode
ter acesso.
• Estabelecimento das prioridades
• O diagnóstico comunitário propriamente dito ...

• 1. definição dos objetivos do diagnóstico comunitário escolhido;


• 2. estabelecimento da lista das informações ou dados a coletar;
• 3. identificação das fontes de dados, escolha dos métodos mais
apropriados para recolher esses dados e, se necessário,
elaboração de instrumentos para questionários, entrevistas,
tabelas, etc.
• 4. coleta de dados;
• 5. análise e interpretação dos dados coletados, identificação dos
problemas, necessidades, recursos e grupos de risco;
• 6. estabelecimento das prioridades;
• 7. documentação dos problemas prioritários.

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