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DA CUNHA
CARLOS
DANIEL
VINICIUS
Roteiro de apresentação
• Autor
• Contexto
• Escola Literária
• A guerra de Canudos (1896-1897)
• Obra
Euclides da Cunha
• Carioca, sofreu muitas mudanças em sua vida em um curto período de
tempo
• Militar, Jornalista e escritor
• Formado pelo IME, Maior instituição de ensino da época
• Influência de Benjamin Constant (o pai do positivismo no Brasil)
• Enviado ao campo de batalha para cobrir jornalisticamente
• Positivista, determinista e evolucionista
• Sua obra “Os sertões” inaugurou o pré-modernismo (1902)
Euclides da Cunha
• Caráter cientificista em suas obras
• Escrita Hermética : Barroco Cientfíco
• Vocabulário interdisciplinar
Contexto
• Fim do século XIX: Abolição da escravatura e golpe republicano
• Cafeicultura financiando o desenvolvimento do país
• Urbanização , crescimento industrial e imigração(guerra)
• Momento de grande revolta das massas populares
• Presença de correntes deterministas e evolucionistas
• Espaço a ser observado : Sertão da Bahia com grandes períodos de seca
• Miséria, fome e pobreza
• Zona Rural “atrasada” e ignorada x Litoral desenvolvido
“Escola literária”
• Pré-modernismo: começa com Os Sertões e termina com o modernismo na semana
de arte moderna
• Monteiro Lobato, Lima Barreto, Graça Aranha
• Não foi uma escola literária , mas sim um momento de transição
• Autores divergentes que pegam um Brasil esquecido e ignorado e, que precisa ser
discutido
• Outros movimentos como o Romantismo e o Realismo já não discutiram esse Brasil
esquecido e ignorado?
Antônio Conselheiro
• O cearense, Antônio Vicente Mendes Maciel, professor ,
comerciante e advogado
• Antes de ser o conselheiro, era o Antônio dos Mares
• Quando a república foi proclamada, Conselheiro
posicionou-se contra a separação de Estado e Igreja, e
desaprovou a criação do casamento civil
• Alguns historiadores dizem que morreu de uma
disenteria muito forte
A guerra de Canudos (1896-1897)
• Figura de Antônio Conselheiro, criador do arraial de Canudos, que originou a cidade de Canudos-BA
• Conselheiro irá formar a cidade
• Ideia de terra sem lei, não pagavam impostos e isso atrapalhava o governo
• Estopim/começo da guerra: Compra de madeira na cidade de Juazeiro-BA
• 4 expedições
• 3 expedições fracassam
• Na 4ª expedição, com a presença do Marechal/Ministro da Guerra do Governo, será presenciado o
maior massacre da história do Brasil
• 1 Velho, 2 Homens adultos e 1 criança x Milhares de soldados das tropas nacionais
• “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu
até o esgotamento completo. Vencido palmo a palmo, na precisão
integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os
seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro
apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos
quais rugiam raivosamente cinco mil soldados” – Trecho do livro
os Sertões, de Euclides da Cunha
Obra
• Nas prateleiras dos pensadores do Brasil
• Hibridismo: (Literário + Sociológico + Científico)
• Pós-verdade do discurso e retratação no prefácio do livro
• Estuda o espaço sertanejo, o homem do sertão e vai elaborar uma obra que
mudou o modo como os brasileiros se enxergavam
• Divide o livro em A Terra, O Homem e A luta (interdependência)
• O meio ambiente vai gerar o jagunço
A terra
• Como um engenheiro, não ficou alheio ao cientificismo da época e
estudou minuciosamente o espaço
• Natureza pobre, árida, opressora, condenando o homem que vivia ali
(inferior/incapaz)
• A terra será aliada dos jagunços em determinados momentos
• Homem sertanejo x Homem do litoral
• Quando chove tudo muda de figura
Euclides Observador > Euclides Teórico
• TRECHO I
“De repente, uma variante trágica.
Aproxima-se a seca.
O sertanejo adivinha-a e prefixa-a graças ao ritmo singular com que se desencadeia o flagelo.
Entretanto não foge logo, abandonando a terra a pouco e pouco invadida pelo limbo cancente que irradia do
Ceará.
Buckle, em página notável, assinala a anomalia de se não afeiçoar nunca, o homem, às calamidades naturais que
o rodeiam. Nenhum povo tem mais pavor aos terremotos que o peruano; e no Peru crianças ao nascerem têm o
berço embalado pelas vibrações da terra.
Mas o nosso sertanejo faz exceção à regra. A seca não o apavora. É um complemento à sua vida tormentosa,
emoldurando-a em cenários tremendos. Enfrenta-a, estóico. Apesar das dolorosas tradições que conhece através
de um sem-número de terríveis episódios, alimenta a todo o transe esperanças de uma resistência impossível.”
Ciclos de chuvas e a Seca
• TRECHO II
• Ao sobrevir das chuvas, a terra, como vimos, transfigura-se em mutações fantásticas, contrastando com a
desolação anterior. Os vales secos fazem-se rios. Insulam-se os cômoros escalvados, repentinamente verdejantes.
A vegetação recama de flores, cobrindo-os, os grotões escancelados, e disfarça a dureza das barrancas, e
arredonda em colinas os acervos de blocos disjungidos -de sorte que as chapadas grandes, entremeadas de
convales, se ligam em curvas mais suaves aos tabuleiros altos. Cai a temperatura. Com o desaparecer das
soalheiras anula-se a secura anormal dos ares. Novos tons na paisagem: a transparência do espaço salienta as
linhas mais ligeiras, em todas as variantes da forma e da cor.
Dilatam-se os horizontes. O firmamento, sem o azul carregado dos desertos, alteia-se, mais profundo, ante o
expandir revivescente da terra.
E o sertão é um vale fértil. É um pomar vastíssimo, sem dono.
Depois tudo isto se acaba. Voltam os dias torturantes; a atmosfera asfixiadora; o empedramento do solo; a
nudez da flora; e nas ocasiões em que os estios se ligam sem a intermitência das chuvas -o espasmo assombrador
da seca."
O Homem