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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

UNOESC CHAPECÓ

MULHERES QUE DIZEM NÃO À GRAVIDEZ: UM RETRATO PSICOLÓGICO

Professora Orientadora:
Acadêmica:
Componente Curricular: Trabalho de Conclusão de Curso I

Chapecó, 2023.
INTRODUÇÃO
● A maternidade é uma construção social muitas vezes violenta e
iatrogênica na qual a mulher ocupa a posição de cuidadora e dona
de casa (CARELLI, 2019).
● Atualmente, a mulher conquistou maiores e melhores postos de
trabalho, no entanto, ainda sofrem para disputar lugar com os
homens (CARELLI, 2019).
● A escolha pela não maternidade adquiriu força através das lutas
feministas e da rebeldia à divisão sexual do trabalho, levando
mulheres a desfrutar mais genuinamente de um “sentimento do
trabalho” e liberdade (BARBOSA; COUTINHO, 2007; EMÍDIO;
GIGEK, 2019; CARELLI, 2009).
OBJETIVOS:
Objetivo Geral
Analisar os fatores motivacionais de mulheres que optaram pela não
maternidade como uma escolha de vida.

Objetivos Específicos 
● Identificar as fraquezas e dificuldades do discurso da mulher que
assume o desejo de não se tornar mãe;
● Compreender como a experimentação da sexualidade pode interferir
na escolha da não maternidade;
● Analisar o perfil comportamental geral das mulheres que decidem
pela não maternidade.
JUSTIFICATIVA
● Segundo dados do IBGE, em 2014, 38,4% das mulheres não eram
mães; em 2020, o percentual manteve-se estável no Brasil, com
37% das brasileiras não manifestando interesse em engravidar e
ter filhos, dado este só do Estado de São Paulo. No mundo, mais
de 76% da população feminina também complementa esse
percentual. (LIMA, 2022).
● As mulheres têm se decidido por abandonar a maternidade em
troca de benefícios em longo prazo, como disponibilidade de viajar,
apreciação do tempo íntimo, liberdade sexual, desenvolvimento
profissional e de carreira (BARBOSA; COUTINHO, 2007; EMÍDIO;
GIGEK, 2019; CARELLI, 2009)
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A mulher na sociedade
● A mulher na sociedade (VIELLA, 2015) é um constructo que
implica a divisão sexual do trabalho, reconhecendo os termos
destas em referência à maternidade e ao cuidado familiar.
● Badinter (1985) fala do amor materno como mito, pois o papel da
mulher não pode ser subordinado à criação dos filhos, senão
como dominação masculina.
● Lauren Sadler (2013) menciona como a não-maternidade é vista
como sinal de imaturidade na sociedade norte-americana.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A maternidade nos dias atuais
● De acordo com Carelli (2019, p.11), “não há como falar de
maternidade sem se falar em gravidez”, uma vez que é apenas
em decorrência desta que se pode falar numa função materna,
função de ser Mãe.
● Optar ou não pela maternidade implica sofrimento (EMÍDIO;
GIGEK, 2019), pois envolve abandono, idealização e quebra de
expectativas, em relação ao filho, ao casal e ao futuro.
● A “normativa” da maternidade feminina é ilegalmente atribuída à
mulher por sua equipagem biológica, e violentamente
esteriotipada como “frágil” e “vil” e “traidora” pela Igreja [através
do mito do pecado original] (CARELLI, 2019).
MÉTODO
Procedimentos metodológicos:
Será realizada uma pesquisa de abordagem qualitativa, que segundo
Godoy (1995), parte do pressuposto de que um fenômeno, seja ele
qual for, é melhor compreendido dentro de seu contexto, e numa
perspectiva multifocal e de mútua responsabilidade
MÉTODO
Tipo de pesquisa
A pesquisa terá caráter exploratório. Para Gil (2007), a pesquisa
exploratória busca maior familiaridade com o problema, tornando-o
mais explícito, além de colaborar com a construção de hipóteses.
MÉTODO
Método de pesquisa: Como método de pesquisa optou-se pelo
levantamento de dados. De acordo com Fonseca (2002) o
levantamento é particularmente realizado em pesquisas exploratórias
e descritivas e se constitui em uma coleta de dados de uma amostra
ou de uma população.
MÉTODO:
Sujeitos/participantes da pesquisa
Como critérios de inclusão tem-se que as participantes da pesquisa
serão mulheres entre 25 e 45 anos residentes na cidade de Chapecó-
SC.
MÉTODO:
Ténicas de coleta de dados
Para a coleta de dados serão realizadas entrevistas semi-estruturadas
com o grupo de mulheres sujeitos da pesquisa. A pesquisa semi-
estruturada é um método reflexivo de abordagem qualitativa. Segundo
Santos, Jesus e Batista (2021), tal método de pesquisa parte de um
roteiro fixo, porém flexível, o qual permite ao pesquisador fugir ao tema
para ampliar o escopo das questões e o desenvolvimento das
respostas.
MÉTODO:
Para a abordagem das participantes é sugerido o método “bola de
neve”, um tipo de amostragem não probabilística, que, segundo Vinuto
(2014), utiliza cadeias de referência para abranger determinados
grupos de pesquisa de difícil acesso. A maneira como este método
funciona é partir de documentos e/ou informantes, buscando-se
localizar pessoas com o perfil necessário e sugerido pela pesquisa.
Através da primeira sondagem, sugere-se que as pessoas contatadas
indiquem outras pessoas, aumentando a amostra até o ponto de
saturamento.
MÉTODO:
Técnicas de análise de dados
Para a análise de dados, será utilizada a técnica de análise de
conteúdo de Bardin. A análise de conteúdo, de acordo com Bardin
(1977), trata-se de um conjunto de técnicas de análise das
comunicações, sejam elas orais, escritas, icônicas, dentre outras.
Nesta forma de análise preocupa-se com o conteúdo explícito ou
implícito nos documentos ou no discurso.
MÉTODO:
Implicações éticas
A pesquisa seguirá as questões éticas, respeitando a privacidade e os
direitos dos participantes. Em caso de necessidade de utilização de
qualquer documento, os mesmos serão encaminhados com
antecedência para as candidatas afim da realização da pesquisa. Os
documentos que cabem aos fins aqui propostos são: Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, bem como o Termo de Uso de
Gravação de Voz.
REFERÊNCIAS
Badinter, E. Um amor conquistado: O mito do amor materno. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1985
BARBOSA, Patrícia Zulato; ROCHA-COUTINHO, Maria Lúcia.
Maternidade: novas possibilidades, antigas visões. Psicologia Clínica
[online]. 2007, v. 19, n. 1 [Acessado 26 outubro 2022], pp. 163-185.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa. Edições 70. 1977
CARELLI, J, H. O desejo feminino de não maternidade. Trabalho de
Conclusão de Curso (graduação em Psicologia) - Universidade de
Caxias do Sul. Caxias do Sul, p.41, 2019
REFERÊNCIAS

EMÍDIO, Thassia Souza e GIGEK, Thaís. Elas não querem ser mães:
algumas reflexões sobre a escolha pela não maternidade na
atualidade. Trivium [online]. 2019, vol.11, n.2 [citado 2022-10-26], pp.
186-197.
GODOY, A, S. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de
administração de empresas., São Paulo, v.35, n.3, p.20-29, 1995.
JESUS SOARES, S. PESQUISA CIENTÍFICA: UMA ABORDAGEM
SOBRE O MÉTODO QUALITATIVO. Revista Ciranda, [S. l.], v. 3, n. 1,
p. 1–13, 2020.
REFERÊNCIAS
SANDLER, Lauren. Having it all without having children. Times, Nova
Iorque, 12, agosto de 2013. Disponível em:
https://content.time.com/time/subscriber/article/0,33009,2148636,00.ht
ml. Acesso em: 26/10/2022
SANTOS, Alexa Fagundes dos; JESUS, Gabriela Guterres de;
BATTISTI, Isabel Koltermann. Entrevista semi-estruturada:
considerações sobre esse instrumento na produção de dados em
pesquisas com abordagem qualitativa. Seminário de Iniciação
Científica., v.7, n.7, p.1-5, 2021.
REFERÊNCIAS
VINUTO, J. A amostragem em bola de neve na pesquisa qualitativa:
um debate em aberto. Tematicas, Campinas, SP, v. 22, n. 44, p. 203–
220, 2014. DOI: 10.20396/tematicas.v22i44.10977. Disponível em:
https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/tematicas/article/
view/10977. Acesso em: 24 abr. 2023.
VIELLA, Isabela Lopes Viella. Para além da maternidade: um estudo
sobre mulheres que optaram por não ter filhos. 2015. 34f. Trabalho de
Conclusão de Curso. Universidade do Sul de Santa Catarina. Santa
Catarina, 2015.
Muito obrigada!

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