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ERGONOMIA E GINASTICA

LABORAL
PROFª THAYSA CRISTINE
REVISÃO
Objetivos da ergonomia aplicadas ao
trabalhador

 Para Moraes & Soares (apud Figueiredo & Montalvão, 2008), a ergonomia possibilita:

 Maximizar conforto, satisfação e bem-estar.


 Garantir a segurança.
 Minimizar constrangimentos, custos humanos e carga cognitiva, psíquica e física do
operador e/ou usuário.
 Evitar doenças profissionais, lesões e mutilações do trabalhador.
 Otimizar o desempenho da tarefa, rendimento do trabalho e a produtividade.
Exercícios funcionais aplicados à ginastica
laboral
Partes da ergonomia segundo Hendrik (apud Figueiredo & Mont’Alvão, 2008):

 Macro ergonomia (empresa como um todo): homem-organização-máquina.


 Ergonomia cognitiva ou de software: interação com o sistema de computador.
 Ergonomia de hardware: posicionamento, comandos, controles e alavancas.
 Ergonomia ambiental: temperatura, umidade, vibração, iluminação, ruído e
ventilação.
LER/DORT

 Os diversos quadros de doenças, síndromes e lesões enquadradas como LER/Dort


podem apresentar dor, inchaço, inflamação, dormência, queimação, perda de
força, limitação de amplitude articular, incapacitações funcionais, etc.
 Os prejuízos advindos destes quadros podem ser diminuição da produtividade,
aumento do absenteísmo, aumento de consultas médicas, número de acidentes e
afastamentos do trabalho, queixas trabalhistas, etc.

• Para o profissional de ginástica laboral é importante conhecer


estes problemas de saúde, para compreender as suas variáveis e
planejar atividades que sejam benéficas aos trabalhadores.
LER/DORT

Resumo dos fatores contribuintes para ocorrência de LER/DORT:


Movimentos repetitivos
Movimentos manuais com uso de força
FATORES BIOMECANICOS
Postura inadequada
Uso de ferramentas manuais

Ineficácia da empresa em eliminar riscos potenciais


FATORES
ADMINISTRATIVOS
Método de trabalho inadequado, uso de ferramentas e equipamentos
impróprios

Pressões no trabalho

Inexistência de autonomia e controle sobre o trabalho


FATORES PSICOSSOCIAIS
Inexistência de ajuda ou apoio de colegas de trabalho

Pouca variabilidade no conteúdo da atividade


GINASTICA LABORAL: BREVE HISTÓRICO

Em 1969, uma equipe técnica da Fundação ISHIBRÁS, implantou nos estaleiros Ishikawajima do
Brasil, no Rio de Janeiro, um programa denominado Ginástica Matinal, antes do início do
expediente, em que cerca de 2.500 trabalhadores realizavam dez minutos de exercícios (REVISTA
ISHIBRÁS, 1977).
De acordo com a orientação recebida naquela época, os objetivos do Programa de Ginástica Matinal
foram classificados em três categorias:
 Objetivos Físicos: como conjunto de medidas preventivas contra acidentes de trabalho.
 Objetivos Organizacionais: demonstrar aos trabalhadores a importância de um maior sentido de
organização e disciplina.
 Objetivos Funcionais: como objetivo geral, promover o aprimoramento físico do empregado,
dando-lhe maior disposição para o trabalho e melhorando seu estado geral.
GINASTICA LABORAL: BREVE HISTÓRICO

No início da década de 1970, a Federação de Estabelecimento de Ensino Superior


(FEEVALE), em Novo Hamburgo (RS), através da Escola de Educação Física, publicou uma
proposta de exercícios baseados em análises biomecânicas, Educação Física Compensatória e
recreação (CONFEF, 2015). Esse modelo recebeu adaptações para melhor se adequar ao
perfil dos trabalhadores brasileiros, iniciando um processo de abertura para a contratação de
profissionais de Educação Física para conduzirem programas de ginástica laboral (LIMA,
2007).
GINASTICA LABORAL: BREVE HISTÓRICO

Em 2007 foi fundada a Associação Brasileira de Ginástica Laboral (ABGL), com o objetivo
de incentivar o debate e a pesquisa sobre a ginástica laboral como instrumento de Promoção
da Saúde, reunindo profissionais da área da saúde para uma reflexão sobre os aspectos
metodológicos, estratégias de implantação e acompanhamento de indicadores dos programas
de ginástica laboral. No mesmo ano, o Sistema CONFEF / CREFs “elegeu 2007 como o Ano
da Ginástica Laboral em razão da importância da atividade para o trabalhador e para a
sociedade de modo geral, ao prevenir doenças e promover saúde, por meio de estilo de vida
ativo” (TEIXEIRA BRUNO, 2018).
SAÚDE DO TRABALHADOR E
PROMOÇAO DA SAÚDE

Com relação aos fatores que infuenciam a saúde, Marc Lalonde, Ministro da Saúde no
Canadá, apresentou em 1974 um modelo propondo quatro grupos de elementos
condicionantes da saúde, descritos por Souto (2003) em sua obra Saúde no Trabalho (uma
revolução em andamento):
 Biologia Humana Engloba os aspectos da saúde, física e mental, que dependem da
estrutura biológica e da constituição orgânica do indivíduo, englobando o patrimônio
genético, a maturação e envelhecimento.
 Meio Ambiente Representa os fatores externos que possuem forte infuência sobre a saúde
do ser humano, incluindo os fatores ecológicos que envolvem os fatores geográfcos,
geológicos, climáticos, habitação, poluição, meios de transporte, radiação.
SAÚDE DO TRABALHADOR E
PROMOÇAO DA SAÚDE

 Hábitos de Vida Envolve as decisões dos indivíduos e as repercussões sobre sua própria
saúde como o excesso ou defciência na alimentação, ausência de exercício sistematizado
ou prática sufciente de atividades físicas, uso de drogas, incluindo o álcool, fumo e abuso
de medicamentos que podem provocar, direta ou indiretamente, doença e morte.
 Organização da Assistência à Saúde Compreende a existência de uma infraestrutura
sanitária, os cuidados preventivos e curativos, seus recursos humanos, fnanceiros e
materiais, organização e relação com as populações na prestação de atendimento.
A GINÁSTICA LABORAL NO CONTETO
DA ERGONOMIA

Os fatores de risco para a saúde e segurança dos trabalhadores, presentes ou relacionados ao


trabalho, de acordo com o Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde do Ministério
da Saúde do Brasil, podem ser classificados em cinco grandes grupos: Físicos, Químicos,
Biológicos, Mecânicos e de Acidentes e Ergonômicos e Psicossociais.
Os aspectos ergonômicos e psicossociais decorrem da organização e gestão do trabalho,
como, por exemplo: da utilização de equipamentos, máquinas e mobiliário inadequados, com
exigência de posturas, movimentos e posições incorretas; locais adaptados, com más
condições de iluminação, ventilação e conforto para os trabalhadores; trabalho em turnos e
noturno; monotonia ou ritmo de trabalho excessivo, exigências de produtividade, relações de
trabalho autoritárias, falhas no treinamento e supervisão dos trabalhadores, entre outros.
A GINÁSTICA LABORAL NO CONTETO
DA ERGONOMIA

Neste contexto de regulamentação, fiscalização pelos órgãos públicos e crescimento


vertiginoso dos afastamentos do trabalho por LER/DORT, como alternativa para redução do
impacto dos processos de trabalho sobre o adoecimento dos trabalhadores, as empresas
constataram que as pausas compensatórias, incluindo exercícios de distensionamento,
poderiam oferecer benefícios para a prevenção destas doenças e diminuição da contração
muscular, principalmente em tarefas com sobrecargas estáticas por tempo prolongado ou com
posturas inadequadas (PEREIRA, 2013).
Para que a ginástica laboral seja efciente, durante a implantação do programa devem ser
observadas as condições ergonômicas do ambiente físico e a organização do trabalho, para
uma maior qualidade metodológica do programa com a escolha dos tipos de exercícios mais
adequados, sua duração e intensidade.
A GINÁSTICA LABORAL NO CONTETO
DA ERGONOMIA

ASPECTOS PSICOSSOCIAIS E COGNITIVOS NO PROCESSO SAÚDE DOENÇA


A construção de uma intervenção de ginástica laboral deve ultrapassar os limites de parâmetros
unicamente da postura e do movimento do trabalhador, mas também analisada e construída a partir
de demandas emocionais e cognitivas advindas do trabalho.

ASPECTOS ERGÔNOMICOS, BIOMECÂNICOS E POSTURAIS.


O Programa de Ginástica laboral deve ser composto por sessões de exercícios que buscam o
equilíbrio e a recuperação do sistema musculoesquelético diante das sobrecargas geradas pelo
trabalho e dentro de todos os argumentados acima, selecionar atividades e técnicas para
manutenção da boa condição física dos trabalhadores, com atenção para os níveis de força e
flexibilidade.
METODOLOGIA DA GINÁSTICA
LABORAL

Conceituação e objetivos da ginástica laboral


Até os dias de hoje, tanto para as empresas contratantes, quanto para os profissionais da área
da saúde, paira a dúvida quanto à competência do profissional responsável pela aplicação dos
programas de ginástica laboral, principalmente pelo fato de os programas de saúde do
trabalhador terem uma abordagem multidisciplinar e, muitas vezes, atuação interprofissional,
envolvendo várias profissões da área da Saúde.
De acordo com Da Costa in CONFEF: O Profissional de Educação Física atua formalmente
por meio de métodos educacionais e preventivos, para minimizar e/ou evitar a possibilidade
de ocorrência de lesões decorrentes das atividades repetitivas/cotidianas do estresse causado
pela atuação laboral e de atividades que tragam algum risco para os trabalhadores
(CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA – CONFEF, 2015).
METODOLOGIA DA GINÁSTICA
LABORAL

Quanto à organização de conhecimentos, os autores Kallas e Batista (2009), propõem


conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, vistos respectivamente como o saber
conhecer, o saber fazer e o saber ser e conviver, como estratégia de enriquecer as
possibilidades de intervenção da ginástica laboral.
Conteúdos propostos por Kallas e Batista (2009)
a) Conceituais: são os conhecimentos relacionados ao saber conhecer, destacando-se fatos,
dados e conceitos como o nome e a localização de grupos musculares e articulações,
valores de referência para ingestão calórica de nutrientes e de indicadores de saúde como
pressão arterial e glicemia, conceitos básicos de hidratação, relaxamento e outros e sua
relação com a qualidade de vida, referindo a conhecimentos sobre bem- -estar que as
pessoas devem saber.
METODOLOGIA DA GINÁSTICA
LABORAL

b) Procedimentais: são os conhecimentos relacionados ao saber fazer, destacando-se técnicas,


habilidades e procedimentos de forma geral, como técnicas de respiração e relaxamento,
habilidades motoras, formas de execução de exercícios e outras movimentações corporais,
habilidades de relacionamento social referindo a conhecimentos sobre bem-estar que as
pessoas devem saber fazer ou realizar.
c) Atitudinais: os conhecimentos relacionados ao ser, ao portar-se, destacando-se padrões de
comportamento, ética, respeito e comprometimento, como atitudes positivas em relação ao
próprio bem estar, comprometimento com cuidados pessoais, respeito com as limitações
pessoais e alheias, formas éticas de conduta, referindo a conhecimentos sobre bem estar que
as pessoas devem viver, incorporar enquanto própria manifestação de sua existência.
METODOLOGIA DA GINÁSTICA
LABORAL

TIPOS, FREQUÊNCIA E BENEFICIOS DA GINÁSTICA LABORAL


A ginástica laboral apresenta três diferentes modalidades de intervenções com objetivos
distintos, conforme especificidades da função exercida, do local de trabalho e peculiaridades
da organização do trabalho.

AQUECIMENTO
OU
PREPARATÓRIA

TIPOS DE
GINÁSTICA
RELAXAMENTO
LABORAL COMPENSATÓRIA OU
OU DE PAUSA FINAL DE
EXPEDIÊNTE
METODOLOGIA DA GINÁSTICA
LABORAL

Ginástica de Aquecimento ou Preparatória: Ginástica com duração aproximada de 5 a 10


minutos, realizada antes do início da jornada de trabalho (ou nas primeiras horas). Tem como
objetivo principal preparar os funcionários, aquecendo, sobretudo os grupos musculares que
serão solicitados nas tarefas profissionais, proporcionando também maior disposição (LIMA,
2018). Utiliza-se uma sequência de exercícios para grandes grupos musculares, com baixa
solicitação de força e com os objetivos de aquecer os diversos grupamentos musculares,
diminuindo o risco de distensões e aumentando gradativamente o metabolismo do corpo.
METODOLOGIA DA GINÁSTICA
LABORAL

Ginástica Compensatória ou de Pausa: Ginástica com duração aproximada de 10 minutos e


realizada durante a jornada de trabalho. Interrompe a monotonia operacional, com a
realização de exercícios específicos de compensação para esforços repetitivos ou estruturas
sobrecarregadas, e as posturas solicitadas nos postos de trabalho (LIMA, 2018). A ginástica
compensatória ou de pausa, também denominada de distensionamento em publicações mais
antigas, é indicada para os casos em que os trabalhadores desempenham tarefas que exigem
posturas estáticas por longos períodos, com baixa alternância postural ou aquelas que exigem
maior esforço fisco. Os exercícios de alongamento são os mais utilizados para o
distensionamento e a mobilização da musculatura e têm por objetivo relaxar as estruturas
sobrecarregadas e promover um padrão postural contrário ao exigido em seu dia de trabalho.
METODOLOGIA DA GINÁSTICA
LABORAL

Ginástica de Relaxamento ou Final de Expediente: Ginástica com duração aproximada de


10 minutos, baseada em exercícios de alongamento e relaxamento muscular, realizada no
final do expediente, com o objetivo de oxigenar as estruturas musculares envolvidas nas
tarefas laborais (LIMA, 2018). A Ginástica de Relaxamento precede o final da jornada de
trabalho, com o objetivo de promover alguns minutos de relaxamento para que o trabalhador
possa meditar e aumentar sua consciência corporal, possibilitando um maior conhecimento de
seu corpo e um aprendizado motor significante para reduzir a ansiedade e a tensão.
ATÉ A PROVA!

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