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Gregorio De
Matos
Fernanda Lovera, Isabela Dorneles e Rafaela Librelotto
Poemas
Satiricos
Á cidade da Bahia
Triste Bahia! ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.
Segundo o poeta, o local já foi próspero um dia e, por conta de maus negócios,
acabou empobrecendo. A palavra "brichote" significa aqui "estrangeiro".
Figuras de Linguagem:
Antítese: "Triste Bahia! ó quão dessemelhante/ Estás e estou do nosso antigo estado!", em que
o autor contrasta a situação atual da Bahia com o passado.
- Metáfora: "A ti trocou-te a máquina mercante", em que a máquina é uma metáfora para a
Revolução Industrial que transformou a economia da Bahia.
- Hipérbole: "Oeste em dar tanto açúcar excelente/ Pelas drogas inúteis, que abelhuda/ Simples
aceitas do sagaz Brichote", em que o autor exagera a quantidade de drogas inúteis que são
trocadas pelo açúcar excelente produzido na Bahia.
- Personificação: "Oh se quisera Deus, que de repente/ Um dia amanheceras tão sisuda/ Que
fora de algodão o teu capote!", em que a Bahia é personificada como se fosse uma pessoa que
usasse um capote de algodão.
Critica
O poema critica a entrada de estrangeiros, que não se importam com a
conservação do local, apenas com o desenvolvimento.
Características Barrocas:
O eu-lírico expressa angústia e insatisfação com a situação da cidade, uso de
antítese e a presença de linguagem rebuscada e elaborada.
Resposta a um amigo com novidades de Lisboa em
1658
França está mui doente das ilhargas,
Inglaterra tem dores de cabeça;
Purga-se Holanda, e temo lhe aconteça
Ficar debilitada com descargas.
- Antítese: "Portugal tem saúde e forças largas", em que o autor contrasta a boa saúde de
Portugal com a doença dos outros países europeus mencionados no poema.
- Hipérbole: "Veneza engorda e toma forças dobres", em que o autor exagera o fortalecimento
de Veneza.
Crítica:
É uma crítica à situação política, econômica e social da Europa no século XVII. O autor utiliza uma
linguagem figurada para descrever como países europeus como França, Inglaterra e Holanda estão
em crise, enquanto Portugal está forte e saudável. O poema também faz referência à morte de
Constantinopla e a chegada de muitos pobres à América, que pode ser visto como uma crítica ao
sistema colonial. Assim, o poema critica a instabilidade política, os conflitos e as desigualdades
sociais na Europa e a exploração das colônias.
Características Barrocas:
O uso da linguagem figurada e das metáforas para transmitir suas críticas sociais e políticas, a utilização
de antíteses para destacar contrastes entre os países europeus e Portugal, além do emprego da hipérbole
para enfatizar a saúde e a força de Portugal. O poema também apresenta uma preocupação com a forma
e com o jogo de palavras, típicas do estilo barroco.
Poemas
Religioso
A Jesus Cristo Nosso Senhor
Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque, quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
- Antítese: "Se uma ovelha perdida, e já cobrada/Glória tal, e prazer tão repentino/vos deu,
como afirmais na Sacra História", em que o autor contrapõe a perda da ovelha à glória e prazer
que Deus sente ao encontrá-la.
- Metonímia: "Que a mesma culpa, que vos há ofendido,/Vos tem para o perdão lisonjeado", em
que a culpa é utilizada como representação do pecador que pede perdão.
Características Barrocas:
Metáforas e antíteses que servem para enfatizar a grandeza e a importância de Jesus Cristo.
Abordagem de temas religiosos e teológicos, como a redenção dos pecados e a salvação através da
fé de Jesus Cristo. Apelo ao leitor para que se renda a Jesus Cristo e se converta ao cristianismo.
Poesia Lirico-
Amorosa
Aos afetos, e lágrimas derramadas na ausência da dama a quem
queira bem
Ardor em firme Coração nascido;
pranto por belos olhos derramado;
incêndio em mares de água disfarçado;
rio de neve em fogo convertido:
- Hipérbole: "O tempo aqui parece uma eternidade", em que o autor exagera a duração da
ausência da dama para enfatizar sua saudade.
- Metáfora: "E eu, pobre barco, sem vós sou perdido", em que o autor compara sua vida sem a
dama a um barco que está perdido no mar.
- Antítese: "Oh, que volúvel é a sorte humana!/ Quem pensara tão cedo em nós separar?", em
que o autor contrasta a volubilidade da sorte com a ideia de que nunca imaginou ser separado
da dama tão cedo.
Critica:
Não apresenta uma crítica explícita a algum tema em particular. Ele é um soneto de expressão intensa
de amor e saudade por uma mulher, com linguagem rebuscada e típica do movimento literário barroco.
É possível que o poema possa ser interpretado como uma crítica implícita aos padrões sociais e morais
da época colonial brasileira, que limitavam a expressão livre dos sentimentos amorosos e a autonomia
das mulheres em relação aos homens. No entanto, essa é uma interpretação subjetiva e não
necessariamente a intenção original do autor.
Características Barrocas
Uma das principais características é o uso de antíteses, paradoxos e contrastes para expressar sentimentos
opostos, como o ardor e o pranto, o fogo e a neve. O poema também utiliza a metáfora do amor como um
incêndio em mares de água disfarçado, o que é típico do estilo barroco. Além disso, o poema apresenta
uma forte preocupação estética, com a utilização de rimas e uma estrutura formal, características
marcantes do movimento barroco.
Fim