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REPERTÓRIOS -

CHAVE
PROF. MARCUS BARCELOS
CONSIDERAÇÕES:

• Os repertórios-chave são conceitos, ideias e obras que podem ser


articulados a uma ampla gama de temas, mas não TODOS;
• Neste arquivo, os repertórios-chave estão organizados por eixos
temáticos justamente para destacar a percepção de que são
adequados a determinados temas, e não a outros;
• A utilização dos repertórios-chave pode e deve ser combinada a
exemplos do cotidiano e informações vindas dos textos motivadores
para dar mais corpo à argumentação.
EIXO:
QUESTÕES
SOCIAIS
“AS PALAVRAS E AS COISAS”, DE MICHEL
FOUCAULT
EXPLICAÇÃO

Para Foucault, as “coisas” –


objetos e fenômenos da realidade –
dependem do discurso, isto é, das
“palavras” para serem organizados em
classificações e definições. Em razão disso,
as interpretações sobre a realidade mudam
com o tempo, pois o discurso sobre o
mundo também muda. Uma das
consequências óbvias desse raciocínio é
que a ideia de normalidade e TIPO DE
anormalidade é historicamente flutuante.
REPERTÓRIO:
“AS PALAVRAS E AS COISAS”, DE MICHEL
FOUCAULT

APLICAÇÕES EM TEMAS
RELACIONADOS A:

• transtornos mentais;
• discriminação de gênero e de raça;
• PCDs;
• padrão de beleza
• etc.

TIPO DE
REPERTÓRIO:
“AS PALAVRAS E AS COISAS”, DE MICHEL
FOUCAULT
EXEMPLO:

Nessa perspectiva, o estigma associado às doenças mentais deve-se, em


grande medida, ao preconceito que historicamente recaiu sobre elas. A esse
propósito, o filósofo francês Michel Foucault destaca, em sua obra “As palavras e as
coisas”, que as categorizações de normalidade e anormalidade são convenções de
época, e não definições universais e imutáveis. Em vista disso, na Grécia, a loucura
era um sinal de divindade; enquanto na Idade Média um sintoma demoníaco. Na
modernidade, por sua vez, passou a significar um indício de incapacidade para o
convívio em sociedade. Como consequência, é possível empreender esforços para
modificar o entendimento atual sobre essas doenças.
“COMPLEXO DE VIRA-LATA”, DE NELSON
RODRIGUES
EXPLICAÇÃO

Para Nelson Rodrigues, o


brasileiro padece de um complexo de
inferioridade que o leva a assumir sua
cultura como inferior e merecedora de
desprezo em relação às demais.
Originalmente, o termo foi empregado
para descrever um sentimento de
autodepreciação do brasileiro no âmbito
do futebol. Posteriormente, passou a ser
aplicado a outros campos, como a TIPO DE
educação, a saúde e a segurança.
REPERTÓRIO:
“COMPLEXO DE VIRA-LATA”, DE NELSON
RODRIGUES
APLICAÇÕES EM TEMAS
RELACIONADOS A:

• preconceito contra expressões culturais


de povos originários e povos de matriz
africana;
• sistema político brasileiro;
• percepção da ética e da moralidade no
país;
• crítica mal formulada a políticas
públicas (ex. SUS) TIPO DE
REPERTÓRIO:
“COMPLEXO DE VIRA-LATA”, DE NELSON
RODRIGUES
EXEMPLO:

Como consequência, a valorização do Sistema Único de Saúde é dificultada


por uma percepção autodepreciativa dos brasileiros em relação às próprias
realizações. A respeito disso, o escritor Nelson Rodrigues cunhou o termo “complexo
de vira-lata” para descrever o forte senso de autodiscriminação dos brasileiros
diante de culturas estrangeiras, à maneira de um cão de rua que é preterido em
relação às raças “puras” e de “alto pedigree”, vindas de fora do país. Nesse contexto,
o SUS, que é uma notável política pública nacional, tende a ser desvalorizado e
receber críticas inconsistentes pelo mero fato de ser uma criação brasileira, e não
modelo estrangeiro a ser imitado.
“VIOLÊNCIA SIMBÓLICA”, DE PIERRE
BOURDIEU
APLICAÇÕES EM TEMAS
RELACIONADOS A:

Para Bourdieu, as formas de


dominação não recorrem,
necessariamente, à violência física
escancarada. Muitas vezes, em vez
disso, são sutis e até metafóricas. Para
isso, a construção de estereótipos, por
exemplo, contribui para reforçar o
lugar de submissão de certos grupos e
TIPO DE
impedi-los de ascenderem socialmente.
REPERTÓRIO:
“VIOLÊNCIA SIMBÓLICA”, DE PIERRE
BOURDIEU
APLICAÇÕES EM TEMAS
RELACIONADOS A:

● racismo;
● machismo;
● povos tradicionais;
● PCDs;
● aporafobia;
● eurocentrismo;
● etarismo.
TIPO DE
REPERTÓRIO:
“VIOLÊNCIA SIMBÓLICA”, DE PIERRE
BOURDIEU

EXEMPLO:

Em segundo lugar, a marginalização das populações pretas se dá também


no plano simbólico. De acordo com o sociólogo francês Pierre Bourdieu, a violência
simbólica consiste em processos de estereotipagem que levam à naturalização de um
discurso de inferiorização de determinados grupos e também à normalização da
superioridade de outros. Sob esse prisma, produções cinematográficas e televisivas
valem-se, com frequência, da atribuição de papéis de serviçais, como porteiros e
empregadas domésticas, ou até mesmo de vadios e criminosos a atores negros, de
modo a enfatizar o imaginário de inferioridade que atinge a negritude.
“NINGUENDADE”, DE DARCY RIBEIRO

De acordo com Darcy Ribeiro, há


uma vasta gama de brasileiros
reduzidos a uma situação de
“ninguendade”, neologismo proposto
pelo autor como uma fusão entre os
termos “ninguém” e “entidade”.
Designa, assim, sujeitos
invisibilizados, excluídos e
marginalizados pela sociedade. TIPO DE
REPERTÓRIO:
“NINGUENDADE”, DE DARCY RIBEIRO

APLICAÇÕES EM TEMAS
RELACIONADOS A:

● racismo;
● machismo;
● povos tradicionais;
● PCDs;
● aporofobia;
● pessoa em situação de rua;
● dependentes químicos;
● população carcerária;
● etarismo. TIPO DE
REPERTÓRIO:
“NINGUENDADE”, DE DARCY RIBEIRO

EXEMPLO:

Em primeiro lugar, a ausência do registro civil é um fator que coloca


milhares de brasileiros em situação de vulnerabilidade. Sob essa ótica, o antropólogo
Darcy Ribeiro disserta sobre o conceito de “ninguendade”, que designa indivíduos
marginalizados e invisibilizados socialmente. Como consequência, tais pessoas têm
sua cidadania violada e sua dignidade negada ao serem reduzidos da condição de
sujeitos à posição de “ninguém”. A exemplo disso, populações ribeirinhas,
quilombolas, indígenas e rurais têm, com frequência, dificuldades para registrarem-
se em cartórios devido ao isolamento territorial, o que os expõe a uma
vulnerabilidade ainda maior provocada pela ausência de documentação, que os faz
invisíveis ao Estado.
“PRECARIADO”, DE GUY STANDING

Standing faz uma análise crítica


do contexto de instabilidade que
caracteriza o mercado de trabalho
contemporâneo. Com o achatamento
da massa salarial, o desmonte de leis
de proteção ao trabalhador, os
empregos informais e temporários,
além da dependência de assistência
governamental, disparou. Em
consequência disso, os trabalhadores
precarizados são colocados em uma
situação de desamparo e perda de TIPO DE
dignidade. REPERTÓRIO:
“PRECARIADO”, DE GUY STANDING

APLICAÇÕES EM TEMAS
RELACIONADOS A:

● revolução digital;
● desigualdade social;
● excesso de trabalho contemporâneo;
● saúde mental;
● empobrecimento da população;
● inadimplência.
TIPO DE
REPERTÓRIO:
“PRECARIADO”, DE GUY STANDING

EXEMPLO:

Em segundo lugar, o regime produtivo contemporâneo é caracterizado por


relações laborais precárias que impõem um ritmo de trabalho intenso em busca de
condições mínimas de sobrevivência. A esse respeito, o sociólogo inglês Guy
Standing, em sua obra “Precariado”, analisou o desmonte das proteções legais em
diversos países como um fator que, associado ao achatamento dos salários, acentuou
modalidades de trabalho informais e provisórias, como “bicos” ou entregas de
aplicativo, como única alternativa de renda de parte da população . A exemplo disso,
de acordo com o Ministro do Trabalho Carlos Lupi, nove em cada dez
trabalhadores de aplicativo não contribuem para o sistema previdenciário, razão
pela qual estarão, no futuro, fora do alcance de importantes instrumentos de
suporte social, como a pensão por aposentadoria.
“O PERIGO DE UMA HISTÓRIA ÚNICA”, DE
CHIMAMANDA ADICHIE

Para Adichie, a perpetuação de uma narrativa


unilateral acerca de determinado grupo corrobora a
criação e a manutenção de estereótipos. Em outras
palavras, as percepções disseminadas pela mídia e
pela indústria cultural sobre segmentos
minoritários pela população precisam receber, em
igual ou maior proporção, o contraponto de outras
narrativas e ideias vindas, preferencialmente, de
vozes pertencentes a esses grupos.

TIPO DE
REPERTÓRIO:
“O PERIGO DE UMA HISTÓRIA ÚNICA”, DE
CHIMAMANDA ADICHIE
APLICAÇÕES EM TEMAS
RELACIONADOS A:

● racismo;
● machismo;
● povos tradicionais;
● PCDs;
● aporofobia;
● pessoa em situação de rua;
● dependentes químicos;
● população carcerária;
● etarismo. TIPO DE
REPERTÓRIO:
“O PERIGO DE UMA HISTÓRIA ÚNICA”, DE
CHIMAMANDA ADICHIE
EXEMPLO:

Nesse sentido, a falta de informação corrobora o estigma associado às doenças mentais.


De acordo com a escritora nigeriana Chimamanda Adichie em sua obra “Os perigos de uma história
única”, ao dar visibilidade para uma única versão da história de um povo ou de um grupo social,
criam-se estereótipos majoritariamente negativos sobre eles. Analogamente, os preconceitos
relacionados às pessoas com transtornos psiquiátricos têm origem do falso conhecimento
divulgado, uma vez que os indivíduos que apresentam ansiedade, depressão, bipolaridade, entre
outros distúrbios, são considerados, por grande parte dos brasileiros - em razão do senso comum
enraizado no país - loucos e desequilibrados. Dessa forma, a falta de informação faz com que
indivíduos sejam estigmatizados e excluídos da sociedade.
EIXO:
QUESTÕES
AMBIENTAIS
“AMERICAN WAY OF LIFE”

Após a Segunda Guerra Mundial, os


Estados Unidos emergem, definitivamente,
como potência global. No campo
publicitário, inicia-se a disseminação
internacional do chamado “estilo de vida
americano”, baseado em valores como
liberdade, individualismo, sucesso
financeiro, modernidade e inovação. A
ideia de que o consumo pode trazer
felicidade e realização pessoal é um
elemento chave nessa narrativa, de modo a
estimular a aquisição de bens e serviços
como demonstração de qualidade de vida e TIPO DE
prosperidade. REPERTÓRIO:
“AMERICAN WAY OF LIFE”

APLICAÇÕES EM TEMAS
RELACIONADOS A:

● Desenvolvimento sustentável;
● Economia Circular;
● Gestão de Resíduos;
● Mudanças Climáticas;
● Educação Financeira;
● Inadimplência.
TIPO DE
REPERTÓRIO:
“AMERICAN WAY OF LIFE”

EXEMPLO:

Em consequência disso, a construção de uma economia sustentável é


desafiada pela persistência do consumismo. Nessa conjuntura, convém destacar que,
após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos emplacaram a defesa de um
estilo de vida baseado na prosperidade material demonstrada pelo consumo como
pilar da felicidade, sem levar em conta, entretanto, que muitos dos itens cuja
compra foi estimulada pela indústria publicitária eram fúteis e desnecessários. Em
razão disso, no mundo contemporâneo, nota-se um problema dramático de gestão
de resíduos, constatado, por exemplo, no lixão de Gramacho, no Rio de Janeiro,
sobrecarregado com materiais plásticos, roupas e outros tecidos e utensílios
domésticos - ou seja, artigos de consumo rápido, provavelmente substituídos por
outros mais recentes, em um perigoso ciclo de renovação do lixo.
“PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE”, DE
HANS JONAS

De acordo com o autor, a passagem do


holoceno - caracterizado por uma fase
geológica de relativa estabilidade climática
e condições favoráveis à vida - para o
antropoceno - determinado pela
interferência decisiva da ação humana
sobre a segurança do planeta -, passa a ser
responsabilidade da espécie humana zelar
não só pelo seu bem-estar, mas pelo
equilíbrio do ecossistema global como um
todo. TIPO DE
REPERTÓRIO:
“PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE”, DE
HANS JONAS

APLICAÇÕES EM TEMAS
RELACIONADOS A:

● Desenvolvimento sustentável;
● Economia Circular;
● Gestão de Resíduos;
● Mudanças Climáticas;
● Educação Ambiental;
● Ética e Meio Ambiente;
● Papel da Tecnologia na Crise
Ambiental. TIPO DE
REPERTÓRIO:
“PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE”, DE
HANS JONAS
EXEMPLO:

Segundo Hans Jonas, o poder de interferência da ação antrópica sobre o


equilíbrio do planeta colocou sobre a humanidade o dever de zelar não apenas pelo o
seu próprio bem-estar, mas também pela preservação do ecossistema global, do qual
é parte dependente. Nessa perspectiva, o impacto das mudanças climáticas no Brasil
contemporâneo relaciona-se à violação do princípio de responsabilidade postulado
pelo autor, pois os efeitos da emergência climática devastam biomas em todo o país,
além de constituírem uma ameaça à população humana. Em razão disso, cumpre
discorrer sobre a recorrência de eventos climáticos extremos e os prejuízos
econômicos como principais reflexos do problema.
“MAN”, DE STEVE CUTTS

Animação de apenas três minutos, que


ilustra, de maneira crítica e satírica, o
relacionamento predatório entre a espécie
humana e o ecossistema global. Na breve
narrativa, o abate de animais para a
confecção de artigos de consumo de luxo ou
iguarias de gastronomia, além do descarte
de lixo até o colapso ambiental são
representações hiperbólicas de um
problema, que de fato, está em curso.
TIPO DE
REPERTÓRIO:
“MAN”, DE STEVE CUTTS

APLICAÇÕES EM TEMAS
RELACIONADOS A:

● Desenvolvimento sustentável;
● Economia Circular;
● Gestão de Resíduos;
● Mudanças Climáticas;
● Direitos animais;
● Bioética.
TIPO DE
REPERTÓRIO:
“MAN”, DE STEVE CUTTS

EXEMPLO:

Na animação “Man”, o cineasta Steve Cutts problematiza, em breves três


minutos, a trajetória de exploração desenfreada e cruel de recursos ambientais e
vidas animais por parte da espécie humana até o eventual colapso do planeta.
Embora a narrativa se valha da hipérbole como principal recurso expressivo, a
distância entre a realidade e a ficção é cada vez menor devido ao modelo produtivo
contemporâneo, baseado na economia linear. Sob essa ótica, convém destacar a
importância da economia circular para a sustentabilidade global e ponderar sobre
as dificuldades para sua efetiva implementação.
“IDEIAS PARA ADIAR O FIM DO MUNDO”,
AILTON KRENAK

A análise de Krenak acerca da


emergência climática respalda-se,
principalmente, em sua percepção de que
os povos ocidentais traçam uma linha
nítida de separação psicológica entre a
humanidade e a natureza. Esse corte
distintivo entre os homens e o mundo ao
seu redor não é instintivo para os povos
originários, que se compreendem, em vez
disso, como parte integrante do
ecossistema, razão pela qual seu modo de
vida é mais orientado à sustentabilidade. TIPO DE
REPERTÓRIO:
“IDEIAS PARA ADIAR O FIM DO MUNDO”,
AILTON KRENAK

APLICAÇÕES EM TEMAS
RELACIONADOS A:

● Desenvolvimento sustentável;
● Economia Circular;
● Gestão de Resíduos;
● Mudanças Climáticas;
● Direitos animais;
● Bioética.
TIPO DE
REPERTÓRIO:
“IDEIAS PARA ADIAR O FIM DO MUNDO”,
AILTON KRENAK
EXEMPLO:

Em segundo lugar, é preciso analisar os impactos da mentalidade utilitarista em relação à


natureza. Nessa perspectiva, de acordo com o pensador indígena Ailton Krenak, a lógica vigente no
Ocidente de compreensão da humanidade e da natureza como entidades distintas e separadas, e não como
entes dependentes e complementares, estimula o descaso com o meio ambiente. A esse respeito, o filósofo
ilustra o espanto das populações indígenas ribeirinhas do Rio Doce diante das evidências de
administração negligente da barragem de Bento Rodrigues, gerida pela Vale. Krenak, que pertence,
justamente, à etnia Krenak, povo que vive às margens do Rio Doce, esclarece que, para os indígenas, o
rio era visto como um avô – perdê-lo, então, foi perder laços de identidade e significação. Nessa
perspectiva, observa-se consequências sociais do desastre ambiental para a população indígena que tem,
na natureza, os fundamentos de sua identidade coletiva. Dessa forma, a urgência de se trabalhar na
prevenção de mais desastres é intensificada.
“REALISMO CAPITALISTA”, DE MARK
FISHER “É mais fácil imaginar o fim do mundo do
que o fim do capitalismo”

Fisher argumenta que o capitalismo não apenas


molda a economia e a estrutura social, mas
também molda a consciência e percepção da
realidade. Segundo o autor, a noção de “realismo
capitalista” corresponde a uma atitude de suposto
pragmatismo das lideranças políticas, econômicas
e da sociedade em geral ao assumirem o
capitalismo como única possibilidade viável para o
mundo e, simultaneamente, relegar propostas
alternativas à posição de teorias ingênuas ou meras
idealizações. Para Fisher, isso ocorre, pois os
valores do capitalismo de busca incessante de
lucro e incentivo ao livre mercado são TIPO DE
internalizados e aceitos como verdades universais.
REPERTÓRIO:
“REALISMO CAPITALISTA”, DE MARK
FISHER

APLICAÇÕES EM TEMAS
RELACIONADOS A:

● Desenvolvimento sustentável;
● Economia Circular;
● Gestão de Resíduos;
● Mudanças Climáticas;

TIPO DE
REPERTÓRIO:
“REALISMO CAPITALISTA”, DE MARK
FISHER
EXEMPLO:

Outrossim, a exploração predatória dos recursos ambientais e a consequente produção


acentuada de resíduos são incentivadas pela naturalização de um modelo de vida consumista. A esse
respeito, de acordo com o teórico britânico Mark Fisher, o capitalismo selvagem é assumido tanto pelas
lideranças políticas quanto pela população em geral como uma condição inescapável de organização do
sistema econômico, de modo que a busca incessante por lucro a despeito dos prejuízos ambientais é
interpretada como um mal inerente a esse modelo, razão pela qual seria “mais fácil imaginar o fim do
mundo do que o fim do capitalismo”. Sob esse prisma, a solução para a crise ambiental exige uma revisão
drástica do pensamento de que as práticas capitalistas tal como existem hoje são o parâmetro único para a
utilização dos recursos da natureza.
EIXO:
ECONOMIA E
TECNOLOGIA
“CICLOS DE DESTRUIÇÃO CRIATIVA”, DE
SCHUMPTER
Schumpeter argumenta que a dinâmica do
capitalismo é impulsionada por um processo
chamado destruição criativa, no qual novas
inovações e tecnologias substituem gradualmente
as antigas formas de produção e organização
econômica. Essas inovações geram um
deslocamento no equilíbrio existente e podem
tornar as empresas mais antigas e estabelecidas
menos competitivas.Consequentemente, muitas
empresas tradicionais acabam sendo "destruídas"
ou substituídas pelas novas empresas inovadoras,
o que implica na perda de empregos e destruição
de capital acumulado. No entanto, esse processo
também cria oportunidades para o surgimento de TIPO DE
novas indústrias, empregos e a geração de riqueza
em longo prazo. REPERTÓRIO:
“CICLOS DE DESTRUIÇÃO CRIATIVA”, DE
SCHUMPETER

APLICAÇÕES EM TEMAS
RELACIONADOS A:

● Inovação e Empreendedorismo;
● Aumento do Desemprego;
● Impactos das Novas Tecnologias;
● Desigualdade Econômica;
● Mudanças no Mercado de Trabalho;

TIPO DE
REPERTÓRIO:
“CICLOS DE DESTRUIÇÃO CRIATIVA”, DE
SCHUMPETER
EXEMPLO:

A princípio, é inegável o impacto da revolução tecnológica sobre a disponibilidade de postos


de trabalho no mundo contemporâneo. De acordo com o economista austríaco Schumpeter, o capitalismo
é impulsionado pelos chamados “ciclos de destruição criativa”. Nessa perspectiva, a
implementação de novas tecnologias leva à obsolescência de certas modalidades de trabalho, em um
processo de destruição do capital acumulado em determinados setores da economia. Em
compensação, novas possibilidades de renda emprego são viabilizadas por essas inovações. A
exemplo disso, a introdução de recursos de inteligência artificial, como o ChatGPT no âmbito
laboral, trouxe enorme pressão sobre alguns nichos de mercado, mas abriu uma gama de
ferramentas que tende a potencializar e facilitar a atividade de outros profissionais.
COLÔNIAS DE EXPLORAÇÃO E
POVOAMENTO, DE CELSO FURTADO
Segundo Celso Furtado, as desigualdades econômicas
percebidas no sistema internacional são, em grande
medida, consequências de dois tipos de processo de
colonização com características bastante distintas. Na
colonização de exploração, que condiz com o passado
brasileiro, a principal motivação dos colonizadores é
extrair recursos naturais e riquezas da região
colonizada, sem se preocupar com o desenvolvimento
sustentável ou com a promoção de um sistema
produtivo local. Na colonização de povoamento, por
outro lado, envolve um modelo em que os
colonizadores têm a intenção de estabelecer-se
permanentemente na região colonizada, promovendo
o desenvolvimento econômico e social local. Nesse
modelo, há uma preocupação com a construção de TIPO DE
uma estrutura produtiva diversificada. REPERTÓRIO:
COLÔNIAS DE EXPLORAÇÃO E
POVOAMENTO, DE CELSO FURTADO

APLICAÇÕES EM TEMAS
RELACIONADOS A:

● Desigualdade econômica;
● Inovação e empreendedorismo;
● Desafios para o desenvolvimento
econômico brasileiro;
● Qualidade de vida no Brasil.

TIPO DE
REPERTÓRIO:
COLÔNIAS DE EXPLORAÇÃO E
POVOAMENTO, DE CELSO FURTADO
EXEMPLO:

O legado histórico colonial do Brasil tem sido um fator determinante na dificuldade


de alcançar um desenvolvimento econômico pleno. Conforme defendido por Celso Furtado, o
modelo de colonização de exploração implantado no país deixou profundas marcas nas
estruturas sociais e econômicas, resultando em desafios persistentes. Nessa perspectiva, a
exploração intensiva dos recursos naturais durante o período colonial estabeleceu uma
dinâmica de dependência econômica de potências estrangeiras que ainda ecoam nos dias
atuais. Ademais, extrativismo desenfreado deixou um legado de degradação ambiental,
enquanto a concentração de poder e riqueza nas mãos das metrópoles comprometeu o
desenvolvimento autônomo e diversificado do Brasil pela falta de investimentos em
infraestrutura.
“ALGORITMOS DE DESTRUIÇÃO EM
MASSA”, DE CATHY O’NEIL

O'Neil explora como certos algoritmos podem


ter efeitos prejudiciais de agravamento da
injustiça em áreas como emprego, educação,
justiça criminal e seguros, contribuindo para a
ampliação das desigualdades e prejudicando os
direitos individuais. Isso porque, segundo a
autora, os algoritmos são códigos ou fórmulas de
acordo com vieses de opinião consciente ou
inconsciente de seus programadores - ou seja,
podem, inclusive, consolidar preconceitos e
discriminação.
TIPO DE
REPERTÓRIO:
“ALGORITMOS DE DESTRUIÇÃO EM
MASSA”, DE CATHY O’NEIL

APLICAÇÕES EM TEMAS
RELACIONADOS A:

● Privacidade e vigilância na era digital;


● Impacto social e econômico da
automação e digitalização;
● Ética e controle de dados;
● Discurso de ódios nas redes digitais.

TIPO DE
REPERTÓRIO:
“ALGORITMOS DE DESTRUIÇÃO EM
MASSA”, DE CATHY O’NEIL
EXEMPLO:

Nessa perspectiva, é notório o impacto da revolução em relação à promoção e


consolidação de desigualades e discriminação. A esse respeito, a matemática e socióloga
americana Cathy O’Neil, em sua obra “Algoritmos de Destruição em Massa”, disserta sobre o
potencial dos algoritmos para reforçarem padrões discriminatórios devido a enviesamentos
em sua programação feitos de maneira consciente ou não. A exemplo disso, em 2022, fotos de
pessoas negras publicadas no Flicker foram, automaticamente, embandeiradas com a tag de
“macaco”. Além disso, em 2022 , no C6 Bank, um funcionário negro não teve sua biometria
facial reconhecida devido a ausência de parâmetros no sistema para processar dados de pele
preta. Nesse cenário, vem à tona o perigoso papel dos algoritmos e da tecnologia como
ferramentas de exclusão.
“ENGENHEIROS DO CAOS”, DE GIULIANO
DA EMPOLI

Da Empoli analisa como os algoritmos e as


redes digitais possibilitaram a implosão das regras
convencionais da política ao viabilizarem a
distribuição direta de conteúdo para os eleitores,
de modo a dispensar a imprensa, além de
transportarem para a política uma percepção de
sinais de mercado própria do mundo comercial.
Em vez de os políticos se comprometerem com
ideologias e projetos, apressam-se em modelar
seus discursos às demandas rastreadas no público.
TIPO DE
REPERTÓRIO:
“ENGENHEIROS DO CAOS”, DE GIULIANO
DA EMPOLI

APLICAÇÕES EM TEMAS RELACIONADOS


A:

● Privacidade e vigilância na era digital;


● Impacto social e econômico da
automação e digitalização;
● Ética e controle de dados;
● Discurso de ódios nas redes digitais.

TIPO DE
REPERTÓRIO:
“ENGENHEIROS DO CAOS”, DE GIULIANO
DA EMPOLI
EXEMPLO:

Sob essa ótica, a manipulação de dados dos usuários de rede é especialmente


perigosa no campo político. De acordo com pensador italiano Giuliano Da Empoli, em sua
obra “Engenheiros do Caos”, os algoritmos reformularam as regras da política convencional,
pois o papel da mídia como validadora das declarações e alegações dos candidatos foi
dispensado, assim como as ideologias em torno da qual se construíam os partidos foram
substituídas pela leitura e processamento de dados dos eleitores, que permite aos políticos
organizarem seu discurso em conformidade com os desejos de cada público. A exemplo disso,
pode-se mencionar como a campanha presidencial de Donald Trump, em 2016, utilizou-se de
recursos de micro-direcionamento de conteúdo para diferentes segmentos do eleitorado, o que
lhe assegurou enorme vantagem sobre a adversária, Hillary Clinton, apesar de sua
precariedade de propostas. Nesse sentido, percebe-se a necessidade proteger os dados dos
navegantes nas redes e impor limites ao uso político desses rastros digitais.
EIXO: ARTE E
CULTURA

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