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Além disso, uma comunidade que restringe o acesso ao cinema, por meio do custo de ingressos,
representa um retrocesso para a coletividade que preza por igualdade. Nesse sentido, na teoria
da percepção do estado da sociedade, de Émile Durkheim, sociólogo francês, abrangem-se duas
divisões: "normal e patológico". Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que um
ambiente patológico, em crise, rompe com o seu desenvolvimento, visto que um sistema
desigual não favorece o progresso coletivo. Dessa forma, com a disponibilidade de ir ao cinema
mediada pelo preço — que não leva em consideração a renda regional —, a democratização
torna-se inviável.
Depreende-se, portanto, a relevância da igualdade do acesso ao cinema no Brasil. Para que isso
ocorra, é necessário que o Estado proporcione a redução coerente do custo de ingressos por
região, junto à difusão da importância da produção cinematográfica no cotidiano, nos meios de
comunicação, por meio de anúncios, a fim de colaborar com o acesso igualitário. Ademais, a
instituição educacional deve proporcionar aos indivíduos uma educação voltada à
democratização coletiva do cinema, como entretenimento destinado às elites, por intermédio de
debates e palestras, na área das Ciências Humanas, como forma de esclarecimento
populacional. Assim, haverá um ambiente estável que colabore com a acessibilidade geral ao
cinema no país."
GRUPO 2 – Tema: A democratização do acesso ao cinema no Brasil
"Embora a Constituição Federal de 1988 assegure o acesso à cultura como direito de todos os
cidadãos, percebe-se que, na atual realidade brasileira, não há o cumprimento dessa garantia,
principalmente no que diz respeito ao cinema. Isso acontece devido à concentração de salas de
cinema nos grandes centros urbanos e à condição cultural de que a arte é direcionada aos mais
favorecidos economicamente.
É relevante abordar, primeiramente, que as cidades brasileiras foram construídas sob um viés
elitista e segregacionista, de modo que os centros culturais estão, em sua maioria, restritos ao
espaço ocupado pelos detentores do poder econômico. Essa dinâmica não foi diferente com a
chegada do cinema, já que apenas 17% da população do país frequenta os centros culturais em
questão. Nesse sentido, observa-se que a segregação social — evidenciada como uma
característica da sociedade brasileira, por Sérgio Buarque de Holanda, no livro "Raízes do Brasil"
— se faz presente até os dias atuais, por privar a população das periferias do acesso à cultura e
ao lazer que são proporcionados pelo cinema.
Paralelo a isso, vale também ressaltar que a concepção cultural de que a arte não abrange a
população de baixa renda é um fator limitante para que haja a democratização plena da cultura
e, portanto, do cinema. Isso é retratado no livro "Quarto de Despejo", de Carolina Maria de
Jesus, o qual ilustra o triste cotidiano que uma família em condição de miserabilidade vive, e,
assim, mostra como acesso a centros culturais é uma perspectiva distante de sua realidade, não
necessariamente pela distância física, mas pela ideia de pertencimento a esses espaços.
No filme estadunidense “Joker”, estrelado por Joaquin Phoenix, é retratado a vida de Arthur
Fleck, um homem que, em virtude de sua doença mental, é esquecido e discriminado pela
sociedade, acarretando, inclusive, piora no seu quadro clínico. Assim, como na obra
cinematográfica abordada, observa-se que, na conjuntura brasileira contemporânea, devido a
conceitos preconceituosos perpetuados ao longo da história humana, há um estigma relacionado
aos transtornos mentais, uma vez que os indivíduos que sofrem dessas condições são
marginalizados. Ademais, é preciso salientar, ainda, que a sociedade atual carece de
informações a respeito de tal assunto, o que gera um estranhamento em torno da questão.
Em primeiro lugar, faz-se necessário mencionar o período da Idade Média, na Europa, em que
os doentes mentais eram vistos como serem demoníacos, já que, naquela época, não havia
estudos acerca dessa temática e, consequentemente, ideais absurdas eram disseminadas como
verdades. É perceptível, então, que existe uma raiz histórica para o estigma atual vivenciado por
pessoas que têm transtornos mentais, ocasionando um intenso preconceito e exclusão.
Outrossim, não se pode esquecer de que, graças aos fatos supracitados, tais indivíduos
recebem rótulos mentirosos, como, por exemplo, o estereótipo de que todos que possuem
problemas psicológicos são incapazes de manter relacionamentos saudáveis, ou seja, não
conseguem interagir com outros seres humanos de forma plena. Fica claro, pois, que as
doenças mentais são tratadas de forma equivocada, ferindo a dignidade de toda a população.
Em segundo lugar, ressalta-se que já, no Brasil, uma evidente falta de informações sobre
transtornos mentais, fomentando grande preconceito e estranhamento com essas doenças.
Nesse sentido, é lícito referenciar o filósofo grego Platão, que, em sua obra à República, narrou
o intitulado “Mito da Caverna”, no qual homens, acorrentados em uma caverna, viam somente
sombras na parede, acreditando, portanto, que aquilo era a realidade das coisas. Dessa forma, é
notório que, em situação análoga à metáfora abordada, os brasileiros, sem acesso aos
conhecimentos acerca dos transtornos mentais, vivem na escuridão, isto é, ignorância,
disseminando atitudes preconceituosas. Logo, é evidente a grande importância das informações,
haja vista que a falta delas aumenta o estigma relacionado às doenças mentais, prejudicando a
qualidade de vida das pessoas que sofrem com tais transtornos.
Destarte, medidas são necessárias para resolver os problemas discutidos. Isto posto, cabe à
escola, forte ferramenta de formação de opinião, realizar rodas de conversa com os alunos sobre
a problemática do preconceito com os transtornos mentais, além de trazer informações
científicas sobre tal questão. Essa ação pode se concretizar por meio da atuação de psiquiatras
e professores de sociologia, estes irão desconstruir a visão discriminatória dos estudantes,
enquanto que aqueles irão mostrar dados/informações relevantes sobre as doenças
psiquiátricas. Espera-se, com essa medida, que o estigma associado às doenças mentais seja
paulatinamente erradicado.
GRUPO 4 – Tema: O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira
Na série “Spin out” da Netflix, A mãe da personagem principal, Carol, sofre de bipolaridade, um
transtorno que a faz, ter episódios de obsessão com suas filhas; que lutam para esconder a
realidade da mãe, por deslustre e medo dos estigmas relacionados as doenças mentais
empregados na sociedade. Fora da ficção, é fato que a realidade apresentada na série é
retratada atualmente na sociedade brasileira, onde os cidadãos com psicopatologias preferem
ocultar-se ao procurar tratamentos, por medo de julgamentos e pela falta de atendimento
qualificado.
É relevante abordar, que durante 1903 foi fundado o hospital colônia de Barbacena, onde eram
isolados os doentes mentais, que foram submetidos ao frio, a fome e doenças. Sendo
submetidos a tortura, violência e posteriormente a morte. Sua última cela foi desativada em
1994, entretanto por infelicidade a exclusão de pacientes da psicopatia ocorre até os dias atuais.
Esse panorama acontece porque a maioria dos governantes, grupos essenciais para a
erradicação dos estigmas sociais referentes as doenças mentais, interessa-se, geralmente
apenas pelo superficial, negligenciando a estipulação social em torno dos cidadãos. Mostra-se,
portanto, que a colossal exclusão relacionasse com a deficiência informativa reproduzida no
Brasil pelos seus governantes.
Outrossim, vale ressaltar que de acordo com o artigo sexto da constituição federal brasileira, a
saúde é um direito humano de qualquer cidadão brasileiro. Nesse viés, o atendimento
desqualificado bem como a falta de profissionais qualificados, impõe a quebra desses direitos,
pois, os tratamentos para as doenças mentais são inacessíveis a maior parte de seus
portadores. Destarte, constata-se que a falta atendimento qualificado, interfere na visão social
sobre os portadores de psicopatologias ferindo os princípios constitucionais e impedindo a
desestigmação das doenças mentais no Brasil.
Contudo, cabe aos Estados, por meio de leis e investimentos, com um planejamento adequado,
estabelecer políticas públicas efetivas que erradiquem os estigmas associados a doenças
mentais no Brasil. É de suma importância que as instituições educacionais promovam, por meio
de campanhas de conscientização para os alunos e seus responsáveis informações sobre as
doenças psíquicas, entendendo a importância de um tratamento indiferente no meio social com o
intuito da interação social livre de estigmas no Brasil.
GRUPO 5 – Tema: Desafios para a valorização dos povos originários no Brasil
Fica claro, portanto, que a valorização dos povos tradicionais, no país, apesar de ser importante
para a diversidade cultural, enfrenta desafios relacionados aos ideais capitalistas. Para mudar
essa realidade, é preciso que, além de estabelecer projetos educacionais que destaquem a
necessidade de preservação dessas populações, o Estado institua ações de combate às práticas
ilegais de invasão de terras, por meio do aumento da fiscalização das áreas habitadas por povos
ameaçados. Isso pode ser feito, por exemplo, com o aumento do contingente de profissionais
responsáveis por essa segurança, a fim de garantir a sobrevivência dessas comunidades e, com
isso, preservar seus saberes. Assim, espera-se que a importância da cultura nativa seja, enfim,
resgatada e consolidada.
GRUPO 6 – Tema: Desafios para a valorização dos povos originários no Brasil
O poeta modernista Oswald de Andrade relata, em "Erro de Português", que, sob um dia de
chuva, o índio foi vestido pelo português - uma denúncia à aculturação sofrida pelos povos
indígenas com a chegada dos europeus ao território brasileiro. Paralelamente, no Brasil atual, há
a manutenção de práticas prejudiciais não só aos silvícolas, mas também aos demais povos e
comunidades tradicionais, como os pescadores. Com efeito, atuam como desafios para a
valorização desses grupos a educação deficiente acerca do tema e a ausência do
desenvolvimento sustentável.
Diante desse cenário, existe a falta da promoção de um ensino eficiente sobre as populações
tradicionais. Sob esse viés, as escolas, ao abordarem tais povos por meio de um ponto de vista
histórico eurocêntrico, enraízam no imaginário estudantil a imagem de aborígenes cujas
vivências são marcadas pela defasagem tecnológica. A exemplo disso, há o senso comum de
que os indígenas são selvagens, alheios aos benefícios do mundo moderno, o que,
consequentemente, gera um preconceito, manifestado em indagações como “o índio tem
‘smartphone’ e está lutando pela demarcação de terras?” – ideia essa que deslegitima a luta dos
silvícolas. Entretanto, de acordo com a Teoria do Indigenato, defendida pelo ministro Edson
Fachin, do Supremo Tribunal Federal, o direito dos povos tradicionais à terra é inato, sendo
anterior, até, à criação do Estado brasileiro. Dessa forma, por não ensinarem tal visão, os
colégios fometam a desvalorização das comunidades tradicionais, mediante o desenvolvimento
de um pensamento discriminatório nos alunos.
Além disso, outro desafio para o reconhecimento desses indivíduos é a carência do progresso
sustentável. Nesse contexto, as entidades mercadológicas que atuam nas áreas ocupadas pelas
populações tradicionais não necessariamente se preocupam com a sua preservação,
comportamento no qual se valoriza o lucro em detrimento da harmonia entre a natureza e as
comunidades em questão. À luz disso, há o exemplo do que ocorre aos pescadores, cujos rios
são contaminados devido ao garimpo ilegal, extremamente comum na Região Amazônica. Por
conseguinte, o povo que sobrevive a partir dessa atividade é prejudicado pelo que a Biologia
chama de magnificação trófica, quando metais pesados acumulam-se nos animais de uma
cadeia alimentar – provocando a morte de peixes e a infecção de humanos por mercúrio. Assim,
as indústrias que usam os recursos naturais de forma irresponsável não promovem o
desenvolvimento sustentável e agem de maneira nociva às sociedades tradicionais.
Portanto, é essencial que o governo mitigue os desafios supracitados. Para isso, o Ministério da
Educação – órgão responsável pelo estabelecimento da grade curricular das escolas – deve
educar os alunos a respeito dos empecilhos à preservação dos indígenas, por meio da inserção
da matéria “Estudos Indigenistas” no ensino básico, a fim de explicar o contexto dos silvícolas e
desconstruir o preconceito. Ademais, o Ministério do Desenvolvimento – pasta instituidora da
Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais –
precisa fiscalizar as atividades econômicas danosas às sociedades vulneráveis, visando à
valorização de tais pessoas, mediante canais de denúncias.