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E PREPARAÇÃO DE
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MINÉRIOS
Aulas
Por: Engo. Obete Francisco Matine
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SEPARAÇÃO
MAGNÉTICA E
ELECTROSTÁTICA
SEPARAÇÃO MAGNÉTICA E
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ELECTROSTÁTICA
SEPARAÇÃO MAGNÉTICA
A propriedade de um mineral que determina sua resposta a um campo magnético
é chamada de susceptibilidade magnética. Com base nessa propriedade, os
materiais ou minerais são classificados em duas categorias: aqueles que são
atraídos pelo campo magnético e os que são repelidos por ele.
SEPARAÇÃO MAGNÉTICA
A separação magnética é uma técnica amigável ambientalmente e pode ser usada tanto
a seco como a húmido, viabilizando o seu uso em regiões áridas ou onde há
disponibilidade de água.
SEPARAÇÃO MAGNÉTICA
O desenvolvimento da separação magnética evoluiu para uma tecnologia que permite
separar, desde materiais fortemente magnéticos a fracamente magnéticos, mesmo que
sob a forma de partículas finamente dispersas. Isso resultou no desenvolvimento da
separação magnética de alta intensidade (high intensity magnetic separation - HIMS) e
da separação magnética de alto gradiente (high gradient magnetic separation –
HGMS), que usa eletromagnetos resistentes (baixa condutividade) ou supercondutores
ou magnetos permanentes.
SEPARAÇÃO MAGNÉTICA E
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ELECTROSTÁTICA
SEPARAÇÃO MAGNÉTICA
O desenvolvimento dos materiais em particular os de terras-raras, resultando na
melhoria de suas propriedades magnéticas, contribuiu para inovar na área da
tecnologia de separação magnética. Outro desenvolvimento que contribuiu também
para inovação tecnológica foi a introdução de matrizes (placas com ranhuras ou metal
expandido, malhas, bolas etc), denominados de matriz, no campo magnético do
separador. Essas matrizes, quando magnetizadas, geram um gradiente magnético local,
resultando em maior força magnética que actua sobre a partícula
SEPARAÇÃO MAGNÉTICA E
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ELECTROSTÁTICA
SEPARAÇÃO MAGNÉTICA
Descrição dos Equipamentos: Há uma variedade de separadores magnéticos que
podem ser classificados, de acordo com o uso, em dois grupos: separadores a seco e a
húmido. Eles podem ser subdivididos de acordo com as características do campo de
indução. Logo, são encontrados os separadores de baixa e alta intensidades, tanto para
a operação a seco, quanto a húmido.
SEPARAÇÃO MAGNÉTICA
Intensidade de Campo Magnético: A natureza do campo magnético tem marcada
influência na separação dos diferentes tipos de minerais. (a) Existência do campo
magnético convergente, para o qual fluem as partículas com maior susceptibilidade
magnética, e, por outro lado, (b) o controle da intensidade de campo que permite a
separação selectiva das partículas com diferentes valores na susceptibilidade
magnética.
SEPARAÇÃO MAGNÉTICA
Alimentação: O controle da velocidade de passagem das partículas minerais através
do campo magnético constitui uma das formas de se melhorar a selectividade da
separação.
No caso da separação a seco, é conveniente que o leito das partículas que atravessa o
campo não seja espesso, pois em tais condições somente as partículas situadas na
superfície do leito serão atraídas pelo campo. De outro modo, partículas magnéticas
situadas na camada inferior do leito arrastarão aquelas não magnéticas, situadas na
camada superior, contaminando o concentrado.
SEPARAÇÃO MAGNÉTICA E
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ELECTROSTÁTICA
SEPARAÇÃO MAGNÉTICA
O excesso de alimentação acarreta a formação de oclusões de minerais não
magnéticos dentro dos flocos magnéticos, prejudicando a separação a seco,
principalmente, quando se trabalha com material fino e de elevada susceptibilidade.
Aplicações Práticas
Concentração de hematita.
SEPARAÇÃO MAGNÉTICA
Aplicações Práticas
remoção de impurezas magnéticas de concentrados de cassiterita, scheelita, cromita,
areia quartzosa e do
(ii) um campo eléctrico de intensidade suficiente para desviar uma partícula electricamente
carregada, quando em movimento na região do campo.
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ELECTROSTÁTICA
SEPARAÇÃO ELECTROSTÁTICA
O termo electrostático é empregue com frequência, porque os primeiros separadores
eram de natureza puramente electrostática, sem o chamado fluxo iónico. Actualmente
são usados equipamentos, nos quais a energia eléctrica é aplicada em forma de fluxo
iónico e denominada de electrodinâmica.
SEPARAÇÃO ELECTROSTÁTICA
Para os equipamentos, ditos modernos, tal granulometria mínima situa-se em torno
de 20 µm
Tal processo de electrização está ligado à natureza e à forma das partículas associadas
ao processo. Bons resultados são obtidos com operações repetidas, que são
necessárias por causa da pequena área de contacto entre as partículas. Por isso,
cuidados especiais devem ser tomados com as superfícies das mesmas, que devem
estar limpas e secas. Para materiais com baixa condutividade elétrica, pode-se atingir
uma densidade elevada de carga superficial, o que favorece a separação.
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ELECTROSTÁTICA
SEPARAÇÃO ELECTROSTÁTICA
Dois aspectos devem ser observados no processo de electrização por contacto.
Em primeiro lugar, está a transferência de cargas através da interface nos
pontos de contacto entre os materiais que, sob condições rígidas de controle,
permitem prever a polaridade da electrização. Em segundo lugar está a carga
residual de cada material depois de interrompido o contacto entre eles,
fenómeno ainda sem explicação. Na verdade, pouco se sabe sobre como
controlar ou quantificar a carga eléctrica que pode permanecer após cessar o
contacto entre os materiais.
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ELECTROSTÁTICA
SEPARAÇÃO ELECTROSTÁTICA
Electrização por Indução: Quando as partículas minerais, em contacto com
uma superfície condutora e aterrada, são submetidas a um campo eléctrico,
observa-se a indução de uma carga superficial nas mesmas. Tal carga
depende da intensidade de campo e da natureza das partículas, lembrando
que não existem condutores e dieléctricos perfeitos.
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ELECTROSTÁTICA
SEPARAÇÃO ELECTROSTÁTICA
Por meio da indução, tanto o material condutor quanto o dieléctrico adquirem cargas
eléctricas; no entanto os primeiros possuem uma superfície equipotencial quando em
contacto com a superfície aterrada. As partículas dieléctricas submetidas à indução
tornam-se polarizadas devido à transferência de cargas. As partículas condutoras
deixam fluir suas cargas por meio da superfície aterrada. Ficam então, com carga de
mesmo sinal ao da superfície aterrada e são repelidas por ela. Já as não condutoras
sofrem apenas polarização. Essas ficam então aderidas à superfície como
consequência da atracção electrostática.
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ELECTROSTÁTICA
SEPARAÇÃO ELECTROSTÁTICA
As diferentes respostas dadas pelas partículas minerais ao processo de indução
de cargas são utilizadas na separação das mesmas pelo método electrostático.
O eléctrodo estático tem a função de reverter, por indução, as cargas das partículas
condutoras, provocando o deslocamento lateral das partículas em relação à superfície
do tambor, alterando a sua trajectória e colectando-as como material condutor. O
material dieléctrico permanece com carga negativa e, portanto, colado à superfície do
tambor até ser removido com auxílio da escova e do eléctrodo de corrente alternada. O
dispositivo tem a função adicional de tornar mais eficiente o processo de limpeza com
a escova.
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ELECTROSTÁTICA
SEPARAÇÃO ELECTROSTÁTICA
As dimensões dos separadores são avaliadas em relação ao diâmetro e comprimento
do tambor. Assim, são fabricados equipamentos com diâmetros que variam na faixa de
150 a 240 mm e comprimento de até 3 m.
SEPARAÇÃO ELECTROSTÁTICA
Influência do Ambiente Operacional: Toda e qualquer operação com energia sob a
forma electrostática está relacionada ao estado e à natureza das superfícies
comprometidas com o processo e às condições do ambiente de operação. Para se obter a
electrização superficial das partículas submetidas à separação electrostática, as
partículas devem possuir superfícies livres de contaminações e/ou sujeiras (matéria
orgânica), e a área operacional deve estar isenta de poeira e humidade. Por tais razões,
são introduzidas nas instalações industriais etapas de lavagem, atrição e secagem do
material, antes da alimentação.
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ELECTROSTÁTICA
SEPARAÇÃO ELECTROSTÁTICA
A etapa de secagem é usada como alternativa para eliminar a humidade do material.
As operações com temperaturas elevadas, da ordem de 60°C, na separação
electrostática de rutilo, são usadas para diminuir as dificuldades causadas pela
humidade.
SEPARAÇÃO ELECTROSTÁTICA
Influência da Granulometria: Como na maioria dos processos na área de
beneficiamento de minérios, as faixas granulométricas muito amplas não são
adequadas à separação electrostática. A dimensão e forma das partículas têm
influência na acção do separador. Aquelas com granulometria grossa possuem carga
superficial pequena devido à baixa superfície específica. Como consequência, a força
electrostática sobre as mesmas é menor que o peso individual de cada partícula. Tal
fato justifica a existência de material grosso e condutor na fracção não condutora,
diminuindo a eficiência do processo.
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ELECTROSTÁTICA
SEPARAÇÃO ELECTROSTÁTICA
De outro modo, partículas muito finas e condutoras tendem a permanecer com as
não condutoras nos leitos inferiores das mesmas sobre a superfície do rolo,
diminuindo também o desempenho da operação. Em virtude disso, é normal a
prática operacional que utiliza múltiplos estágios de limpeza com a colecta
adicional de uma fracção mista, o que proporciona a obtenção de concentrados mais
puros.
(ii) purificação de alimentos, como remoção de certas impurezas contidas nos cereais;
(iv) purificação dos gases em chaminés industriais, por meio de precipitação electrostática.
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ELECTROSTÁTICA
SEPARAÇÃO ELECTROSTÁTICA
A maior aplicação prática da separação electrostática se verifica no
processamento de areias monazíticas e depósitos aluvionários contendo minerais
de titânio.
ESQUEMA GERAL DE
PROCESSAMENTO DE AREIAS
PESADAS
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QUÍMICA DE
SUPERFÍCIE
NA FLOTAÇÃO
QUÍMICA DE SUPERFÍCIE NA
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FLOTAÇÃO
INTRODUÇÃO
A química de interfaces e de sistemas coloidais desempenha um papel importante
na tecnologia mineral. A flotação em espuma é um exemplo de química de
superfície aplicada, pelo qual minerais podem ser separados de outros minerais,
dispersos em uma solução aquosa, contendo, entre outros, agentes tensoactivos
que controlam suas propriedades de superfície para uma separação efectiva. Na
prática, isto é levado a efeito por meio da adição de surfactantes a uma polpa de
minério cominuído.
QUÍMICA DE SUPERFÍCIE NA
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FLOTAÇÃO
INTRODUÇÃO
Na etapa seguinte, por dispersão de uma fase gasosa na célula de flotação, as
partículas de certo(s) mineral(ais) prendem-se às bolhas de ar e são conduzidas
por elas à camada de espuma, onde são recolhidas sob a forma de uma espuma
rica em determinado(s) mineral(ais).
INTRODUÇÃO
A separação por flotação é caracterizada pelo envolvimento das fases sólida,
líquida e gasosa. Desse modo, para a compreensão desse processo, é necessário
estudar as propriedades físico-químicas de superfície, estabelecendo a natureza
e a ligação entre as interfaces sólido-líquido, sólido-gás e gás-líquido. Neste
particular, a aplicação dos princípios da termodinâmica de interfaces tem
contribuído para o entendimento dos mecanismos envolvidos no processo.
QUÍMICA DE SUPERFÍCIE NA
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FLOTAÇÃO
INTRODUÇÃO
O conceito de energia livre superficial fornece uma base satisfatória para
explicar a maioria dos fenómenos que são pertinentes ao processo de flotação.
Evidências experimentais dentro dos princípios da fragmentação indicam que
sólidos duros geralmente apresentam energia superficial mais elevada do que os
friáveis, requerendo uma maior quantidade de energia para romper as forças de
ligação existentes antes da formação das superfícies. A energia livre superficial
dos sólidos deve ser considerada, pois o cálculo da mesma permite ainda avaliar
a hidrofobicidade bem como outros parâmetros de molhabilidade.
QUÍMICA DE SUPERFÍCIE NA
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FLOTAÇÃO
INTRODUÇÃO
As partículas finas produzidas durante o processo de fragmentação aderem umas
às outras, por meio de forças electrostáticas e de van der Waals. Dessa forma, são
poucas as etapas do processo de beneficiamento realizadas a seco, a água é o
meio de dispersão mais económico. Consequentemente é importante avaliar a
reactividade da superfície dessas partículas, gerada pela quebra da periodicidade
regular da rede cristalina dos sólidos, com as moléculas de água, ou seja, a
natureza da interface mineral-água.
QUÍMICA DE SUPERFÍCIE NA
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FLOTAÇÃO
INTRODUÇÃO
Em comparação com o interior do cristal, aqueles da camada mais externa
apresentam forte tendência de interacção com outras espécies químicas
normalmente presentes na polpa. Esta interacção é a causa principal dos
fenómenos de adsorção que ocorrem na interface mineral-água. Estes fenómenos
podem ser de natureza química, ocasionando a formação de novos compostos na
superfície do mineral. Em outras situações, forças de origem física,
electrostáticas, por exemplo, são predominantes. As propriedades eléctricas das
interfaces são estudadas com auxílio do modelo da dupla camada elétrica-DCE.
QUÍMICA DE SUPERFÍCIE NA
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FLOTAÇÃO
INTRODUÇÃO
As diversas ferramentas disponíveis nessa área de estudo podem explicar a acção
de surfactantes em alguns sistemas minerais bem como projectar reagentes
capazes de fornecer maior efectividade ao aproveitamento de minerais valiosos.
A estreita colaboração entre os estudiosos dos fundamentos e os que se dedicam
a resolver os problemas na indústria mineral mais imediato, gerados pela
prioridade económica, pode ajudar a vencer com maior rapidez os desafios
tecnológicos impostos aos pesquisadores.
QUÍMICA DE SUPERFÍCIE NA
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FLOTAÇÃO
TIPO DE LIGAÇÃO QUÍMICA E ESTRUTURA CRISTALINA
As propriedades dos minerais influenciam e determinam as características das interfaces sólido-
líquido e sólido-gás. As ligações químicas entre as interfaces são uma consequência directa das
ligações existentes dentro de cada fase e da estrutura electrónica dos átomos que participam
dessas interacções..
A estrutura cristalina e a reactividade dos sólidos dependem da geometria do arranjo dos átomos
constituintes, que por sua vez depende do tamanho dos mesmos e da natureza de ligação que os
mantêm unidos. Há três tipos principais de ligação interatómica:
covalente - entre átomos onde os electrões são compartilhados entre os núcleos (ligação forte e
orientada);
iónica - entre átomos os quais um aceita electrão e outro doa electrão (ligação forte e não-orientada);
Entre todas as forças que desempenham algum papel no estado molecular, as de van der Waals
são, sem dúvida, as mais fracas, embora provavelmente sejam as mais universais.
Diferentemente da ligação covalente, que está associada a uma troca de electrões e,
consequentemente, envolve altas energias (da ordem de 100 kcal/mol), a ligação de van der
Waals pode operar a distâncias onde existe pequeno ou mesmo nenhum recobrimento ou troca
de electrões e, em geral, é associada a energias menores (da ordem de 1 a 10 kcal/mol). Existem,
pelo menos, quatro tipos de forças que contribuem para a ligação de van der Waals.
QUÍMICA DE SUPERFÍCIE NA
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FLOTAÇÃO
TIPO DE LIGAÇÃO QUÍMICA E ESTRUTURA CRISTALINA
A primeira força, do tipo atractiva, leva ao que se chama energia de orientação e está presente
em arranjos moleculares cujas partículas constituintes possuem um momento de dipolo
eléctrico permanente como, por exemplo, as moléculas de HCl, NH3, H2O, sendo a
contribuição para a energia total de van der Waals relativamente pequena (Keeson).
O segundo tipo de força atractiva é aquela entre um dipolo permanente e um dipolo induzido
conhecida por energia de indução.
O terceiro tipo de força atractiva, que leva à energia de dispersão, explica o comportamento
dos gases nobres e, ao mesmo tempo, vem a ser a maior contribuição à atracção de van der
Waals (dipolo instantâneo que pode induzir um outro dipolo instantâneo que flutua em fase
com o primeiro, à medida que os electrões se movem ao redor do núcleo).
QUÍMICA DE SUPERFÍCIE NA
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FLOTAÇÃO
onde:
A equação de Young é válida para um sistema ideal, onde todos os efeitos gravitacionais
estão ausentes e as três fases em equilíbrio.
QUÍMICA DE SUPERFÍCIE NA
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FLOTAÇÃO
HIDROFOBICIDADE E SUA RELAÇÃO COM A FLOTAÇÃO
A água pode adsorver-se química ou fisicamente na superfície do sólido. Se a
adsorção é física, as moléculas de água são ligadas à superfície por meio de forças
dispersivas (London-van der Waals) e permanecem como moléculas. A adsorção física
das moléculas de água reduz a tensão superficial do sólido.
É provável que, em alguns casos, a flotação das partículas não ocorra, mesmo quando os
critérios termodinâmicos são favoráveis. Este fato está ligado a outros critérios que, por sua
vez, correlacionam-se à cinética e à hidrodinâmica do sistema de flotação, que também devem
ser satisfeitos:
(i) as partículas devem colidir com as bolhas;
(ii) filme de separação na interface partícula-bolha (camada de hidratação residual que decresce com
a hidrofobicidade da partícula) deve ser o mais fino possível e romper durante o tempo de colisão;
(iii) agregado partícula-bolha deve ser resistente o suficiente para permanecer intacto na célula de
flotação, até a retirada da espuma.
QUÍMICA DE SUPERFÍCIE NA
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FLOTAÇÃO
HIDROFOBICIDADE E SUA RELAÇÃO COM A FLOTAÇÃO
Esses critérios podem ser expressos em termos de um produto de três probabilidades:
P = probabilidade da flotação;
SURFACTANTES EM SOLUÇÃO
Os surfactantes de interesse ao processo de flotação podem ser
convenientemente agrupados em: grupo A, monopolar e grupo B,
multipolar (quando mais de um grupo polar é ligado ao composto,
separando átomos de carbono de uma mesma cadeia hidrocarbonica).
QUÍMICA DE SUPERFÍCIE NA
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FLOTAÇÃO
SURFACTANTES EM SOLUÇÃO
Agentes Modificadores Orgânicos: Além dos surfactantes que actuam como colectores
e/ou espumantes, existe uma variedade de agentes moduladores ou reguladores que são
usados para activar ou deprimir a acção do colector na superfície do mineral,
proporcionando uma separação mais selectiva. Um grande número de reagentes
inorgânicos (CaO, NaOH, ácido sulfúrico, entre outros) servem como agentes
reguladores, controlando o valor do pH e outros que modificam selectivamente a
superfície do mineral (NaSH, Na2S, CuSO4, CaCN, entre outros), favorecendo a acção
do colector.
PROCESSOS DE FLOTAÇÃO
O processo de flotação actua geralmente nas interfaces água/ar e
água/óleo (pouco utilizado), para realizar a separação entre os minerais
de interesse.
PROCESSOS DE FLOTAÇÃO
Flotação em Película (Skin flotation) - é o processo de separação de minerais
utilizando as propriedades da interface água/ar. Neste processo, os minerais são
despejados lentamente na superfície da água, as partículas hidrofílicas se molham e
afundam e as partículas hidrofóbicas permanecem na superfície sem se molhar,
sendo removidas por transbordamento.
PROCESSOS DE FLOTAÇÃO
Flotação Carreadora (Carrier flotation) - é o processo de flotação
usado para recuperar partículas ultrafinas, utilizando-se minerais com
granulometria grosseira previamente hidrofobizados. As partículas
ultrafinas hidrofóbicas aderem às partículas grosseiras, que são
carreadas pelas bolhas de ar e então flotadas.
PROCESSOS DE FLOTAÇÃO
Flotação em floco (Floc flotation) - é um processo de flotação
utilizado para recuperação de partículas finas após a sua agregação
selectiva das mesmas. Após a agregação selectiva, os flocos
formados são flotados de modo tradicional.
FLOTAÇÃO
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PROCESSOS DE FLOTAÇÃO
(ii) atrição (scrubbing) da superfície das partículas para remover coberturas de lama ou
de óxidos;
EQUIPAMENTOS
Máquinas de Flotação Tratam-se de tanques projectados para receber
a polpa alimentada, continuamente, por uma das suas faces laterais e
descarregá-la pelo lado oposto. Cada unidade desses tanques é chamada
célula. Podem ser usadas células individualizadas, mas a regra é
agrupar conjuntos de duas ou mais. Numa extremidade do conjunto é
instalado um compartimento de alimentação e na extremidade oposta,
um compartimento de descarga. Este inclui algum dispositivo para a
regulagem do nível de polpa dentro das células.
FLOTAÇÃO
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EQUIPAMENTOS
Embora existam modelos de células fechadas, a tendência moderna é
não usar divisões entre uma célula e outra. A espuma sobe e é
descarregada pela frente transbordando sobre calhas dispostas ao longo
da extensão do conjunto de células. O material deprimido é arrastado
pela corrente de água e sai pelo fundo da célula, passando para a célula
seguinte e, finalmente, sendo descarregado pela caixa de descarga.
Desta forma, há dois fluxos: um de deprimido, no sentido da caixa de
alimentação para a caixa de descarga e outro de espuma, ascendente
dentro das células e no sentido oposto ao do deprimido, através das
calhas.
FLOTAÇÃO
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EQUIPAMENTOS
A máquina de flotação é instalada dentro da célula e consiste de um
rotor, no fundo da célula, suspenso por um eixo conectado a um
accionamento (fora da célula e acima), girando dentro de um tubo. O
rotor tem uma função inicial que é a de manter a polpa agitada e
portanto em suspensão. O movimento rotacional do rotor gera uma
região de pressão negativa dentro da célula. Em muitos modelos, esta
depressão é suficiente para aspirar o ar necessário para a flotação, daí a
conveniência do tubo coaxial com o eixo do rotor.
FLOTAÇÃO
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EQUIPAMENTOS
Em outros casos, o ar é comprimido para dentro da máquina. Para que
o ar seja efectivo para carrear para cima o maior número possível de
partículas colectadas, deve se dispor de um grande número de bolhas de
pequeno diâmetro. Isto é conseguido colocando, em torno do rotor, uma
peça chamada estator, que fragmenta as bolhas de ar.
FLOTAÇÃO
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EQUIPAMENTOS
Desta forma, o rotor agita a polpa e a mantém em suspensão.
Como o seu movimento rotativo no meio da polpa cria uma
pressão negativa, esse pode aspirar o ar necessário para a
flotação. Esse movimento aspira também a espuma contida na
calha das células a jusante (o rotor da célula rougher aspira a
espuma das células cleaner) e faz a espuma movimentar. O
estator quebra as bolhas de ar num grande numero de pequenas
bolhas.
FLOTAÇÃO
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EQUIPAMENTOS
Condicionadores Para que o reagente possa actuar na superfície da partícula
mineral, colectando-a, activando-a ou deprimindo-a, é necessário que se dê um
tempo para que as partículas minerais e as moléculas de reagente tenham chance de
se contactarem. Esta operação é denominada condicionamento. Com a maioria das
espécies minerais, o condicionamento é feito com baixa diluição de polpa (alta
porcentagem de sólidos), de modo a aumentar a probabilidade de que as gotículas de
reagente e as partículas se encontrem. Daí a frequente necessidade de adensar
previamente a polpa antes do condicionamento. Quando necessário, este
adensamento é feito em ciclones desaguadouros ou em espessadores.
FLOTAÇÃO
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EQUIPAMENTOS
O condicionador é um tanque cilíndrico, de diâmetro e altura
usualmente próximos. Sobre o tanque assenta-se uma viga que
sustenta o mecanismo de accionamento (motor e redutor) de um
eixo, na ponta do qual está uma hélice, que agita a polpa. A
descarga é por transbordo. Frequentemente existe um tubo
concêntrico ao eixo, com várias aberturas, ou aletas
convenientemente dispostas, para melhorar o contacto.
FLOTAÇÃO
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EQUIPAMENTOS
Dosagem e Alimentação de Reagentes Os vários reagentes devem ser alimentados
em pontos diferentes dentro do circuito. Dependendo do seu mecanismo de colecta,
podem demandar maiores ou menores tempos de condicionamento. Por exemplo,
ácidos graxos e seus sabões demandam tempos de residência na etapa de
condicionamento que podem ser atendidos por condicionadores com volumes
adequados. Já xantatos têm um mecanismo de colecta tão demorado que o usual é
fazer a sua adição na entrada do circuito de moagem. O caso oposto ocorre com
aminas, cuja colecta é tão rápida, que a sua adição pode ser feita directamente na
entrada da célula de flotação.
FLOTAÇÃO
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EQUIPAMENTOS
Os diferentes problemas de dosagem de reagentes podem ser relacionados:
(i) dosar ou alimentar pó grosso;
EQUIPAMENTOS
Para a alimentação de líquidos puros ou de soluções homogéneas são
usadas bombas doseadoras.
EQUIPAMENTOS
Operações Auxiliares
EQUIPAMENTOS
Operações Auxiliares
EQUIPAMENTOS
Operações Auxiliares
EQUIPAMENTOS
Operações Auxiliares
CIRCUITOS DE BENEFICIAMENTO
Como em toda operação de concentração, também para a flotação é
difícil obter o teor e a recuperação desejados numa única etapa.
Genericamente, executa-se uma primeira flotação, chamada
“rougher", onde se obtém um concentrado pobre e um rejeito que
ainda contém teores dos minerais úteis. O concentrado é re-lavado
numa segunda flotação, denominada "cleaner", onde é produzido um
concentrado final e um rejeito de teor elevado.
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CIRCUITOS DE BENEFICIAMENTO
O rejeito rougher é repassado numa outra flotação, chamada
“scavenger”, onde se obtém um rejeito muito pobre(rejeito final) e um
concentrado que reúne os minerais úteis que estavam no rejeito rougher,
mas que é pobre para ser considerado produto final. Tanto o rejeito
cleaner como o concentrado scavenger ainda contêm minerais úteis e
por isso são retornados à célula rougher. Eventualmente, pode ser
necessário usar vários estágios de recleaning.
FLOTAÇÃO
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CIRCUITOS DE BENEFICIAMENTO
O evento de uma partícula de mineral útil ao passar para o concentrado de uma
operação de flotação, depende do sucesso de uma série de eventos independentes:
(i) a partícula deve entrar em contacto com o colector;
(iii) a partícula colectada deve colidir com um número de bolhas de ar suficiente para
torná-la leve a ponto de flutuar;
(iv) a partícula não pode desprender-se das bolhas durante o percurso ascendente;
CIRCUITOS DE BENEFICIAMENTO
CIRCUITOS DE BENEFICIAMENTO
(iii) o fato de ser uma mera operação auxiliar, a flotação tem que
ser barata.
FLOTAÇÃO
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CIRCUITOS DE BENEFICIAMENTO
INSTALAÇÕES DE BENEFICIAMENTO