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Disciplina: Transferência de Calor e Massa

Aula: Fundamentos da Transferência de Massa


Prof.ª Andréa Pereira

1. Fundamentos da Transferência de Massa

O transporte de um constituinte de uma região de maior concentração para


aquela de menor concentração é denominada transferência de massa

 Transporte molecular (condução)


 Transporte convectivo (convecção)

Há situações em que ambos os mecanismos estão presentes e uma


solução aproximada pode ser obtida, considerando apenas o transporte
qualitativamente dominante

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2. Transferência de massa molecular

• Ocorre independentemente de qualquer forma de


convecção no interior do sistema

• No caso específico de misturas gasosas, uma explicação


lógica para esse fenômeno de transporte pode ser
deduzida da teoria cinética dos gases

• Movimento molecular randômico (como resultado das


colisões, as moléculas de soluto se movimentam
aleatoriamente)

Célula de Arnold

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2. Transferência de massa molecular

• A pressão de vapor faz com que as moléculas da espécie A se


difundam para o ar (espécie B)

• Em nível molecular, pode-se imaginar as moléculas de gás


movendo-se randomicamente, como descrito pela teoria cinética
dos gases

• A tendência natural das moléculas da espécie A é de se mover


da sua fonte para a corrente de ar externa ao tubo

• Ambas as espécies podem ter um gradiente de concentração


dentro do tubo, entretanto, apenas a espécie A tem uma fonte e
está sujeita a transferência de massa, embora a presença do ar
possa afetar sua taxa Célula de Arnold

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2. Transferência de massa molecular

Em resumo, a transferência de massa é uma tendência natural de transferir um dado componente


de uma mistura de uma região de alta concentração, denominada fonte, para uma região de baixa
concentração, denominada sumidouro, para se atingir uma condição uniforme de equilíbrio.

Há três exigências para a TM:

i. Que a transferência ocorra apenas em uma mistura


ii. Que pelo menos uma substância da mistura se mova de sua fonte para seu sumidouro
iii. Que o fluxo de transferência de massa seja proporcional ao gradiente de concentração

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2.1 Equação de Fick

• Como a TM ocorre somente em misturas, seu calculo deve considerar


o exame do efeito de cada componente.

• A TM pode ocorrer em gases, líquidos ou sólidos.

Gases: as moléculas não se tocam, embora colidam com frequência

Líquidos: as moléculas estão em uma fase condensada, mas ainda se movem livremente
(velocidade menor que no gás)

Sólidos: um ou mais componentes estão conectados em uma estrutura de grade ou ligados


conjuntamente em estado amorfo

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2.1 Equação de Fick

• Concentrações

Densidade Fração mássica

Concentração mássica ou
Concentração mássica ou densidade
densidade

Concentração molar Fração molar

Concentração mássica ou
Concentração mássica ou densidade
densidade
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2.1 Equação de Fick

• Concentrações

Inter-relações

Concentração mássica ou densidade


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2.1 Equação de Fick

• Velocidades

Velocidade mássica média Velocidade molar média

Concentração mássica ou densidade Concentração mássica ou densidade


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2.1 Equação de Fick

• Fluxos

( mols transferido da esp é cie A )


( fluxo molar de A na mistura )=
( á rea da se çã o transversal ) ( tempo )

Lei de Fick
Uma relação empírica para esse fluxo molar foi
principalmente postulada por Fick, que considera que o
Concentração mássica ou componente A em um sistema isotérmico e isobárico é
densidade proporcional ao gradiente da concentração
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2.1 Equação de Fick

• Como a concentração total c é constante em condições isotérmica e isobáricas, a equação


representa um caso particular da equação abaixo (mais geral)

Lei de Fick Dados experimentais não conseguiram validar a lei de Fick.


Isso ocorreu porque massa é transferida simultaneamente de
dois modo:

• Como resultado da diferença de concentração (lei de Fick)


Concentração mássica ou densidade
• Por diferenças de convecção induzidas por diferença de
densidade, resultantes da variação de concentração.
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2.1 Equação de Fick

• Stefan (1872) e Maxwell (1877), empregando a teoria cinética dos fases, provaram que o
fluxo de massa, em relação a um sistema fixo de coordenadas, era resultado de duas
contribuições: gradiente de concentração e movimento global

massa total transportada massa transportada pelo movimento


global do fluido
𝑁 𝐴 , 𝑧 = 𝐽 𝐴 , 𝑧 +𝑐 𝐴 𝑉 𝑧

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎𝑑𝑎𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑓𝑢𝑠 ã 𝑜
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2.1 Equação de Fick

Para um sistema binário com velocidade média


constante na direção z e em estado estacionário:

𝑁 𝐴 , 𝑧 = 𝐽 𝐴 , 𝑧 +𝑐 𝐴 𝑉 𝑧
Equação de taxa de Fick
𝑁 𝐴, 𝑧= 𝐽 𝐴, 𝑧+ 𝑐 𝐴 ( 𝑐 𝐴 𝑣 𝐴 +𝑐 𝐵 𝑣 𝐵
𝑐 ) 𝑁 𝐴 , 𝑧 =−𝑐 𝐷 𝐴𝐵
𝑑 𝑦𝐴
+ 𝑦 𝐴 ( 𝑁 𝐴, 𝑍+ 𝑁 𝐵 , 𝑍)
𝑑𝑧
𝑁 𝐴 , 𝑧 = 𝐽 𝐴 , 𝑧 + 𝑦 𝐴 ( 𝑐 𝐴 𝑣 𝐴+ 𝑐 𝐵 𝑣 𝐵 )

𝑁 𝐴, 𝑧= 𝐽 𝐴, 𝑧+ 𝑦 𝐴 ( 𝑁 𝐴, 𝑍 + 𝑁 𝐵, 𝑍 )
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2.1 Equação de Fick

Exemplo: Célula de Arnold (fluxo unidimensional de A através de uma espécie estagnada B)

𝑑 𝑦𝐴
𝑁 𝐴 , 𝑧 =−𝑐 𝐷 𝐴𝐵 + 𝑦 𝐴 ( 𝑁 𝐴, 𝑍 + 0)
𝑑𝑧

𝑐 𝐷 𝐴𝐵 𝑑 𝑦 𝐴
𝑁 𝐴 , 𝑧 =−
1 − 𝑦 𝐴 𝑑𝑧

𝑁 𝐴, 𝑧=
𝑐 𝐷 𝐴𝐵
𝐿
𝑙𝑛
(
1 − 𝑦 𝐴, 𝐿
1 − 𝑦 𝐴, 𝑆 )
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2.1 Equação de Fick


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3. Coeficiente de Difusão

Difusividade: representa a facilidade do componente difundir na mistura

Na ausência de dados experimentais, expressões semiteóricas foram desenvolvidas, de modo


a fornecer aproximações razoáveis do coeficiente de difusão.
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3. Coeficiente de Difusão

• Uma vez que a TM é altamente influenciada pelo espaçamento molecular, a difusão ocorre
mais facilmente em gases.
• Em outras palavras, a magnitude da difusividade para líquidos ou gases em sólidos é menor
que para gases em líquidos. Estas diferenças são devido à mobilidade das moléculas.
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3.1 Difusividade mássica de gases

• No modelo mais simples de dinâmica dos gases, as moléculas são consideras esferas rígidas
que não exercem forças intermoleculares, com colisões completamente elásticas.

• Com essas hipóteses, um modelo simplificado para uma mistura gasosa ideal, na qual a
espécie A se difunde através de seu isótopo A*, conduz a uma equação para o coeficiente de
autodifusão, definido a seguir:

(livre percurso médio)

(velocidade média da espécie A)


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3.1 Difusividade mássica de gases

• Utilizando um enfoque similar da teoria cinética dos gases para uma mistura binária das
espécies A e B, compostas de esferas rígidas de diâmetros desiguais, o coeficiente de difusão
da fase gasosa é dado por:

Autodifusão Difusão de A em B
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3.1 Difusividade mássica de gases

• A equação revela que para gases Dab = Dba (não é o caso das difusividades de líquidos)

• Especificamente, o coeficiente de difusão é inversamente proporcional à pressão total do


sistema e dependente d temperatura absoluta na forma de lei de potência.

Pressão Temperatura
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3.1 Difusividade mássica de gases

• Correlações

Integral de colisão:

Para qualquer temperatura e pressão (abaixo de atm)


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3.2 Difusividade mássica em líquidos

• Para os líquidos as teorias sobre suas estruturas e suas características de transporte ainda
são inadequadas para permitir uma abordagem rigorosa

• As correlações são propostas para cada sistema especifico, com base em dados
experimentais

• Por exemplo: Coeficiente de difusão binários de líquidos com solutos não iônicos

Função do volume molecular do soluto


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4. Transferência de massa por convecção

• O transporte convectivo depende tanto das propriedades de transporte como das


características dinâmicas do fluido em escoamento.

• A equação do fluxo de TM por convecção, generalizada de modo análogo à lei do


resfriamento de Newton, assume a forma:

Geometria do sistema O mecanismo de TM deve incluir o


Propriedades do fluido transporte molecular nas camadas
Tipo de escoamento estagnadas e laminar
Diferença de concentração das espécie A

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