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SÉRIE

2024_EM_B1_V1
Sociologia

Industria cultural e padronização

1o bimestre - Aula 09
Ensino Médio
Para começar

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Indústria Cultural

Nesta aula, iremos abordar um conceito


sociológico e filosófico contemporâneo bastante
Theodor
debatido academicamente e em diferentes Wiesengrund
Adorno
âmbitos da cultura, envolvendo artes variadas, 1903-1969
desde o cinema até a música, além de
propaganda, televisão, entre outros. Trata-se da
indústria cultural, expressão consagrada pelos
Max Horkheimer
autores alemães Max Horkheimer e Theodor W. 1895-1973
Adorno.
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Construindo a noção de indústria cultural
Segundo Gabriel Cohn:
“A indústria cultural é cultura ou indústria? Nem cultura: porque
subordinada à lógica da circulação de mercadorias e não à sua própria –
nem indústria: porque tem mais a ver com a circulação do que com a
produção. Isolar um ou outro polo é consagrar a ideologia. Tratá-los
conjuntamente é mostrar no que constituem ideologia – na incapacidade
de desenvolver-se, de realizar plenamente seja sua condição de cultura,
seja sua condição de indústria.”
Continua...
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Construindo a noção de indústria cultural

“É por isso que, na indústria cultural, a cultura subordina-se à indústria, não na


sua expressão mais moderna, mas no seu significado mais arcaico: à indústria
como ardil, como engodo. O ponto decisivo é que ela não se realiza nem como
cultura nem como indústria porque nenhum processo mediador unifica esses
polos externamente relacionados” (COHN, 1994, p. 19-20).
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Construindo a noção de indústria cultural

A indústria cultural se caracteriza pela produção de bens culturais, típica da


fase do capitalismo tardio, quando houve a expansão de grandes conglomerados
multinacionais e de mercados, com significativo crescimento do consumo
global de produtos industrializados (próximo à segunda metade do século XX).
Portanto, a indústria cultural depende dos setores industriais mais poderosos:
aço, petróleo, eletricidade, além do setor financeiro.
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Padronização
Segundo o sociólogo Theodor W. Adorno, em razão da
indústria cultural, os artefatos de cultura transformam-se
em “bens culturais”, “mercadorias”, e, como tal,
padronizados. “De resto, não se deve tomar literalmente o
termo indústria. Ele diz respeito à estandardização da
própria coisa…” (ADORNO, 1994, p. 94). A indústria
cultural potencializa a indústria em geral, induzindo
valores – estéticos, morais – no público do cinema,
televisão, música popular, rádio, jornais e revistas, de
modo a reiterar o consumismo.
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O poder da difusão da indústria cultural
Para a produção e o consumo massificado da
indústria cultural, a propaganda veiculada pela
mídia desempenha um importante papel. Não se
trata apenas da propaganda de marcas de
produtos variados, como aqueles apresentados
nos intervalos comerciais de uma programação
qualquer. Ela pode consistir igualmente na
mensagem veiculada em diferentes mídias.
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Ou seja, a propaganda, no sentido da promoção do consumo, pode existir tanto
em um outdoor quanto em uma simples canção, aparentemente despretensiosa,
ou na história contada em um filme propenso a ser um sucesso de bilheteria.
Neste último exemplo, o comportamento do herói pode suscitar o desejo do
público de consumir bens como cigarros, carros e qualquer outro bem que faça
parte do estilo de vida representado nas telas. Ao provocar desejo, a
propaganda provoca igualmente necessidades nos consumidores, ensejando o
consumismo.
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Isso significa que os produtos
culturais padronizados, no contexto
do capitalismo tardio, contêm os
mesmos princípios dos demais
objetos produzidos como
mercadorias. Isto é, se submetem
igualmente ao imperativo do lucro.
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Os efeitos da indústria cultural
Como consequência da padronização ou homogeneização da produção cultural, o
indivíduo tende a perder a capacidade de desenvolver um pensamento crítico. Isso
porque a cultura, definida pela singularidade de cada um de seus elementos, ao se
tornar homogênea, faz com que o sujeito perca a capacidade de estabelecer
relações entre os objetos que a compõem.

Afinal, uma relação só pode ser estabelecida


entre elementos distintos, e não idênticos como
se fossem uma só coisa.

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