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SÉRIE

2024_EM_B1_V1
Sociologia

Indústria cultural e artes

1o bimestre – Aula 11
Ensino Médio
Conteúdo Objetivos

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● A manipulação ideológica da ● Compreender criticamente a
música popular pela indústria perspectiva de Adorno e
cultural; Horkheimer sobre os
mecanismos de padronização
● Mecanismos de padronização
da arte pela indústria cultural;
da arte;
● Analisar exemplos de
● A resistência da cultura
padronização e manipulação
popular;
ideológica da música popular
● Crítica a concepções elitistas pela indústria cultural.
sobre arte.
Para começar

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Um aspecto importante da indústria cultural refere-se às obras artísticas, às suas
características formais e à recepção pela audiência. Nesse sentido, é exemplar o
caso da música popular. O objetivo desta aula é compreender parte da crítica de
Theodor Adorno e Max Horkheimer, pioneiros da Escola de Frankfurt, dirigida à
padronização na música, tal como apresentada na obra Dialética do
esclarecimento (DE). Ao final, sugerimos uma problematização dessa crítica pelo
risco de incorrer em certo elitismo e na marginalização de grupos sociais.
Foco no conteúdo

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Os autores da Escola de Frankfurt
afirmam que, na sociedade moderna, em
pleno capitalismo tardio, outros
elementos estruturantes da sociedade,
além da religião, passaram a exercer
influência na socialização, como os
meios midiáticos, incluindo a televisão,
o rádio, o cinema e a revista ilustrada.
Foco no conteúdo

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Isso significa que diferentes ramos das artes passaram a
contar com maior exposição nessas mídias. Mais do que
isso, passaram a ser cooptados de maneira ideológica pelos
grandes meios de comunicação a fim de serem
descaracterizados quanto à sua raiz popular. Para ilustrar
esse fenômeno, a seguir destacaremos o exemplo da música.
Entre as décadas de 1930 e 1940, Adorno havia empreendido
um estudo da indústria radiofônica dos Estados Unidos e
concentrou-se na crítica do gênero jazz. Naquela época, esse
era o estilo musical mais popular no país.
Na prática

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Ação: conversa

O trailer ao lado pertence a um documentário que


apresenta a afinidade entre os estilos musicais do jazz
e do samba. Assista a esse documentário e, em
seguida, converse com os colegas a respeito das
músicas populares e suas similaridades. Procure
elencá-las e descrevê-las quanto às suas
características, como ritmo, melodia etc. Caso não
ouça música, faça isso com qualquer outra
manifestação artística, de sua livre escolha.

https://www.youtube.com/watch?v=nSnT_kkJGrw
5 MINUTOS
Foco no conteúdo

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Resumidamente, a crítica dos autores é endereçada à forma padronizada do jazz ou,
então, à sua estandardização. Isso quer dizer que, para os autores da Dialética do
esclarecimento, as músicas desse estilo são essencialmente idênticas, possuindo a
mesma organização de seus elementos, mas são disfarçadas como se fossem
novidades. Esse disfarce é feito por meio de recursos como o da improvisação, isto é,
mediante variações rítmicas, melódicas e harmônicas efetuadas pelos improvisadores
sobre um mesmo tema e uma mesma forma musical.
Foco no conteúdo

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Para os filósofos alemães, as frases musicais do jazz são meros
fragmentos deslocados de uma música para outra, para que
possam ser interpretados como novidade. Por isso, essas frases
podem ser cantaroladas como se pertencessem ao ouvinte, que
sente que é livre para ouvir tudo o que é de sua preferência. Ao
mesmo tempo em que se sente especial por ouvir algo tão
familiar e que o representa como ser individual, iguala-se à
multidão, que pensa exatamente da mesma forma que ele. Por
fim, para utilizar uma metáfora conhecida, esses motivos e
refrões “grudam como chiclete” na memória. Assim, essas
músicas se tornam sucessos ou hits.
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Ao se adaptar à música da indústria cultural, o ouvinte torna-se hostil à qualquer
novidade que fuja da forma estandardizada. Ele assovia as melodias e a dança
conforme o ritmo do jazz sem ser provocado a refletir. Dessa forma, os hits
consistem na replicação de uma mesma fórmula de sucesso. Essa crítica ao jazz
na Dialética do esclarecimento pode ser estendida a qualquer outro estilo
musical capturado pela indústria cultural.
Na prática

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Todo mundo escreve

Você já se sentiu incomodado ou maravilhado por ouvir uma música, ver um


filme ou quadro, presenciar ou participar de uma ação artística? Por que
houve incômodo ou êxtase? Escreva um texto explicando as razões de sua
reação à determinada obra ou à ação artística, bem como as circunstâncias de
sua ocorrência. A seguir, reflita a respeito da familiaridade ou do
estranhamento que a situação lhe causou.
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É possível criticar as conclusões de Adorno e Horkheimer por conta de sua
generalização. O jazz é uma música popular estadunidense que apresenta
raízes no blues e nas tradições de populações oriundas do continente africano,
posteriormente escravizadas no continente americano. O eminente historiador
Eric Hobsbawm reconhece o valor cultural do jazz pelo caráter transgressor de
seus artistas e por ter contribuído para a inovação dos parâmetros rítmicos e
harmônicos na música mundial. Ao contrário do que afirmam os autores
alemães, a improvisação consistiria em um elemento que singulariza cada
apresentação, como uma autêntica novidade.
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Ao mesmo tempo, a música popular é
frequentemente confundida como produto da
indústria cultural, pela suposta simplicidade de sua
forma, do ponto de vista da harmonia e da melodia,
entre outros elementos. Contudo, ela emerge de
contextos sociais e históricos próprios, sendo uma
expressão artística típica de diferentes camadas da
população. Consequentemente, ela não é comparável
com outras linguagens e construtos estético-sociais,
como a música europeia e de concerto.
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Muitos estilos musicais são condenados como se fossem
subprodutos da indústria cultural, uma vez que possuem
relação com a cultura de massas. Na atualidade, é comum
observar estilos como o funk, rap, sertanejo, rock, entre
outros, sendo contrapostos ao que já se chamou de “alta
cultura”. Frequentemente, a crítica a esses estilos musicais
como se fossem de qualidade inferior, em vez de se referirem
ao valor estético dessas produções, serve para rotular e
estereotipar as populações de onde são provenientes, como
forma de legitimação das desigualdades sociais.
Aplicando

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Mostre-me

Explique como as artes populares são marginalizadas, levando em


consideração tanto suas características formais internas (no caso da música,
poderia ser o ritmo) quanto fatores externos, como o vestuário, linguagem,
comportamentos e atitudes de seus adeptos. Se preferir, escreva sobre outra
manifestação artística além da música. Nas artes visuais, o grafite seria outro
exemplo de expressão artística marginalizada. Procure você mesmo um
exemplo e escreva o que considerar pertinente.

Todo mundo escreve 10 MINUTOS


O que aprendemos hoje?

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● Setores influentes como a religião cedem espaço
aos meios midiáticos na sociedade atual;
● Adorno e Horkheimer condenam o jazz das rádios
estadunidenses das décadas de 1930 e 1940 como
exemplo de rebaixamento das artes pela indústria
cultural;
● A forma padronizada do jazz repercute na
audiência a fim de conformar o ouvinte à
repetição;
● A crítica dos autores, ao generalizar o jazz
como subproduto, resvala no etnocentrismo e deve
ser problematizada.
Referências

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ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
DUARTE, Rodrigo. Teoria Crítica da Indústria Cultural. Belo Horizonte: UFMG, 2007.
HOBSBAWM, Eric. História Social do Jazz. São Paulo: Paz e Terra, 1990.
LEMOV, Doug. Aula nota 10 3.0: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Trad. Daniel Vieira,
Sandra M. Mallmann da Rosa; Revisão técnica: Fausto Camargo, Thuinie Daros. 3 a edição. Porto Alegre: Penso,
2023.
Referências

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Lista de imagens e vídeos
Slide 3 –
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x612&w=0&k=20&c=6KP6kv2LYzzm-XaIMgA3Plaknun98LdS2j8fG19Fk70
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Slide 4 – https://wallpapers.com/multimedia
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Slide 6 – Vídeo - https://www.youtube.com/watch?v=nSnT_kkJGrw%E2%80%8B
Slide 7 –
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Slide 8 –
Referências

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Lista de imagens e vídeos
Slide 12 –
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Slide 13 –
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