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BRASILEIRA
AULA 5
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repertórios, na prática dos conjuntos de baile, de alguns programas de rádio,
discos e concertos.
Trata-se de um momento da história da música brasileira em que críticos
e artistas problematizaram a dita “modernização” da música, ou ainda, sua
descaracterização. Os tradicionalistas, entre os quais podemos citar Ary Barroso
(1903-1964), eram contrários à influência jazzística, entendida como nociva ao
caráter nacional incutido na música popular. Vangloriavam o “jazz negro” oriundo
do reduto de Nova Orleans, contrários ao movimento de internacionalização do
gênero (importado inclusive para o Brasil), em uma espécie de negação da
chamada mundialização da cultura.
Em certa medida, esse aspecto das reflexões sobre a cultura popular,
entre as quais podemos destacar o estudo da música, tem como mot principal
uma ideia de resgate de práticas em vias de extinção. O movimento folclorista
acaba por elaborar uma espécie de “museu das tradições populares, ou seja, o
esforço do colecionador identifica-se à ideia de salvação; a missão é agora
congelar o passado, recuperando-o como patrimônio histórico” (Ortiz, 1992, p.
39-40). Essa perspectiva será cristalizada ao longo de toda experiência
oportunizada pelos diversos grupos de pesquisa relacionados à investigação
folclórica, em especial após o estabelecimento da Comissão Nacional de
Folclore (fundada em 1947), fundada pelo musicólogo Renato Almeida (1895-
1981).
Há aqui, na década de 1950, a ressignificação desse conceito de música
de tradição folclórica, já que nesse momento temos o advento dos meios de
gravação e a música urbana popular como propulsores da vida nas cidades. Para
os folcloristas, a ideia de “música brasileira autêntica”, poderia ser ampliada à
música produzida comercialmente, desde que atendesse a alguns critérios
(oportunizando essa mudança na ideia de folclore), que permite a incorporação
da música popular urbana, gravada, veiculada pelo rádio. Trata-se do fenômeno
da folclorização da música popular, permitindo que vários musicistas das
gerações mais antigas (por exemplo, Pixinguinha) aparecessem sob a aura do
verdadeiro folclore (Garcia, 2010).
Seria esse esforço coletivo, desde a atuação de Guerra-Peixe em
Pernambuco para a constituição de um campo novo no que toca ao produto
musical orquestral, até a ampliação e consolidação dos novos movimentos
calcados na canção midiatizada, mais tarde representadas na sigla MPB, que o
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movimento de preservação e resgate das tradições musicais urbanas ganharia
corpo. Esse processo foi amplamente amparado pela intelectualidade musical
do período, entre musicólogos e críticos do meio, entretanto, ainda hoje
encontramos eco no ideário sobre preservação folclórica das culturas populares.
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autenticidade”, enquadrando tudo que o que seria incluído e excluído como
manifestações genuínas e, nesse caso, caracterizando as práticas musicais dos
anos 1950 como decadentes.
A década de 1950 contou com práticas radiofônicas que buscaram
acessar todas as camadas sociais, de maneira sensacionalista, apelativa e
melodramático (Tinhorão, 1991), sobretudo nos programas de auditório,
geralmente gravados ao vivo nos estúdios das emissoras. Com os programas de
auditório e os concursos de Rainha do Rádio, gravitando em torno das principais
cantoras de então, instaurou-se o culto da personalidade e da vida privada dos
artistas, um novo paradigma da trajetória de artistas vinculados aos meios de
comunicação, direcionados para o mundo da comunicação de massa. Essa
conjuntura atuava na mescla de valores privados com imagens públicas, a base
nacional para o sistema de estrelato precário que se formava e que, no entender
de Napolitano (2010, p. 65) acabava por traduzir, na sua precariedade técnica e
estilística, os limites do meio técnico sobre o qual se formava a indústria da
cultura no Brasil.
Entretanto, é possível apontar para vários elementos da produção musical
da década de 1950 que apontam para a modernidade musical que seria
incorporada ao repertório valorizado da MPB que se seguiria. O choro foi
ressignificado e imbuído dessa “aura de brasilidade autêntica” ambicionada pelo
movimento folclorista, em especial por ser um dos gêneros embrionários da
cultura musical nacional, livre das interferências do mercado, em nítida oposição
ao samba por parte dos então puristas, que conforme verificamos, à época
questionavam a influência jazzística na composição dos sambas. Esse revival
do choro durou basicamente toda a primeira metade dessa década, contando
com nomes representativos como Waldir Azevedo, Antonio Rago, Jacob do
Bandolim e seu conjunto Época de Ouro.
O samba da geração de 1950, além da já referenciada influência jazzística
advertida pelos folcloristas, convivia com demais gêneros estrangeiros, dentre
os quais destacamos o bolero e o tango, criando derivações do próprio estilo.
Elencado como a representação do popular brasileiro, o samba da década de
1950 passou a se impor em relação ao samba crítico, desafiando as bases
estruturais e colocando em cheque as contradições da nação, antecipando as
canções de protesto da década seguinte (Napolitano, 2010, p. 67), dentre as
quais destacamos as obras de Geraldo Pereira (Ministério da Economia, de
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1951), Wilson Batista, Ismael Silva (Antonico, de 1950) e Zé Keti (A voz do morro,
de 1954). Em São Paulo, há destaque para a obra do grupo Demônios da Garoa,
que consagraria o compositor Adoniran Barbosa.
No que toca à estruturação musical, o samba-canção caracterizou-se pelo
tratamento entendido à época como moderno, baseado nos timbres e
instrumentação do cool-jazz, com caixa de bateria, dedilhados ao piano e baixo
marcando sutilmente a linha mais grave. Essa estrutura pedia performances
vocais mais contidas e as estruturas harmônico-melódicas eram mais
complexas, com inserção intensa de dissonâncias. Poderíamos destacar a fase
pré-bossa nova de Tom Jobim (Eu sei que vou te amar), Ary Barroso (Risque),
a cantora Dolores Duran (A noite do meu amor), além do LP Canções praieiras,
de Dorival Caymmi, de 1954 (Napolitano, 2010, p. 67).
Outro ponto importante do período foi a adesão aos gêneros que remetiam
a elementos musicais oriundos da tradição sertaneja ou nordestina. Podemos
evidenciar a emancipação do baião nos centros radiofônicos e o aparecimento
da música caipira, traduzidos, inclusive, pelo forte movimento migratório desse
contexto, do qual é possível destacar as obras de Luiz Gonzaga (Xote das
meninas) e Jackson do Pandeiro (Sebastiana).
Seja como for, o samba-canção está circunscrito em um período de
reestabelecimento do cancioneiro popular, envolto por uma revisão sobre o que
era considerada a essência da música popular e da autenticidade da música
brasileira. Justamente por essa somatória de elementos estético-críticos, a
compreensão sobre sua função na sociedade, que nesse período ampliava sua
realidade por meio das novas sociabilidades estabelecidas nos auditórios das
grandes emissoras de rádio, se mostra pertinente para a revisão de sua função
enquanto produto elaborado e consumido por esses indivíduos.
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3.1 Lugar social da canção brasileira
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Bossa Nova veio amplificar um conjunto de tensões por meio da inserção de
novos segmentos sociais no panorama musical (Napolitano, 2010, p. 15), e da
reflexão sobre a inserção do país na modernidade.
Diferentemente da ideia de “marco zero” da Bossa Nova, pensada após o
álbum Chega de Saudade, de João Gilberto, é preciso levar em conta o seu
processo de assimilação, e não necessariamente de negação ou erradicação
completa, do cenário musical do samba tradicional e do samba-canção
bolerizado. Esse ambiente potencializado na Bossa Nova, de não limitação aos
moldes de estilos musicais restritivos, mas de certa liberdade formal que vai
povoar a produção dos novos compositores e que vai redefinir o cenário da
produção musical dessa década de 1960.
A Bossa Nova seria, portanto, o filtro pelo qual antigos paradigmas de
composição acabariam sendo assimilados pelo mercado musical dos anos 1960
(Napolitano, 2010, p. 16). O arcabouço da Bossa Nova permitiu, por exemplo,
que Elis Regina assimilasse o estilo de sua inspiração maior, Ângela Maria, e do
mesmo modo, que Chico Buarque incorporasse elementos do samba de Noel
Rosa em sua estilística composicional. A própria negação do bolero pela corrente
vigente da Bossa Nova precisaria ser revisitada, uma vez que suas nuances
interpretativas, como a sutileza vocal, arranjos contidos, condensação dos
efeitos instrumentais, estão amplamente presentes na interpretação do novo
estilo. Essa realidade aponta para as tensões existentes na música desse
período, que de modo algum exclui o impacto dos novos procedimentos criativos
da geração de 1960.
Do ponto de vista mercadológico, a Bossa Nova trouxe para o primeiro
plano a figura do compositor, já que, na década de 1950, havia privilegiado
sobremaneira o cantor intérprete, amplificado ainda mais durante os grandes
festivais da canção, local no qual quase sempre esses dois indivíduos do fazer
musical se fundiam. Quanto aos espaços de disseminação do estilo, é possível
destacar os círculos privados restritos, locais nos quais a introspecção imperava,
e a boemia, lugares públicos em que a prática musical era revelada.
Por fim, poderíamos dizer que, de maneira geral, a Bossa Nova foi o estilo
que melhor caracterizou a ampliação dos extratos sociais emancipados no Brasil
pós-década de 1960. Do mesmo modo, evidenciou as dicotomias sociais
existentes entre o Brasil tradicionalizado daquele a ser modernizado diante do
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bombardeio da cultura internacional. Sua estrutura seria imprescindível para o
surgimento da canção engajada, tema do próximo tópico.
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inclusive no meio universitário, lembrando que as audiências jovens eram
também uma preocupação estética dos compositores da bossa nova. Do ponto
de vista prático, entretanto, as formulações do CPC eram em certa medida
monolíticas e pouco se adequavam ao espírito da própria Bossa Nova. Temos,
nesse momento da história da música popular, alguma investida mais incisiva de
cunho político-ideológico buscando fazer frente ao estado autoritário que
passava a ser desenhado no cenário social, e mesmo com artistas de renome
buscando algum tipo de alinhamento estético com as propostas engajadas do
CPC, a música produzida dentro dos anseios da esquerda universitária, embrião
das canções de protesto, utilizou amplamente a bossa nova como referencial
estético, ainda que tenha sido criticada pelo seu material alienante.
De maneira geral, poderíamos ressaltar as principais imagens poéticas
que se tornariam recorrentes na canção engajada: a romantização da
solidariedade popular; a crença no poder da canção e do ato de cantar para
mudar o mundo; a denúncia e o lamento de um presente opressivo; a crença na
esperança do futuro libertado. A síntese desse processo gestado nos primeiros
manifestos do CPC parece ter orientado melhor o caminho, indicando ao jovem
artista engajado, nacionalista e de esquerda, a aptidão para a criação de uma
arte nacionalista e cosmopolita, politizada e intimista, comunicativa e expressiva.
(Napolitano, 2010, p. 34).
Com o golpe militar de abril de 1964, a questão da consciência política
passou a gerenciar as tarefas culturais, naturalmente recaindo sobre artistas e
intelectuais essa aura de mobilização. As mobilizações de artistas acabaram
migrando para São Paulo, centro cultural em que foi possível mobilizar
espetáculos envolvendo a bossa nova nacionalista, englobando a preocupação
com as questões culturais do aspecto nacional desse estilo musical a temáticas
de protesto. Após o sucesso dos shows realizados nesse centro urbano, boa
parte organizada pelos cursos universitários da Universidade de São Paulo –
USP (shows estes que oportunizaram, inclusive, primeiras apresentações
públicas de figuras como Chico Buarque), as emissoras de TV verificaram o
potencial dessa empreitada que atraía uma grande parcela da juventude,
transportando posteriormente os eventos para os seus espaços.
No teatro Paramount, de São Paulo, vários outros eventos acabaram
sendo realizados, legitimando a afirmação dessa cultura, então crescente, de
oposição – jovens, nacionalistas e de esquerda –, ao passo que eram
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sofisticados e modernos. Esses eventos aglutinaram nomes como Chico
Buarque, Elis Regina, Toquinho, Gilberto Gil, Tom Jobim e Nara Leão, para citar
apenas alguns nomes.
Por fim, com a migração desse modelo para os auditórios de televisão, o
sucesso de audiência dos programas a que a moderna MPB foi vinculada parece
ter relativizado as críticas dos artistas e intelectuais engajados. Saber que, por
meio desse processo, haveria um público consumidor mais efetivo e não mais
restrito ao circuito universitário, fez com que a MPB da década de 1960 e a
música engajada transitassem pela inevitabilidade dos interesses comerciais
como um mal necessário para sua efetivação. Trata-se de uma das muitas
dicotomias encontradas na música desse contexto, impasses de conciliação
entre as ideias de “comunicação e expressão, qualidade e popularidade,
mercado e engajamento político” (Napolitano, 2010, p. 69).
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grandes nomes da música popular daquele contexto. De acordo com Zappa
(2011), o Festival de 1967, o II Festival da MPB reuniu uma geração
praticamente imbatível da MPB: Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil,
Roberto Carlos, Elis Regina, Nara Leão, Geraldo Vandré, Jair Rodrigues, para
citar os nomes mais representativos.
Em 1968, temos a disputa cada vez mais insistente dos violões comedidos
da MPB com as guitarras elétricas distorcidas da crescente tropicália, um período
em que os estilos começam a coexistir nos bastidores das emissoras de
televisão. Nesse ano, a canção São Paulo meu amor, de Tom Zé, foi agraciada
com o primeiro lugar do festival. No quinto e último festival da Record, de 1969,
Paulinho da Viola saiu vencedor com sua canção Sinal Fechado.
A partir de 1967, a TV Globo passou a produzir o Festival Internacional da
Canção – FIC, rivalizando com os tradicionais Festivais da MPB. O primeiro
vencedor foi Dorival Caymmi, com a canção Saveiros, e no ano seguinte, 1968,
consta a célebre vitória de Sábia, de Tom Jobim e Chico Buarque,
insistentemente vaiada pela audiência em sua preferência pela música Pra não
dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré. Nesse mesmo ano houve a
hostilização do público a Caetano Veloso e sua É proibido proibir, que, àquele
mesmo ano, a exemplo de Gilberto Gil, precisou buscar exílio na Inglaterra em
função das perseguições políticas. O ano de 1969 foi marcado pela vitória de
Cantiga por Luciana, de autoria de Edmundo Souto e Paulinho Tapajós.
A natureza eclética e a coexistência de produtos musicais distintos podem
ser entendidas como a característica prioritária dos festivais. Em pacífica
convivência, visualizamos a Jovem Guarda e a Bossa nova e suas temáticas
despretensiosas envolvendo automóveis, barcos e pôr-do-sol, ao lado da música
engajada da MPB e da Tropicália, tecendo severas críticas em pleno epicentro
da Ditadura Militar brasileira. Juntamente com a música engajada da MPB da
década de 1960, o Tropicalismo foi um movimento fortemente engajado nesse
contexto.
Emergido por meio do signo da cultura pop evidenciando tentativas de
associação com o moderno (a exemplo do uso de guitarras elétricas), o
tropicalismo propunha uma retomada assumida e irônica do elemento “cafona
de nossa cultura”, assumindo o caráter contestador dessa iniciativa (Franz, 2005,
p. 129). De acordo com Holanda e Gonçalves (1982), existe uma preocupação
estética nesse contexto de fins dos anos 1960 quanto ao redimensionamento da
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relação com o público, uma clara crítica à militância conscientizadora e à
valorização das realidades menos perceptíveis ligadas à experiência cotidiana,
bem como a respectiva recusa do ideário nacional populista visando a uma
brasilidade renovada.
A relação conflituosa entre a esquerda e o tropicalismo era uma realidade,
e apesar de ser um estilo musical engajado em seus próprios termos, este não
buscava uma associação direta com os preceitos da política revolucionária do
período. Para a esquerda, a alienação da jovem guarda em suas canções
sentimentais sobre temáticas englobando passeios automobilísticos, utilizando
inclusive formas musicais execradas por ela (o rock norte-americano), era
semelhantemente visualizada no Tropicalismo, sob outra ótica. Neste último,
apesar do enfoque sobre a realidade nas letras, o rock e as guitarras distorcidas
descaracterizam a ideia de canção engajada e, por consequência, a cultura
brasileira (Coelho, 1989, p. 163). Seria por essa conjuntura de elementos que,
àquela ocasião, Caetano Veloso foi vaiado de maneira veemente.
Diferentemente da visão corrente sobre a realidade brasileira do período,
a Tropicália propôs uma ideia de sociedade mais complexa que a sugestão da
esquerda, focada estritamente no atraso social. Para os tropicalistas, enquanto
o país experiencia a apoteose do moderno (arquitetura de Brasília), divide
igualmente espaço com o arcaico e com a miséria. Naturalmente, pela sua
estética musical voltada para as possibilidades musicais amplificadas então em
voga, o tropicalismo flerta com a mistura entre nacional e internacional,
acreditando neste último como um elemento constituinte da sociedade, marcante
da própria vida cotidiana. Aqui, novamente, mais uma clara oposição em relação
à esquerda engajada nos meios culturais.
Ao construírem uma versão alternativa de sociedade brasileira, os
tropicalistas criavam do mesmo modo uma versão de revolução quando
comparados à esquerda engajada. Divergindo das canções de protesto e da
acessibilidade com o propósito de criar um campo de comunicação com as
massas, o tropicalismo encara novas formas poéticas como veículo de
propagação da arte revolucionária, fazendo uso, por exemplo, da poesia
concreta de Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos (Coelho,
1989, p. 171).
Dentre os membros do Tropicalismo, podemos destacar as figuras de
Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Os Mutantes, o letrista Torquato Neto, Gal
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Costa e Jorge Ben. Do movimento, destaca-se essa aura rebelde que buscou
emancipar a manifestação cultural enraizada exclusivamente na produção
musical nacionalizada, buscando diálogo com as principais correntes estéticas
em voga em outros polos. A estética de enfrentamento ia de encontro ao próprio
movimento revolucionário do país, criticando boa parte das propostas da
esquerda do contexto, que se mobilizavam em torno das canções de protesto.
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
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relação com o cenário social e político do período e, por fim, essa mesma
estrutura ampliada para o produto musical dos festivais da televisão e o
Tropicalismo, já que, cada um a seu modelo, intensificaram as críticas ao
contexto político e cultural vivenciado pela sociedade brasileira de fins da década
de 1960, por meio de pressupostos estéticos – nacionais e internacionais –
caracterizantes da produção musical.
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REFERÊNCIAS
_____. Pequena História da Música Popular. São Paulo: Ed. Art, 1991.
ZAPPA, R. Para seguir minha jornada: Chico Buarque. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2011.
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