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A letalidade policial e a importância do psicólogo em sua atuação

A alta taxa de mortes causadas por ações policiais no país tem sido divulgada pelas autoridades de segurança,
condenada por organizações de direitos humanos, denunciada pela mídia e questionada por órgãos
internacionais.
Essa realidade persistente se tornou uma ferida no desenvolvimento da nação. Mesmo com críticas e
sugestões, a impunidade e o aumento das vítimas continuam a existir, confrontando o problema e identificando
os fatores inconscientes que contribuem para a continuidade e intensificação dessa violência.
Uma análise da abordagem do sistema judicial diante destas mortes tem revelado que a escuta psicanalítica,
mesmo que fora de seu contexto original, facilita a investigação dessa questão.
É interessante notar que, neste cenário, a polícia, a violência e o sistema judicial estão interligados.
Curiosamente, o destaque desta abordagem é o silêncio, que sintetiza a falta de impacto que a morte da vítima
tem no sistema e nas pessoas envolvidas.
Os fatores não intencionais que contribuem para as mortes policiais podem ser identificados em quatro
aspectos: as normas, estruturas e instituições que perpetuam a impunidade e a legalidade; os aspectos
ideológicos e históricos da civilização no Brasil; o papel da violência na validação dos processos sociais e
subjetivos de civilização e, por fim, o inconsciente jurídico, onde o sistema judicial é sintoma de um trauma
coletivo que ultrapassa o sistema jurídico e para o qual a justiça nunca é suficiente.
Conclui-se que os processos que mantêm e promovem a letalidade do Estado estão profundamente ligados aos
processos de formação de indivíduos na sociedade brasileira.
O caráter traumático dessa violência não representada reflete-se nas estruturas de nossas instituições e nas
construções de Nossas subjetividades mais íntimas não são apenas o centro de resistência às mudanças na
política de segurança, mas também a força que garante a banalização do assassinato e do vandalismo na
sociedade brasileira. e de suas práticas de extermínio
Os psicólogos no contexto militares também recebem formação para atuar com a psicologia policial,
exercendo as avaliações profissionais, aplicação no conhecimento de direitos humanos e até trabalho clínico
para prestar apoio à saúde mental destes indivíduos. Além disso, visa também a recuperação
biopsicossocial do sujeito, com o objetivo de adequar o comportamento do militar às exigências da função.
PSI.VALDECI.MOTA.JUNIOR
CRP:RJ-05/73254

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