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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE HUMANIDADES/CURSO DE
LETRAS

Literatura e Semiótica –
cinema.
GRUPO: MAYARA STEPHANY, KESSYA STEICY, ARIELLE AIRES E
FRANCILAYNE GOMES
APRESENTAÇÃO DO
TRABALHO
 OBJETIVO GERAL DO TRABALHO
Analisar semioticamente o filme “Sociedade Dos Poetas Mortos”

● OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Relacionar a teoria de Greimas com a obra “Sociedade Dos Poetas
Mortos”;
 Analisar trechos dos poemas presentes no filme: “O captain my captain”
de Walt Whet Man e trecho do livro “A vida nos bosques” de Henry
David Thoreau;
 Relacionar o filme com a atualidade;
Ficha técnica do filme:

 Título:
Sociedade dos Poetas Mortos
 Lançamento:
28 de fevereiro de 1990
 Direção:
Peter Weir
 Gênero:
Comédia dramática
 Produção:
Touchstone Pictures
1
Resumo da obra
“Carpe diem. Aproveitem o dia, meninos. Façam de sua vida uma coisa
extraordinária”

- Sociedade dos Poetas Mortos.


Sr.Perry

Neil e seus amigos

Sr.Nolan

John Keating
5
“Medicina, direito,
administração,
engenharia são
atividades nobres e
necessárias a vida. Mas a
poesia, beleza, romance,
amor... São as coisas
pelas quais vale a pena
viver”.
— Sociedade dos poetas
mortos.
2
Leitura e análise de obras
presentes no filme
“Oh captain my captain”, de Walden White
“Ás virgens, para que aproveitem o tempo”, de Robert Herrick
“A vida nos bosques”, de Henry David Thoreau
“OH CAPTAIN! MY
● O poema “Oh Captain! My Captain”, de Walt Whitman
CAPTAIN”
foi publicado em 1865.

● De tom extremamente metafórico tem


como intenção ser uma elegia, memorizando Abraham
Lincoln, décimo sexto presidente
dos EUA.
“OH CAPTAIN! MY
● Metáforas usadas no poema:
CAPTAIN”
 Capitão
 Navio
 Temível Jornada
 “O sangue mancha o navio, no
convés, meu Capitão vai caído,
morto e frio”.
“OH CAPTAIN! MY Ó Capitão! meu Capitão!
CAPTAIN”
Ó Capitão! meu Capitão! Finda é a temível jornada,
Vencida cada tormenta, a busca foi laureada.
O porto é ali, os sinos ouvi, exulta o povo inteiro,

Com o olhar na quilha estanque do vaso ousado e austero.


Mas ó coração, coração!
O sangue mancha o navio,
No convés, meu Capitão
Vai caído, morto e frio.
“OH CAPTAIN! MY
Ó Capitão! meu Capitão! Ergue-te ao dobre dos sinos;
CAPTAIN”
Por ti se agita o pendão e os clarins tocam teus hinos.
Por ti buquês, guirlandas... Multidões as praias lotam,
Teu nome é o que elas clamam; para ti os olhos voltam.
Capitão, querido pai,
Dormes no braço macio...
É meu sonho que ao convés
Vais caído, morto e frio.
“OH CAPTAIN! MY
Ah! meu Capitão não fala, foi do lábio o sopro expulso,
CAPTAIN”
Meu calor meu pai não sente, já não tem vontade ou pulso.
Da nau ancorada e ilesa, a jornada é concluída.
E lá vem ela em triunfo da viagem antes temida.
Povo, exulta! Sino, dobra!
Mas meu passo é tão sombrio...
No convés meu Capitão
Vai caído, morto e frio.
WHITMAN, Walt. Ó capitão! meu capitão. Tradução de Luciano Alves Meira. In: __________. Folhas de relva. Texto integral. Tradução e introdução de Luciano Alves
Meira. 2. ed. São Paulo (SP): Martin Claret, 2012. p. 334-335. (Série Ouro: Coleção A Obra-Prima de Cada Autor, n. 42)
Ás virgens, para que aproveitem o tempo

● O poema “Às virgens, para que aproveitem o tempo”, de


Robert Herrick foi publicado pela primeira vez em 1648.

● Originado da “Ode 1,11”, de Horácio.


● O primeiro poema a aparecer no filme
com a filosofia do Carpe diem.
Ás virgens, para que aproveitem o tempo

Ode 1.11
Não procures, Leucónoe — ímpio será sabê-lo —,
que fim a nós os dois os deuses destinaram;
não consultes sequer os números babilónicos:
melhor é aceitar! E venha o que vier!
Quer Júpiter te dê inda muitos Invernos,
quer seja o derradeiro este que ora desfaz
nos rochedos hostis ondas do mar Tirreno,
vive com sensatez destilando o teu vinho
e, como a vida é breve, encurta a longa esp’rança.
De inveja o tempo voa enquanto nós falamos:
trata pois de colher o dia, o dia de hoje,
que nunca o de amanhã merece confiança.
– Horácio (Quintus Horatius Flaccus, 65 a.C.- 8 a.C.) “Ode 1.11 | Ode a Leucónoe”. [tradução David Mourão-ferreira]. in: Vozes da Poesia Europeia I, Revista Colóquio
Letras, nº 163, 2003.
Ás virgens, para que aproveitem o tempo

208. Ás virgens, para que aproveitem A melhor idade é a primeira,


o tempo Repleta de viço.
Colha rosas enquanto pode! Na que se segue o que nos beira
A idade não tarda. É apenas suplício.
Esta rosa que agora eclode,
A morte a aguarda. Então não se acanhe. Usufrua
Sua mocidade.
O sol, régio lume divino, Perdida, não será mais sua
Pro auge se encaminha. Se ela só se evade.
– Robert Herrick. [tradução Matheus ‘Mavericco’ – Matheus de Souza
Mas logo o curso chegue ao fim, o Almeida].

Sol então definha.


A VIDA NOS BOSQUES
● Walden ou A Vida nos Bosques é uma autobiografia
do escritor transcendentalista Henry David Thoreau,
publicado em 1854.
● Um livro que transpõe o limite do próprio eu.
● Um abismo entre o que precisa pra ser feliz e o que a gente acha que
precisa.
“Fui para os bosques viver de livre vontade, para sugar todo o
tutano da vida, para aniquilar tudo o que não era vida, e para,
quando morrer, não descobrir que não vivi!”
Henry David Thoreau. Versão do filme “Sociedade dos Poetas Mortos”.
3
Análise semiótica
Percurso gerativo de sentido

Nível discursivo

Nível narrativo

Nível fundamental Algirdas Julien Greimas


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Nível fundamental

● “ (...) abriga as categorias semânticas que estão na base


da construção de um texto. (...) Uma categoria
semântica fundamenta-se numa diferença, numa
oposição”. (FIORIN, p. 21).

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Academia Welton

21
Academia Welton
● Escola elitista dos Estados Unidos,
em 1960.
● Valores: Honra, Tradição,
Disciplina e Mérito.
● Oferecia uma educação clássica,
ortodoxa, presa a dogmas
umutáveis.

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Nível narrativo

● “Uma narrativa complexa estrutura-se numa sequência


canônica, que compreende quatro fases: a manipulação,
a competência, a performance e a sanção”. (FIORIN, p.
29).

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Neil Perry
● Transformação observada na
personagem: estado inicial e estado
final.

24
Competência
● “Na fase da competência, o sujeito que vai realizar a
transformação central da narrativa é dotado de um
saber e/ou poder fazer.” (FIORIN, p.30)

25
26
Manipulação
● “Na fase da manipulação, um sujeito age sobre o
outro para levá-lo a um querer e/ou dever fazer
alguma coisa.” (FIORIN, p.29)

27
John Keating
● O professor manipula Neil Perry e
os demais alunos, fazendo uso da
sedução para conseguir o que
deseja.

28
Sr. Perry
● O pai manipula Neil Perry, fazendo
uso da intimidação para conseguir
o que deseja.

29
Performance
● “A manipulação supõe uma espécie de contrato entre as
funções sintáxicas de destinador-manipulador e
destinatário-manipulado. Empregamos essas noções
sempre que houver uma situação de comunicação
persuasiva envolvendo dois sujeitos, mesmo que ao final
do processo, a relação contratual não se consolide” (TATIT,
p. 191).

30
“Eu vou atuar! Sim! Vou
ser ator, sempre quis
experimentar (...) pela
primeira vez na vida sei o
que quero fazer. E vou
fazer, quer meu pai queira,
quer não”.
— Sociedade dos poetas mortos.
Neil Perry, um dos personagens principais, no papel de Puck em “Sonho de
Uma Noite de Verão” de William Shakespeare .
Sanção
● “Nela ocorre a constatação de que a performance se
realizou e, por conseguinte, o reconhecimento do sujeito
que operou a transformação. Eventualmente, nessa fase,
distribuem-se prêmios e castigos. [...] É nessa fase da
sanção que ocorrem as descobertas e as revelações”.
(FIORON, 2005, 31)

33
Sanção
● A personagem Neil consegue realizar a performance.
● Carpe diem.
● Os alunos entendem os ensinamentos do professor John
Keating e os aplicam.

34
Sanção
Neil Perry

Competência

Sanção

35
Sanção
Os alunos

Competência Sanção

36
4
Relação do filme com a
atualidade.
• Escola tradicional;

• Transgressão da arte;

• Pensamento autônomo;

• Escola sem partido.


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“ Não importa o que falarem para vocês, palavras e ideias podem mudar
o mundo. Tenho um segredo para vocês. Aproximem-se. Nós não lemos e
escrevemos poesia porque é bonitinho. Nós lemos e escrevemos poesia
porque pertencemos a raça humana. E a raça humana está impregnada de
paixão. Medicina, direito, administração e engenharia são atividades
nobres necessárias à vida. Mas poesia, beleza, romance e amor são as
coisas pelas quais vivemos. Citando Whitman: “Oh eu, oh vida das
perguntas sempre iguais, das infindáveis gerações de infiéis, das cidades
cheias de tolos, o que há de bom no meio disso. Oh eu, oh vida? Resposta:
Que você está aqui. Que a vida existe. E a identidade que a poderosa peça
continua e você pode contribuir com um verso.” Qual será o seu verso?

— Sociedade dos Poetas Mortos

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REFERÊNCIAS:

CÓRDULA, Eduardo Beltrão de Lucena. O rigor da educação tradicional: a Sociedade dos Poetas Mortos. Disponível em:
<http://www.educacaopublica.rj.gov.br/cultura/cinema_teatro/0082.html>. Acesso em: 22 abr. 2019.

FIORIN, José Luiz. Percurso gerativo de sentido. In: FIORIN, José Luiz. Elementos de análise do discurso. 13. ed. São Paulo: Contexto, 2005. p. 13-52.

FUKS, Rebeca. Filme Sociedade dos Poetas Mortos. Disponível em: <https://www.culturagenial.com/filme-sociedade-dos-poetas-mortos/>. Acesso em: 22 abr.
2019.

TATIT, Luiz. Abordagem do texto. (p. 187-209).

SOCIEDADE dos Poetas Mortos. Direção de Peter Weir. Estados Unidos da América: Touchstone Pictures, 1989. P&B.

REVISTA PROSA VERSO E ARTE. ‘Carpe Diem’ e o filme ‘Sociedade dos poetas mortos’, de Peter Weir. Disponível em:
<https://www.revistaprosaversoearte.com/carpe-diem-e-o-filme-sociedade-dos-poetas-mortos-de-peter-weir/> Acesso em: 28 de abr.2019.

LÚCIA, Carmem. Intertextualidades: Walt Whitman, Abraham Lincoln, Thoreau e A sociedade dos poetas mortos. Disponível em:
<http://oquevidomundo.com/intertextualidades-walt-whitman-abraham-lincoln-thoreau-e-a-sociedade-dos-poetas-mortos/>. Acesso em 28 abr.2019.

STORYBOARDTHAT. Ó Capitão! Meu capitão! Por Walt Whitma - Planos de Aula de Bridget Baudinet. Disponível em:
<https://www.storyboardthat.com/pt/lesson-plans/%C3%B3-capit%C3%A3o-meu-capit%C3%A3o-por-walt-Whitman>. Aceso em: 28. abri. 2019.

THOREAU, Henry David. Walden, ou, A vida nos bosques. 7ª ed. São Paulo: Ground, 2007. p. 39.

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😉 OBRIGADA!

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