Disciplina: Psicologia Analítica e Práticas Integrativas Complementares logattim@gmail.com O que são práticas integrativas? As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são recursos terapêuticos que buscam a prevenção de doenças e a recuperação da saúde, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. As práticas foram institucionalizadas por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC). São elas: Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura, Medicina Antroposófica, Homeopatia, Plantas Medicinais e Fitoterapia, Termalismo Social/Crenoterapia, Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular, Meditação, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa, Yoga, Apiterapia, Aromaterapia, Bioenergética, Constelação familiar, Cromoterapia, Geoterapia, Hipnoterapia, Imposição de mãos, Ozonioterapia e Terapia de Florais. As indicações são embasados no indivíduo como um todo, considerando-o em seus vários aspectos: físico, psíquico, emocional e social. O que é Psicologia Analítica?
A Psicologia Analítica, também conhecida como psicologia junguiana ou
psicologia complexa, é uma linha teórica e prática da Psicologia iniciada por Carl Gustav Jung. Todas as Práticas Integrativas e Complementares são fundamentadas teoricamente na Psicologia Analítica? Não! As teorias de Freud e Jung trouxeram as bases para o desenvolvimento inicial para a junção do trabalho da arte e da psicoterapia . De acordo com uma abordagem freudiana, as imagens criadas na arte poderiam ser uma via privilegiada de acesso ao inconsciente, já que elas escapariam com maior facilidade da censura. Devemos aqui pensar no conceito de SUBLIMAÇÃO. Mas Freud não chegou a usar a arte como parte do processo terapêutico. Jung começou a usar a linguagem artística associado à psicoterapia, ele considerava a criatividade artística uma função psíquica natural e estruturante, cuja capacidade de cura estava em dar forma e transformar conteúdos inconscientes em imagens simbólicas, sendo assim, o homem poderia organizar seu caos interno utilizando-se da arte. No Brasil, Nise da Silveira (1905-1999) faz um importante trabalho neste sentido, criando o Museu do Inconsciente. Quem foi Jung? Carl Gustav Jung nasceu em 26 de Julho de 1875, em Kesswil, uma vila em Lake Constance, na Suíça. Família de Jung tinha características peculiares, ele tinha muitos tios tanto do lado materno quanto do lado paterno. Muitos eram pastores, outros eram ligados ao espiritismo e ao misticismo. Seu avô materno inclusive conversava com mortos. Existia um boato de que o avô de Jung fosse filho de Goethe, uma das mais importantes figuras da literatura alemã. Jung reconhecia em sua mãe duas disposições separadas. Por um lado ela era realista, prática e afetiva, mas, por outro lado era instável, mística, clarividente, arcaica e implacável. Ele denominou este segundo lado de personalidade dois ou personalidade noturna. Reconhece em si dois aspectos separados do seu próprio self, os quais ele denominou personalidades números 1 e 2. Sua personalidade número 1 era extrovertida e em consonância . Tinha um interesse ativo em alquimia, arqueologia, gnosticismo, filosofias orientais, história, religião, mitologia e etnologia. A formação e vida profissional de Jung: Sua primeira opção era arqueologia, mas também era interessado por filologia, história, filosofia e ciências naturais. Apesar de sua origem aristocrática, Jung possuía recursos financeiros limitado e por isso acabou optando por Ciências Naturais e depois por medicina pois poderia frequentar a Universidade de Basileia, próximo de sua casa. Após completar sua formação médica, se tornou psiquiatra assistente de Eugene Bleger no Hospital Psiquiátrico de Burgöltzli em Zurique, possivelmente o mais prestigiado hospital-escola psiquiátrico do mundo. Depois de ler pela segunda vez “A interpretação dos Sonhos” de Freud, teve um maior entendimento das ideias de Freud e foi movido a começar a interpretar os próprios sonhos. Em 1906, Jung e Freud deram início a uma correspondência constante. Freud escolhe Jung para ser o primeiro presidente da Associação Psicanalítica Internacional, já que considerava Jung muito inteligente, além deste não ser judeu. Freud tinha medo que a Psicanálise fosse reconhecida como ciência de judeu. O Rompimento. Em 1909, ambos são convidados para uma série de conferências nos Estados Unidos juntos com Sándor Ferenczi. Durante essa viagem de sete semanas e enquanto estavam em contato diário, uma tensão subjacente entre Jung e Freud começou a se desenvolver lentamente. Começaram a interpretar os sonhos um do outro, o que não ajudou a diminuir essa tensão. Jung depois afirma que Freud não conseguiu interpretar os sonhos dele, em especial um que parecia conter um material rico de seu inconsciente coletivo. Alguns historiadores dizem que Jung nutria uma paixão por Freud, outros dizem que foi uma disputa teórica. Jung não concordava com o peso que Freud dava a sexualidade em sua teoria. As diferenças pessoais e teóricas se tornaram mais intensas, ao mesmo tempo que a amizade esfriava. Em 1913, eles interrompem sua correspondência pessoal, Jung larga a presidência da Associação Psicanalítica Internacional. Os anos seguintes ao rompimento foram preenchidos com solidão e autoanálise para Jung, de 1913 a 1917 ele “mergulhou” nos subterrâneos de sua psique inconsciente. Anotou seus sonhos, fez desenhos deles, se deparou com conteúdos inconscientes. Autobiografia póstuma: “Memórias, Sonhos e Reflexões”. Níveis da Psique: O Consciente. As imagens conscientes são aquelas percebidas pelo ego, enquanto os elementos inconscientes não possuem relação com o ego. Ego não é o centro da personalidade, mas o centro da consciência. O ego não é toda personalidade mas precisa ser completado pelo self mais abrangente, desta forma o centro da personalidade é em grande parte inconsciente. Em uma pessoa psiquicamente saudável, o ego assume uma posição secundária ao self inconsciente. Os indivíduos saudáveis estão em contato com seu mundo consciente, porém também se permitem experimentar seu self inconsciente e assim obtém a individuação (processo de se tornar um indivíduo completo, também conhecido como autorrealização. O inconsciente Pessoal Abrange todas as experiências reprimidas, esquecidas ou subliminarmente percebidas de um indivíduo. É formado por experiências individuais, sendo único para cada um. Os conteúdos do inconsciente pessoal são denominados COMPLEXOS. COMPLEXO= Um conglomerado de ideias associadas carregadas de emoção. Exemplo: Complexo Materno, está relacionado com as experiências de uma pessoa com a mãe, mas não provém somente da relação pessoal com a mãe mas com as experiências da espécie inteira com a mãe. Desta forma, o complexo materno é formado em parte por uma imagem consciente que a pessoa tem da mãe e se originar do inconsciente pessoal e coletivo. O inconsciente Coletivo. Conceito mais controverso e característico de Jung. Possui raízes no passado ancestral de toda a espécie, e são herdados e transmitidos de uma geração para a seguinte como POTENCIAL PSÍQUICO. As experiências dos ancestrais distantes com conceitos universais como Deus, mãe, água, terra foram transmitidos ao longo das gerações. Os conteúdos do inconsciente coletivo são mais ou menos iguais para todas as culturas. São conteúdos ativos e influenciam os pensamentos, emoções e ações das pessoas. Arquétipos são imagens antigas ou arcaicas que derivam do inconsciente coletivo. Não são ideias herdadas mas tendências inatas dos humanos a reagir de uma maneira particular sempre que suas experiências estimulam uma tendência de resposta herdada biologicamente. Exemplo: uma jovem mãe tende a reagir com amor e ternura com o seu bebê, mas isto é um potencial inato que requer uma experiência individual antes que ele seja ativado. Fim! Obrigada pela atenção!