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Tutorial Tipos de Famílias, Genogramas, Estrutura Familiar e Adaptação

Problema e funcionamento familiar. Família funcional, família moderadamente


disfuncional, família disfuncional, a ética nas visitas domiciliares e nas atividades
comunitárias, domicílio e família, tipos de famílias, genograma, enfoque estrutural,
enfoque estratégico, teoria da comunicação, a mensagem, estrutura familiar,
adaptação ao ciclo vital, alianças e coalizões, padrões de repetição, equilíbrio e
desequilíbrio, significados...

DINÂMICA E FUNCIONAMENTO FAMILIAR

FAMÍLIA PROBLEMA/ FUNCIONAMENTO FAMILIAR

Família é a que não satisfaz suas necessidades fundamentais em qualquer nível,


rompendo o equilíbrio e repercutindo na maioria dos membros da mesma.

Para sua definição, são utilizadas técnicas, sendo uma das mais simples a que
sugerimos a seguir:

Família Funcional: Não existem conflitos nem crises na dinâmica familiar, todos
os membros trabalham ou estudam, existe harmonia com os vizinhos, boas
condições de moradia, higiene pessoal e coletiva, os doentes são devidamente
atendidos e têm bons ganhos econômicos;

Família Moderadamente Disfuncional: Não existe harmonia familiar por


doenças, divórcio, novo membro na família, algum membro desocupado ou não
quer trabalhar, problemas com a justiça, higiene pessoal e coletiva inadequada,
condições de moradia inadequada, aglomeração, recurso econômicos não
suficientes;

Família Disfuncional: Existem crises e sobrecarga por doenças, morte de um


membro, conflitos e brigas entre pis e filhos ou entre estes, más relações com
vizinhos, problemas com membros alcoólatras, tentativa de suicídio,
comportamento anti-social, higiene coletiva muito pobre, más condições de
moradia, baixos recursos monetários.

A ÉTICA NAS VISITAS DOMICILIARES E NAS ATIVIDADES COMUNITÁRIAS

1. DOMICÍLIO E FAMÍLIA

• A família é um sistema ou unidade.

• Seus membros podem ou não estar relacionados e viver ou não juntos.

• A unidade pode ou não conter crianças.

• Existe um compromisso e vínculo objetivo entre os membros da unidade que


abrangem obrigações futuras.

• As funções de responsabilidade da família consistem em proteção, nutrição e


socialização de seus membros.

O conceito de domicílio, embora pareça mais concreto, também merece


considerações num país de tantos excluídos como é o Brasil.
Domicílio ou Residência é o lugar que o indivíduo escolhe e demarca como seu
território.

Um domicílio é qualquer local delimitado por uma família para lhe servir de
moradia.

2. TIPOS DE FAMÍLIAS

Família Nuclear - Dona-de-casa, marido ou companheiro e filhos do casal ou de


um deles.

Família Uniparental - Dona-de-casa ou dono-de-casa e filhos.

Família Alargada — Dona-de-casa e/ou marido, companheiro, filhos, parentes e


amigos (agregados).

Sem Família - Pessoas que moram sozinhas.

Genograma

Segundo o Dicionário de Terapias Familiares de Jacques Miermont e col., o


genograma é um mapa que oferece uma imagem gráfica da estrutura familiar ao
longo de várias gerações, esquematiza as grandes etapas do ciclo da vida familiar,
além dos movimentos emocionais a eles associados.

Sua representação icônica standard foi estabelecida por Murray Bowen e


compreende:

1. Nomes e idades de iodos os membros da família;

2. Datas exalas de nascimentos, casamentos, separações, divórcios, mortes e


outros;

3. Indicações datadas das atividades, ocupações, lugares de residência, doenças,


mudanças no desenvolvimento vital, inscritas no próprio genograma;

4. Informações sobre, no máximo, três gerações.

A chave dos principais símbolos utilizados por Murray Bowen permite, aos membros
da família, modificar e precisar a percepção que eles têm do seu sistema familiar,
bem como das suas posições nos mesmos.

O Enfoque Estrutural

Minuchin, então, elaborou três princípios sobre os quais baseia sua concepção de
terapia familiar:

1. "A vida psíquica de um indivíduo não é exclusivamente um processo interno; o


indivíduo que vive numa família é membro de um sistema social ao qual deve
adaptar-se.

Suas ações são governadas pelas características do sistema e estas características


incluem os efeitos de suas próprias ações passadas.

O indivíduo responde aos estresses com outras partes do sistema, às quais se


adapta e pode contribuir significativamente para estressar outros membros do
sistema.
O indivíduo pode ser encarado como um subsistema ou como parte do sistema,
mas o todo deve ser levado em conta.

2. As mudanças numa estrutura familiar contribuem para mudanças no


comportamento e processos psíquicos internos dos membros do sistema.

3. Quando um terapeuta trabalha com um paciente ou com uma família, seu


comportamento se torna parte do contexto.

O terapeuta e a família associam-se para formar um sistema terapêutico novo, e


esse sistema, então, passa a governar o comportamento de seus membros"
(Minuchin).

Esta modalidade terapêutica enfatiza a qualidade das fronteiras que delimitam a


família e seus subsistemas. A qualidade das fronteiras é determinada pelo padrão
de interação entre seus membros.

Isto é, uma seqüência de comportamentos padronizados, de caráter repetitivo,


governados por regras que definem quem participa em cada subsistema e de que
maneira se dá essa participação.

O sistema familiar está organizado em torno do apoio, regulamentação, proteção e


socialização de seus membros; conseqüentemente o terapeuta se une à família,
não para educá-la, ou socializá-la, mas para restaurar ou modificar o
funcionamento da mesma a fim de que possa desempenhar melhor essa tarefa.

O Enfoque Estratégico Breve

Essa abordagem, formulada por Watziawick e seus colegas do Mental Research


Institute de Paio Alto, fundamenta-se na premissa de que vários tipos de problemas
trazidos pelo paciente ao terapeuta só persistem se forem mantidos pelo
comportamento atual das pessoas que interagem com o paciente e seus problemas.

Se a cadeia de interações que mantém o problema foi eliminada, o problema


desaparecerá, qualquer que seja sua natureza ou etiologia.

Esse Grupo apresenta alguns princípios gerais que fundamentam o corpo teórico e
prático desta abordagern terapêutica:

• Os problemas são vistos como dificuldade de interação;

• Os problemas são vistos como resultado de dificuldades quotidianas não


resolvidas, portanto, resultando em sintomas;

• As transições de vida e o ciclo de vida familiar requerem grandes mudanças nos


relacionamentos;

• Os problemas desenvolvem-se através da superênfase ou subênfase nas


dificuldades de viver;

• A continuação de um problema c resultante de um circuito de feedback positivo


centrado nos comportamentos dos indivíduos que pretendem resolver a dificuldade;

• Os problemas de longa duração não são indicadores de cronicidade, mas de


persistência de uma dificuldade mal enfrentada;
• As resoluções do problema rec[uerem primeiramente a substituição de padrões
cie comportamento;

• Promover mudanças através de meio que funcionem mesmo que possam parecer
ilógicos;

• Pensar pequeno, ou seja, focalizar o sistema apresentado pelo paciente e


trabalhar em busca de alívio do mesmo;

Teoria da Comunicação

Ao se considerar o ser humano enquanto aprendente e ensinante, ir-se-á encontrá-


lo em constantes manifestações em seu meio, que podem ser observáveis e que
têm como veículo a comunicação.

Comunicação é um termo importante em Ciências Humanas. São comuns as


referências à patologia da comunicação, da interação, da relação.

Segundo esse ponto de vista, toda a ação psicopedagógica será uma ação sobre e
através da comunicação.

Quem trabalha com os aspectos relacionais não ignora as operações intrapsíquicas,


mas acentua a importância do contexto interpessoal, considerando o homem como
um ser ativo e reativo, inseparável da estrutura social na qual está inserido.

A mensagem é a unidade comunicacional isolada, enquanto que a interação é uma


série de mensagens que as pessoas trocam entre si.

Durante a interação, as pessoas costumam comunicar atitudes e também dar


informações, explícitas ou não, sobre seus sentimentos e pensamentos.

Todo comportamento numa situação interacional tem valor de mensagem, isto é, é


comunicação, segue-se que, por muito que o indivíduo se esforce, é-lhe impossível
não comunicar.

Atividade ou inatividade, palavras ou silêncio, tudo possui um valor de mensagem;


influenciam outros, e estes outros, por sua vez, não podem não responder a essas
comunicações e, portanto, também estão comunicando,

Toda a comunicação tem um conteúdo e uma relação, então os dois modos de


comunicação não só existem lado a lado, mas também complementam-se em todas
as mensagens.

Quando se atende uma família,, faz-se mister uma avaliação de alguns tópicos
importantes para que possamos observar o processo de um plano mais amplo.

Começamos por Identificar:

* Estrutura Familiar, isto é, qual a composição da família, organização fraterna (a


ordem, o sexo, as idades), quais as pessoas significativas para o grupo, que
convivem ou não na mesma casa;

• Adaptação ao Ciclo Vital, isto é, quais os eventos relacionados ã evolução natural


do grupo, como a família reage a eles, como cada membro enfrenta essas
mudanças, eventos externos e internos ao grupo que tem alguma significação;
* Alianças e Coalizões existentes no grupo, quem é leal a quem, quem se une com
quem, contra quem;

• Padrões de Repetição que determinam a formação e/ou rompimento de vínculos


afetivos, influenciando sobremaneira no funcionamento e na hierarquia familiar;

• Equilíbrio e Desequilíbrio considerando-se seu funcionamento regular, ou seja,


quais as expectativas para cada um de seus membros, papéis, estilo de
funcionamento, padrões de comunicação e temas recorrentes, que pertencem ao
imaginário do grupo; como manejam os segredos, o que é visto como permitido
para o crescimento e a diferenciação;

• Significado que a família confere aos mitos, que geram mandatos relativos ao
saber. Ao analisarmos a família como um todo, estaremos valorizando o aspecto de
globalidade do sistema, que difere da somatória das partes (Teoria Geral dos
Sistemas) e o aspecto de reciprocidade, onde cada membro influencia e é
influenciado pelo comportamento dos outros.

Desta forma, poderemos nos aproximar daquelas questões familiares que


interferem de maneira contundente no desenvolvimento da pessoas.

Cada grupo familiar introduz expectativas e valores sobre como o filho deve ser,
como deve se comportar e passa, mesmo sem o saber, os sonhos sobre a vida
profissional futura da criança.

Desde seu nascimento, começam as profecias (adio que ele será um grande
economista, como o avô), os mandatos (somos uma família de advogados), as
comparações (ele deve se esforçar para tirar notas boas como o irmão), as
lealdades (meus pais são analfabetos, adio que também não preciso estudar muito)
os segredos (sempre achei melhor não lhe falar nada sobre a adoção).

Todas estas situações marcam profundamente o desenvolvimento futuro da


criança, impondo-lhe tarefas que estão cm desarmonia com suas capacidades,
aptidões ou mesmo desejos.

Sistemas familiares mais flexíveis proporcionam a seus membros o sentimento de


pertencimento, considerando as necessidades e características individuais.

Logo, poderemos supor que essa família terá maiores possibilidades de


desenvolvimento.

http://www.tutorzone.com.br/index.php?ind=reviews&op=entry_view&iden=2244

em 17-04-11, as 17:03h

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