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atividade potencialmente poluidora ou degradadora do meio ambiente e possui como uma de suas
mais expressivas características a participação social na tomada de decisão, por meio da realização de
Audiências Públicas como parte do processo.
Essa obrigação é compartilhada pelos Órgãos Estaduais de Meio Ambiente e pelo Ibama, como partes
integrantes do SISNAMA (Sistema Nacional de Meio Ambiente). O Ibama atua, principalmente, no
licenciamento de grandes projetos de infra-estrutura que envolvam impactos em mais de um estado e
nas atividades do setor de petróleo e gás na plataforma continental.
As principais diretrizes para a execução do licenciamento ambiental estão expressas na Lei 6.938/81 e
nas Resoluções CONAMA nº 001/86 e nº 237/97. Além dessas, o Ministério do Meio Ambiente emitiu
recentemente o Parecer nº 312, que discorre sobre a competência estadual e federal para o
licenciamento, tendo como fundamento a abrangência do impacto.
Processo de Licenciamento
• Licença Prévia (LP) - Deve ser solicitada ao IBAMA na fase de planejamento da implantação,
alteração ou ampliação do empreendimento. Essa licença não autoriza a instalação do projeto,
e sim aprova a viabilidade ambiental do projeto e autoriza sua localização e concepção
tecnológica. Além disso, estabelece as condições a serem consideradas no desenvolvimento
do projeto executivo.
• Licença de Instalação (LI) - Autoriza o início da obra ou instalação do empreendimento. O
prazo de validade dessa licença é estabelecido pelo cronograma de instalação do projeto ou
atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos. Empreendimentos que impliquem
desmatamento depende, também, de "Autorização de Supressão de Vegetação".
• Licença de Operação (LO) - Deve ser solicitada antes de o empreendimento entrar em
operação, pois é essa licença que autoriza o início do funcionamento da
obra/empreendimento. Sua concessão está condicionada à vistoria a fim de verificar se todas
as exigências e detalhes técnicos descritos no projeto aprovado foram desenvolvidos e
atendidos ao longo de sua instalação e se estão de acordo com o previsto nas LP e LI. O prazo
de validade é estabelecido, não podendo ser inferior a 4 (quatro) anos e superior a 10 (dez)
anos.
Para subsidiar a etapa de LI o empreendedor elabora o Plano Básico Ambiental e se a obra implicar
em desmatamento é também elaborado o Inventário Florestal, para apoiar a decisão sobre o
deferimento da Autorização de Supressão de Vegetação.
Procedimento on line
Para acessar os Serviços On-line o interessado deve estar inscrito no Cadastro Técnico Federal - CTF.
Dessa forma, antes de solicitar a abertura de processo, é necessário que o interessado encontre-se
devidamente registrado e regularizado perante o CTF. Caso não possua registro existente, o
interessado deverá cadastrar-se no CTF - Pessoa Jurídica. Concluído o cadastramento, o sistema
fornecerá a senha a ser utilizada para acessar os recursos disponibilizados na área interna dos
Serviços On-line, tais como: abertura de processos e solicitação de licenças ambientais entre outros.
É imprescindível ler atentamente o Manual do Sistema do CTF, no site do IBAMA - "Serviços on line" -
"Manual do Sistema".
FAP é o formulário on-line utilizado para solicitar à Diretoria de Licenciamento Ambiental abertura de
um processo administrativo junto ao Ibama. Este formulário contém a caracterização prévia da
atividade a ser licenciada e seu preenchimento é obrigatório a todos interessados em realizar
atividades que necessitem de licença ambiental.
http://www.ibama.gov.br/licenciamento/
1.Introdução
O Direito Ambiental Brasileiro é ramo ainda incipiente do nosso Ordenamento Jurídico, desta
feita, aparece-nos ainda turva a visão da forma em que deve proceder a Empresa Privada
para encontrar guarida para todos os seus pleitos respeitantes à Legislação Ambiental.
Dentre as diversas normas a serem respeitadas, aparece-nos como base, até para a
instalação da própria empresa, a necessidade de licenciamento ambiental, e neste momento,
normalmente, aparecem as dúvidas: quem é competente para expedir a licença ambiental?
Quais os cadastros que se terá de fazer parte? Quais licenças deverão ser retiradas?
O artigo em comento tem por bojo minorar estas dúvidas, demonstrando de forma sucinta e
direta a resolução dos questionamentos levantados, servindo de esteio para um
aproveitamento mais racional da legislação vigente.
O conceito de autorização tem por base um ato administrativo discricionário, donde, avaliando
os benefícios e malefícios do ato intentado, poderá ou não o administrador estatal conceder o
efeito perseguido, podendo também a autoridade, após a concessão, suspender ou extinguir a
dita autorização assim que pareça conveniente, nas palavras do Brilhante Mestre José
Cretella Júnior, esse conceito assim seria exposto: "Autorização é ato administrativo
discricionárioe precário mediante o qual a autoridade competente faculta ao administrado, em
casos concretos, o exercício ou a aquisição de um direito, em outras circunstâncias, sem tal
pronunciamento, proibido"(1).
No que toca ao conceito do licenciamento, ter-se-ia ato administrativo vinculado aos termos
específicos da Lei, donde, se existentes todos os pré-requisitos exigidos, torna-se obrigatória
a concessão da mesma pela autoridade, perfaz direito da parte se encontrados os requisitos
autorizadores. A suspensão ou extinção da dita licença depende de descumprimento de
requisito autorizador da mesma e não só do bel-prazer do administrador.
Em relação ao assunto (licença), assim se pronuncia o Ilustre José Afonso da Silva: "se o
titular do direito a ser exercido comprova o cumprimento dos requisitos para seu efetivo
exercício, não pode ser recusada, porque do preenchimento dos requisitos nasce o direito à
licença"(2).
Pois bem, partindo disso, notamos de plano que o uso do termo "licenciamento", tanto na
legislação quanto na doutrina ambiental pátria, não é usado em sua acepção técnica, temos o
uso indiscriminado de uma e outra, diríamos mais, a intervenção pública em matéria ambiental
sempre teve por base a prevenção, e tal intuito é diretamente aplicado à autorização, como
demonstra o brilhante Mestrado de R. Villata: "o escopo de prevenção sempre foi entendido
da categoria de autorização"(3).
Alguns autores, contudo, atribuem realmente a natureza jurídica de licença ao que chamamos
de autorização ambiental, dizem estes autores tratar-se de um tipo especial de licença.
Em seu brilhante Mestrado, o Insigne Jurista Édis Milaré esposa a tese da correção no termo
"licença" no caso ambiental, e responde a questão da discricionariedade dessa forma:
Após o embate travado quanto à natureza jurídica da Licença Ambiental, afigura-se novo
desafio, ou seja, a definição desse instituto.
Sabemos que as definições são normalmente falhas, nunca conseguem abranger toda a
universalidade do objeto, é o que o Mestre Max Weber outrora definiu como "tipo ideal",
principalmente ocorrendo esse fenômeno no campo do Direito, onde quanto mais trabalhados
os conceitos mais fluídos se tornam.
Pois bem. Para definirmos a Licença Ambiental, partiremos da própria norma, ou melhor
dizendo, da Resolução CONAMA 237/97 em seu art. 1.º, I, logo, temos tal licença como o
"procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização,
instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais, consideradas efetiva e potencialmente poluidoras ou daqueles que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e
regulamentares e as norma aplicáveis ao caso".
Consoante nosso texto constitucional, o exercício das atividades econômicas em nosso país é
livre, logo a intervenção do Poder Público tem que ser embasada por lei que determine sua
atuação, não podendo, pois, simplesmente cercear a atividade privada sem demonstrar norma
que dê guarida a sua intenção.
Assim, bem demonstra o Ilustre autor Paulo Affonso Leme Machado: "A intervenção do
Poder Público não se rege pelo sistema da presunção. A autorização, a
licença, a permissão e a aprovação prévia só podem existir se previstas
em lei. A constituição, ao dizer "salvo nos casos previstos em lei",
obriga à utilização da lei no seu sentido estrito. "Previsão em Lei" e
"na forma da lei" têm acepções diferentes. A primeira deve ser entendida
conforme sua dimensão estrita e a segunda merece ser interpretada
consoante seu sentido lato.
Razoável, portanto, concluir-se que as licenças, autorizações, aprovações
prévias e permissões só possam ser criadas por lei ou a lei deverá prever
a sua instituição por outro meio infralegal"(6).
O IBAMA mantém cadastros obrigatórios na área ambiental, são eles: a licença para uso da
configuração de veículos ou de motor (Lei 8723/93); a autorização de entrada no país de
qualquer produto que contenha OMG- Organismos Geneticamente modificados, ou dele seja
derivado (Lei 8974/95); a autorização para funcionamento de empresas que desenvolvam
atividades ligadas a OGM (Lei 89745/95); registro de produtos contendo OGM (Lei 8974/95);
registro de agrotóxicos e seus componentes (Lei 7802/89).
Essas licenças e autorizações, contudo, não são privativas desta entidade ou de qualquer
entidade federal, por seu turno, também podem os Estados instituir esse tipo de cadastro.
No que toca, strictu sensu, a nossa Licença Ambiental, temos uma atividade supletiva do
órgão federal em relação ao estadual (art. 10, caputda Lei 6938/81), essa atuação, todavia,
não tem seus contornos bem definidos, podendo, o dito órgão federal, agir quando o órgão
estadual for inepto ou se permanecer inerte ou omisso.
Entretanto, com a alteração ocorrida com a Lei 7804/89, que acrescentou um § 4.º ao art. 10
da Lei 6938/81, tornou-se competência do órgão federal o Licenciamento Ambiental no caso
de obras com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional e regional.
Isso não significa dizer que Estados perderam autonomia na área ambiental, nas palavras do
Mestre Paulo Affonso Leme Machado:"A modificação feita pela Lei 7804/89
respeitou a autonomia dos entes federados, mantida essa autonomia pela
Lei 6938/81 ao criar o Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA. Este
sistema não foi previsto constitucionalmente, diferentemente do Sistema
Nacional de Recursos Hídricos, que foi instituído pela Constituição
Federal (art. 21, XIX), podendo, assim, alcançar uma outra dimensão
jurídica em matéria de organização dos entes que a integram. No SISNAMA
os Estados não estão obrigados a abdicar de suas competências ambientais
frente aos órgãos ambientas da União, podendo, contudo, voluntariamente
aderir a um sistema de cooperação administrativa.
Ao abordar o tema proposto, vem a mente a discussão quanto à autonomia dos Estados em
relação à União prevista na Carta Magna, contudo, por mais que se apresente de tal forma, é
mera aparência.
A União tem poder de editar Leis que regulem de forma geral os critérios para a retirada da
dita licença, e estas normas devem ser obedecidas pelos Estados Membros que têm
autonomia na regulamentação dos órgãos estaduais de controle, regulamentação essa que
significa: controle do órgão, administração, atuação do mesmo, e regulamentos
suplementares à norma federal quanto aos requisitos da licença.
Salienta-se que a norma federal não invade a competência dos Estados quanto ao
procedimento da autorização e a liberação, contudo a desobediência a mesma, na parte por
ela regulada, pode resultar em anulação das licenças via Poder Judiciário.
O ato de Licenciamento Ambiental é "ato uno, de caráter complexo, em cujas etapas intervêm
vários agentes, e que deverá ser precedido de EIA/RIMA sempre que constatada a
significância do impacto ambiental"(11). Onde EIA, significa Estudo de Impacto Ambiental e
RIMA, Relatório de Impacto Ambiental.
Esse licenciamento está regulado pelo Decreto no 99.274/90, com já mencionado, que dá
competência aos órgãos estaduais de meio ambiente para expedição e controle das seguintes
licenças:
Esses requisitos devem observar as normas, os critérios e os padrões fixados nas diretrizes
gerais para licenciamento ambiental emitidas pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente
(CONAMA). Além destes, devem também ser observados os critérios e padrões estabelecidos
pelo órgão estadual de meio ambiente, na esfera de sua competência e na área de sua
jurisdição, desde que não conflitem com os do nível federal.
Para demonstrarmos uma visão mais prática do caso, descrevamos todo o percurso a ser
transcorrido.
A primeira fase corresponde ao requerimento da licença e seu anuncio público; a segunda se
identifica por ocasião do anuncio público do recebimento do EIA e RIMA, ou estudo similar, e
a conclamação pública para a solicitação de audiência; a terceira fase é a realização ou a
dispensa da audiência pública, que permite ao órgão ambiental, numa quarta fase, elaborar
seu parecer conclusivo sobre o estudo que lhe foi submetido à deliberação; aprovado tal
estudo, vem a ocorrer o licenciamento ambiental propriamente dito, como quinta fase(12).
Salienta-se mais uma vez que, em casos de empreendimentos com significativo impacto
ambiental de âmbito nacional ou regional, a competência para efetuar o licenciamento
ambiental é do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA), órgão
federal vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.
O Licenciamento Ambiental é por prazo determinado, o que apresenta dupla função: por um
lado dá segurança a empresa que o consegue, pois sabe que durante aquele prazo, salvo por
fato extraordinário, terá direito a sua atividade sem maiores percalços. Por outro lado, é
benéfico para o ente estatal, pois não fica adstrito eternamente às condições impostas
inicialmente, podendo, desta forma, quando da renovação, fazer novas exigências
necessárias a proteção do meio ambiente.
A Licença Ambiental opera ao seu possuidor direito temporal à atividade, nada ad eternum,
nesta podendo operar fatores novos que podem resultar desde a modificação, até a anulação.
As hipóteses para tal modificação, como se vê, passam por fatores extremados, tentando
manter, assim, o máximo da segurança para aquele que consegue a dita licença, por outro
lado, abrem a possibilidade, no caso dos riscos graves ao ambiente, de mexer neste direito, o
que, avaliado no plano fático, levar-nos-á a poderosa arma contra a "devastação ambiental
legal."
11.Conclusão
Muito se fala sobre o Direito Ambiental, sobre suas normas, até sobre sua rigidez para com as
empresas que apresentam atividades potencialmente poluidoras, contudo, se observar-mos a
legislação de forma mais direta, sem medo de encontrar as soluções procuradas,
observaremos ser este um Ramo bastante simples do Direito em nosso país.
A Licença Ambiental, fulcro maior da nossa discussão, nada mais é que um ato da
Administração Pública com requisitos especiais, complicado, em parte, por sua legislação
pouco concentrada, dividida entre União, Estados, Municípios e Distrito Federal, entretanto,
com a União editando normas gerais que, de certa forma, uniformizam a legislação nacional.
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2523
Introdução
O licenciamento é, sim, palco de conflitos; pois é espaço de democracia. E como tal tem sido
objeto de opiniões, críticas, desacordos e estratégicas que visam desarticular e macular a
credibilidade do instrumento. Mas, ao contrário, concentram-se os esforços no re-arranjo
institucional, na correção das deficiências, na capacitação técnica, no melhoramento contínuo e na
persistente busca do desenvolvimento sócio-ambiental equiparado ao desenvolvimento econômico.