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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................1

OBJETIVO.................................................................................................................2

JUSTIFICATIVA.........................................................................................................3

MÉTODO....................................................................................................................4

LITERATURA DE CORDEL E SUAS CARACTERÍSTICAS.....................................5

CONCLUSÃO.............................................................................................................9

REFERÊNCIA............................................................................................................10
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Introdução

A literatura de cordel ou os folhetos de cordel, são um tipo de poesia


narrativa e popular mais conhecidas na região do Nordeste brasileiro.
O nome literatura de cordel vem de Portugal, e seus folhetos presos a um
cordão ou barbante ficavam expostos nos locais onde eram vendidos.
Através de seus escritos em forma de versos, o homem nordestino registra
sua cultura, sua identidade, histórias que a memória popular conserva e transmite, não
ficando somente na oralidade.
Numa linguagem naturalmente sertaneja, a literatura de cordel se torna ainda
mais fascinante, pois seus autores são semi-analfabetos, sertanejos oriundos de
famílias pobres que falavam na linguagem do povo do sertão, identificando-se assim
perfeitamente com seus leitores.
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Objetivo

O objetivo deste trabalho é o de conhecer mais a respeito da literatura de


cordel, sua identidade e suas características.

Levar ao conhecimento dos demais a importância da manutenção das


identidades locais e das tradições regionais.

Estimular a leitura dos folhetos de cordel.


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Justificativa

Considerando o fato da literatura de cordel ser pouco conhecida,


desenvolvemos este trabalho, com o intuito de conhecer e, assim sendo, divulgar essa
literatura, que é parte expressiva da cultura popular brasileira.
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Método

Este trabalho foi desenvolvido através de pesquisas em livros,


artigo de revista e internet.
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A Literatura de Cordel e suas características

A Literatura de Cordel como tradição oral popular, sempre esteve associada


ao estudo folclórico. É recente o interesse dos estudos literários em relação a esse rico
material, relegado por muito tempo à condição de produção pouco valiosa do ponto de
vista da literatura.
A linguagem como expressão e comunicação, ganha eficiência através da
literatura em que o povo pode utilizá-la para promover, crescer ou permutar uma
condição social, um estado e o auto conhecimento do homem.
A cultura de uma sociedade é registrada por símbolos, e não ficando
somente na oralidade constitui sua literatura. Isto é um conceito onde a oralidade não
representa registro de ordem literária, entretanto, a maior cultura de oralidade e escrita
brasileira é popular, e se manifesta através da literatura de cordel, que ganha
identidade própria tanto em temas, como em forma.
No início, a literatura de cordel serve à divulgação de histórias tradicionais,
que a memória popular ia conservando e transmitindo; são os chamados romances ou
novelas de cavalaria, de amor, narrativas de guerras, viagens ou conquistas marítimas.
Surgem também narrativas de fatos e acontecimentos sociais que prendiam a atenção
da população.
A literatura de cordel é um tipo de poesia narrativa e popular, impressa e
divulgada em folhetos ilustrados com o processo da xilogravura, isto é, gravuras feitas
por meio de impressão sobre o papel (ou outro suporte) com o uso de um carimbo de
madeira. Também são utilizados desenhos e clichês zincografados, ou seja, impressos
em folhas de zinco. São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados no
mesmo estilo de gravuras usado nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez,
oito ou seis versos. Os autores ou cordelistas recitam versos de forma melodiosa e
cadenciada, acompanhados de viola, assim como também fazem leituras ou
declamações empolgadas para conquistar os possíveis compradores. A estrutura de
sextilhas, importadas de Portugal por Sá de Miranda, inspiraram até Camões em
“Lusíadas”, porém a preferência dos repentistas são as “quadras”.
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O nome da Literatura de Cordel vem de Portugal pelo fato de serem


expostos ao povo amarrados em cordões estendidos em pequenas lojas e mercados
populares ou até mesmo nas ruas. Como nos diz Juvenal Evangelista dos Santos, em
Origem da literatura de cordel:
“Porque chamou-se Cordel
Por ser vendido em cordão
Devido lama e poeira
Ficava alto do chão
Da cultura Cordelista
É a sua tradição”
Ou Franklin Machado Nordestino, em seu folheto O cordel do cordel:
“O folheto é mostrado
No cordel, que é cordinha,
Onde o vate despendura
Seus romances e folhinha
P’ra vendê-los na Europa,
Fazendo sua feirinha”.
Em Portugal, a literatura de cordel era uma das principais fontes de
informação e veiculação de notícias, começando a perder força com a popularização do
jornal. No Brasil, onde surge por volta do século 16, sua importância continua a crescer,
ameaçada mais tarde, pelo surgimento do rádio e da televisão.
Machado Nordestino segue explicando-nos as origens portuguesas:
“O cordel veio da Europa
Com a poesia e repente
Quando surgiu a Imprensa
Foi escrito para a gente
O que se falava e cantava
Na inspiração quente.”
Em território brasileiro, o cordel atingiu maior expressão no nordeste. Isso se
deu graças às condições sociais e culturais peculiares daquela região, ou seja, as
terríveis secas que ao longo do tempo têm agravado a pobreza, desigualdades,
injustiças sociais e analfabetismo. É interpretado pela sua poesia oral, feito em
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folhetos rústicos que são pendurados pela população em praças e estabelecimentos


para venda. São escritos em formato de rima. Foi nessa região, de um povo sofrido,
que nasceu o cordel.
No nordeste do Brasil, herdamos o nome (embora o povo chame esta
manifestação de folheto), mas a tradição do barbante, não continuou, ou seja, o folheto
brasileiro poderia ou não estar exposto em barbantes.
Em alguns estados como Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba e Bahia,
fazem grande sucesso, isso ocorre em função do preço baixo, do tom humorístico e por
retratar fatos da vida cotidiana da cidade ou região. Os principais assuntos retratados
nos folhetos são: festas, política, disputas, brigas, vida dos cangaceiros, fatos de
repercussão social, episódios históricos etc. Praticamente todo e qualquer assunto
pode virar cordel nas mãos de um poeta competente.
No Brasil, a história de Virgulino Ferreira da Silva transgressor mais
renomado dos sertões, chamado de “lampião”, conta que nos 200 ou mais tiroteios
travados durante os assaltos noturnos, seu rifle em decorrência dos disparos
continuados, ficava incandescente, semelhante à luz mortiça de um lampião.
A literatura de cordel é ainda mais imprevista e fascinante devido à
linguagem sertaneja, própria de gente de reduzida instrução escolar. Este modelo
rústico de escrita que é cheia de deficiências e incultura, mas de inestimável
importância na manutenção das identidades locais e das tradições literárias regionais,
foi desenvolvida não de forma premeditada, mas naturalmente, porque todos os autores
na verdade são semi-analfabetos, sertanejos oriundos de famílias pobres. Só
aprenderam a ler movidos de muita força de vontade. Tinham, a seu favor, o talento
para compor versos, a aceitação dos leitores e o sonho de se tornarem poetas
famosos. Escreviam e falavam na linguagem familiar do povo do sertão, com muitos
erros gramaticais, numa perfeita identidade com o leitor.
É curioso notar que nem sempre os cantadores são os autores dos versos
que cantam, pois decoram os versos, visto não serem alfabetizados. É muito comum a
presença de cegos, que buscam apoio nos cordelistas, cantando nas feiras em troca de
algum ganho.
A literatura de cordel mais antiga, com tema tipicamente brasileiro, data da
época de Canudos, no século passado. Ganhou dimensões de importância com
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Chagas Batista e Leandro Gomes de Barros que foi o mais importante dos poetas
populares da literatura de cordel, no nordeste do Brasil. Silvino Pirauá, foi o primeiro a
escrever os romances em versos, levando-os de prosa para sextilhas sertanejas. Foi
um dos primeiros poetas a imprimir os poemas curtos nas feiras do Nordeste.
Essa literatura não perdeu seu caráter popular e mantém sua base em
ideologias e situações de uma classe social menos favorecida em que tanto a escrita
como a oralidade, retrata com humor, conservadorismo e linguagem, os costumes e
crenças de um povo.
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Conclusão

Esta pesquisa mostrou-nos que mesmo em meio a todo o avanço


tecnológico que estamos vivendo, a Literatura de Cordel não perdeu totalmente suas
características, conservando assim, as tradições literárias e mantendo vivas as
identidades locais, resistindo ao capitalismo das grandes editoras e meios de
comunicação, contando a vida em um formato diferente e criativo.
Sua importância na Cultura Nacional é indiscutível. Retrata os valores de um
povo, de uma classe social menos favorecida, e através desses versos cantados
contam histórias presentes nas comunidades.
Essa literatura deve ser mais valorizada, deve ser mais divulgada para povo
brasileiro, que assim como nós, pouco conhece ou quase nada, dessa literatura
fascinante.
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Referências

Revista Estação, 2009, d.08. p.65

Biblioteca Amadeu Amaral, Catalogação de folhetos de cordel / Maria Rosário de


Fátima Pinto. – Rio de Janeiro: Funarte, CNFCP, 2002

BATISTA, Abraão. Literatura de Cordel. 2.ed. São Paulo, 1996

Faculdade “Auxilium” de Filosofia, Ciências e Letras de Lins. Literatura de cordel, 1.ed.


São Paulo, 1975

SILVA, Raimundo José. Identidades e representações do nordeste na literatura de


cordel. Disponível em:<http://www.cbc.ufms.br/tedesimplificado/tde_arquivos/13/TDE-
2009-03-20T065836Z-346/Publico/Raymundo.pdf> Acesso em: 18 abr 2010

Literatura de cordel: difusão da literatura popular.


http://josippaula.blogspot.com/ Acesso em: 18 abr 2010

ARRUDA, Chico. A literatura de Cordel na sala de aula. Disponível em:


<http://www.artigonal.com/educacao-artigos/a-literatura-de-cordel-na-sala-de-aula-
1282848.html> Acesso em: 19 abr 2010

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