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LITERATURA DE CORDEL

Professora: Samantha cristina precioso


"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.

Da terra querida, que a linda cabocla

De riso na boca zomba no sofrer

Não nego meu sangue, não nego meu nome

Olho para a fome, pergunto o que há?

Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,

Sou cabra da Peste, sou do Ceará."

Sou Cabra da Peste (Patativa do Assaré)


 O trecho que você acabou de ler é do cordelista Patativa do Assaré, o dono de
uma das obras mais celebradas da Literatura de Cordel. Em 1º de agosto
comemora-se o Dia Nacional do Cordel, estilo literário que recebeu o título de
Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro em 2018.
 O QUE É LITERATURA DE CORDEL?​

 A Literatura de Cordel é um gênero literário popular, escrito frequentemente de


forma rimada, originada de relatos orais e depois impressos em folhetos. A
literatura de cordel se popularizou no Brasil nas regiões Norte e Nordeste, sendo
hoje difundida em todo o território nacional. Publicada em pequenas brochuras
impressas, o termo “cordel” vem do fato de serem apresentadas penduradas em
cordas - ou cordéis.
 Além de gênero literário, o cordel era veículo de comunicação e ofício,
garantindo a fonte de renda de muitos cordelistas. Popularizado no século XIX,
tornou-se uma forma de expressão da cultura brasileira, trazendo contribuições da
cultura africana, indígena, europeia e árabe, entoando as tradições orais, a prosa e
a poesia.
 Os poetas cordelistas modernos definem o cordel como gênero literário
obrigatoriamente de três elementos principais: a métrica, a rima e a oração.
Esses elementos, associados às xilogravuras, que são as ilustrações das histórias
estampadas nas capas dos livretos, formam a literatura de cordel.
HISTÓRIA DA LITERATURA DE CORDEL
 Ao contrário do que muitos pensam, o cordel não foi criado no Brasil. O estilo já
existia no período dos povos greco-romanos, fenícios, cartagineses e saxões.
Chegou a Portugal e Espanha por volta do século XVI. No Brasil, veio com os
colonizadores, instalando-se na Bahia, mais precisamente em Salvador, que à época
era a capital brasileira. Estudos apontam 1893 como o marco da literatura de
cordel, quando o paraibano Leandro Gomes de Barros teria publicado os primeiros
versos no país. Os folhetos em que eram inseridos pequenos textos corridos e
poemas eram chamados de "folhetos de cordel". Esses folhetos sempre eram
vendidos de mão em mão e a baixo custo.
 "O folheto-de-cordel e espetáculos populares como 'auto-de-guerreiros' ou o
'cavalo-marinho' são fontes preciosas para os artistas que sonham se unir a uma
linguagem mais apegada às raízes da cultura brasileira. É que, em seu conjunto,
tudo aquilo forma um espaço cultural criado por nosso próprio povo e no qual, por
isso mesmo, ele se expressa sem maiores imposições ou deformações que lhe
viessem de fora ou de cima", escreveu, em 1999, o escritor Ariano Suassuna, para
quem a "imensa maioria do povo pobre do Brasil real" é o único contingente da
população "verdadeiramente autorizado a criar uma arte popular brasileira"

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