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Influência da Viscosidade no Contato Água-
Óleo na Recuperação de Reservatórios
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Kilça Tanaka Botelho
PRH-ANP/MCT N0: 2001.6021-0
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Marintho Bastos Quadri
Orientador
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RESUMO.................................................................................................................... 5
OBJETIVOS ............................................................................................................... 6
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 7
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 8
2.1 Petróleo............................................................................................................ 8
2.2 Exploração de Petróleo.................................................................................... 8
2.2.1 Rochas Geradoras .................................................................................... 9
2.2.2 Migração..................................................................................................10
2.2.2 Trapa ou Armadilha .................................................................................11
2.2.3 Rochas-reservatório ................................................................................11
2.2.3 Rochas Selantes .....................................................................................12
2.2.4 Sincronismo..............................................................................................13
2.3 Petróleo em Águas Profundas ....................................................................14
2.4 Recuperação de Petróleo ...............................................................................17
2.5 Viscosidade de Fluidos ...................................................................................21
2.5.1 Equação de Poiseuille..........................................................................25
2.6 Tensão Interfacial........................................................................................27
2.6.1 Princípio Físico .........................................................................................28
2.7 Célula de Hele-Shaw...................................................................................30
2.7.1 Ensaios de Digitação em uma Célula de Hele-Shaw ...........................32
3 MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................34
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .........................................................................36
5 CONCLUSÕES ..................................................................................................46
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................48
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RESUMO
5
OBJETIVOS
6
1 INTRODUÇÃO
7
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Petróleo
8
condições ótimas para sua existência concomitante, com o objetivo de permitir
a diminuição do risco exploratório envolvido nas perfurações de poços, um item
de elevado custo, foram consolidados em um único conceito: o de sistema
petrolífero. Um sistema petrolífero ativo compreende a existência e o
funcionamento síncronos de quatro elementos (rochas geradoras maturas,
rochas-reservatório, rochas selantes e trapas) e dois fenômenos geológicos
dependentes do tempo (migração e sincronismo), que serão descritos a seguir.
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original, rico em compostos de C e H. Para isto, o ambiente deve estar livre de
oxigênio, elemento altamente oxidante e destruidor da riqueza em C e H das
partículas orgânicas originais. Em suma, ambientes anóxicos favorecem a
preservação da matéria orgânica e, conseqüentemente, a manutenção da
riqueza original de rochas geradoras.
2.2.2 Migração
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hidrocarbonetos e a pressão excessiva dos mesmos faz com que a rocha-fonte se
frature intensamente, permitindo a expulsão dos fluidos para zonas de pressão mais
baixa. A viagem dos fluidos petrolíferos, através de rotas diversas pela subsuperfície,
até à chegada em um local portador de espaço poroso, selado e aprisionado, apto
para armazená-los, constitui o fenômeno da migração. As rotas usuais em uma bacia
sedimentar são fraturas em escalas variadas, falhas e rochas porosas diversas
(rochas carreadoras), que ligam as “cozinhas” de geração, profundas, com alta
pressão, a regiões focalizadoras de fluidos, mais rasas, com pressões menores.
2.2.3 Rochas-reservatório
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Rochas-reservatório são normalmente litologias compostas por material
detrítico de granulometria fração areia a seixo, representantes de antigos
ambientes sedimentares de alta energia, portadores de espaço poroso onde o
petróleo será armazenado e, posteriormente, será extraído. Tais rochas são
geralmente os arenitos, calcarenitos e conglomerados diversos. Entretanto,
qualquer rocha que contenha espaço poroso, não necessariamente
intergranular, de natureza diversa causado por fraturamento ou dissolução
também pode fazer às vezes de rochasreservatório. Como exemplos temos
rochas ígneas e metamórficas cristalinas fraturadas, ou mais precisamente,
qualquer tipo de rocha fraturada, mármores lixiviados, entre vários outros.
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Rochas selantes são normalmente de granulometria fina (folhelhos,
siltitos, calcilutitos) ou qualquer rocha de baixa permeabilidade, cuja
transmissibilidade a fluidos seja inferior à dos reservatórios a elas relacionados
em várias ordens de grandeza (por exemplo, evaporitos diversos, rochas
ígneas intrusivas). Eventualmente, mudanças faciológicas ou diagenéticas
dentro da própria rocha-reservatório, ou mesmo elementos estruturais tais
como falhamentos, poderão servir de selo para o petróleo.
2.2.4 Sincronismo
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Figura 2.1 – Ilustração esquemática do sistema petrolífero atuante na Bacia de
Campos (segundo Rangel & Martins, 1998).
De 1985 para os dias de hoje, tem ocorrido uma acelerada busca pelas
riquezas petrolíferas situadas em águas profundas (lâminas d’água superiores
a 600m) e ultraprofundas (lâminas d’água superiores a 2000m) dos taludes e
sopés das margens continentais de determinadas regiões do planeta. Esta
corrida, motivada pelos contínuos aumentos do preço do petróleo impostos
pelo mercado internacional, pelo decréscimo das reservas e produções de
petróleo dos países industrializados e economicamente emergentes (USA,
Canadá, Reino Unido, França, Itália, Brasil) e pela instabilidade política das
principais regiões exportadoras de petróleo, trouxe consigo um
desenvolvimento tecnológico sem paralelo na indústria petrolífera (hoje, com
um retrospecto de atividades que alcança os 150 anos). Atualmente, a
exploração e a produção de petróleo em águas profundas merece um capítulo
à parte na história da indústria petrolífera mundial.
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Motivados pelos baixos custos de descoberta destes grandes volumes
de petróleo no offshore profundo e pela grande produtividade dos reservatórios
turbidíticos (na casa de dezenas de milhares de barris por dia), a indústria
petrolífera, liderada pela Petrobrás, lançou-se de maneira maciça na
prospecção de petróleo nas águas profundas. Cerca de 12 bilhões de barris de
reservas foram encontradas pela Petrobrás na Bacia de Campos .Esta bacia foi
o laboratório mundial do desenvolvimento tecnológico que nestes quinze anos
permitiu a entrada em produção de campos situados em lâminas d’água desde
400 m (Campo de Marimbá) até 1900 m (Campo de Roncador). O Golfo do
México, liderado pela Shell, participou deste “corrida”, fornecendo um grande
número de descobertas que, embora apresentassem volumes
significativamente inferiores aos da Bacia de Campos (cerca de 3 bilhões de
barris de reservas), puderam ser colocados em produção pelo imenso mercado
faminto de energia situado em suas adjacências e pela gigantesca infra-
estrutura já existente em suas águas rasas. Vinte campos de petróleo situados,
entre lâminas d’água entre 600 e 1600 m já entraram em produção no Golfo do
México.
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Nas águas profundas e ultraprofundas, a maioria dos sistemas
petrolíferos ativos são deltaicos. As rochas geradoras podem ser folhelhos
prodeltaicos (eocênicos-oligocênicos), existentes antes da progradação de
grandes deltas oligo-miocênicos, tais como nos deltas do Niger, do Nilo e do
Mahakam (Indonésia), ou folhelhos mais antigos, relacionados a depósitos
anóxicos do Cenomaniano/Turoniano, cobertos igualmente por progradações
deltaicas oligomiocênicas, tais como os deltas do Orinoco (Trinidad Tobago) e
do Congo (Angola/Congo). No caso do delta do Mississipi, no Golfo do México,
as rochas geradoras principais são os folhelhos neojurássicos, com uma
significante contribuição dos folhelhos cenomaniano-turonianos. As rochas-
reservatório são predominantemente arenitos turbidíticos, a
deformação/trapeamento é do tipo compressional (relacionado a sistemas
gravitacionais interligados de deslizamento-encurtamento) ou associado à
tectônica salina e a subsidência necessária para a maturação e migração do
petróleo é originada pela sobrecarga dos espessos pacotes deltaicos sobre as
rochas geradoras subjacentes.
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Figura 2.2 – Distribuição dos sistemas petrolíferos de águas profundas e
ultraprofundas no mundo. O tamanho do círculo é proporcional às reservas
encontradas. As áreas mais ricas são a Bacia de Campos, o Golfo do México e a
África Ocidental (da Nigéria até Angola).
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útil. Além da melhor aplicação de tecnologias para aumentar o fator de
recuperação, métodos alternativos de produção devem ser empregados para
possibilitar a produção economicamente viável desses campos.
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• Precipitação de parafina no reservatório – investigação da precipitação
de parafina em reservatórios de baixa temperatura, como uma possível
causa da diminuição de recuperação;
• Recuperação Primária;
• Recuperação Secundária;
• Recuperação Terciária.
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com produtos químicos, vapor, que provoca alterações nas características do
petróleo, aumentando assim, o fator de recuperação do reservatório.
• Injeção na base;
• Injeção no topo;
• Injeção em malhas
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A injeção no topo se dá quando o fluido injetado é um gás, os poços de
injeção seriam localizados no topo da formação, e os de produção na base.
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coesão entre moléculas relativamente juntas. Desta maneira, enquanto que a
viscosidade dos gases cresce com o aumento da temperatura, nos líquidos
ocorre o oposto. Com o aumento da temperatura, aumenta a energia cinética
média das moléculas, diminui (em média) o intervalo de tempo que as
moléculas passam umas junto das outras, menos efetivas se tornam as forças
intermoleculares e menor a viscosidade.
Figura 2.3: Ilustração de duas placas planas com um fluido entre elas.
22
Se medirmos a força necessária para manter a placa superior movendo-
se a uma velocidade constante v0, acharemos que ela é proporcional a área
da placa, e a v0/d, onde d é a distância entre as placas. Ou seja,
23
Líquidos (poise) Gases (10-4 poise)
2.2
24
partículas que não seguem esta lei. Por exemplo, o sangue, uma suspensão de
partículas com formas características, como discos, no caso das células
vermelhas. As partículas têm orientações aleatórias em pequenas velocidades,
mas tendem a se orientar a velocidades mais altas, aumentando o fluxo, com a
velocidade crescendo mais rapidamente do que a força.
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possui velocidade zero. A velocidade do fluido aumenta com a distância às
paredes do tubo. Se a viscosidade de um fluido for pequena, ou o tubo possuir
um grande diâmetro, uma grande região central irá fluir com velocidade
uniforme. Para um fluido de alta viscosidade a transição acontece ao longo de
uma grande distância e em um tubo de pequeno diâmetro a velocidade pode
variar através do tubo, como mostrado na figura 2.4.
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o fluido para trás (contra a direção do escoamento) e o obstáculo para frente
(na direção do fluido).
A figura 2.5 pode ser vista como um fluido passando por uma esfera em
um sistema de referência, ou uma esfera movendo-se através de um fluido em
outro sistema de referência.
27
possível para um dado volume. Bolhas de sabão também tendem a se formar
com áreas de menor superfície (esferas).
(2.7)
28
onde R1 e R2 são os raios de curvatura , ∆P0 é a diferença de pressão em um
plano de referência , ∆ρ é a diferença de densidade, g é a aceleração devido a
ação da gravidade e h é a altura vertical da gota medida no plano de
referência.
(2.8)
29
A molhabilidade é a tendência de um determinado fluído espalhar ou
aderir sobre uma superfície sólida, ela pode ser definida termodinamicamente
em termos de ângulo de contato como ilustrado na figura 2.7.
30
menor viscosidade desloca um outro de maior viscosidade em um dispositivo
quase bidimensional conhecido como célula de Hele-Shaw, ilustrada na
figura2.9. Em geral, esta célula é plana, constituída por duas placas paralelas
de vidro, separadas por uma pequena distância, onde os fluidos podem
deslocar-se.
(2.9)
31
Figura 2.9: Ilustração da Célula de Hele-Shaw
32
Figura 2.11: Fenômeno de Digitação
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3 MATERIAIS E MÉTODOS
34
esvaziamento, lâmpada para iluminação do painel, orifícios saybolt furol ou
universal, acompanham dois frascos receptores (picmômetro) de 60 mL e 5
litros de óleo Termo 100.
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Após isto, teremos uma relação de volume de óleo por tempo, e a
viscosidade cinemática é encontrada utilizando a tabela de conversão (Figura
3.2).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Na tabela 4.1 estão esquematizados os ensaios experimentais da
variação da temperatura do óleo com a concentração de sal, a fim de visualizar
o deslocamento água-óleo. Como a temperatura varia, conseqüentemente a
viscosidade também muda, então estes testes foram feitos com o intuito de
verificar o comportamento do vazamento mediante a variação da propriedade
estudada.
T(ºC)
[Sal] 15 25 27 35 50 60 70 80
(%)
0 X X
1 X X X X
2 X X X
3 X
10
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As filmagens propiciaram a observação das variações na forma do
deslocamento da água no óleo, mostrando comportamentos de escoamento
em forma de filetes (Figura 4.1) ou gotejamentos (Figura 4.2), segundo a
alteração das propriedades do sistema (Temperatura do óleo e Concentração
de NaCl no meio aquoso).
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Figura 4.2: Ilustração do vazamento na forma de gotejamento
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sal, foram feito testes em uma coluna de vidro a fim de simular o vazamento do
óleo em um duto petrolífero, porém em todos os testes não ocorreram
vazamentos, mostrando que ambos aparatos experimentais não podem ser
comparados, e os testes iniciais não poderiam ser utilizados como parâmetros.
Vazamento de óleo
-F -F
40
+F +F
-F
41
Amostras AB 28 AB 65 P 19 PM 27
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Viscosidade Cinemática (mm^2/s)
800
600
400
200
0
30 40 50 60 70 80
Temperatura (ºC)
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Viscosidade Cinemática (mm^2/s)
800
600
400
200
0
AB 28 AB 65 P 19
Petróleo
2500
Temperatura de 30ºC
Viscosidade Cinemática
Temperatura de 40ºC
2000
Temperatura de 50ºC
(mm^2/s)
0
AB 28 AB 65 P 19
Petróleo
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Na figura 4.8, está ilustrada uma comparação entre as amostras de
petróleo mencionadas acima, a diferentes valores de temperatura (30ºC, 40ºC,
50ºC, 60ºC, 70ºC, 80ºC, 90ºC). Com estes testes foram observados uma
diminuição da viscosidade com o aumento da temperatura, ou seja, uma
diminuição das formas intermoleculares em todas as amostras de óleo.
Contudo o P-19 apresentou uma maior variação da viscosidade como pode ser
comprovada na figura 4.8.
Com isto, pode-se predizer a quantidade de óleo que irá migrar e o tipo
de escoamento que irá ocorrer, ou mesmo se o vazamento será possível.
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5 CONCLUSÕES
46
enquanto que a viscosidade dos gases cresce com o aumento da temperatura,
nos líquidos ocorre o oposto, como foi determinado com os testes realizados.
Com o aumento da temperatura, aumenta a energia cinética média das
moléculas, diminuindo (em média) o intervalo de tempo que as moléculas
passam umas junto das outras, menos efetivas se tornam às forças
intermoleculares e assim, menor é a viscosidade.
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SPEIGHT, J. The chemistry and technology of petroleum, Marcel Dekker, 3a ed, New
York, 1999.
TANG, G.Q.; MORROW, N.R. “Effect of Temperature, Salinity and Oil Composition on
Wetting Behavior and Oil Recovery by Waterflooding.” SPE, p 45-60, 1996.
TSAY, T.S.; HOOPES, J.A.” Numerical Simulation of Ground Water Mounding and its
Verification by Hele-Shaw Model.” Computers & Geosciences, vol. 24, nº. 10,
p. 979-990,1998.
XU, J., “Interfacial Wave Theory of Pattern Formation – Selection of Dedritic Growth
and Viscous Fingering in Helle-Shaw Model” – Springer, Verlag Berlin
Heidelberg, 1998.
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