O documentário exibido pelo fantástico, tendo o médico Dráuzio Varella
como repórter, vem mostrar as condições da periferia frente a um grave problema, a falta do planejamento familiar por parte das pessoas mais humildes destes locais, mostrando a imaturidade de jovens que tendem a ter seus filhos cada vez mais cedo comprometendo seus futuros e o futuro de seus filhos. Na concepção da maioria das pessoas e especialistas, o certo seria existir uma taxa de reposição em relação à construção familiar, ou seja, o casal teria 2 filhos, um menino para substituir o pai e uma menina para substituir a mãe. Porém, o documentário traz como estatística, entre o ano de 1991 a 2000, que a favela cresceu três vezes mais do que a população normal, sendo isso também, conseqüência da migração. Uma ração para a construção familiar cada vez mais cedo por esses jovens deve-se ao fato de poucos hospitais, pouca orientação, pouco material disponível, como anticoncepcionais, para que se possa manter um controle. Além disso, o nível de instrução não é adequado, pois o acesso a escola se torna difícil e muito restrito a alguns poucos privilegiados que no interior do Brasil, em locais bem precários, moram perto destes prédios que funcionam como escolas, situadas bem distantes de muitos. Na série exibida no programa Fantástico da rede Globo, foi mostrado também que os jovens estão despertando cada vez mais cedo para manter relações sexuais, devido o despertar dos hormônios quando ainda são muito jovens. Metade dos que foram entrevistados e mostrados, já mantiveram relações antes dos quinze anos. Na baixada fluminense, uma ejaculação por volta dos doze anos. Entre as jovens, grande parte se torna mãe antes de atingir os quinze anos. Bruna, uma entrevistada, conta que muito cedo começou a se interessar pelos garotos, e logo começou a namorar, seus pais passaram a se preocupar bastante com a seriedade do namoro e pediram pra que ela desse um tempo, mas acabou fugindo de casa. Ela ainda conta que fazia o uso de anticoncepcional mas que passou a achar que este a engordava, deixando assim de usar e logo engravidando. Isso reflete a falta de instrução que estes jovens tinham, pois este tipo de medicamento nada tem haver com ganho de peso. Outro dado estatístico que o documentário relatou foi que, entre os anos de 1998 e 2002 foram 27 mil partos por ano entre meninas de doze a quatorze anos, justamente o período de maior vigor e fertilidade da mulher.