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Cuiabá , 2010
Instituto de Física
Av. Fernando Correa da Costa, s/nº
Campus Universitário
Cuiabá, MT - CEP.: 78060-900
Tel.: (65) 3615-8737
www.fisica.ufmt.br/ead
F u n ç õ e s M at e m át i c a s
Autores
Eduardo Augusto Campos Cur vo
Corpo Editorial
• Denise Vargas
• Carlos Rinaldi
• Iramaia Jorge Cabral de Paulo
• Maria Lucia Cavalli Neder
FICHA CATALOGRÁFICA
C978f
Curvo, Eduardo Augusto Campos.
Funções Matemáticas./ Eduardo Augusto Campos
Curvo, Sandro Guedes de Oliveira. - - Cuiabá: UFMT/UAB,
2010.
2
= c 2
2
+ b
a
; {i , 2{i
2s E = # L; { f (a) (x - an)
/n =0 n!
(n)
6 s @, 2{i 6 s @
3
2s a , s Ead sn
i
+ c 2
z
e =- 1
ir
z0 = c , zn + 1 = n
VII
Sumário
1. C o m o s u r g i r a m a s f u n ç õ e s? 11
2. Definindo as funções 17
3. A l é m das funções 49
R e f e r ê n c i a s B i b l i o g r á f i c a s 53
O conceito de função, tal qual o conhecemos hoje, deve-se principalmente a avanços realizados
durante o século XIX. Antes disso pode-se falar de noções de funcionalidade. Os Babilônios, por
exemplo, possuíam tábuas matemáticas de quadrados, raízes quadradas, cubos e raízes cúbicas.
Tábua de argila da Babilônia com anotações. A diagonal apresenta uma aproximação da raíz quadrada
de 2 em quatro figuras sexagesimais. 1 + 24/60 + 51/602 + 10/603 = 1.41421296...
Fonte: © 2007 St. Lawrence University
O s m e s o p o tâ m i c o s u s ava m u m s i s t e m a m at e m át i c o s e x a g e s i m a l
( b a s e a d o n o n ú m e r o 6 0). Q u a i s s ã o a s va n ta g e n s ?
Séries são somas de números. Uma função pode ser expressa como uma série,
por exemplo, a função seno(x) pode ser escrita como:
3
(- 1) n 2n + 1
sen x = /
3 5
x = x - x + x - ...
n = 0 (2n + 1)! 3! 5!
n -n n -n
tem-se a chamada Série de Fourier. Uma das grandes aplicações da Série de Fou-
rier é decompor funções periódicas complexas em uma soma de funções periódicas
simples, isto é, em senos e cossenos. As séries de Fourier são aplicadas em enge-
nharia elétrica, análise vibracional, acústica, ótica, processamento de sinal, proces-
samento de imagem, mecânica quântica, econometria, etc.
Onda Quadrada Onda Dente De Serra
1
1
0,8
0,5
0,6
X
0,51 12 ,5 L
0,4
- 0,5
0,2
-1
X
0,51 1 ,5 2 L
O conceito de função é extremamente complexo e precisa ser introduzido aos poucos desde a
pré-escola, passando pelos anos iniciais do ensino fundamental. Nos anos finais do ensino fun-
damental, tema desta obra, a formalização matemática do conceito de função deve ser iniciada para pos-
teriormente, no ensino médio, ser completada. Ao final do ensino médio, o aluno deverá ter seus conhe-
cimentos sobre funções já solidificados e deve estar preparado para o estudo destas funções através do
cálculo diferencial e integral.
Um caminho viável para a formalização do conceito de função nos anos finais do ensino fundamental
é a partir de exemplos. Comecemos com uma primeira definição de função:
A função descreve uma regra ou uma lei, pela qual um número fica determinado a partir de outro.
Esta não é uma definição formal, mas podemos começar a trabalhar a partir dela. Consideremos os
exemplos abaixo:
E x e mp l o 1:
Um determinado tipo de automóvel possui um tanque com capacidade para 50 litros de
combustível. O proprietário do veículo enche o tanque com etanol, para o qual o consumo médio é de 10
quilômetros rodados para cada litro. A informação da sentença anterior descreve uma regra pela qual o
combustível é consumido. A partir desta regra podemos determinar quantos litros são consumidos em fun-
ção dos quilômetros rodados. Podemos também dizer quantos litros ainda restam no tanque. Colocando
em números:
Na linha c teríamos
(1 litro consumido) # x
y= ou y = 1 x (1)
(10 km rodados) 10
y (x) = 1 x (2)
10
Na equação acima, y(x) deve ser lido como “y de x”, para expressar o fato de que y
é uma função de x. É ainda usual a notação y = f (x), que se lê “y é igual a f de x”, para
novamente expressar que y é uma função de x. A equação (1) poderia ser novamente
reescrita como:
f (x) = 1 x (3)
10
z = 50 - 1 x (4)
10
Também podemos escrever que z = g(x), também expressando que z é uma função
de x. O uso da letra “g” ao invés de “ f ” decorre do fato de que as duas funções repre-
sentadas neste problema são formalmente diferentes. Assim,
g (x) = 50 - 1 x (6)
10
Imagem
Contradomínio
Figura 2 – Domínio, contradomínio e
Domínio imagem.
x f(x)
f
Matéria-prima Produto
(domínio) (imagem)
(a) (b)
E x e mp l o 2: D o m í n i o , co ntr adom í n i o e i m ag em .
A função y(x), altura em função da distância a partir do goleiro, estabelece para cada
valor de distância (elemento de D), um único valor de altura (elemento de R).
E x e mp l o 3: N ã o é funç ão
A órbita da Terra ao redor do Sol é uma elipse. Para servir ao nosso exemplo, va-
mos desenhar um par de eixos, x e y, onde mediremos as coordenadas da Terra na sua
trajetória ao redor do Sol. Este arranjo está mostrado na Figura 6(a).
ymáx ymáx
Função 1
Terra Terra
Sol x Sol
Função 2
ymi n ymi n
(a) (b)
Função injetora: Função onde cada elemento da imagem está associado a apenas um
elemento no domínio. Neste caso, o número de elementos no contradomínio é maior ou
igual ao número de elementos na imagem. A função que descreve o consumo de com-
bustível é injetora. Já a função que descreve a trajetória da bola não é injetora porque
há duas distâncias (elementos do domínio) onde a bola terá a mesma altura (elemento
da imagem).
Função sobrejetora: Função onde o conjunto imagem coincide com o conjunto contra-
domínio. Este é novamente o caso do exemplo do consumo de combustível. Quando o
tanque está cheio, a imagem (valores de combustível consumido) coincide com o con-
tradomínio (volume do tanque).
Vamos considerar o caso do motorista que nunca enche o tanque. Vamos supor
que ele sempre abastece o tanque até a metade da sua capacidade. Com esta condição, o
contradomínio (volume do tanque) será sempre maior que a imagem (volume máximo
de combustível no tanque) e a função que descreve o consumo não é sobrejetora.
Voltemos ao exemplo da trajetória da bola. Porém, desta vez vamos mudar o local
da partida para um estádio coberto. Em relação ao estádio descoberto, houve uma mu-
dança de contradomínio. A altura máxima que a bola pode alcançar é o teto do estádio.
Portanto, o contradomínio agora é o conjunto de todos os valores de altura desde zero
(o solo) até a altura da cobertura. O goleiro chuta a bola para frente. Desta vez, ela
vai tão alto que, na sua altura máxima, tangencia a cobertura do estádio. A imagem
da função que descreve a trajetória da bola (valores de altura da bola ao longo da sua
Função bijetora: Função que é injetora e sobrejetora ao mesmo tempo. Dos exemplos
anteriores, somente a função que descreve o consumo de combustível (quando o tan-
que está inicialmente cheio) é uma função bijetora: associa a cada valor de combustível
consumido um valor de quilômetros rodados (injetora) e os valores de combustível con-
sumido (imagem) coincidem com os valores possíveis, limitados pelo volume do tanque
(contradomínio). A trajetória da bola no estádio descoberto não é injetora nem sobreje-
tora. Já a trajetória da bola no estádio coberto pode ser sobrejetora, mas não é injetora.
E x e mp l o 6: C o mp o s i ç ã o de funções
Nesta função o gasto com combustível, g(x), é uma função do combustível con-
sumido, x. Do exemplo 1, sabemos como calcular o combustível consumido. Naquele
exemplo chamamos à variável representando o combustível consumido de y ou f (x).
Trocando x por f (x) na equação 7:
A equação acima é uma função de outra função. O gasto com combustível é uma
função do combustível consumido, que por sua vez é uma função da quantidade de
quilômetros rodados. Ou seja, para chegar ao gasto com combustível, primeiro apli-
cou-se a regra f a x e depois a regra g a f. Para chegar ao resultado final, foi preciso fazer
uma composição de funções. A função resultante é chamada de função composta, a qual
pode ser representada como:
A composição de funções pode ser feita com mais funções. Se definíssemos uma
função h(x) = x2, poderíamos fazer a composição:
x g(x) f(g(x))
g f
E x e mp l o 7: F u n ç ã o c o mp o s ta
E x e mp l o 8: F u n ç ã o inversa
x = 10y (14)
A resposta é que é preciso rodar 100 km para que 10 litros de combustível sejam
consumidos. Note que nesta equação os papéis das variáveis x e y se inverteram. Agora
x é a variável dependente e y a variável independente. A função descrita pela equação
(14) é a inversa da função descrita pela equação (1). Para definir mais precisamente a
função inversa, vamos trocar y por x e usar a notação definida na equação (3):
g (f (x)) = 10 1 x = x (17)
10
Para se chegar a esta equação usou-se o fato de que ln(x) é a função inversa de
e . Se, na equação (20) f -1(x) for substituída por t e x por Ni, temos uma função que
x
A r e ta
y2
y1
x1 x2 x
y m>0
y m>0 y m<0
y2
y2 y2
L L
L
y1
y1 y1
x1 x2 x
x1 x2 x x1 x2 x
Figura 9 – (a) Reta decrescente. (b) Reta crescente. (c) Retas paralelas.
25000
Números de insetos na área de controle
20000
15000
R2
10000
5000 R1
0 2 4 6 8 10
Tempo em anos
Quadro 1 – Definições:
y y y
x x x
y y y
x x x
2. Um tijolo cai de uma altura de 50 m. (a) Sabendo que altura em que o tijolo
se encontra depende do quadrado do tempo multiplicado por 10, encontre a função
que descreve a altura em que o tijolo se encontra. (b) Determine domínio, imagem e
contradomínio para esta função. (c) Encontre a função inversa a partir da definição e
encontre o tempo que o tijolo leva para cair 40 m.
3. (a) Para cada função abaixo, defina o domínio da função, no qual ela pode ser
invertida. (b) Encontre as funções inversas correspondentes a partir da definição.
(A) f ( x) = 3 + x
(B) g ( x) = x + x 2
(C) h( x) = e 2 x
(D) j ( x) = 5 + x
(A) g f (x) (B) h f (x) (C) g j(x) (D) h j(x) (E) j h(x)
F u n ç õ e s M at e m át i c a s no dia-a- dia:
F u n ç õ e s F u n d a m e n ta i s :
a) Fu n çõ e s lineares:
Y=X Y = -X
y y
20 20
15 15
10 10
5 5
ΔL/L0 = α ΔT
0,0014
0,0012
0,0010
0,0008
0,0006
0,0004
0,0002
L
0,0000
-0,0002 Pb
-0,0004 Al Figura 11 – Variação do comprimento (ΔL)
Ag de barras de 1 metro, inicialmente a 20°C,
-0,0006
Cu de diferentes metais. Os coeficientes de
-0,0008 Au expansão linear utilizados foram os apre-
-0,0010 Fe sentados na Tabela 1.
-1
10 0 10 20 30 40 50 60
T(°C)
90
são do DNA genômico de diferentes organismos,
como função do conteúdo de AT, variando des-
85
de 33% AT (Deinococcus radiodurans) até 75% AT
Deinococcus radiodurans * (Ureaplasma urealyticum).
80 Mycobacterium leprae
Escherichia cole
Saccharomyces cereviviae
75 Figura 12 – Temperatura de fusão do DNA
* Bacillus subtilis
genômico para diferentes organismos.
Ureaplasma urealyticum (Extraída do artigo “DNA denaturation”,
70 D.W. Ussery, 2001).
30 40 50 60 70 80
% A: T conteúdo do genoma
y
y y 2000
120 1500
-10 -5 5 10 x
100 -20 1000
80 -40 500
60 -60
40
-10 -5 5 10 x
-80 -500
20 -100 -1000
-120 -1500
-10 -5 5 10 x
-2000
F o r ç a s F u n d a m e n ta i s :
Em física existem quatro forças fundamentais que descrevem as interações da na-
tureza. São elas: Força Gravitacional, Força Nuclear Fraca, Força Eletromagnética e Força
Nuclear Forte. Outros tipos de força podem ser explicados em termos das quatro forças funda-
mentais. A força de atrito experimentada por um pneu, por exemplo, é uma interação eletromagnética
entre os átomos do pneu e os átomos do asfalto. A Força Gravitacional é uma força de longa distância
e sempre atrativa, que surge com a existência da matéria. A Força Nuclear Fraca é uma força de curto
alcance envolvida em alguns processos de decaimento radioativo. A Força Eletromagnética é uma
força de longa distância, atrativa ou repulsiva, que surge da interação entre cargas elétricas (paradas e/
ou em movimento) e de campos provenientes dessas cargas (elétrico e/ou magnético). A Força Nuclear
Forte é uma força de curto alcance (alcance da ordem do tamanho do núcleo atômico, 10-15m) e a res-
ponsável pela coesão do núcleo. A “intensidade” das forças é: Força Gravitacional (mais fraca), Força
Nuclear Fraca, Força Eletromagnética, Força Nuclear Forte (mais forte). A intensidade das forças
eletromagnética e gravitacional diminui com o inverso da distância ao quadrado (1/r2) (Figura NN).
• Proteção Radiológica:
A quantidade de radiação que uma pessoa recebe depende da distância entre a
pessoa e a fonte de radiação. Fontes pontuais de raios-X e raios gama seguem a lei do
inverso do quadrado da distância (1/r2) (Figura 13). Ou seja, se a 1 metro da fonte a
pessoa recebe hipoteticamente 100% da radiação, a 2 metros de distância ela receberá
o equivalente a 25%.
1,0
1/r2
0,5
0,0
Figura 13 – Lei do inverso do
quadrado da distância.
0 1 2 3 4 5
r
c) Fu n çõ e s periódicas:
y y y
1,5 1,5 1,5
1 1 1
0,5 0,5 0,5
x x x
2 2 -0,5 2 2 2 2 -0,5 2 2 2 2 2 -0,5 2 2 2
-1 -1 -1
-1,5 -1,5 -1,5
y y y
1,5 1,5 1,5
1 1 1
x x x
2 2 -0,5 2 2 2 2 -0,5 2 2 2 2 2 -0,5 2 2 2
-1 -1 -1
-1,5 -1,5 -1,5
»» Excentricidade:
Mudanças na excentricidade orbital afetam a distância Sol-Terra.
Atualmente, uma diferença de apenas 3% (5 milhões de km) existe
entre maior aproximação (periélio), que ocorre próximo ao dia 3 de
Janeiro, e o maior afastamento (afélio), que ocorre por volta do dia 4
de Julho. Essa diferença em distância representa um aumento por volta
Excentricidade = 0 de 6% na radiação solar que alcança a Terra entre Julho e Janeiro. A
forma da órbita da Terra muda de elíptica (alta excentricidade) para
circular (baixa excentricidade) em um ciclo que dura algo entre 90.000
e 100.000 anos. Quando a órbita é altamente elíptica a quantidade de
radiação solar que alcança a Terra no periélio é da ordem de 20% a
30% maior que a quantidade recebida durante o afélio, o que resulta
em um clima substancialmente diferente do que experimentamos hoje.
»» Precessão:
Mudanças na precessão axial alteram as datas do periélio e afélio,
b aumentando assim o contraste entre as estações do ano em um hemis-
fério e o diminuindo no outro. Este ciclo dura cerca de 23.000 anos.
Precessão
c
Figura 14 – (a) Excentricidade orbital. (b)
Obliquidade ou inclinação axial. (c) Precessão.
Somando-se os diferentes ciclos reconhecidos por Milankovitch pode-se entender
o caráter rítmico das glaciações (Figura 15 e Figura 16). A ideia é similar a apresentada
no boxe “Séries Trigonométricas e Séries de Fourier” apresentado na secção “Como
surgiram as funções?”.
Precessão Excentricidade
0,04 24,0
0,00 23,0
-0,04 22,0
-3
Menos gelo
-2 Interglaciais
-1
O/16O
0
18
1
Mais gelo
2 Glaciais
3
0 200 400 600 800
Milhões de anos antes do presente
Fluxo magnético:
O campo magnético, juntamente com o campo elétrico, são as entidades básicas
utilizadas na descrição dos fenômenos eletromagnéticos da natureza. Campos são regi-
ões do espaço que apresentam características especiais. Por exemplo, um próton gera um
campo elétrico ao seu redor, sendo que a intensidade desse campo diminui conforme nos
afastamos da partícula. Por sua vez, um ímã possui um campo magnético ao seu redor.
A variação do fluxo magnético é a variação da quantidade de campo magnético que passa
através de uma área (como a área compreendida pelo circuito da Figura 17).
(a) (b)
Copyright © Addison Wesley Longman, Inc.
Figura 17 – Obtenção de força eletromotriz (ε) a partir da variação do fluxo magnético através de um cir-
cuito.
d) Fu n çõ e s e xp o n e n c i a i s :
y y y
7 7 2
6 6 1
5 5
0,5
4 4
3 3 -10 -5 5 10 15 20 x
2 2
-0,5
1 1 -1
-2
-15 -10 -5 5 10 x -10 -5 5 10 15 x
y = ekx y = e-kx y = 1 – e-kx
• Física:
»» Decaimento Radioativo
Três anos após a descoberta da radioatividade em 1896 foi notado que a razão de
decaimento de uma substância radioativa diminui com o tempo de acordo com uma lei
exponencial. Alguns anos depois entendeu-se também que a radioatividade representa
a mudança de átomos individuais e não da amostra como um todo. A radioatividade
natural pode ser entendida como uma transmutação de um núcleo atômico em outro,
sendo que o que incita essa transformação é a busca do núcleo por um estado energético
mais estável. O decaimento é estatístico em natureza, dessa forma é impossível prever
qual átomo, e quando, sofrerá a transmutação. Ou seja, a probabilidade de decaimento
do átomo é constante, independente de sua idade (átomos novos e velhos de um mesmo
elemento químico decaem com a mesma probabilidade). A lei de decaimento radioativo
pode ser escrita como:
• Biologia:
O número de microorganismos em uma cultura de células cresce exponencial-
mente enquanto há abundância de alimento. Ou seja, uma célula mãe sofre divisão
se transformando em duas células filhas, que por sua vez dão origem a quatro novas
células e assim por diante.
• Computação:
A Lei de Moore (proposta em 1965 por Gordon Earle Moore, co-fundador da In-
tel) diz que o número de transistores que podem ser colocados em um circuito integra-
do dobra aproximadamente a cada dois anos (Figura 19). Transistores são componentes
eletrônicos utilizados como chaves lógicas (0 ou 1, sim ou não), e os responsáveis pela
habilidade de computar dos computadores. Diferentemente dos tubos de vácuo utiliza-
dos nos primeiros computadores, transistores permitiram a fabricação de computadores
bem menores, mais confiáveis e mais velozes. Dessa forma, a evolução da velocidade
de processamento (processadores) e capacidade de armazenamento (memória) aumenta
de forma exponencial. Entretanto, o próprio Moore prevê que no futuro o tamanho do
K6-III
dois anos. K6 PIII
10.000.000
PII
K5
Pentium
486
1.000.000
386
256
100.000
8088
10.000
8080
2.300 4004 8006
• Economia:
O chamado “marketing viral” funciona de forma análoga a uma epidemia. Um
anúncio, propagado por exemplo via e-mail, “infecta” um usuário que por sua vez pro-
paga essa informação para outros usuários. Desde que cada usuário infectado divida a
ideia (anúncio) com mais de um usuário suscetível, o transporte da informação cresce
de forma exponencial.
F u n ç õ e s C o mp o s ta s :
Algumas funções são mais complexas, pois são composições das funções básicas,
mas que também expressam fenômenos naturais importantes. O traçado qualitativo
dos respectivos gráficos é importante para a compreensão desses fenômenos, e pode
ser feito seguindo-se algumas regras, as quais vamos chamar regras de comportamento
assintótico::
1) y = x2 e-kx
Pela regra 1, quando x tende a infinito (x → ∞), o comportamento da função
corresponde à função exponencial e-kx . Já pela regra 2, quando x tende a zero (x → 0),
y → x 2. Os gráficos da função exponencial e da função x2 são apresentados em con-
junto no gráfico abaixo,
y y = e-kx
3,5 g = x2
3
2,5
2
1,5
1
0,5
-2 2 4 6 x
y
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
-2 2 4 6 x
Pela regra 6, temos o gráfico da função exponencial decrescente, mas com uma
oscilação:
y
7
6
5
4
3
2
1
-2 -1 -1 1 2 3
-2 x
-3
-4
-5
3) y = x - 1
x-2
Pelas regras 3 e 4, temos que, para x → 0, y = x - 1 , ou seja y fica constante
x-2
igual a ½, cujo gráfico é uma rela horizontal em y = ½.
Já para x → ∞, y " x = 1 , uma reta horizontal em y = 1.
x
Além disso, pela regra 5, há uma singularidade em x = 2. Traçando os gráficos de
y = ½, y = 1 e uma reta vertical na singularidade,
y
2
1
0,5
0
1 2 3 4 5 6 7 x
-0,5
4,5
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5 6 7 8 9
-0,5
-1
-1,5
-2
-2,5
-3
x-1
Neste caso, temos:
Para x → 0, y = - 2x = 2x
-1
2
Para x → ∞, y = x = x
x
Com uma singularidade em x = 1.
Os gráficos de y = 2x, y = x e da singularidade são:
y
10
8
6
4
2
0 1 2 3 4 5 6 7 x
2
O que nos permite traçar o gráfico da função y = x - 2x :
x-1
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
-0,5
-1
-1,5
-2
-2,5
-3
-3,5
5) y = 3x3 - 2x2
(x + 1)(x - 2)
Para x → 0, y = - 2x2 = x2
(1)(- 2)
3
Para x → ∞, y = 3x = 3x
(x)(x)
y
11
10
8
6
4
2
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 x
0,8
0,6
0,4
0,2
-0,4
-0,6
-0,8
-1
P ara fins de conhecimento geral optamos por apresentar também o conceito de fractal, que é
uma descrição matemática de estruturas “autossimilares” presentes na natureza.
F r a c ta i s
Figura
21 – C
ouve
-flor.
Ponte , J. P. (19 9 2). “ T he h i s tor y of t he c onc e pt of f u nc t ion a nd s ome e duc at ion a l i mpl ic at ion s ”.
T he M at hem at ic s E duc ator, 3 (2), 3 -8 .
A c e s s o em 18 . 01. 2 010
W I K I PÉ DI A . A l m a g e s t . D i s p on í v e l em : ht t p: //e n .w i k ip e d i a .or g /w i k i /A l m a g e s t .
A c e s s o em 18 . 01. 2 010
A c e s s o em 2 6 . 01. 2 010
Pon to de F us ão do DNA :
A c e s s o em 2 0 .10 . 2 010
Ciclos de M i l a n kov i t c h :
P roje to M a n h at t a n – T he L o s A l a mo s P r i me r
A c e s s o em 2 0 .10 . 2 010
Lei de Moor e:
D u b a sh , M . (2 0 0 5 ) “ Mo or e ’s L a w i s d e a d , s ay s G ordon Mo or e ”
ht t p: //ne w s .te c hw orld .c om /op e r at i n g-s y s tem s /3 47 7/mo or e s-l a w-i s- d e a d-s a y s-g ord on-mo or e /
A c e s s o em 2 0 .10 . 2 010
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