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Universidade Castelo Branco

Projeto Progredir
Pós-graduação em Gestão Educacional
Disciplina: Políticas Públicas e Legislação
Professor: Nazaré Lima
Grupo de Trabalho: Jacqueline Cardoso dos Santos
Rosilene de Paula Cavalcanti
Raquel Garcia Nery
Sandra Mara de Souza
Silvia Pegoraro Generoso

ANÁLISE CRÍTICA SOBRE OS “AVANÇOS” E OS “RETROCESSOS”


DA LEI Nº 9.394/96

Uma lei, seja qual for, em seu âmago, pretende satisfazer os


anseios da sociedade. Mesmo que ela não consiga plenamente
alcançar esse objetivo em sua plenitude, a tentativa já é um
grande ganho à sociedade.

Na época de sua publicação, a LDB não quis se comprometer


com a obrigatoriedade e gratuidade do ensino médio. Com a
nova alteração dada pela Lei 12.061/2009, tendo em vista a
meta do PNE sobre a universalização do ensino, tornou isso uma
realidade passível de postulação perante a Justiça desse direito.

A garantia de vaga na rede pública na educação infantil ou no


ensino fundamental próxima à residência do aluno facilita o
acesso do aluno à educação, porém, muitas vezes, essa
proximidade é relativa, podendo dificultar a efetiva presença do
aluno na escola.

A mudança para 9 anos do ensino fundamental e o limite de


idade de 6 anos para matrícula do aluno são um avanço, apesar
de que esse limite de idade poderia ser ampliado. Nisso a
legislação não quis se responsabilizar, porque não colocou o
atendimento em creches e pré-escolas como atendimento
gratuito obrigatório.

Embora consideremos uma atitude assistencialista, a gratuidade


do transporte escolar nos âmbito estadual ou municipal, devido
à realidade social das classes populares, é relevante na medida
em que garante às crianças o acesso à educação.
A inclusão das disciplinas de Artes, Sociologia, Filosofia, História
e Cultura Afro-brasileira e Indígena é um avanço visto que tem
por finalidade desenvolver no aluno a capacidade de pensar
criticamente a realidade à sua volta. Por outro lado, a disciplina
de Educação Física e o ensino religioso parecem ainda não ter o
reconhecimento devido como importantes ferramentas de
auxílio ao desenvolvimento e à aprendizagem do educando,
devido às brechas que a lei deixa para que seja facultativo ao
aluno.

O retorno do ensino técnico em nível parece uma volta ao


passado de algo que não deu muito certo em termos
qualitativos. Temos consciência de sua importância devido à
falta de mão de obra especializada, contudo pensamos que
deve-se ter cautela para que não saiam desses cursos jovens
mal preparados(ou haja excesso) para um mercado de trabalho
cada vez mais concorrido e exigente.

Ainda que as regras de aposentadoria vinculem o tempo de


contribuição à idade, é um avanço o reconhecimento de outras
atividades pedagógicas como diretor, supervisor, orientador e
inspetor como profissionais da educação, o que lhes permite o
gozo da aposentadoria especial, antes restrita apenas ao
professor regente.

Já estamos chegando ao final da Década da Educação e a LDB


ainda não quis exigir do professor de 1ª à 4ª série a formação
em nível superior para trabalhar nesse segmento. A todo tempo
a mídia e os especialistas em educação apontam a formação
dos professores como forma de combater o fracasso escolar
(mesmo que saibamos que as causas disso não são apenas
essa, mas outras bastante complexas), por esse motivo
acreditamos ser uma falha permitir isso, pois pode comprometer
a qualidade do ensino.

Cada vez mais o mercado do trabalho tem exigido dos


profissionais, seja de qualquer área, constante atualização e
especialização. Percebemos uma preocupação e um esforço do
poder público em oferecer aos profissionais da educação
oportunidades de formação inicial, continuada e de capacitação.
Entretanto, sabemos que essas formações muitas vezes
acontecem de forma irregular e sem qualidade, e entendemos
que talvez fosse melhor que cada sistema de ensino fizesse
convênios com entidades de ensino superior e oferecesse bolsas
para atender à demanda de formação desses profissionais.

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