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2008
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 4
2. JUSTIFICATIVA 8
2.1 - PRESSUPOSTOS DO PROGRAMA PRÓ-CRIANÇA – CASA DE BRINCAR 9
3. APRESENTAÇÃO DA ENTIDADE EXECUTORA 14
4. OBJETIVO GERAL 15
4.1 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS 15
5. PÚBLICO ALVO 16
6. PERFIL DA POPULAÇÃO ATENDIDA PELO PROJETO 16
6.1 PERFIL SOCIOGEOGRÁFICO: 16
7. METODOLOGIA 16
7.1 CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DA POPULAÇÃO ATENDIDA 19
7.2 PREMISSAS METODOLÓGICAS 19
7.3 – PROCEDIMENTOS/ESTRATÉGIAS 20
8. SUSTENTABILIDADE 21
8.1. FISÍCO/FINANCEIRA 21
8.2. COMUNITÁRIA 21
8.3. ARTICULAÇÃO E TRABALHO EM REDE: 22
8.4. INTERAÇÃO COM AS POLÍTICAS PÚBLICAS: 23
9. ACOMPANHAMENTO DO PROCESSO 24
10. AVALIAÇÃO DE RESULTADOS 25
11. EQUIPE TÉCNICA DO PROJETO 27
12. ESTRATÉGIA DE DIVULGAÇÃO 27
13. PLANO DE APLICAÇÃO 28
13.1. RECURSOS HUMANOS 28
13.2. RECURSOS MATERIAIS 28
13.3. CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO 29
14. ORÇAMENTO 29
15. FONTE DE RECURSOS 34
16. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 35
17. BIBLIOGRAFIA REFERENCIADA 36
1. INTRODUÇÃO
É notório que em Sete Lagoas, coexistem formas diversificadas de criar as crianças pequenas.
Essas diferenças, infelizmente, não se inscrevem à nossa rica diversidade cultural, mas a diferença
sócio-econômica entre as classes sociais. Desse modo, a diferença entre as crianças e famílias
setelagoanas esta contida em um fator de desigualdade social.
Na cotidianidade de muitas famílias, os pais enfrentam grandes dificuldades para cuidar e educar
seus filhos, suas filhas. Estas, muitas vezes, são ocasionadas, tendo como fator de preponderância,
razões econômicas.
É necessário também mencionar que a própria estrutura das famílias passa por modificações, o que
configura formas diferenciadas da formação da rede de relações familiares. Há famílias
tradicionais com marido, mulher e filhos e/ou filhas; famílias monoparentais os filhos e/ou as
filhas, a vivem com a mãe ou com o pai, separadamente; famílias recasadas com filhos e/ou filhas
que vivem com um dos pais recasado; famílias ampliadas, onde as crianças são cuidadas pelas
avós e/ou tios, tias; famílias não convencionais, pais homossexuais ou poligâmicos; entre outras
formas de organização familiar. Além disso, mesmo nas famílias tradicionais, o papel exercido
pelos pais tem sofrido alterações significativas.
A Constituição Brasileira no seu artigo 227 e no Estatuto da Criança e do Adolescente que diz:
“É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com
absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade, à convivência familiar e comunitária.” (CF/1988) como apoio legal ao papel da
família.
Partindo desta preceituação, entende-se que a garantia dos direitos da criança começa pela
família.
Como conseqüência, para cumprir com seu dever junto aos filhos e filhas, a família também
precisa ter garantidos os seus direitos sociais básicos.
De acordo com dados gerados do Bolsa Família(SMJS),no município tem cerca de 62.000
famílias, e deste total 11.249 famílias possuem critérios para concessão do benefício do Bolsa
Família ( renda per capta até R$120,00). Em combinação com a média municipal de famílias
pobres estima-se que 2.486 crianças de 0 a 3 anos de idade e 1.939 crianças de 4 a 6 anos estão
inseridas nas famílias que recebem e vivem com uma renda per capita mensal igual ou inferior a
um ¼ do salário mínimo.
Também, conforme dados do INEP/CENSO 20083, em Sete Lagoas estão matriculadas crianças
de 0 a 3 anos, sendo 591 crianças na Rede Municipal e 1215 crianças na Rede Privada, (nesta,
inclusa unidades filantrópicas, comunitárias e sem fins lucrativos), e crianças de 4 a 6 anos de
idade, sendo 4077 crianças na Rede Municipal e 1513 na Rede Privada, (nesta, inclusa unidades
filantrópicas, comunitárias e sem fins lucrativos).
Os dados mostram que a grande maioria das crianças até os seis anos de idade convive o dia todo
em casa. Tal realidade, certamente, não se deve a uma opção unilateral das famílias de criar os
filhos em ambiente privado, por exemplo, mas à insuficiência de espaços coletivos para atendê-
las, como creches, pré-escolas e outros espaços coletivos.
Também para a família cumprir seu papel em relação aos filhos e filhas, além das oportunidades
sociais e econômicas, deve-se incluir o acesso a informações atualizadas sobre desenvolvimento
infantil, incluindo os cuidados com saúde e alimentação, a imunização contra doenças, a
1
Estimativas populacionais do IBGE para o TCU/2008.
2
Acesso em 03/12/2008. Disponível em http://www.ibge.gov.br
3
Dados Preliminares do Censo 2008. Disponível em http/www.inep.gov.br
prevenção de acidentes, a higiene da boca, do corpo e do ambiente; e, sem dúvida, as
oportunidades educativas que promovem a aprendizagem e a formação de uma personalidade
saudável pela criança, relacionada tanto ao tipo e à qualidade das interações interpessoais como
às atividades mediadas pelo adulto e por outras crianças.
Estas informações podem representar um saudável confronto entre o saber técnico e os costumes,
os valores, e a realidade das famílias o que pode contribuir para enriquecer a percepção dos pais
sobre seus filhos, suas filhas e ampliar a vivência da maternidade e da paternidade. Dessa forma,
possibilita o estabelecimento de processos interativos e laços afetivos mais significativos,
criando-se ambiente social de desenvolvimento tanto para os pais como para os filhos, as filhas.
Certamente, não se trata de apresentar um modelo para as famílias de como uma criança deve ser
educada, mas sim de dialogar com elas, trazendo algum conhecimento técnico para que possa ser
confrontado com o saber dos pais e das famílias.
É consenso que cada família tem sua forma própria de viver sua vida, consequentemente criará
seus filhos, suas filhas do seu jeito, no entanto todas as famílias têm o direito de ter acesso a
conhecimentos que as apóiem para construir sua sabedoria. O conhecimento de certas atividades,
certos tipos de interação que o estudo e a experiência mostram ser favoráveis ao
desenvolvimento das crianças, e certamente pode ajudá-las nessa tarefa.
Outras atividades também precisam fazer parte da vida cotidiana das crianças como os espaços
na comunidade onde elas possam brincar.
Desta feita, torna-se urgente a necessidade da recuperação deste ato natural de brincar como
contraponto ao processo de industrialização e até mesmo de midiatização do brinquedo, que
durante algum tempo vem tentando suplementar os potenciais de criação, espontaneidade,
ludicidade, criatividade tão importante e tão imbricado na infância de todo e qualquer ser
humano.
Portanto o brincar não pode ser uma atividade humana considerada supérflua, mas um direito da
criança. Como alguém já disse com bastante propriedade “Brincar é coisa séria”, pois na
brincadeira o ser humano se constrói, se elabora e se forma.
Os valores adquiridos pelas crianças mediante a vivência com o lúdico são incontestáveis,
principalmente quando se sabe que o envolvimento com os brinquedos criativos é um bom
investimento da sociedade em termos de política pública.
Com os brinquedos a criança vivencia uma realidade onde tem a oportunidade de construir muito
dos seus valores, porque no brincar ela elabora, é um conhecer a si mesmo e aos outros. Pois
brincar é dialogar e partilhar; é curar a alma e o corpo ferido; é criar e também recriar.
É com base nesta crença, que a construção de espaços coletivos, será instalada em Sete Lagoas
como política pública, garantindo assim a experiência compartilhada, valores de solidariedade,
cooperação, respeito às diferenças entre as pessoas, para que a liberdade e responsabilidade
sejam exercitadas com as crianças, ensinadas pelas mães, pelos pais, pelas avós, pelos
responsáveis as suas crianças nas famílias. Além de brincar, a criança gosta de participar de
atividades que seus pais, irmãos maiores, parentes fazem cotidianamente: o fazer junto, o fazer
com; é à base da aprendizagem e do desenvolvimento da criança. O que ela, num primeiro
momento, faz junto com outra pessoa mais experiente é o que ela vai fazer por conta própria
depois. Quando pode participar de atividades que os pais e outras pessoas mais experientes da
família fazem, ela está aprendendo também a ajudar os outros, a valorizar o trabalho, a se sentir
mais capaz e adquirir confiança em suas capacidades. A família tem, portanto um espaço que lhe
é próprio para proteger, cuidar e educar suas crianças. Quando é apoiada e reforçada aumenta sua
competência para fazê-lo.
Desta forma, o objetivo maior deste projeto é prestar atendimento à criança pequena em sua
comunidade, em espaço coletivo - CASA DE BRINCAR - visando a garantia dos seus direitos
fundamentais e o fortalecimento dos vínculos familiares, além do contexto familiar. Isto,
especificamente através de atendimentos individuais, das crianças e seus pais ou responsáveis
por meio da brincadeira, e ações complementares: visitas domiciliares, atendimento
interdisciplinar, atendimento aos casais e famílias em conflito, oficinas em grupos/encontros
sócioeducativos, orientação e apoio familiar, entre outros, para a defesa dos direitos de cidadania
da criança.
Na Casa de Brincar um tipo de interação diferente se instala, pois é o lugar do brincar por
excelência. As cantigas de roda, as músicas, as danças, os jogos coletivos, encontram seu espaço
de acontecer. A Casa de Brincar visa oportunizar para que a atividade do brincar, profundamente
necessária para a criança pequena, aconteça num lugar preparado para isso e, aproximar pais e
filhos, filhas da cultura do lugar onde vivem.
“Desde suas origens, as modalidades de educação das crianças eram criadas e organizadas para atender a objetivos e
a camadas sociais diferenciadas: as creches concentravam-se predominantemente na educação da população de
baixo poder econômico, enquanto as pré-escolas eram organizadas, principalmente, para os filhos das classes média
e alta (Política Nacional de Educação Infantil: pelos direitos das crianças de zero a seis anos à Educação ,pag. 3)
Posteriormente, a educação infantil passou ser regida pelo, SEAS – Secretaria de Estado de
Assistência Social. A expansão de creches é igualmente visível nos anos 1980, ganhando novos
significados como lugar de convivência infantil e autonomia para as mulheres. É quando entram
em cena os movimentos sociais organizados por feministas e por mulheres das periferias dos
grandes centros urbanos, que demandam educação e guarda diurna para os seus filhos pequenos,
tomando a iniciativa de criar tais serviços, apoiadas por programas públicos, sobretudo federais,
vinculados aos órgãos de assistência social.
“Assistimos, assim, ao surgimento das experiências comunitárias, organizadas por associações femininas, quase
sempre vindas das comunidades eclesiais de base, que criaram creches e centros-infantis ou “prézinhos”, em parte
subsidiadas com recursos públicos repassados por meio de convênios. Rompe-se a histórica tutela filantrópica sobre
as creches e as crianças das classes populares, com a entrada dos movimentos e organizações populares, que
também passam a organizar a atividade assistencial” (Vieira1990).
Este é o marco em que a Assistência Social assume em relação às crianças pequenas, ações
estritamente da área de sua competência. Conforme o SUAS, estas crianças de 0 a de até 6 anos
de idade devem ter atendimento denominado “Proteção Social Básica à Infância”.A Norma
Operacional Básica da Assistência Social – NOB/SUAS estabelece que sejam oferecidos, no
âmbito da Assistência Social, serviços de proteção básica nos territórios de maior
vulnerabilidade social e pobreza, com vistas ao fortalecimento de vínculos familiares e
comunitários, com centralidade na família.
Esta realidade, por sua vez, envolve as famílias e suas crianças, que encontram,em grande parte, no
uso e tráfico de drogas uma forma de sobrevivência, uso de álcool, que acabam produzindo violência
doméstica e abandono dos filhos, das filhas.
Como exemplo desta realidade municipal explicita-se os dados fornecidos pelos Centros de
Referência da Assistência Social - CRAS, do perfil psicossocial das crianças, e famílias atendidas,
verificando assim: crianças vítimas de violência doméstica, expostas à convivência com dependência
química dos pais (álcool e drogas); adolescentes que acabam engravidando precocemente, sem
mesmo ter estrutura para lidar com a maternidade; mães e familiares profissionais do sexo;
desemprego; tráfico de drogas; pais que cumprem pena, mães presidiárias; banalização das relações
familiares. Estas constatações justificam assim um reforço urgente de ações, com a implantação de
um espaço onde a criança pequena possa refazer seu reencontro com a família e reconstruir os laços
de , tendo como mediador o brincar junto.
E, esse encontro com as famílias, nessa realidade, compreende como o resultado de um processo
histórico, onde padrões, costumes e necessidades desta sociedade auxiliarão a redesenhar os modelos
existentes e os papéis de cada membro da família. Destas transformações surgem as dificuldades,
principalmente quando as famílias se encontram vulneráveis e oferecem aos seus, condições mínimas
de sobrevivência e em contrapartida, poucas alternativas para minimizar estas dificuldades. Percebe-
se ainda que estes pais também foram crianças vítimas de violências e hoje, enquanto adultos
reproduzem os modelos que lhes foram passados.
Sabe-se que essas situações atrapalham a vida escolar, comprometem a saúde e o desenvolvimento
da criança e são destrutivas para sua vida. E, que muitos deles se encontram também em situação de
vulnerabilidade e risco. Assim, precisam resgatar o direito a informações e educação, mesmo que
tardia, para lidar com suas crianças de forma a poder recompor os vínculos familiares noutras bases,
mais humanas, sólidas e amorosas.
Por conta disto, então, e de todo este entendimento, é que se volta o trabalho ao fortalecimento dessas
famílias, uma vez que se acredita na capacidade das mesmas de se organizarem dentro de seu próprio
contexto, revendo e reconstruindo seus vínculos ameaçados, propiciando seu empoderamento a partir
de um apoio político social estratégico da Casa de Brincar.
Mais que a definição legal de família é a compreensão da complexa riqueza de vínculos familiares e
comunitários, que esta proporciona ou pode proporcionar, em defesa da criança. Porque é a partir de
ambiente familiar afetivo que poderá constituir-se uma base para um desenvolvimento saudável no
decorrer de todo o ciclo vital. Pois, são as diversas vivências experimentadas neste seio, que
permitirão à criança posteriormente, a capacidade de se cuidar, se preocupar consigo e com o outro,
se responsabilizando por suas próprias ações e sentimentos, ou seja, gradativamente construir uma
identidade que a sustentará na vivência em comunidade e sociedade.
Nesse sentido, há que se pensar que os pais e/ou responsáveis, a partir de uma reorganização interna
e externa, podem resgatar o mínimo de auto-estima e confiança, o que lhes permitirá a
reaproximação dos filhos, das filhas e recomposição da família.
Assim, precisa- se partir da premissa de que cada família tem sua própria identidade, e o respeito às
diversas formas de organização familiar prevalece no trato como todas elas deverão ser recebidas
pelo Programa.
Para tanto, tornou-se necessário desmistificar inicialmente a idéia de que a boa saúde mental de
crianças e adolescentes se ligam diretamente ao fato de ter uma família tradicional centrada em pai,
mãe, filhos e/ou filhas
Às vezes, a família poderá ser uma avó materna ou paterna, uma madrinha sem laços de
consangüinidade, ou um pai a ser localizado, um irmão ou uma irmã mais velha.
“Cada um de nós sabe que não podemos refazer o início de um processo já começado, na tentativa
de reconstrução daquele começo ou com a intenção de fazer um novo começo... mas, qualquer um
de nós pode começar agora e construir um novo fim...” ( Lila)
3. APRESENTAÇÃO DA ENTIDADE EXECUTORA
Garantir por meio de espaços coletivos, denominados “Casa de Brincar, a oferta de atividades
socioeducativas às crianças de 0 a 6 anos de idade e suas famílias, nos territórios dos Centros de
Referência da Assistência Social/CRAS em parcerias com ONG’s ou espaços disponíveis na
Comunidade, afiançando os seus direitos fundamentais e o fortalecimento dos vínculos
familiares e comunitários.
• Implantar um espaço coletivo, em cada um dos territórios dos três CRAS, em parceria
com ONGs ou outro espaço disponível para desenvolver as atividades de brincar.
Crianças de 0 a 6 anos de idade e suas famílias, residentes nos territórios dos CRAS Setores I,
II, III.
7. METODOLOGIA
As crianças serão encaminhadas pelas equipes dos CRAS em interface com a equipe instalada
em cada “Casa de Brincar”.
Orientar a família, respeitando sua cultura e forma de criar seus filhos e filhas,
especialmente os pais e/ou responsáveis pela criança, quanto ao adequado exercício das suas
funções, em termos de proteção e cuidados à criança inserido-as na “Casa de Brincar”, numa
abordagem de apoio, diálogo e reflexão com vistas a melhoria e/ou conservação dos laços
afetivos;
Oportunizar às famílias que já não dispõem de tempo suficiente para estar com seus
filhos, principalmente os menores, momentos em que ocorra a aprendizagem do brincar;
A “Casa de Brincar” é um espaço de uso coletivo dotado de acervo de brinquedos, jogos e livros
onde uma equipe de trabalho multidisciplinar executará o programa. Essa equipe inclui
profissionais de áreas específicas e a parceria com o terceiro setor, para fomentar o brincar como
uma atividade fundamental para o desenvolvimento infantil.
Para que o brincar encontre as respostas mais adequadas à criança que freqüentar a “Casa de
Brincar”, a organização do ambiente terá em conta diferentes níveis de interação. Esta
perspectiva assenta no pressuposto que o processo de desenvolvimento humano constitui um
processo dinâmico de relação com o meio, mas também influencia o meio. Por entender que aos
adultos ocorre faltar nos momentos do dia-a-dia tempo para olharem atentamente para as
crianças e interagirem com elas nas atividades de brincar. Assim, deverá ser oportunizado
horários condizentes aos seus afazeres. Pois, a participação com seus filhos, suas filhas tem
como premissa que o brincar não é inato, mas aprendido nas interações. A elaboração deste
tempo para os adultos ensinarem as crianças deverá ser construído com eles.
Dentro desta perspectiva, as oficinas socioeducativas, atuarão como mecanismo do
ensinar/aprender a brincar, bem como outros temas ligados, considerando que o acesso às
informações atualizadas sobre desenvolvimento infantil, incluindo, sem dúvida, as oportunidades
educativas que promovem a aprendizagem e a formação de uma personalidade saudável, pela
criança, relacionada tanto ao tipo e à qualidade das interações. É preciso a parceria dos pais na
brincadeira.
Outra ação, será buscar parcerias em outros saberes na área de atendimento à criança, não apenas
abrindo oportunidades de atuação, mas buscando auxílio no trato desta demanda específica do
programa. Na maioria das vezes, os pais da criança, necessitam de orientação e tratamento, seja
de saúde, psicológico, psiquiátrico ou em função do uso de drogas, lícitas ou ilícitas. Esta ação
será competência da equipe técnica do CRAS, uma vez que a territorialização implica neste
acompanhar com os devidos encaminhamentos à rede. Porque só depois que os pais estão
comprovadamente reabilitados, a criança terá condição de um convívio qualitativo.
Essas famílias deverão ser incluídas em atividades grupais, de suporte da “Casa de Brincar”,
divididas em conteúdos sobre temas específicos, tais como: uso indevido de substâncias
químicas (lícitas ou ilícitas); desenvolvimento e necessidades – afetivas, emocionais, cuidados,
respeito infanto-juvenil para um crescimento sadio; “direitos e deveres” dos pais ou
responsáveis; saúde física, psíquica e mental de crianças, e outros, que funcionam como
propulsores de reflexões sobre a implicação de cada participante com esse tema, de modo a
reconstruir a materno/paternidade responsável.
Nos grupos de pais/responsáveis serão estabelecidas conversas que possibilitem tanto a aceitação
das realidades trazidas pelos diferentes participantes, como a promoção da busca e construção de
novas narrativas sobre suas vivências e convivências.
As atividades grupais serão sempre facilitadas por, no mínimo, dois profissionais vinculados ao
programa, caracterizando assim uma ação inter-profissional. Poderão ser convidados outros
facilitadores, especialistas no tema do dia, a fim de promover uma melhor compreensão sobre o
assunto específico, enriquecendo as inter-relações e o engajamento de outros profissionais à
proposta.
7.1 Critérios Para Seleção da População Atendida
7.3 – PROCEDIMENTOS/ESTRATÉGIAS
O programa será composto de uma equipe técnica interdisciplinar de: psicologia , serviço social,
pedagogia e, obrigatoriamente, de fisioterapia e brinquedista.
As estratégias a serem utilizadas são:
• Atendimento na “Casa de Brincar” – de 8 às 17 horas – com horário de participação
definido pela família, podendo ser incluídos horários aos sábados, sem ultrapassar o horário
previsto para cada profissional;
• Visitas domiciliares periódicas às famílias;
• Visitas e encaminhamentos institucionais à rede de atendimento;
• Mediação e conciliação de conflitos ou a busca de soluções negociadas, através de
encontros socioeducativos;
• Encaminhamento e acompanhamento a serviços de saúde especializados;
• Registro de acompanhamento diário das intervenções feitas em cada caso, em pastas
individuais que ficam guardadas em fichário na sede do programa;
• Encaminhamento ao Sistema de Garantia de Direito a fim de garantir que sejam
assegurados os direitos violados da criança ou do adolescente e mesmo de sua família.
O planejamento de cada caso acompanhado será feito com base num planejamento de trabalho
(visitas, atendimentos individuais e atendimentos em grupo), com base em reunião técnica
interdisciplinar, a ser realizada semanalmente.
Para cada situação, a equipe traçará estratégias e metas que se dividirão em: curto, médio e longo
prazo, que serão reavaliadas trimestralmente.
8. SUSTENTABILIDADE
8.1. FISÍCO/FINANCEIRA
8.2 COMUNITÁRIA:
O projeto visa mobilizar a comunidade em vários aspectos: estratégias a serem utilizadas são:
Atendimento
• Parcerias com as Associações que deverão ceder espaço físico para execução do Programa;
• Divulgação do Programa através da mídia, jornais, TV, eventos e palestras, chamando a
população local, para a solidariedade social e maior conscientização acerca da realidade das
famílias e suas crianças e a importância do brincar como prioridade da criança;
• Articular junto às empresas locais, parcerias na inserção de pais no mercado de trabalho;
• Buscar parceiros, pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que cedam
professores de artes, costura, pintura, bordado para capacitarem grupos de mães e pais, que
futuramente poderão não só ser inseridos no mercado de trabalho, como se organizarem em
cooperativas de prestação de serviços;
• Desenvolver trabalho preventivo junto às famílias de origem nos bairros de maiores índices
de violência, a fim de diminuir sua incidência e conscientizar a população sobre formas saudáveis de
educação e o Direito de Brincar das filhas e dos filhos.
O Programa de “Casa de Brincar” visa desenvolver um trabalho integrado com toda rede
socioassistencial de atendimento e Sistema de Garantia de Direitos;
• Conselho Tutelar;
• Conselhos Municipais de Direitos;
• Secretaria de Saúde (Centros de Saúde, Programa de Saúde da Família – PSF, Centro de
Atenção Psicossocial – CAPS);
• Secretaria de Educação (creches, escolas municipais, estaduais e particulares);
• Secretaria de Esporte Lazer e Cultura;
• Associação/Entidades;
• Igrejas;
• Justiça e Ministério Público;
• ARCAS – Atenção em Rede à Criança e ao Adolescente.
As ações em conjunto com a rede visam o restabelecimento do bem estar bio-psico-social da
criança e de sua família como um todo, tendo como eixo estruturante o brincar.
Diante das necessidades diagnosticadas pela equipe profissional, serão realizadas visitas
institucionais, contatos telefônicos e reuniões socioeducativas sistemáticas sem o intuito
moralizante de “como criar seus filhos e filhas” com os diversos profissionais envolvidos,
trocando informações pertinentes, abrindo um espaço de construção de novos conhecimentos.
Informações e estratégias para a efetivação da garantia dos direitos das crianças bem como dos
membros adultos.
1. Todas as crianças e famílias que derem entrada no programa deverão ser
referenciadas pela equipe CRAS e, obrigatoriamente acompanhadas junto ao
Programa “Casa de Brincar”. Os atendimentos realizados pelo Programa também
servem de base para as decisões, quanto ao processo de Verificação de Risco da
Criança.
8.4. INTERAÇÃO COM AS POLÍTICAS PÚBLICAS:
AÇÃO
Número de
Função no Formação Natureza do Horas
Experiência Profissional
Projeto Profissional Vínculo Trabalhadas
na Semana
Experiência mínima de 3
Coordenador
Curso Superior anos, comprovado na área contrato 40 h/s
Administrativo
administrativa.
Formação profissional
Curso Superior especifica, desejável com
Assistente Social em Serviço experiência comprovada na contrato 30 h/s
Social área da infância e
adolescência.
Formação profissional
especifica, desejável com
Curso Superior
Psicólogo experiência comprovada na contrato 30 h/s
em Psicologia
área da infância e
adolescência.
Ensino médio Experiência em trabalhos
completo e/ou lúdicos, oficinas
Brinquedista Contrato
superior pedagógicas, prestação de 20h/s
incompleto serviços na área de brincar.
Formação profissional
Curso Superior especifica, desejável com
Fisioterapeuta contrato 30h/s
em Fisioterapia experiência comprovada na
área da infância e adolescência.
Formação profissional
Curso Superior especifica, desejável com
Pedagogo contrato 30h/s
em Pedagogia experiência comprovada na
área da infância e adolescência.
A divulgação será feita através da imprensa, por meio de entrevistas concedidas pela técnica
responsável, pela Secretaria, em programas de rádio e televisão local, bem como pelo site da
Prefeitura que visa estimular a comunidade para a participação social, e adquirir novas parcerias
para o Programa.
Será confeccionado banner, camisetas, folders informativos que acompanharão sempre a equipe
técnica em apresentações e eventos que o Programa venha a participar, sempre destacando a
parceria e o apoio da Prefeitura Municipal, MDS, e demais empresas e segmentos parceiros para
realização do Programa.
Apresentação do Pró-Criança à Comunidade proporcionando a participação tanto das famílias
atendidas, quanto da comunidade, a fim de divulgar as atividades realizadas e estimular a
participação dos demais atores sociais, empresários, enfim, da comunidade em geral.
01
Técnica/administrativa
01 Assistente Social 30 horas semanais R$ 1.200,00
01 Psicólogos 30 horas semanais R$ 1.200,00
R$4.800,00 (R$800,00
06 Brinquedista 20 horas semanais
cada)
01 Pedagogo 30 horas semanais R$ 1.200,00
fisioterapeuta
01 30 horas semanais R$1200,00
Serviços Gerais
03 40 horas semanais R$ 600,00 (cada)
R$ 13.400,00
TOTAL DE DESPESAS COM PESSOAL(mês) -
ITEM M1 M2 M3 M4 M5 M6
RECURSOS
HUMANOS
13.400,00 13.400,00 13.400,00 13.400,00 13.400,00 13.400,00
RECURSOS M1 M2 M3 M4 M5 M6
MATERIAIS
14 – ORÇAMENTO
Justificativa: Adquirir equipamentos a serem utilizados nas 03 “Casas de Brincar”, para atender crianças de 0 a 6
anos e suas famílias nos territórios dos CRAS.
TOTAL 13.190,58
VALORES ESTIMADOS
DESCRIÇÃO QUANT UNID
UNITÁRIO TOTAL
TOTAL 13.857,00
VALORES
ESTIMADOS
ITEM DESCRIÇÃO QUANT UNID
UNITÁ
TOTAL
RIO
05 Pato Donald de borracha e pano – tamanho medio 30cm. 06 Unid. 39,90 239,40
30 (3 de
Boneca de pano e borracha Magali com cheirinho de tutti
06 cada Unid. 44,90 1.347,00
fruti e outras frutas – tamanho médio 30cm.
sabor)
07 Móbiles de Berço, elefante bola com vibra e som de pano. 03 Unid. 39,90 119,70
15 Pega Bebe, movido a fricção, estimula o bebe a engatinhar. 09 Unid. 29,90 269,10
TOTAL 13056,90
15 - FONTE DE RECURSOS
MÊS/SEMANA - 2008
Análise 13h
bibliográfi às 01 15
ca 17h
Pesquisa 13h
document às 18 29
al 17h
Elaboraçã 13h
o do às 01 05
texto-base 17h
Levanta
13h
mento ou às 08 19
diagnóstic 17h
o
Encontros 13h
, para às
organizaç 17h
ão do 22 26
trabalho, 19h
com as às
ONG’s 21h
Implantaç
ão do
13h
PRO -
às 10 29
CRIANÇ
17h
A nos
territórios
Elaboraçã
o dos
indicadore 13h
s de às 01 10
monitora 17h
mento e
avaliação
13h
Relatório
às 01 15
final
17h
17– BIBLIOGRAFIA REFERENCIADA
Brasil. Lei n. 8069, de 13 de julho de 1990. (1990). Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente
e dá outras providências. Estatuto da criança e do Adolescente. Brasília, 1990. São Paulo: Imprensa
Oficial.
_____. (1990) Lei no. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do
Adolescente e dá outras providências.Estatuto da Criança e do Adolescente.Brasília/São paulo: Imprensa
Oficial.
CRUZ, Maria N. da & SMOLKA, A. L. Gestos, palavras e objetos: uma análise de possíveis
configurações na dinâmica interativa. In: OLIVEIRA, Z. M. R. de(org.) A criança e seu desenvolvimento
– Perspectivas para se discutir a educação infantil. São Paulo, Cortez, 1995.
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Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira Pesquisas Educacionais Anísio
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Relatório dos trabalhos realizados pelo gt criado pela portaria interministerial nº 3.219, de 21 de setembro
de 2005, e proposta de prorrogação das suas atividades. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
à Fome; Secretaria Nacional de Assistência Social; Departamento de Proteção Social Básica.
ORIENTAÇÕES SOBRE A TRANSIÇÃO DA REDE DE EDUCAÇÃO INFANTIL FINANCIADA
COM RECURSOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL PARA A EDUCAÇÃO Articulação entre Assistência
Social e Educação Setembro de 2008.