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SÃO PAULO
2010
Sumário
Vida
Tese / Pensamento
Contemporâneos de Thomas Hobbes, Francis Bacon, empirista, e René Descartes,
racionalista, marcaram suas épocas com o antagonismo de suas filosofias. Os empiristas
radicais como Bacon defendiam a idéia de que a única fonte do conhecimento é a experiência,
enquanto que os racionalistas afirmavam que o conhecimento com validade universal só se dá
através da razão. Hobbes revolucionou ao formular suas teorias possibilitando a convivência
destas duas correntes: sua filosofia é formulada através de um raciocínio correto dos
fenômenos.
Hobbes enquadra-se claramente na tradição do empirismo britânico, para ele não há no
espírito do homem concepção que não tenha primeiramente, na totalidade ou em parte, sido
gerada pelos órgãos dos sentidos.
Num estado de natureza, não existem leis, no verdadeiro sentido da palavra. Mas
existem “leis da natureza”, que tomam a forma de princípios de interesse pessoal racional, de
receitas para a maximização das possibilidades de sobrevivência. Estas leis levam os homens,
no seu estado natural, a procurar a paz e a prescindir de alguma da sua liberdade em troca de
iguais concessões por parte dos outros homens.
O soberano é instituído por meio de um contrato de todos com todos, em que cada
homem suspende os seus direitos com a condição de todos os outros fazerem o mesmo. É uma
lei da natureza que os contratos sejam observados; mas um contrato sem a espada não é mais
do que um sopro de voz, e é dever do soberano impor não apenas o contrato original que
constitui o Estado, mas os contratos individuais que os seus súditos fazem entre si.
O momento histórico vivido por Thomas Hobbes era marcado por uma grande
interferência da Igreja no Estado, que o tinha como uma criação da vontade de Deus. Ele
afirmava que o Estado era uma criação do homem, não tinha qualquer relação com a vontade
de Deus, era um ato puramente humano.
A prova de o Estado ser leigo é o contrato social, que demonstra ser a criação do
Estado nada mais do que pura vontade política, criado pelo pacto entre os homens, um ser
artificial, independente da vontade divina.
Vida
Obras Principais
Tese / Pensamento
Blaise Pascal revelou-se gênio desde cedo. Com 12 anos por si só descobriu a
matemática, uma vez que foi impedido por seu pai o contato com livros sobre o assunto. Não
parou por aí. A sua contribuição para a ciência foi significativa e de grande importância.
Atuou na matemática, na física e na geometria, mas são suas reflexões filosóficas e teológicas
que mais surpreende a humanidade.
Ele passou, então, a dedicar-se aos estudos das probabilidades, realizando experiências
com problemas aritméticos. A partir de suas observações dos jogos de dados desenvolveu os
seus cálculos de probabilidades, a famosa fórmula da Geometria do Acaso. O Triângulo de
Pascal foi um dos trabalhos resultantes dessas pesquisas com jogos.
Um dos últimos trabalhos científicos de Pascal nesse período é o Tratado Sobre as
Potências Numéricas, em que aborda a questão dos "infinitamente pequenos". A essa questão
voltará mais uma vez em 1658, num derradeiro estudo científico sobre a área de ciclóide,
curva descrita por um ponto da circunferência que rola sem deslizar sobre uma reta. O método
aplicado por Pascal para estabelecer essa área abriu caminho a descoberta, do cálculo integral,
realizada por Leibniz (1646-1716) e Newton (1642-1727).
Na física, Pascal contribuiu no campo da hidrostática, desenvolvendo importantes
estudos que tiveram como inspiração as descobertas do italiano Evangelista Torricelli sobre a
pressão atmosférica, que reanimou a velhíssima controvérsia sobre o "horror ao vácuo".
Pascal, então, escreve um texto Prefácio ao tratado sobre o vácuo, no qual trata da
questão da Ciência e da Tradição. Neste texto Pascal divide o conhecimento humano em dois
tipos: um baseado na autoridade e na tradição, sendo seu melhor exemplo a teologia; outro, na
experiência e na razão sendo a física um modelo. "Mas o campo em que a autoridade tem a
força principal, é o da teologia, pois ela é inseparável da verdade e somente pela autoridade,
conhecemos a verdade: de modo que para obter certeza plena nas matérias mais
incompreensíveis para a razão, basta mostrar que estão nos livros sagrados, já o mesmo não
ocorre com as matérias que caem no âmbito dos sentidos ou do raciocínio: aí, a autoridade é
inútil e esses conhecimentos dependem só da razão.
Razão e autoridade têm seus direitos delimitados: aqui prevalece uma; lá, reina a
outra. Em crítica a Descartes, sem dirigida especialmente contra o método geométrico
cartesiano e contra a mentalidade geométrica do seu autor, que pretende reduzir tudo a idéias
claras e distintas. Segundo Pascal, o método geométrico é válido para as ciências exatas, não
para as humanas - filosofia, moral, religião - nas quais, em vez de idéias claras e distintas,
prevalecem idéias complexas, mas carregadas de verdades. Pascal não condena totalmente o
método geométrico; rejeita apenas a pretensão de aplicá-lo a qualquer verdade, em especial às
da esfera religiosa. Segundo ele, o método geométrico não tem valor absoluto nem mesmo no
reino da ciência, já que os primeiros princípios dela não são claros e distintos, mas confusos e
obscuros; eles são aprendidos mais pelo coração do que pela razão. O erro de Descartes
consiste em ter exagerado o fator intelectivo (negligenciando completamente o fator afetivo) e
a importância da razão e da especulação (subestimando a contribuição do coração).
Ao método geométrico de Descartes (esprit de géometrie), Pascal opõe o método
afetivo (esprit de finesse); às idéias claras e distintas, as idéias emocionantes; à precisão da
razão, o entusiasmo do coração. Pascal ao falar sobre o coração na sentença: "O coração tem
razões que a própria razão desconhece", não se refere exatamente aos sentimentos, mas sim a
um tipo peculiar de inteligência. O coração está na fonte dos conhecimentos humanos de
maior valor, conhecimentos que a razão não pode compreender nem justificar: as verdades da
moral, da religião e da filosofia. À razão pertencem os conhecimentos científicos.
"A verdade de Deus não pertence a pura ordem geométrica nem a pura ordem física; o
Deus vivo não é uma proposição nem um fenômeno. Deus deve ser sentido, e é o coração
quem sente a Deus, não a razão. Esta é a fé: Deus sensível ao coração, não a razão. Isto é,
Deus não é sensível a razão geométrica dos matemáticos e dos dogmáticos, senão a razão
concreta, ao pensamento que também é coração. Pascal se opõe totalmente a uma
interpretação sentimentalista ou fideista do problema de Deus. Por outro lado, é necessário
não esquecer que Pascal se volta ao ateu e quer persuadi-lo. É possível persuadir o ateu com
os argumentos racionais? Não. É necessário que o ateu esteja disposto a recebê-los, que deseje
a Deus.
Interessou-se pelo desenvolvimento da teoria matemática da probabilidade, no qual
também participou; e pode-se afirmar que foi um dos fundadores da teoria dos jogos, tendo
feito a sua mais famosa aplicação da então nascente disciplina à existência de Deus. Dizemos:
Ou Deus existe, ou não. Que partido devemos tomar? Neste caso, a razão nada pode
determinar. Separa-nos um abismo infinito; e, do outro lado desta distância infinita, joga-se
um jogo, que terá um de dois resultados possíveis. Em qual deles apostas?
Não temos a possibilidade de não apostar; isso não depende da nossa vontade, o jogo
já tinha começado e, tanto quanto a razão nos pode mostrar, as hipóteses são iguais para os
dois lados. Suponhamos que aposte que Deus existe. Se ganhar, Deus existe, se poderá
conquistar a felicidade infinita; se perder, Deus não existe, e aquilo que se perde é nada.
Portanto essa aposta é boa. Mas quanto deve-se apostar? Suponhamos que lhe são oferecidas
três vidas de felicidade em troca da aposta da sua vida atual — supondo, como anteriormente,
que as possibilidades de ganhar e de perder são de metade para cada lado. Não faria sentido
apostar toda a sua vida? Mas a verdade é que aquilo que lhe é oferecido é uma eternidade de
vida feliz, e não apenas três vidas; pelo que a aposta é infinitamente atraente. A proporção da
felicidade infinita, em comparação com aquilo que nos é oferecido na vida atual, é tal que a
aposta na existência de Deus é boa mesmo que a probabilidade de não ganhar seja enorme,
desde que seja apenas um número finito.
A aposta de Pascal assemelha-se à prova Anselmiana da existência de Deus pelo fato
de a maioria das pessoas que ouve falar dela, seja crente ou ateia, pressentir qualquer coisa
estranha, sem ser capaz de dizer exatamente o que é.
No caso da aposta, não é de modo algum claro o que significa apostar na existência de
Deus. Mas se, como Pascal julgava, a razão nada pode dizer-nos por si só, quer acerca da
existência, quer acerca da natureza de Deus, como podemos ter a certeza de qual o tipo de
vida que Ele recompensará com a felicidade eterna?
Nessa terceira fase de sua vida, Pascal volta a dedicar-se à ciência (estudos sobre a
ciclóide e sobre a roleta, seguidos de discussões com vários sábios da época), mas seus
escritos religiosos perdem o tom apologético para tornarem-se trágicos. Os Pensamentos
revelam ser os escritos de um homem a quem "o silêncio eterno dos espaços infinitos
apavora".
... O homem é incapaz de ficar parado sem sentir tédio. Nisso reside a sua
infelicidade (...) A dolorosa reflexão sobre a existência e sobre a morte é
universal. No íntimo, todos os homens tem medo e são infelizes. (..) O
verdadeiro objetivo é o aturdimento, a fuga de si mesmo. (Nicona, 2005,
p.245).
Na fase final de sua vida e de sua obra, Pascal exprime uma só certeza: a de que a
única verdadeira grandeza do homem reside na consciência de seus limites e de suas
fraquezas. " Pascal descobre a tragédia", escreve Lucien Goldmann, "a incerteza radical e
certa, o paradoxo, a recusa intramundana do mundo e o apelo de Deus. E é estendendo o
paradoxo até o próprio Deus - que para o homem é certo e incerto, presente e ausente,
esperança e risco - que Pascal pôde escrever os Pensamentos e abrir um capítulo novo.
Baruch Espinosa (1632 – 1677 d.C)
Vida
Obras Principais
Tese/ Pensamentos
Sua filosofia funda-se numa concepção panteísta da realidade, na qual se identifica
Deus com a Natureza. Para Espinosa só existe uma única substância ilimitada que se
manifesta numa infinidade de forma e com infinitos atributos. Nega a imortalidade da alma e
a natureza pessoal de Deus. Rejeitou o Livre-arbítrio, afirmando que a autodeterminação, isto
é, agir em função da natureza de cada um, é a única liberdade possível. Esta concepção
panteísta está bem patente nas suas concepções metafísicas, éticas e políticas.
Principais Idéias:
a realidade é una;
Deus e a realidade são uma coisa só;
a mente e a realidade também são unas;
o propósito da filosofia é perceber a unidade que existe na diversidade e buscar
a síntese dos opostos.
Espinosa é um filósofo racional e imanentista. Para ele é possível compreender a
totalidade do real por meio da razão, ou seja, a compreensão do todo não é um simples
exercício intelectual; é um exercício de liberdade. Seu ponto de partida é ousado: se Deus é
onipresente, não há como imaginá-lo fora do mundo. O divino faz parte de tudo o que existe
no mundo natural. Não é, pois, transcendente, mas sim imanente. Sendo Ele a própria
Natureza, o conjunto de todos os seres, vivos ou não, o que evidentemente inclui os humanos,
suas mentes e seus corpos
NATUREZA NATURANTE / NATUREZA NATURADA Na terminologia
espinosista a Natureza Naturante é Deus ( e os seus atributos), entendido
como causa imanente da própria matéria, ou seja, a atividade interior,
produtiva e criativa que vivifica o mundo, a natureza naturada é a mesma
coisa, mas deve ser observada não do ponto de vista da causa, mas dos
efeitos. Em Síntese: a natureza é a única realidade existente; a natureza
coincide com Deus; a natureza é mãe e filha de se mesma. (Nicona, 2005,
p.256).
Vida
Obras Principais:
DA arte Combinatória (De Arte Combinatoria) – 1666;
Novo sistema da Natureza – 1695;
Ensaios de Teodicéia – 1710.
Tese/ Pensamentos
Leibniz era um racionalista, mas teceu duas criticas ao materialismo moderno.
Usando a teoria da causalidade, explica a existência de Deus. Diz que ele não faz nada
ao acaso, é supremamente bom. O universo não foi feito apenas pelo homem, mas o homem
pode conhecer o universo inteiro. Deus é engenhoso, é capaz de formar uma “máquina” com
apenas um simples líquido, sendo necessária apenas a interação com as leis da natureza para
desenvolvê-la.
A vontade do criador está submetida à sua lógica e a de seu entendimento. É uma
visão racionalista do mundo, e a mente divina seria impregnada de racionalidade. Mas o
mundo é mais do que a razão. O valor da razão reside no seu lado prático. Ela pode conhecer
o princípio matemático das coisas, dos conhecimentos específicos, mas ignora as causas
últimas.
[...] Uma perfeita descrição dos efeitos da cicuta, por exemplo,
absolutamente não explica o motivo da morte de Sócrates. Tudo o que existe
tem uma causa final que define o seu propósito e a sua existência, e nada
acontece sem uma profunda razão suficiente - isto é, sem que seja possível
encontrar uma razão que explique por que é assim e não de outro modo.
Retomando o critério da causa final, já identificado por Aristóteles como
verdadeira substância dos fenômenos, Leibniz volta-se para uma reflexão
metafísica que o levará a contestar Espinosa e a elaborar o conceito de
Mônada. (Nicona, 2005, p.258).
As leis elaboradas pela mecânica são leis de conveniência, pela qual Deus criou o
melhor dos mundos. Assim como o mecanicismo, Leibniz critica a visão cartesiana de
máquinas. Os seres orgânicos são máquinas divinas. Em cada pequena parte desses seres, há
uma peça dessas máquinas, que são do querer divino. É a maneira pela qual se realiza o
finalismo superior.
Finalismo - Agir para um fim e, em relação a este, avaliar os próprios meios
é típico da atividade humana. Conforme a hipótese finalista, a natureza
também seria movida por análogo critério de intencional idade, obviamente
nem sempre consciente. O que determina o movimento dos astros celestes ou
a evolução biológica das espécies animais não é o acaso e tampouco um
rígido determinismo, mas a realização de um propósito. O finalismo foi
teorizado pela primeira vez por Aristóteles e aceito pelo Cristianismo, que fez
dele sinônimo de Providência divina. Transformado em um dos fundamentos
do pensamento mágico durante o Renascimento, o finalismo entrou em crise
com o advento da revolução científica. (Nicona, 2005, p.264).
Vida
Obras Principais:
Cartas sobre a tolerância (1689)
Dois Tratados sobre o governo (1689)
Ensaio a cerca do entendimento humano (1690)
Pensamentos sobre a educação (1693)
Tese/ Pensamentos
Locke desenvolveu, a partir da obra de Bacon, uma teoria voltada para melhorar o uso
do intelecto, enfatizando o lado gnosiológico da origem das idéias e representações. A idéia
para Locke, é “tudo que o espírito percebe em si mesmo, e que é objeto imediato de percepção
e pensamento.”
Portanto, essa noção de idéia foi feita e corresponde com a idéia cartesiana. Não tem a
ver com a idéia platônica, que, aliás, John Locke rebateu por ser contrário ao inatismo. A
idéia em John Locke deve ser compreendida como o conteúdo da consciência, o material do
conhecimento. Ele foi contra o inatismo presente em Platão e Descartes, e defendeu a teoria
de que o conhecimento deriva da prática. Compara a mente a uma tabula rasa, uma folha de
papel em branco. O intelecto humano não pode formular idéias do nada, nem o espírito traz
em si memórias e conceitos presentes a priori. Para Locke, todos os dados da mente derivam
da experiência. A experiência é a fonte e o limite do intelecto.
Locke afirma ser absurdo existir certos princípios inatos, mas não se estar consciente
disso. Se há algo na alma, há a consciência desse algo. Também é assim com os princípios
morais. Locke fala que em certos lugares coisas são repreensíveis, e em outros as mesmas
coisas são motivo de mérito. Locke também destitui de validade o argumento ontológico para
a existência de Deus, da autoria de Santo Anselmo.
Para o argumento de que o intelecto pode criar idéias, John Locke responde que ele
pode apenas combinar as idéias percebidas pelos sentidos. Mas não pode criá-las, nem
tampouco destruí-las. Concluindo, Locke aponta a experiência como a única fonte possível de
idéias. A alma trabalha o material percebido depois.
Locke aponta duas fontes para o conhecimento empírico: ele é derivado da experiência
sensível ou da reflexão. As idéias estão no intelecto, e no mundo objetivo existe algo que tem
o poder de fazer o intelecto entendê-las como tal. Um corpo tem qualidades primárias, como a
extensão, a solidez, a figura. E secundárias como cor, odor e sabor. As secundárias são
variações das primárias, são subjetivas, parecem como são para os sentidos. As idéias simples
forçam uma passividade por parte do sujeito , que pode operar sob diversos modos sob os
dados dos sentidos e sob a reflexão, formando assim as idéias complexas. As idéias se
conservam depois de percebidas. A memória é necessária para a ação intelectual, pois faz
representações.
Para Locke as idéias são as fontes do conhecimento, que nasce da percepção delas, e
faz conexões, concordâncias, contrastes e discordâncias entre as idéias. A correspondência
entre duas idéias é importante para o conhecimento. São de quatro tipos:
Identidade e diversidade. Uma idéia se diferencia da outra;
Relação. A ciência nasce da relação entre idéias diferente;.
Coexistência ou não de um mesmo objeto. Pertence às substâncias;
Existência real. Independente do eu individual que a percebe.
A percepção da realidade pode ser feita de dois modos: por intuição - é claro e certo,
não necessita de prova. Vem da evidência imediata. E por demonstração - o espírito percebe
as diferenças e semelhanças das idéias, mas não de imediato. Procede e se desenvolve por
concatenações, associação das intuições. A existência de Deus pode ser demonstrada
racionalmente. John Locke usa a prova cosmológica para isso. Sabemos, de forma intuitiva,
que algo existe desde a eternidade, pois se não existisse, o início teria de vir de alguma outra
coisa. Para John Locke, a certeza que Deus existe é mais absoluta que as impressões dos
sentidos. Nesse ponto, ele concorda com Descartes.
O Estado não deve ser baseado na fé, nem na religião. Um governante, um príncipe, é
necessário para assegurar a validade do pacto social, mas o direito dele vem do povo, não da
religião. E ele é submisso às leis. Não pode tudo, como outros teóricos afirmaram.
(Maquiavel, por exemplo) Se falhar, o povo tem direito à revolução.
Vida
Obras Principais:
Vida
Obras Principais:
Seus Ensaios Morais e Políticos – 1742
Diálogos sobre a Religião Natural – 1751
História Natural da Religião – 1754
Investigação sobre o Entendimento Humano – 1759
Tese/ Pensamentos
A substância, seja material ou espiritual, não existe. Os corpos não são mais que
grupos de sensações ligadas entre si pela associação de idéias. Também o eu é somente uma
coleção de estados de consciência. Por esta via, Hume chega ao ceticismo e ao fenomenismo
absoluto.
Obras Principais:
Tragédias : Édipo, 1718 Brutus, 1730 ; A Morte de Cesar,1733
Contos Filosóficos: O Mundo Como Está, 1746; Zadig,1747 ;
Minemon, 1750; Micrômegas, 1752; Candido ou Otimismo, 1759.
Ensaios: Cartas Filosoficas ou Cartas sobre os Ingleses, Condenadas
e quimadas em praça pública pelo carrasco de Paris, de 1733; Elementos da Filosofia de
Newton, 1737; Poema sobre Desastre de Lisboa, vitima cinco anos antes, de um terrível
terremoto, 1755; Tratada sobre a Tolerância, 1762; Dicionário Filosófico, 1764;
Questões sobre a Enciclopédia, 1776.
Tese/ Pensamentos
[...] Superstição e preconceitos não podem não podem ser desmentidos com
argumentações lógicas, porque não nascem no terreno da razão. Resta a
risada como único remédio nos casos extremos, o gracejo capaz de
demonstrar a agressividade. Mas isso nem sempre é possível e permanece
sem resposta o problema que conclui o trecho: o que fazer quando um
fanático tentar degola-vos porque está convencido de que esta é a vontade de
Deus? (Nicona, 2005, p.298)
Os sonhos são um mistério, portanto fonte de superstições, como os que sonham com
acontecimentos futuros e pensam ser Deus o responsável. O fato de não podermos usar a
razão enquanto vivemos um sonho, e de ele ser um estado alternativo, de percepção etérea, é o
que faz suscitar dúvidas de interpretação. Os sonhos não têm valor objetivo, para Voltaire. A
moral vem de Deus, como a luz. As superstições são trevas.
O ceticismo de Voltaire é uma atitude espiritual, contra a metafísica. Voltaire fala que
o Ser Supremo, cuja crença veio depois do politeísmo, é válido. Disso resulta num paradoxo,
pois Deus existe e não podemos conhecer os mistérios do universo. Voltaire aceita os
argumentos para a existência de Deus de São Tomás de Aquino. É a causa primeira de tudo,
Inteligência suprema.
Contrariamente ao Deus judaico-cristão, O Deus de Voltaire fez o mundo em tempos
remotos e depois o abandonou ao próprio destino. Por isso Voltaire é deísta.
Obras Principais:
Discurso Sobre as Ciências e as Artes - 1750
Discurso Sobre a Origem da Desigualdade Entre os Homens -1755
A Nova Eloisa - 1761
Do Contrato Social - 1762
Emílio, ou da Educação - 1762
Confissões - 1770
Tese/ Pensamentos
Segundo Nicola (2005, p302) “Para alguns, ele representa o teórico inspirador da
Revolução Francesa; para outros,(...) mas todos concordam que ele deu inicio, com sua obra
Emilio à pedagogia moderna”
Rousseau recusa a teoria de Hobbes com relação a natureza do homem, para ele a
razão só veio com a sociedade e com a linguagem. O estado de natureza não tem existência
histórica. A utilidade dessa hipótese serve para esclarecer a natureza das coisas, serve como
referência. Permite julgar moralmente a degradação do homem social.
Na natureza, existe a igualdade. A desigualdade provém dos homens. Rousseau fala
que se pudesse escolher onde nascer, escolheria um lugar onde o amor entre os cidadãos fosse
maior que o amor à pátria. Rousseau tem Esparta como exemplo. Lá se vivia uma vida dura,
em exposição aos elementos naturais e com vigor físico. A relação entre as pessoas é direta é
igual.
Rousseau critica o absolutismo francês, e prefere a democracia. A lei deve ser igual
para todos, e ninguém deve se por acima dela. Esses tópicos estarão presentes no Do contrato
social.
Em concordância Humes, ele acredita que os costumes, através de gerações levam à
obediência passiva. A liberdade é boa e nutre os fortes, mas abate os fracos. Na pátria que
Rousseau queria ter nascido, os homens, acostumados à independência, são dignos dela. Nela,
o domínio da fronteira não seria motivo de guerra. O direito de legislar seria comum a todos
os cidadãos. No Do contrato social, Rousseau fala da figura do legislador, que deve
representar a vontade geral.
O conhecimento humano mais avançado é o de si mesmo. Rousseau prefere a máxima
“conhece-te a si mesmo” aos imensos tratados dos moralistas. Para conhecer a origem da
desigualdade entre os homens, é preciso conhecer o próprio homem.
Quando a sua preservação está ameaçada, o homem dá preferência a si. Ele deve ter o
direito de não sem maltratado sem motivo. A vontade divina fez o homem bom. A arte
humana o corrompeu. Rousseau identifica dois tipos de desigualdade entre os homens. Uma
natural, como a da idade, e outra social, como a de dinheiro. A última pode se chamada de
moral. Rousseau fala do momento que o direito sucedeu a violência e a natureza se submeteu
a lei humana. Foi quando o mais forte começou a se servir do mais fraco.
A alma humana é moldada nas vivências. Ela está irreconhecível, depois de ter sido
influenciado de todas as formas por conhecimentos , erros e pelo impacto das paixões. Deus
criou a alma com majestosa simplicidade. O desejo de autoconhecimento vem do homem, do
homem civilizado, que acaba por ignorar-se. Rousseau critica a filosofia, que desde a
antigüidade vem se contradizendo e pouco sobre as experiências necessárias para ver o
homem natural e sua aplicação na prática. Os filósofos chegaram a princípios metafísicos
difíceis de compreender.
O homem perdeu a liberdade original. Rousseau procura explicar o que torna essa
mudança legítima. A ordem social é um direito sagrado que não existe na natureza e funda-se
em convenções. A mais antiga das sociedades é a família, diz Rousseau. O pai tem cuidado
com os filhos e por isso sente amor. No Estado, o governante não ama o povo, mas tem prazer
em governar.
Rousseau vê num rei e seu povo, o senhor seu escravo, pois o interesse de um só
homem será sempre o interesse privado.
Os homens para se conservarem, se agregam e formam um conjunto de forças com
único objetivo. No contrato social, os bens são protegidos e a pessoa, unindo-se às outras
obedecem a si mesmo, conservando a liberdade. O pacto social pode ser definido quando
“cada um de nós coloca sua pessoa e sua potência sob a direção suprema da vontade geral”.
As pessoas públicas forma a República, são chamada o Estado, quando passivas, e
soberanos quando ativas. O soberano não pode violar o contrato, alienar qualquer porção de si
mesmo. O corpo político não pode se submeter a outro soberano. Isso seria se auto aniquilar.
Com uma sociedade, quando se ofende um, ofende todo o corpo. O soberano não pode ter
uma opinião contrária a todos, mas o indivíduo pode.
O direito a um terreno se fortalece. Rousseau questiona o direito a uma área do
primeiro ocupante. As leis são úteis àqueles que possuem, e prejudicam os que nada tem. O
Estado existe para o bem comum, e a vontade geral deve dirigi-lo para esse fim. O soberano é
feito um ser fantástico e a soberania é indivisível e inalienável.
Rousseau defende a pena de morte para quem violar o contrato. Mas só pode matar
com que não pode continuar sem perigo. A justiça vem de Deus, mas por não sabermos
recebê-la são necessárias as leis da razão que devem servir a todos.
Os governantes, ou magistrados, não devem ser numerosos, para não se enfraquecer,
pois quanto mais atua sobre si mesmo, menos influência tem sobre o todo. Na pessoa do
magistrado há três vontades diferentes: a do indivíduo, a vontade comum dos magistrados e a
vontade do povo, que é a principal.
Rousseau fala que a verdadeira democracia é impraticável. O interesse privado não
deve se sobrepor ao interesse geral. Existem muitas dificuldades nessa forma de governo, que
Rousseau diz que as ciências e as artes servem para tornar o homem sociável e para
fazê-los amar a escravidão. Mesmo com os esforços para estudar os homens, nos distanciamos
de conhecê-lo. Foi enorme sua influência, como pensador do Iluminismo, na Revolução
Francesa e no romantismo.
Tese/ Pensamentos
Abade de padre católico, filósofo, psicólogo, economista nascido cm Grenoble, e
divulgador na França das idéias de John Locke . Foi amigo de Jean-Jacques Rousseau, o tutor
dos filhos de seu irmão mais velho Jean Bannot, e amigo também dos demais enciclopedistas,
inclusive o editor Denis Diderot. Foi preceptor do Infante Ferdinando na corte de Parma.
Assim como Locke, Condillac sustentava, a prevalência dos sentidos sobre a razão,
baseado no princípio de que as observações feitas através da percepção dos sentidos são o
fundamento do conhecimento humano (Sensismo).
Nicola, Ubaldo, Antologia Ilustrada da Filosofia: das Origens à Idade Moderna, Editora
Globo, São Paulo.2005