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Tendo por origem a capacidade de reflexão do homem e por instrumento exclusivo do

raciocínio, o Conhecimento Filosófico torna a Ciência insuficiente para explicar o sentido


geral do universo, o homem tenta essa explicação através da Filosofia, por meio da qual ele
ultrapassa os limites da Ciência – delimitado pela necessidade da comprovação concreta –
para compreender ou interpretar a realidade em sua totalidade, estabelecendo uma concepção
geral do mundo.

O homem é o tema permanente das considerações do filosofar, que pressupõe a


existência de um dado determinado sobre o qual refletir, por isso apóia-se nas ciências. Mas
sua aspiração ultrapassa o dado científico, já que a essência do conhecimento filosófico é a
busca do “saber” e não sua posse. E, embora a concepção filosófica não ofereça soluções
definitivas para numerosas questões formuladas pela mente, ela traduz em ideologia. E como
tal influi diretamente na vida concreta do ser humano, orientando sua atividade prática e
intelectual.

Há três formas de se conceber a Filosofia:

• Metafísica: a Filosofia é o único saber possível, as demais ciências são


parte dela. Dominou na Antiguidade e Idade Média. Sua característica
principal é a negação de que qualquer investigação autônoma fora da
Filosofia com validade, produzindo estas um saber imperfeito, provisório.
Um conhecimento é filosófico ou não é conhecimento. Desse modo, o único
saber verdadeiro é o filosófico, cabendo às demais ciências o trabalho braçal
de garimpar o material sobre o qual a Filosofia trabalhará, constituindo não
um saber, mas um conjunto de expedientes práticos. Hegel afirmou: "uma
coisa são o processo de origem e os trabalhos preparatórios de uma ciência e
outra coisa é a própria ciência."

• Positivista: o conhecimento cabe às ciências, à Filosofia cabe coordenar e


unificar seus resultados. Bacon atribui à Filosofia o papel de ciência
universal e mãe das outras ciências. Todo o iluminismo participou do
conceito de Filosofia como conhecimento científico.

• Crítica: a Filosofia é juízo sobre a ciência e não conhecimento de objetos,


sua tarefa é verificar a validade do saber, determinando seus limites,
condições e possibilidades efetivas. Segundo essa concepção, a Filosofia
não aumenta a quantidade do saber, portanto, não pode ser chamada
propriamente de "conhecimento da arte".

Segundo Friedrich Nietzsche (2004, p. 32) a filosofia "é a vida voluntária no meio do
gelo e nas altas montanhas – a procura de tudo o que é estranho e problemático na existência,
de tudo o que até agora foi banido pela moral." Assim a partir da inquietação, o homem
através de instrumentos e procedimentos equaciona o campo das hipóteses e exercita a razão.
São organizados os padrões de pensamentos que formulam as diversas teorias agregadas ao
conhecimento humano. Contudo o conhecimento científico por sua própria natureza torna-se
suscetível às descobertas de novas ferramentas ou instrumentos que aprimoraram o campo da
sua observação e manipulação, o que em última análise, implica tanto a ampliação quanto o
questionamento de tais conhecimentos. Neste contexto a filosofia surge como "a mãe de todas
as ciências".

REFERÊNCIAS:

NIETZSCHE, Friedrich. ECCE HOMO, 2ª ed., Ed. L&PM EDITORES, 2004, p. 32.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 7ª. ed. 2ª. reimp. São Paulo: Ática, 2000, p.
19.

FILOSOFIA. In Wikipedia Enciclopédia Livre. Disponível em:


<http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia>. Acesso em: 25.05.2010.

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