Nos Estados Unidos, a regra da razão permite flexibilizar as restrições antitruste, considerando os objetivos e efeitos de mercado das condutas. No Brasil, diferentemente, não há condutas ilegais per se, sendo necessário analisar os efeitos reais de cada conduta no mercado para caracterizá-la como anticoncorrencial. A autora defende uma abordagem mista que considere tanto a segurança jurídica quanto a flexibilidade na aplicação da lei antitruste brasileira.
Nos Estados Unidos, a regra da razão permite flexibilizar as restrições antitruste, considerando os objetivos e efeitos de mercado das condutas. No Brasil, diferentemente, não há condutas ilegais per se, sendo necessário analisar os efeitos reais de cada conduta no mercado para caracterizá-la como anticoncorrencial. A autora defende uma abordagem mista que considere tanto a segurança jurídica quanto a flexibilidade na aplicação da lei antitruste brasileira.
Nos Estados Unidos, a regra da razão permite flexibilizar as restrições antitruste, considerando os objetivos e efeitos de mercado das condutas. No Brasil, diferentemente, não há condutas ilegais per se, sendo necessário analisar os efeitos reais de cada conduta no mercado para caracterizá-la como anticoncorrencial. A autora defende uma abordagem mista que considere tanto a segurança jurídica quanto a flexibilidade na aplicação da lei antitruste brasileira.
A chamada regra da razo foi desenvolvida no direito
americano, em razo da amplitude das restries constantes do Sherman Act, visando flexibilizar as suas disposies, com o que equivaleria, no direito brasileiro, aplicao ao caso concreto dos princpios da razoabilidade ou proporcionalidade. Paralelamente, elaborou-se tambm o princpio per se condemnation, no sentido oposto, no qual certos acordos no poderiam ser razoavelmente justificados, ou seja, seriam ilegais per se, bastando a prova da sua ocorrncia, sem a preocupao com o eventual objetivo das partes ou dos efeitos sobre o mercado, no sendo possvel aplicar-lhes a regra da razo, a exemplo de condutas como a fixao de preos, acordos entre licitantes, diviso de mercados entre concorrentes. Quanto ao tema, Neide Teresinha Malard defende que a adoo de um sistema misto, que congregasse a segurana jurdica flexibilidade necessria aplicao eficaz da Lei, talvez fosse a soluo mais adequada, a exemplo da alternativa buscada pelo legislador mexicano. Contudo, no caso brasileiro, conforme a Lei n 8.884/94 no existem condutas per se, em razo do disposto nos artigos 20 e 21 j referidos, pois a conduta potencialmente danosa ao mercado deve ter alguma probabilidade de causar danos adversos concorrncia, j que, de outro modo, no ter objeto anticoncorrencial, ainda que tipificada no art. 21, existindo, assim, uma relao de reciprocidade entre o objeto, contedo da conduta, e os efeitos. No h que se falar, portanto, em conduta ilcita per se no direito brasileiro, pois sempre ser necessrio analisar os seus efeitos no mercado.
Se tais efeitos forem inexpressivos, a questo deve ser resolvida
no mbito da responsabilidade contratual ou civil, ou mesmo sob a tica do consumidor, mas no pelo direito concorrencial. importante ressaltarmos, neste ponto, que, do ponto de vista concorrencial, a existncia de estruturas concentradas de mercado, como monoplios ou oligoplios no ilegal em si, o que ocorre uma maior probabilidade, nesses casos, de exerccio de poder de mercado, ampliando o potencial de ocorrncia de condutas anticompetitivas. Como bem esclarecido no Anexo da Resoluo CADE n 20/99: A anlise de condutas anticoncorrenciais exige exame criterioso dos efeitos das diferentes condutas sobre os mercados luz dos artigos 20 e 21 da Lei 8884/94. As experincias nacional e internacional revelam a necessidade de se levar em conta o contexto especfico em que cada prtica ocorre e sua razoabilidade econmica. Assim, preciso considerar no apenas os custos decorrentes do impacto, mas tambm o conjunto de eventuais benefcios dela decorrentes de forma a apurar seus efeitos lquidos sobre o mercado e o consumidor.
30 anos do Código de Defesa do Consumidor / 30 years of the Consumer Defense Code: A evolução das relações de consumo / The development of consumer affairs