Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
º ano
GRUPO I
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
2. Explica a crítica que é feita aos portugueses nos primeiros quatro versos da segunda estância.
3. Refere o sentimento expresso pelo Poeta nos últimos quatro versos do texto e justifica-o.
Lê o poema seguinte.
O eterno retorno
-
-
Agora, ao ouvir uma peça de música barroca,
- como se isso servisse para alterar
- a cor do céu, ou a cor dos sentimentos,
5 apercebo-me de que a música é, só,
- o que ficou de ti. O resto – amor,
- corpo, palavras, desejo, um riso – ficou
-
não sei onde, nem exatamente sei
quando: sei, só, que um dia, ao acordar,
-
a noite tudo levou com a sua exata
10
ciência.
[…]
GRUPO II
E se as abelhas desaparecessem?
-
-
Portugal é dos países menos atingidos, mas de 2004 a 2007 morreram 3,5 mil milhões de
-
abelhas no País. A varroose é a culpada. Os espanhóis já arranjaram solução: fabricar
«superabelhas».
-
5
As abelhas estão a desaparecer. Nos últimos anos, um pouco por todo o mundo, milhões de
-
colmeias têm sido dizimadas. O cenário é apocalítico1 para os insetos, mas também para a
-
humanidade. Como disse Albert Einstein: «Quando as abelhas desaparecerem da face da Terra,
-
o homem tem apenas quatro anos de vida.» Mas porque estão as abelhas a desaparecer? «A
-
causa é ainda desconhecida, o que os investigadores sabem é que há vários fatores que podem
-
ter causado esta situação», explica o professor universitário e especialista nesta matéria Miguel
10
Vilas Boas.
-
Apesar de as abelhas terem um inimigo sem rosto, há uma doença que os especialistas
-
acreditaram ser responsável por várias mortes: a varroose2. Considerada a «sida das abelhas»,
-
este vírus é provocado por um ácaro3 – a varroa – que «enfraquece as abelhas e torna-as
-
suscetíveis a outras doenças». Só no ano passado em Espanha desapareceram nove mil milhões
15
de abelhas. Para combater este voo para a extinção, uma equipa de universitários de Córdoba
-
decidiu criar aquilo a que chamaram «superabelhas». Neste processo as rainhas são
-
inseminadas e as abelhas nascem fortificadas, resistentes a ácaros. Em Portugal a população de
-
abelhas também tem vindo a diminuir, mas Vilas Boas acredita que «não houve nenhum surto
-
mortífero como nos outros países». Tal é confirmado por João Casaca, da Federação Nacional
20
de Apicultores (FNAP). «Em todo o País, foi-nos comunicada apenas uma situação de um
-
apicultor que viu as suas colmeias completamente dizimadas.»
-
Mas a varroose também preocupa os apicultores nacionais. Tendo em conta o boletim do
-
Ministério da Agricultura, só entre 2004 e 2007 houve uma quebra de 3, 5 mil milhões de
25 abelhas. O número impressiona, mas é amenizado por especialistas que garantem que o número
- de apicultores também reduziu significativamente. Ora, «menos apicultores, menos abelhas».
-
Ainda assim, a varroose está presente em Portugal. E os apicultores têm noção do perigo, pois é
a doença que destrói mais colmeias no país. Aliás, consciente desta situação, o Ministério da
-
Agricultura chegou a distribuir gratuitamente produtos para travar o flagelo. Agora, já não são
30 doados, mas continuam a ser comparticipados. É talvez por isso que o combate à varroose em
- Portugal se centre num único método. «O uso de acaricidas4», esclarece João Casaca, que
-
garante que por cá não se criam «superabelhas» como em Espanha. Tal também não está
previsto num futuro próximo. Isto porque, como explica Vilas Boas, «ninguém está a utilizar a
-
inseminação, o único programa que existe é de seleção das rainhas. Nada mais.» Em Portugal,
35 os números também não são tão catastróficos. «É um processo que tem custos, mas está
- controlado», explica Vilas Boas. Além disso, o País tem a «bênção» de ter uma das poucas
regiões do mundo onde a varroose não existe, como é o caso de algumas ilhas dos Açores.
- O perigo de extinção das abelhas é real. Nos EUA, a segunda potência da apicultura a seguir à
- China, mais de 60% das populações de abelhas desapareceram em 24 estados. A crise é tal que o
- Congresso aprovou um plano de emergência, como faz em tempo de guerra ou de crise económica.
40 Aliás, sob o pretexto económico, a secretária da Agricultura norte-americana lembrou que «sem
- abelhas deixa de existir Coca-Cola». Como quem diz: senhores do capital mexam-se, que a coisa é
- séria. Os números na Europa não são mais animadores. Segundo o diário espanhol El Mundo, em
- Itália, Bélgica e Alemanha metade das abelhas desapareceram. A varroose não será o único
- problema e Vilas Boas acredita mesmo que «quando descobrirem a causa real, ela vai variar de país
45 para país». João Casaca lembra algumas das potenciais causas em diferentes países: «Na Alemanha
- tem a ver com o cultivo de sementes, em França pensa-se que seja a utilização de pesticidas nas
- culturas e em Espanha será a sobreprodução. Há apicultores a mais.»
- Certo é que estes polinizadores5 continuam a desaparecer. E como seria o mundo sem abelhas?
- «Era uma catástrofe», alerta Miguel Vilas Boas. «Todo o ecossistema seria alterado e Einstein,
50 provavelmente, teria razão. Seria uma crise muito pior que a económica porque nós [a humanidade]
- ficaríamos sem comida.» É por este cenário que muitos especialistas chegam a evocar o hino do
- Reino Unido. God Save the Queen. Em português, Deus Salve a Rainha. A rainha das abelhas,
- entenda-se.
Vocabulário
1 cenário de destruição completa; 2 doença parasitária provocada pelo ácaro Varroa destructor; 3 animal de dimensões,
normalmente, microscópicas; 4 produto para destruir ácaros; 5 distribuidores de pólen
1. Este artigo de divulgação científica alerta para o desaparecimento progressivo das abelhas
(A) em Portugal e suas causas.
(B) em Portugal e suas consequências.
(C) no mundo e suas consequências.
(D) no mundo e suas causas.
5. Na frase «O número impressiona, mas é amenizado por especialistas […]» (l. 24), a expressão
destacada, no contexto em que ocorre, só pode ser substituída por
(A) é explicado.
(B) é suavizado.
(C) é realçado.
(D) é diminuído.
6. O conector presente na frase «Ainda assim, a varroose está presente em Portugal.» (l. 26)
assegura
(A) coesão lexical.
(B) coesão referencial.
(C) coesão frásica.
(D) coesão interfrásica.
9. Indica a função sintática da expressão destacada em «[…] os apicultores têm noção do perigo
[…]» (l. 26).
10. Classifica a oração subordinada presente em «A crise é tal que o Congresso aprovou um plano
de emergência […]» (ll. 38-39).
GRUPO III
Apesar dos alertas desde há muito lançados e apesar das campanhas de sensibilização realizadas, a
Humanidade continua a tratar a Natureza de modo errado, comprometendo assim o seu futuro.
Redige um texto de opinião, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, no qual
comproves esta perspetiva, apresentando, pelo menos, dois argumentos e respetivos exemplos.
O teu texto deve estruturar-se em três partes lógicas: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Grupo I
Grupo II